Sun Devoured Earth escrita por bloodhail


Capítulo 1
Reficul


Notas iniciais do capítulo

Também posto no Social Spirit (É o site que mais curto postar minhas histórias) Portanto, não é plágio.
Link: https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-amor-doce-sun-devoured-earth-3904201



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God, what the fuck is wrong?
You act like you knew it all along!
Your timing sucks, your silence is a blessing...

O sol irá devorar a terra. O sol irá devorar a terra. O sol irá devorar a terra. O sol irá devorar a terra. O sol irá devorar a terra. O sol irá devorar a terra. O sol irá devorar a terra. O sol irá devorar a terra. O sol irá devorar a terra. — repetia para mim mesma, ao olhar o céu harmonioso e o sol escaldante pela janela escura que havia na minha sala de aula.

O dia nasceu monótono e morrerá monótono. Fiz aquela rotina que qualquer adolescente de dezessete anos faz antes de ir à escola. Mais tarde, após as aulas, eu iria para o meu emprego de meio expediente. Queria provar para a minha família que eu não era uma inútil – coisa que eles insistem em dizer para mim. E um dinheirinho extra era sempre bom, apesar de que quase tudo que recebo, dou a minha mãe. O pouco que me resta, compro maços de cigarro para saciar o meu vício, ou algum doce barato e de gosto péssimo.

No momento, eu estava tentando deixar os meus olhos abertos – por pelo menos quarenta e cinco minutos – enquanto o professor de História, Faraize, explicava alguma coisa. Eu não conseguia prestar atenção em absolutamente nada, já que os meus dedos extremamente finos pareciam ser mais interessantes que o rosto abobalhado do professor. Tudo ao redor parecia estar desfalecendo; rostos distorcidos, vozes distantes... Não prestava mais atenção em nada, nem no que o professor tanto berrava, repreendendo os alunos débeis.

Eu não era novata naquela escola. Na verdade, eu estudava há três anos naquela coisa, e nunca fiz amizade com ninguém. Boa parte da culpa era minha, admito. Eu nunca fui tão extrovertida. Esperava que as pessoas viessem puxar conversa comigo, e como sempre, me iludia.

O intervalo foi bem comum. Nada de diferente para uma loser que nem consegue chamar a atenção de Ambre, Charlotte e Li. Perguntava a mim mesma qual era o meu problema. Aquelas garotas – exceto a Charlotte. Ela tinha bom senso – são cruéis com todas da escola, exceto eu. Bênção, talvez, mas o que eu tinha de errado? Fiquei o período todo no banheiro, refletindo sobre a minha vidinha medíocre, ouvindo músicas e sendo obrigada a saber das fofocas entre as garotas. Era exatamente assim todos os dias.

A novata ofuscou o "brilho" da Ambre. Ruiva, branca, belíssimas esferas verdes, órfã e meiga. O sonho de consumo de todos os rapazes desta pocilga e também motivo de fúria das garotas, tais como Ambre. Percebi agora que ela nunca iria me notar. Ninguém iria. Eu não sou uma órfã que se mudou pouco tempo para um país novo. Na verdade, eu irei passar o resto dos meus dias ridículos neste bairro deprimente. Nesta cidade deprimente. Neste país deprimente. Não sou ruiva, não tenho corpo esbelto, não sou meiga. Aliás, eu não falei uma palavra sequer hoje. Apenas dei bom-dia para o porteiro da escola, Louis, um homem muito legal e atencioso.

Quando as aulas acabaram, eu ainda tinha pouco tempo sobrando. Caminhava desnorteada e sem rumo naqueles corredores repleto de almas vazias. Estava cabisbaixa – como sempre estou. Parei de caminhar assim que o barulho que aquelas "máquinas" faziam, mas percebi que apenas estava absorta. Olhei para a porta de madeira que estava em minha frente.

Sala de Artes. — pensei em voz alta. Parecia ser um lugar pacífico, com várias pinturas diferentes dos alunos de Sweet Amoris.

Sem mais, nem menos, abri a porta. O ranger era alto, assustador, a porta precisaria ser trocada com urgência. Deparei-me com um garoto sozinho, sentado em um banco, ouvindo músicas em seus fones e desenhando algo em sua tela. Apesar do barulho alto e irritante da porta, o garoto não moveu um músculo para ver o quê havia acontecido. Continuava apenas dando atenção à sua arte. As técnicas que ele usava eram realmente muito boas. Semicerrei os olhos, na tentativa de ver o que ele desenhava; mas sem sucesso. Pelas suas madeixas platinadas, deduzi que era Lysandre.

Apático, quieto e misterioso Lysandre. Era tão distante quanto eu, mas pelo menos ele tinha – ou não – amigos. Sempre notei o seu jeito de ser. Sua personalidade me fascinava.

Frustrada, saí da escola, em direção ao meu trabalho. Ninguém mais visitava aquela loja de conveniências, estava falida. Mas pelo menos os donos me pagavam mensalmente. Fiquei escorada no balcão, observando o cair das folhas das árvores secas – era outono. As ruas pouco movimentadas davam um jeito bem taciturno àquele bairro esquisito. Em dias de inverno, fica tudo tão sombrio que é perfeito para um ataque de serial killer. Imagino até o Jason esquartejando as pessoas daqui.

Às 05:30 PM, eu estava livre. Juntei minhas coisas, para finalmente ir à minha casa.

Mas eu não queria voltar para casa.


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