You and Me escrita por Julie Kress


Capítulo 41
Perdão.


Notas iniciais do capítulo

Não sei se ficou bom,mas tá aí. Capítulo pequeno,mas ok...

E esse vai ser dedicado a Débora Dias,muito obrigada pela linda e emocionante recomendação.

Boa leitura,gente!!!



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No dia seguinte:

Sábado,às 19:36 da noite...

P.O.V Da Sam

Estava me preparando para ficar na sala como sempre fazia nas noites de Sábado,em frente à TV. Embaixo de uma coberta,me entupindo de besteiras enquanto assistia uma série ou um filme interessante do meu agrado. Só me faltava um gato gordo,preguiçoso e manhoso que ficasse ao meu lado,se enroscando em minhas pernas,ronronando e pedindo comida. Minhas amigas sempre diziam que minha vida de encalhada era deprimente,algo que sempre afirmei ser um absurdo,ria na cara delas e muitas vezes usava argumentos que pudesse fazê-las calar a boca.

Melhor sozinha,seria horrível se eu tivesse mal acompanhada,certo?

Você não sente falta de sexo? Esta é uma das perguntas mais frequentes feita por Carly. É claro que eu sinto,mas nunca admitiria pra ela. Mas eu apenas negava,balançava a cabeça e mudava de assunto. Simples assim. Isto é pessoal,bastante íntimo e ninguém tem nada a ver com isso,só porque não tenho uma vida sexual ativa há anos não significa que estou morrendo de vontade de ir pra cama com o primeiro cara que aparecer interessado em mim...

E você nunca se tocou pensando nele? E esta é a pergunta que Melody costuma fazer para me deixar constrangida. Por quê eu me tocaria pensando no Benson? Só porque ele foi o meu primeiro e o último não significa que eu tenha tido sonhos calientes com ele ou simplesmente acordo durante as madrugadas com tesão à ponto de querer matar meus desejos carnais me tocando pensando nele. Absurdo! Por mais que eu esteja sentindo falta dos beijos,das carícias e tudo que fazíamos entre quatro paredes,eu nunca me permitir... Ah,não gosto de falar nisso,é vergonhoso demais.

"Freddie Benson! Freddie Benson! Freddward Karl Benson... Por quê eu nunca deixei de amar você? Minha vida seria melhor se eu tivesse te esquecido,se eu pudesse te apagar dos meus pensamentos,das minhas lembranças,eu não sofreria tanto. Entre tantos garotos que haviam na Ridgeway,na cidade,por quê eu tinha que me apaixonar por você? Logo por você? E por quê você tinha que fazer aquilo comigo? Com nós? Por quê?"

Sim,a culpa foi dele. Se não houvesse planos de vingança,se ele não quisesse tanto se vingar de mim. Tudo poderia ser diferente agora,e de fato seria,talvez estivéssemos juntos...

Minha vida foi um verdadeiro contos de fadas cruel. Com direito à um final infeliz,perdas dolorosas,mentiras,ilusões,uma vilã louca que tentou me matar,com uma mãe louca por querer fazer justiça com as próprias mãos,porém,acabou morrendo com seu amante,e ainda teve um príncipe. Um príncipe vingativo,que apenas me usou...

Mas eu,a princesa Puckett,tentou seguir em frente,passou a viver outra história. Se fortaleceu,mas ainda não superou certas perdas,não se permitiu encontrar outro príncipe. Mas criou uma nova história para si,não um contos de fadas,e sim a história de sua vida,uma nova história...

Vingança é umas das piores coisas que existe,ela só te traz desgraças. Parece uma maldição,e se ele se arrependeu de verdade,deve estar sofrendo. Eu poderia quebrar essa maldição o perdoando?

[...]

– Droga! - Resmunguei levantando de má vontade.

Tinha alguém batendo na minha porta,com certeza querendo estragar minha noite de Sábado,tirando o meu sossego. Poderia ser uma das minhas amigas ou as duas querendo me arrancar de casa,me arrastar para um lugar divertido,seja para um bar ou para uma balada e me arrumar um homem. Sim,elas já tentaram fazer isso,uma vez e não me surpreenderia se elas tentassem de novo. Aquilo tudo foi ridículo...

Errei meu palpite,não eram elas. E sim um certo moreno,dono de olhos encantadores e de um sorriso sedutor. Capaz de abalar minhas estruturas. Merda! Lá estava eu,surpresa,usando pijama para adolescentes,com estampa de ursinhos e pantufas velhas,porém,quentinhas e confortáveis. Oh,eu não devia ter aberto a porta.

– Freddie... - Murmurei.

Meu coração estava disparado,parecia bater enlouquecido dentro do meu peito,querendo saltar para fora. Minhas pernas pareciam gelatina,aquele frio na barriga,aquelas velhas sensações se apoderando de mim,voltando com força total.

– O que está fazendo aqui? Como conseguiu o meu endereço? O que você quer comigo? - Disparei as perguntas,o olhando nervosa.

– Eu posso te responder se me deixar entrar. - Disse com calma.

Ponderei por alguns segundos,mas acabei permitindo. Ele pediu licença,adentrando o meu apartamento,fechei a porta ainda trêmula. Me virei para ele hesitante,aquilo era mesmo real? Freddie estava mesmo na minha sala? Diante de mim?

Cruzei os braços e continuei parada,encostada na porta,procurando apoio. Seu olhar desceu por meu corpo,e ele abriu um pequeno sorriso após me analisar minuciosamente. Eu estava ridícula com aquele pijama meio infantil,com o cabelo desgrenhado preso num coque frouxo e mal feito,a cara limpa e provavelmente vermelha. Que vergonha!

– Agora pode responder minhas perguntas? - Pedi quase impaciente.

– Eu poderia ter comprado um buquê,uma caixa de bombons de chocolate ou um ursinho de pelúcia,mas sei que você não gosta de flores. E talvez tenha trauma de bombons de chocolate,eu teria se tivesse acontecido aquilo comigo com as trufas envenenadas. E você nem deve curtir pelúcia,certo? - Perguntou,olhando-me com certo pesar.

– De fato,você tem razão. Falou tudo. - Me desencostei da porta. - Mas o que te trouxe até aqui? Quero o real motivo. - Exigi me aproximando lentamente.

– Vim atrás do meu perdão,necessito disso. Eu precisava voltar a Seattle,aqui é o meu verdadeiro lar. Perto de você... E eu te amo,Sam. Com toda a minha força,você nem imagina o quanto foi difícil e doloroso ficar tanto tempo longe de você. E eu estou sofrendo,sei que errei. Que te machuquei,mas eu me arrependi. E estou aqui,eu posso implorar pedindo para você me perdoar por tudo,posso me rastejar e beijar seus pés se você quiser. - Se abaixou diante de mim,se pondo de joelhos no chão.

– Levante,não precisa disso. - Olhei para ele,meu coração se apertou quando fitei seus olhos marejados. - Também foi difícil pra mim,muito doloroso. Sofri muito... - Tive que admitir. - E eu simplesmente não posso ignorar,fingir que esqueci. - Minha voz começou a embargar. - E de repente você aparece... Não é fácil,Freddie... E agora está aqui na minha frente,me implorando para perdoá-lo. O que eu deveria fazer? - O encarei sentindo minhas lágrimas banharem meu rosto.

– Apenas me perdoe,Sam. Necessito do seu perdão. - Agarrou o tecido da minha calça,suas lágrimas já rolavam livres.

– Freddie... - Estremeci,fechendo os olhos e cerrando os punhos com força.

– Não vou sair daqui sem o seu perdão... - Sua voz estava completamente embargada. - Por favor,Sam... - Implorou.

Afastei suas mãos,fazendo ele soltar minha calça. E me abaixei,me permitindo ficar ajoelhada assim como ele. Frente à frente. Em seguida,o abracei,com tanta força,poderia até sufocá-lo. Mas continuei apertando meus braços ao seu redor,ouvindo o seu choro,o nosso choro.

– Sim,estou te perdoando. - Sussurrei ainda de olhos fechados,sentindo seus braços me envolvendo,apertando-me contra si.

Afaguei seu cabelo e acariciei suas costas. Seu corpo estava trêmulo,e eu tentando confortá-lo,e ficamos ali,até que as lágrimas e os soluços cessassem. Havia o perdoado,de coração. Não por pena,e sim porque eu o amava profundamente.

– Amo tanto você,tanto... - Sussurrou acariciando meu rosto.

Fechei os olhos apreciando seus toques,logo senti seus lábios nos meus. Foi um simples roçar quente e suave,o puxei pela nuca querendo aprofundar. Precisava tanto daquilo,do beijo dele. Tocá-lo,me perder em seus braços. Me senti entorpecida,sua língua explorando minha boca,seu gosto. Continuava o mesmo. Meus dedos em seu cabelo,se perdendo em seus fios macios. Enquanto tentávamos matar a saudade,nos beijando como se não houvesse amanhã.

O mundo poderia até acabar,desabar sobre nós. Mas eu não me importaria,pois estava ali com ele,em seus braços.

A falta de oxigênio nos obrigou a encerrar aquele beijo. Paramos relutantes,com selinhos,ambos não querendo acabar com aquele momento. Freddie colou nossas testas,nossas respirações ofegantes se misturavam,tornando uma só.

– Também te amo. - Sussurrei olhando em seus olhos,meus dedos fazendo leves carícias em seu queixo.

Sorrimos antes de voltarmos a nos beijar. Dessa vez com mais paixão,intensidade e com amor.


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Notas finais do capítulo

Então,a Sam fez bem em perdoá-lo???

Gostaram do capítulo???

Bjs