Virei-me e vi o Potter e o Weasley na escada do dormitório masculino. Fui para perto de Bella e a abracei de lado.

– Não gaste o seu tempo com eles. Vamos fazer nossa caminhada ou vai preferir ser odiada pelo meu pai? – perguntei.

– Tem razão. O respeito mandou lembranças. – disse Bella com um sorrisinho para o Weasley. -Se eu quiser ter uma família com que eu amo, eu tenho que ter a aprovação dele. – disse ela entrelaçando nossos dedos.

– Eu pensei que você era mais inteligente, Bella. – começou o Weasley. – Sabe o que eles são. Sabe que os odiamos. Você sabe para quem eles servem. Então por que está fazendo isso?

– Porque sim, eu quero e eu gosto. Quero ter uma família de verdade com quem eu amo. Você não pode me impedir. Sei o que eles são e eu não ligo se eu me tornar uma comensal. Sei que os odeiam, mas eu não. Nunca, nunca os odiei. E eu sei para quem eles servem e eu não me importo se o Lord irá querer que eu me torne uma deles. Pelo menos sei que me tratarão como uma família e não como um lixo ou uma cadela abandonada. – Bella respondeu olhando em meus olhos.

Sabia que ela queria ficar com a mãe dela. Ter o amor e a aprovação de meu pai. Ser cuidada por minha mãe. Ela não se importa em virar uma comensal, ela se importa apenas em ter uma família que a ama.

– Você está louca? – ele continuou.

– Não perca o seu tempo ou não vamos fazer nossa caminhada. – disse no ouvido dela. – Além disso, quero te falar uma coisa.

Os olhos dela brilharam. Ela abriu um sorriso lindo.

– Então vamos. Você sabe que eu sou curiosa e se não sabe, acabou de descobrir. - ela puxou a minha mão para que eu saísse logo com ela.

Saímos sem dizer mais nada para aqueles dois. Eu parei de andar quando estávamos perto da cozinha.

– Deixa eu... – tentei dizer, mas ela me interrompeu.

– Não!

– Você está lendo a minha mente?

– Sim. – safada ela, ein?!

– E eu não sou safada, só estou tentando descobrir o que você quer me falar.

– Curiosa. Só vou te falar quando chegarmos a um lugar que eu vi.

– Então vamos logo!

– Mas eu não posso...

– Não!!!!!!! – ela deu um gritinho de agonia.

– Chata!

– Eu sei!

Rimos e eu a levei para um campo florido perto do lago depois de corremos em volta da quadra de quadribol.

– Então, o que você quer me falar?

– Depois que eu tirar uma sonequinha aqui eu digo. – disse fingindo um bocejo.

– Não, você vai me dizer agora! – ela fez bico e bateu o pé como uma criança fazendo pirraça.

– Só depois de me contar o que você falou com a sua mãe e me explicar o porquê estava suando e agitada no meio da noite.

– Ta, mas me promete que você não está me enrolando e que vai me falar assim que eu contar o que ouve? – perguntou rapidamente desconfiada.

– Ou! Me embolei ai, mas eu prometo.

– Eba! É que eu estava com calor, por isso eu estava agitada e suando. E eu só falei um “oi” com mamãe. Agora me fala.

– Não! Você mentiu pra mim, então não vou contar.

– Ta então deita ai. – fiz o que ela mandou e deitei na grama.

Ela deitou também, mas usou minha barriga como travesseiro.

– Depois que dormi, eu falei com mamma. Ela me disse que seu pai descobriu sobre mim e ela falou que foi a sua mãe que contou à ele. Ela me disse que quando ela estava falando comigo ontem seu pai a atacou, mas me agradeceu por eu tê-la curado, já que nem com feitiços, mamãe não estava conseguindo se curar sozinha e com isso ela sentia muita dor.

– Meu pai fez isso? – perguntei com um misto de surpreso e raiva.

– Sim, mas o motivo de eu ter ficado agitada e suando era que minha mãe me deu a missão. Era para eu achar qual é o professor que vai hospedar o Lord em seu corpo. Eu disse para ela que os dois professores que eu acho o comportamento estranho era o Snape e o Quirell. O Quirell é um servo e não um comensal, ele não tem A Marca. O Snape nós dois sabemos que ele é um comensal. Então eu tenho que descobrir qual dos dois é quem vai hospedar o Lord.

– Só isso? – perguntei arqueando uma sobrancelha.

– Ela me contou que sou uma feiticeira e não uma bruxa. – ela respondeu de cabeça baixa. – Por isso ela me esconde do Lord.

– E qual é a diferença?

– Podemos mudar de assunto? Não quero mais falar sobre isso. E aquilo era tudo. Eu parei de falar com ela quando ela me disse o que eu era, foi nessa hora que eu percebi que eu te acordei. Foi quando ouvi você cantando e acariciando o meu cabelo para me acalmar. Obrigada por ter ficado a noite comigo e me desculpe por ter te acordado. – ela me abraçou.

Percebi que ela estava segurando o choro.

– Faltou eu, esqueceu? Antes de chorar tem que saber o que eu quero falar com você. – me fiz de misterioso.

Ela deu um sorrisinho e me deu um soco de leve no meu braço esquerdo. Fiz drama e ela riu.