The Last Year escrita por Yasmin Camacho


Capítulo 12
Capítulo 12 - The end of Sovereignty


Notas iniciais do capítulo

Traduçao: O fim da soberania



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Alguns dias depois, Duan parecia avulso em meio a seus pensamentos. Sentado no degrau da pequena escadinha da varanda de sua casa. Ele encarava o céu com uma expressão vazia e só despertou de seu transe quando Harry se sentou ao lado dele assustando-o por não ter percebido sua chegada.

–Refletindo sobre algo? – Harry perguntou fazendo Duan encará-lo.

–E ai, Hazz. – Duan sorriu.

–Parece pensativo. – Harry também se sentou na escadinha da varanda.

–Estava pensando na Rachel e depois na Bella. – Duan comentou antes de encarar Harry.

–Está muito confuso entre elas? – Harry riu de leve.

–Não consigo me manter longe da Rachel, e sei lá as coisas com a Bella estão indo de mal a pior. – Duan comentou.

–Vocês brigaram? – Perguntou Harry.

–Quando não brigamos? – Duan riu contagiando Harry. – Eu gosto da Belatrix, Hazz, mas sei lá, ela às vezes é tão cruel, pisa tanto nos outros e em mim, e sinceramente, eu não estou mais com saco pra aturar as bobeiras dela de popularidade, estou cansado e sem paciência. – Disse.

–Não a ama? – Perguntou Harry encarando-o.

–Quero estar com ela, mas queria que ela mudasse um pouco, mas ela está a cada dia pior, sem contar que ela anda mais estranha do que nunca, não me procura mais, quase não me beija, não temos feito mais nada. – Duan rolou os olhos.

–Não respondeu minha pergunta... – Harry disse fazendo-o suspirar.

–Pode me explicar o que é sentir amor? – Duan perguntou fazendo-o sorrir de lado. – O problema é que eu realmente não sei o que é amor, sei que amo você e a Giovanna, amo meus pais, mas o que é amar assim eu não sei. – Ele suspirou. – É sério, por favor me diga o que sente quando está com a Dianna. – Duan sorriu.

–Não é tão fácil quanto parece. – Harry sorriu. – Eu não paro de pensar nela num segundo, e mesmo triste quando vejo ela sorrir eu quero sorrir também, quero ser o motivo daquele sorriso, e quando vejo ela indo embora quero correr até ela e a prender comigo. Não quero me afastar, e não quero que ela se afaste. Eu não quero que ela me esqueça. Acho que amar uma pessoa é basicamente isso, você faz tudo por ela, mesmo que isso te prejudique de alguma forma, como no seu trabalho, e se tiver que se manter longe pra fazê-la feliz você também o faz. – Harry suspirou. – É abrir mão de ser feliz pra que ela seja, e nunca esquecer. – Ele soltou uma risadinha boba como se pensasse em Dianna agora.

–Eu nunca senti isso com a Bella. As vezes eu só quero ficar longe dela, Hazz. – Duan rolou os olhos. – Estar com ela é viver em alerta vinte e quatro horas por dia, sem poder comer um cheese burguer triplo. – Duan riu contagiando Harry. – Mas com a Rach... Eu não paro de pensar nela, eu quero estar com ela e abraçá-la e beijá-la. Eu quero ser o motivo dos sorrisos dela e poder levá-la pros lugares comigo. – Ele riu. – Sabe o que mais me marcou esse tempo todo? É que a Rachel sorriu tanto ao lado da minha família e eu achei isso incrível, Hazz, ela realmente queria estar ali por mim e por ela mesma. Isso é mais importante pra mim que qualquer outra coisa. – Suspirou. – E a Bella é naturalmente distante. Ela parece não ter sentimentos por ninguém além dela mesma. Não sei mais o que é se sentir importante pra alguém. – Disse.

–Acha que ela pode estar...você sabe...com outro? – Harry perguntou um tanto sem jeito.

–Não! – Duan disse rapidamente. – Ela tem aquele jeito, mas nunca faria isso, eu confio totalmente nela, é só que eu acho que ela pode estar cansada de mim, e eu não queria que fosse assim. – Disse antes de suspirar.

–Entendo, mas e a Rachel, onde ela entra nessa história? – Franziu o cenho.

–Entra que não consigo tirá-la da cabeça, desde a festa da Penny no início do ano. – Duan riu. – Mas eu também sou louco pela Belatrix, bom, eu acho que sou de alguma maneira que não entendo bem, senão não estaria com ela até hoje e não estaria tão na dúvida. Sem contar que agora a Rachel já deixou claro que não quer me ver, nem falar comigo, e me obrigou a manter distância dela. – Duan mordeu os lábios demonstrando como estava se sentindo. – Quando ela pediu isso, eu só consegui pensar que talvez as coisas fossem melhorar, que talvez sem termos contato que eu podia finalmente esquecer ela e seguir em frente com o meu relacionamento com a Bella, mas eu só consigo pensar mais e mais na Rachel a cada dia, e morrer de saudade, pensando que preciso ir atrás dela senão vou surtar. – Duan riu frouxo. - Por que as mulheres fazem isso com a gente? – Perguntou irônico para Harry que riu.

–Sou a última pessoa que pode te responder isso. – Comentou antes de coçar os olhos.

–Ah, é bem lembrando. Não tivemos muito tempo pra conversar depois do aniversário da Di por causa da correria da festa das cheers, então, me tira uma dúvida... – Duan disse antes de dar um soco no braço de Harry. – Por que está com essa Chloe e por que a levou pro aniversário da Dianna? – Ele reclamou.

–Vá com calma, eu ainda sou o mais velho, não me cobre explicações. – Harry disse raivoso. – E já me basta a Giovanna emburrada comigo por causa disso. Eu só quero tentar esquecer a Dianna. – Disse seco. – Mas ela também não sai da minha cabeça, eu sonho com ela quase todo dia, até a Annie me deu uma bronca por não estar mais com ela, e eu morro de saudades. – Tagarelou fazendo Duan rir.

–Você é um babaca, está deixando ela ir embora. – Duan disse.

–Olha quem fala. – Harry riu. – É você quem está deixando a Rachel ir embora. – Disse.

–Eu sei, mas não tem o que ser decidido, Hazz, a Rach já decidiu por mim e, apesar do jeito da Bella, sei que eu não estou sendo legal fazendo essas coisas e me aproximando da Rachel, a Belatrix não merece isso. – Duan sorriu. – Ela é linda e ainda assim está comigo e é fiel a mim, ela merece meu amor, por isso acho melhor seguir o conselho da própria Rachel e me dedicar mais a ela. – Duan sorriu torto.

–Que bom que se decidiu então. – Harry deu uma piscadela para Duan. – Espero que esteja certo, aliás, que nós dois estejamos... – Ele suspirou enquanto Duan permaneceu encarando o vazio.

*****************

No dia seguinte, Sr. Robert saia devagar de sua sala no fim do corredor. Com seu terno marrom tradicional, e os sapatos sociais, ele caminhava ajeitando os poucos cabelos que tinha em sua cabeça. Devagar e com um sorriso leve no rosto ele andava pelos corredores caminhando a sala de aula do quarto ano que logo se formaria. Antes de bater na porta Sr. Robert ajeitou a gravata e estendeu com suavidade uma das mãos que levou a porta ecoando uma batida educada.

–Com licença, professor Evans. – disse o diretor abrindo parte da porta por onde colocou a cabeça.

–Pois não Sr Robert, pode entrar! – disse Harry lhe estendendo a mão para que tomasse a palavra.

–Obrigado. – Ele sorriu. – Bom quarto ano vocês vão se formar em breve, o que significa que teremos que fazer uma votação sobre a preferência de vocês entre uma viagem ou um baile como despedida, algumas semanas antes da formatura. – Sr Robert disse sério como se não houvesse muita felicidade de sua parte depositada nas opções.

–Mas é claro que vamos querer a viagem! – Disse Santana com um sorriso doce no rosto.

–E desde quando você decide algo querida? – perguntou Belatrix sarcástica sem encarar diretamente Santana que mordeu os lábios de raiva. – É claro que o senhor vai nos oferecer opções realmente favoráveis, porque não quero ir pra nenhum lugar pobre, cheio de mato e animais. – Bella revirou os olhos, balançando de leve a cabeça.

–A ideia inicial é num hotel que vai sair barato para a escola pelo fato de ser num lugar acessivelmente perto pra todos, o que vai facilitar no orçamento no sentido de transporte. – Sr. Robert sorriu segurando as mãos uma na outra.

–E aonde seria isso? – perguntou Duan sorrindo.

–No México. – Sr Robert engoliu a seco

–México? – Perguntou Bella fazendo cara de nojo. - Acho que eu mereço mais que isso de presente de formatura. – Disse arrogante.

–Então pague por algo melhor, senhorita Campbell, é o que a escola pode oferecer e, é um lugar lindo, paradisíaco que já tive o prazer de visitar. – Ele sorriu educadamente para Bella que torcia os lábios.

–E qual o nome do tão maravilhoso hotel? – Perguntou Giovanna apoiando a cabeça sobre as mãos cruzadas em cima da mesa.

–O nome do hotel é Las Ventanas al Paraíso. – Disse Sr Roberto com um enorme sorriso.

–É um lugar lindo mesmo eu já ouvi falar. – Disse Harry encostado na mesa.

–Ótimo que pense assim professor porque quero responsabilizá-lo pela viagem. – Disse Sr Robert fazendo Harry arregalar os olhos.

–Eu? – Perguntou Harry assustado. – Mas por que eu? Sou professor de química, não sei cuidar de um número enorme de adolescentes sozinho. - Disse Harry encarando os alunos que sorriam.

–Então leve alguém com o senhor, porque eu não vou poder ir infelizmente olhar esses adoráveis jovens, tão educados, porque é aniversário da minha esposa e nós vamos para a casa da mãe dela comemorar. – Disse ele com um sorriso falso para os alunos.

–Qual é, Harry, você vai tirar de letra, não seja tão velho. – Disse Duan mexendo com o lápis sobre a mesa.

–Posso mesmo levar alguém? – Perguntou Harry encarando Dianna com seriedade, mas logo desviou.

–Mas é claro, portanto que seja qualificado. – Disse Sr Robert caminhando em direção a porta.

–Vou levar uma amiga, ela também é professora, vai adorar ajudar. – As palavras de Harry faziam Dianna morder os lábios enquanto encarava o chão.

–Se acalma! – Pediu Giovanna se virando e apertando a mão de Dianna que sorriu de leve para a amiga.

–Então está decidido, o quarto ano fará uma viagem ao México sobre a supervisão do professor Harry e da professora ... – Ele olhou para Harry.

–Chloe. – Ele sorriu sem mostrar os dentes.

–Professora Chloe. Estamos acertados então. – Disse Sr Robert saindo da sala calmamente. - Boa sorte! – Sussurrou para Harry antes de sair fazendo sorrir de lado, mas então como se lembrasse de algo ele retornou novamente a sala. – Quase esqueci de avisá-los. – Sorriu. – Em alguns dias haverá um evento muito importante no colégio. A Faculdade de artes Julliard resolveu fazer audições em vários colégios esse ano, e nós somos um dos selecionados, então aos alunos que desejam seguir a carreira artística podem começar a se preparar para a audição, que dará quatro vagas para o nosso colégio. – Ele falou fazendo os olhos de Candy brilharem assim como os de Courtney que logo a encarou. Elas sorriam uma pra outra, mas logo Candy levou seus olhos aos de Paul que parecia um tanto desanimado com aquilo antes de começar a cochichar junto a Jenny. O diretor então se despediu e saiu da sala em seguida. O sinal tocou poucos minutos depois e Candy resolveu correr até Jennifer que guardava seus cadernos na mochila.

–Jenny! – Ela chamou fazendo-a sorrir.

–Animada com as novidades? – Jennifer perguntou sorrindo.

–Muito, mas eu queria te perguntar sobre o Paul, ele pareceu desanimado e achei que isso também iria deixa-lo radiante. – Candy falou.

–Tem uma coisa sobre ele que você não sabe. – Jenny suspirou. – Os pais dele não apoiam que ele siga carreira musical, sabe aquele velho papo de que artista passa fome. – Completou. – Enfim, quando ele disse que tentaria a Julliard há uns dias atrás eles tiveram uma briga feia e o proibiram de tentar. – Disse.

–Eles não podem fazer isso, o Paul tem uma voz incrível, com certeza ele vai conseguir se tentar. – Candy falou pontualmente.

–É, mas ele não gosta de comprar briga com os pais, e não há ninguém que mude a cabeça dele, ele já decidiu que vai desistir da Julliard. – Jennifer torceu os lábios.

–Acha que eu posso ajudá-lo? – Candy perguntou com as bochechas coradas.

–Acho que você é a única que pode. – Jennifer sorriu. – Mas vá preparada, sabe que ele ainda está magoado com você. – Disse. Candy logo sorriu e apenas assentiu, saindo da sala deixando Jenny ali com um sorriso amigável.

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Algumas horas mais tarde naquele dia ensolarado, no colégio o clima era de diversos comentários maldosos, o motivo: A foto de Bella agarrada aos beijos com Brandon estampava a primeira capa do jornal diário da escola. Melanie tinha feito questão de dar o merecido destaque. A escola toda comentava sobre isso, lançando olhares para Bella que passava pelos corredores com o olhar mais apreensivo que tinha. Sentia seu corpo rígido e suas mãos geladas acompanhadas de um tremor incomum que lhe representava o raro sentimento de perder o controle de tudo. Assim que avistou Duan na porta do refeitório com o olhar fixo em um dos exemplares do jornal e com uma expressão de choque em semblante, foi em sua direção.

–Amorzinho, você vai acreditar nessa matéria de quinta? -Bella se aproximou de Duan que a encarava duramente agora. Se sentia um completo idiota por não ter percebido nada daquilo, mesmo depois de tantas pessoas terem tentado lhe avisar sobre. Estava envergonhado, humilhado, mas ao mesmo tempo aliviado, porque sabia que isso explicava muita coisa da qual ele buscava cobrando a si mesmo quando na verdade não tinha culpa alguma.

–Como não acreditar, Belatrix? -Duan disse baixo. A raiva era visível em seu rosto. -Tá estampado pra todo mundo ver, na verdade todo mundo via, menos eu. – Duan disse jogando o jornal no chão o que fez Bella dar um pulo assustado.

–Olha, Duan, a verdade dói, mas não é essa, eu posso explicar o Brandon nunca superou o nosso fim, nunca superou me perder pra você, ele ficava me perseguindo e me agarrando a força. Eu sempre preferi você, Duan, sempre. -Bella tentou acariciar seu rosto, porém Duan segurou sua mão antes que ela conseguisse.

–EU NÃO SOU IDIOTA, BELATRIX! -Duan fixou seus olhos nos de dela. -E mesmo que fosse só o Brandon, vocês só ficaram porque os dois quiseram. – Duan a encarava com ódio nos olhos, o que realmente a assustava, ela pela primeira vez parecia frágil em suas mãos. – Eu cansei de você, Bella, cansei do seu egoísmo, suas mentiras, eu cansei. -Duan falou e deu as costas pra Bella.

–DUAN, VOLTA AQUI! -Bella gritou atraindo olhares. Porém foi ignorada. -QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA TERMINAR COMIGO, DUAN? VOCÊ NÃO PASSA DE UM IDIOTA MESMO. -Duan virou-se e se aproximou de Bella, segurou seus braços com força. Bella parecia extremamente frágil em suas mãos, e era. Pela primeira vez ela estava vulnerável.

–Eu fui sim um idiota, fui idiota de ficar com uma garota como você, que só me dá nojo. Some da minha vida, Belatrix, e me esquece de uma vez. -Duan disse as palavras duras. O rosto de Bella se coloriu de vermelho, por raiva e vergonha.

–Olha só quem tá tomando atitude. -Bella deu um sorriso debochado. Duan a sacudiu.

–Não me faça perder a paciência, Belatrix! -Duan a soltou com força. Bella cambaleou para trás. Havia marcas vermelhas feitas pela força das mãos de Duan em seus braços. Muitos alunos ainda a encaravam.

–Vocês gostam mesmo de uma cena né?! -Bella gritou. -Mas pode todo mundo saindo daqui, já acabou o show. -Disse entrando no refeitório e sentando-se a mesa que antes costumava estar cheia e agora havia apenas Charlie sentada tomando um suco.

–Você está bem? -Charlie perguntou sem tirar os olhos de seu suco.

–Você acha que eu tô bem, garota? Aquela vadia ruiva conseguiu realmente o que queria. E agora o idiota do Duan terminou comigo. -Bella disse passando a mão pelos cabelos com raiva.

–A gente colhe o que a gente planta, Bella. -Charlie falou baixinho ainda sem olhar para Bella.

–Agora você quer me dar lição de moral? -Bella perguntou dando uma risada irônica. Charlie finalmente a encarou. Suspirou antes de falar.

–Olha não tô com cabeça, tá? -Charlie disse calmamente antes de se levantar e deixar seu suco em cima da mesa e uma Bella indignada.

As pessoas entravam e saiam do refeitório jogando olhares para Bella que estava sozinha em sua mesa. Perdida em pensamentos ela nem percebeu a presença de Giovanna que se apoiou seu braço na mesa antes de começar a falar.

–Olha, eu sabia que você era suja, nojenta, entre outros adjetivos baixos, mas ser burra ao ponto de deixar a Melanie te fotografar eu não imaginava. -Giovanna disse. Bella apenas levantou seu olhar para Giovanna que a olhava irritada.

–Veio tomar as dores do seu irmão, Gio? -Bella perguntou pendendo a cabeça de lado e dando um sorriso.

–Eu vim dar uma coisa que você merece, Bella. -Giovanna disse cruzando os braços. Bella se levantou e a encarou friamente.

–Seja lá o que você for falar não me interessa, queridinha. Já ouvi ladainha demais por hoje. -Bella disse. Enquanto isso Santana e Brandon se aproximavam.

–Pode ter certeza que eu não vou falar nada, Belatrix. -Giovanna disse dando um sorriso cínico. E antes que Bella pudesse se manifestar ou se virar para ir embora a pequena mão de Giovanna encontrou seu rosto fazendo um grande estalo. O refeitório todo parou para olhar. Por alguns segundos parecia que o tempo tinha parado. Bella levou a mão ao rosto. -Isso é pelo meu irmão. -Giovanna disse rudemente. Bella se aproximou de Giovanna que se encolheu de leve, mas antes que ela pudesse fazer alguma coisa contra a pequena Giovanna, Santana se aproximou rápido o suficiente para dar um empurrão em Bella fazendo-a quase cair a se não fosse Brandon que a segurou rapidamente.

–Você nem pense em encostar a mão nela, Belatrix, antes disso eu acabo com você. -Santana falou com raiva.

–Você mexe com uma galinha e o galinheiro todo se ofende, que engraçado. -Bella disse rindo.

–Olha aqui. -Giovanna saiu de trás de Santana e se aproximou de Bella que tinha uma diferença de altura bastante grande. -Quem você pensa que é pra me chamar assim? Você é uma vadia mentirosa, falsa e sozinha. -Giovanna disse apontando o dedo na cara de Bella que sorria.

–Awn, a pequenininha tá aprendendo a xingar? -Bella disse fingindo espanto.

–Ela pode não saber mas eu sei, sua piranha. -Santana disse e se aproximou para começar a puxar os cabelos de Bella, que também não perdeu tempo para retribuir os puxões e os tapas que estava recebendo.

–Brandon, faz alguma coisa! -Giovanna gritou agoniada. Brandon segurou Bella que estava agarrada nos cabelos de Santana. Rapidamente Peter se aproximou junto com Paul e segurou Santana que ainda batia em todos os lugares que alcançava de Belatrix.

–Solta ela, Sants, acabou. -Peter tentava afastar Santana de Bella.

–Só vai terminar quando eu acabar com a raça dela. -Santana ainda tentava bater em Bella, porém Peter e Paul a afastaram.

–Chega, acabou, Sants. -Giovanna se aproximou da amiga, que estava descabelada. -E quanto a vocês dois. -Giovanna disse apontando para Bella e Brandon. -Fiquem longe de mim, dos meus amigos e principalmente do meu irmão.

–Pode ter certeza que não quero ficar perto de vocês. -Bella deu um sorriso. -Anda me solta, Brandon. -Bella bateu no braço de Brandon que a soltou. Ajeitou sua roupa e seu cabelo e saiu andando deixando todos a encararem.

–E você, Brandon. -Giovanna pegou o suco que estava na mesa e tacou na cara de Brandon que apenas fechou os olhos. -Isso é por ser tão falso, não vou gastar muita coisa com você, porque não merece. -Giovanna disse e pegou Santana pela mão saindo do refeitório. Peter e Paul lançaram um olhar de nojo para Brandon.

–Ele confiava em você, cara. – Peter disse raivoso e logo ele e Paul começaram a caminhar, deixando Brandon ali sozinho.

–É isso que você ganha, Brandon. -Sussurrou para si mesmo antes de sair andando para o banheiro sendo seguido pelos olhares dos alunos da escola.

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Dianna caminhava pelo campo de futebol a procura de Duan,quando finalmente o avistou ela caminhou até ele, se aproximou vagarosamente antes de falar. -Você está bem? – Dianna sorriu encarando Duan que estava sentado na arquibancada, admirando o enorme campo de futebol.

–Sinceramente eu não sei. – Ele respondeu encarando-a de leve. – Já se sentiu uma completa imbecil? – Perguntou abrindo um sorriso. Dianna também sorriu.

– Falou com a especialista nisso. – Ela riu e se sentou ao seu lado. – Sei exatamente como se sente, sendo enganado, vendo alguém mentindo pra você, partindo seu coração. – Disse também encarando o campo vazio.

–Ela não partiu meu coração, Dianna. – Ele a olhou. – Partiu meu orgulho, mas o Brandon, esse sim partiu todos os meus bons sentimentos. – Disse. Dianna abaixou a cabeça.

–Acho que o Brandon deve estar se sentindo um completo babaca agora que viu o tamanho da besteira que fez. – Dianna rolou os olhos. – Só quero que saiba que pode contar comigo, está bem? – Ela disse sorrindo.

–E desde quando eu não posso contar, Srta Allen? – Duan riu puxando-a para perto.

–Ainda bem que sabe. – Dianna riu e depositou um beijo no rosto de Duan. – Aliás, acho que Rachel já está sabendo, quem sabe no final das contas, as coisas não tenham conspirado e acontecido para uma coisa boa no futuro? – Dianna sorriu fazendo Duan sorrir também.

–Acho que tem razão. – Voltou a encarar o campo. Harry lá debaixo acenou.

–Bom, acho melhor eu ir embora. – Disse Dianna. – Meu orgulho e coração partidos chegaram! – Deu uma piscadela para Duan que riu. –Se cuida. Ela depositou um beijo na testa de Duan que devolveu o beijo na mão pequena de Dianna. Harry subia na direção deles. Dianna apenas o encarou e desceu em silêncio.

–Que clima hostil. – Harry disse se sentando ao lado do irmão.

–Os motivos não são poucos, Harry. – Duan o encarou enquanto apertava sua mão.

–Tem sido um ano conturbado para todos nós. – Ele encarou o céu enquanto Duan ainda mantinha sua visão firme no campo. – Como se sente? – Perguntou.

–Me sinto um grande burro – Duan riu. – Não é o ano que está conturbado, é a minha vida, Harry. – Ele o encarou com uma expressão cansada. – Eu não fiz nada certo nesses últimos três anos, e me pergunto se as coisas que pensei ter conquistado, como amizades, uma namorada e uma vaga de capitão no time me valeram de alguma coisa. – Bufou. – Acho que hoje já tive minha resposta. – Ele encarou Harry que torceu os lábios.

–Às vezes conquistamos as coisas erradas, Duan, e a vontade de conquistarmos algo nosso é tão grande, que temos a ilusão de que aquilo é algo que nos está fadado, mas nem sempre é. – Harry sorriu com os lábios. – Você não está fadado a Bella e nem a essa vida de sentimentos vazios. – Disse. – Ninguém está. – Retificou.

–É, Hazz, não estamos. – Duan sorriu. – Mas sinceramente, me sinto mal por tanta gente ter tentando me fazer enxergar que algo não cheirava bem ali, mas eu fui tão cego, Hazz, tão bobo, tão apaixonado pela Belatrix que eu simplesmente ignorei todos os conselhos, todas as pistas. – Suspirou. – Até você me falou. – Concluiu fazendo Harry engolir a seco. – Você também viu algo suspeito entre eles? – Perguntou.

–No início do ano, naquele dia em que me apresentou a Belatrix, eu não sabia que era ela a sua namorada, pra mim era só uma aluna que estava me deixando desconfortável... – Harry suspirou. – Ela estava dando em cima de mim descaradamente, me propondo aula particular, falando que poderia me ensinar muito com isso, sei que ela se referia a sexo. – Disse fazendo Duan engolir a seco. – Quando você entrou na sala e disse que era ela sua namorada, eu joguei os verdes pra você, mas ela se explicou e você acreditou nela, pensei que eu tivesse sido maldoso, preferi não me meter, tive medo de você ficar com raiva de mim ou pensar que eu me interessei por ela. Me perdoe por não ter te dito o que ela fez de verdade, talvez isso teria evitado muita dor. – Harry disse.

–Tudo bem, Hazz. – Duan sorriu. – A verdade é que eu não iria acreditar e talvez eu acabasse mesmo brigando com você. Se quer saber eu achei estranho aquela situação naquele dia, eu realmente suspeitei quando vi o modo como ela ficou quando descobriu que você era meu irmão, e eu preferi confiar nela, mas hoje tudo se esclarece, ela é uma completa vadia, sentiu medo de que você me contasse a verdade, por isso se empenhou o suficiente pra implicar com você e a Dianna. – Duan falou.

–As coisas vão se acertar. – Harry disse. – Prometo a você e eu estou aqui pra sempre do seu lado, irmão. – Ele sorriu.

–Obrigado, irmão, eu sei que está. – Sorriu. - Mas eu preciso ir resolver uma coisa agora. – Se pôs de pé vagarosamente seguido por Harry. – Acha que aquelas coisas de garota de comer chocolate e ver filme triste servem para os homens? – Perguntou irônico fazendo Harry rir.

–Acho que os homens preferem uma cerveja e uma noitada, mas como não gostamos de beber e mulheres são o nosso atual problema, você pode contar com um banho gelado e uma irmã que acabou de esbofetear sua ex, pronta para te ajudar. - Harry riu.

–Giovanna bateu na Belatrix? – Duan perguntou arregalando os olhos demonstrando o susto.

–Pois é, quem diria que pequena daquele jeito ela teria uma mão tão pesada. – Harry deu um tapinha no ombro de Duan.

–Quem diria, Hazz, ela não tem nem metade do nosso tamanho, mas tem o dobro da nossa coragem! – Duan sorriu. – Agora eu tenho que ir. – Duan abraçou Harry que apenas sorria. – Obrigado. – Disse.

–Não precisa agradecer. – Harry sorriu de volta para o irmão que agora se poria a caminhar, descendo vagarosamente a enorme arquibancada do campo principal do colégio. Harry apenas voltou a se sentar e admirar o belo céu azul acima de si.

**********************

Brandon estava no corredor, mexendo em seu armário para pegar uma outra camisa, já que a que trajava estava suja de suco de uva jogado por Giovanna. Se sentia mal, principalmente com os olhares que constantemente eram lançados pra ele, demonstrando que todos sentiam repúdio por sua atitude. No fundo ele também sentia e sabia disso. Ainda não tinha visto Duan e nem queria, não saberia olhar nos olhos dele, afinal não teria como se explicar. Várias vezes se sentiu verdadeiramente culpado, mas ninguém certamente acreditaria nisso. Duan o viu de longe e caminhou na sua direção com raiva. Brandon o avistou e pôde sentir uma agonia lhe tomando. Precisava dizer algo, precisava fazer Duan entender que ele não conseguiu parar por mais que quisesse, que ele não conseguiu enxergar nada além do amor que sentia por Belatrix e o quanto foi cego por conta do mesmo.

–Duan, eu posso explicar...- Brandon tentou dizer, mas antes que terminasse a frase o punho de Duan lhe acertou fazendo-o cair no chão. Todos que estavam em volta olharam e não demorou muito para que muitos fossem às pressas encarar a cena que certamente era a mais esperada de todo o dia de grandes boatos. Melanie também estava ali agora e assistia de camarote com um enorme sorriso em semblante, enquanto seu celular registrava tudo.

–Eu não quero suas explicações, não quero olhar na sua cara. – Duan disse erguendo-o pela camisa manchada e chocando-o contra o armário. Brandon sabia que nem sequer tinha o direito de reagir e por isso não o fez. Merecia aquilo, tinha traído quem de longe era o melhor amigo que já teve e se sentia péssimo por ter feito isso. Era como se agora finalmente ele tivesse entendido o que estava em jogo todo esse tempo e por mais feliz que estivesse por imaginar que Belatrix e ele agora poderiam ficar juntos, não queria que o preço pago fosse sua amizade com Duan.

–Duan... – Brandon disse assustado.

–Cala a boca! – Duan disse rude. – Eu confiei em você. – Duan o soltou fazendo-o cair novamente. Brandon agora o encarava de baixo pra cima, caído aos pés de Duan.

–Eu sei, cara, eu me sinto mal de verdade, por favor vamos conversar. – Brandon pediu, mas novamente o punho de Duan o acertou com raiva fazendo que sangue escorresse por seu nariz agora machucado.

– Quero que fique longe de mim e das pessoas que eu amo. Seja muito feliz com a Belatrix, vocês se merecem. – Duan disse e em seguida ele deu as costas, caminhando até o estacionamento do colégio. Todos que passavam encaravam Brandon que com raiva socou os armários antes de tentar se levantar.

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Belatrix caminhava ainda autoritária pela escola, mas o desespero começava a lhe tomar ao perceber os olhares de rancor e repugnância que lhe lançavam, ao invés do típico medo e admiração. Isso a preocupava, afinal sem Duan, sua popularidade se ameaçava, e com aqueles olhares tudo se tornava ainda pior, ela estava perdendo sua liderança e seu prestígio. Para Belatrix isso era inaceitável, e por mais que ela tentasse se manter forte dentro de seu uniforme de torcida, ela por dentro tremia com a possibilidade de não ter mais sua soberania.

–Você é mesmo uma traidora, Belatrix. – Penny disse se aproximando.

–Cala a sua boca se não quiser que eu dê um jeito de te tirar da presidência. – Bella sorriu irônica.

–Acha mesmo que me assusta? – Penny riu. – Bella, sua moral está abaixo de zero, ninguém mais te admira, todo mundo te odeia e sabe por que? – Penny disse esperta fazendo Bella entrar na defensiva. – Você sempre foi respeitada por medo, enquanto todos amavam o Duan pela pessoa admirável que ele é e sempre foi. – Disse. – Agora que você o magoou, você e o Brandon são as pessoas mais odiadas desse colégio, e o Duan o mais querido. Pode dar fim ao seu reinado idiota, Belatrix, porque não importa quem esteja ao lado do Duan agora, eles irão reinar, e não mais você. – Penny sorriu fazendo Belatrix bufar.

–Ninguém vai tirar meu lugar nessa escola. – Bella se levantou ficando maior que Penny que a encarava sem medo.

–Veremos. – Penny riu e logo deu as costas para Bella que ao olhar ao redor avistou pessoas a encarando. – Fico triste que você tenha chegado a esse ponto, Bella, mas você não ouviu todas as vezes que eu tentei te fazer enxergar o que estava fazendo da sua vida. – Penny suspirou. – Boa sorte. – Completou agora deixando-a ali sozinha.

–Piranha. – Ela pôde ouvir um xingamento.

–Todo mundo te odeia, garota! – Mais um foi ouvido. Bella demonstrou sua fraqueza ao sair correndo, adentrando o banheiro feminino. Precisava de um plano, precisava pensar em algo real para mudar tudo o que tinha se instalado. Belatrix agora só conseguia sentir ódio, um ódio que a fazia sentir queimar como se seu corpo incendiasse e como um prédio em chamas fosse caindo aos pedaços pelo chão. Não amava Duan, tampouco Brandon, amava a si mesma e ao que eles dois lhes proporcionavam. Amava a popularidade, amava o respeito que lhe era dado quando caminhava pelos corredores, e agora estava perdendo tudo, até mesmo que não se importava. Aquilo a fazia sentir louca e por isso ela num surto derrubou tudo o que tinha em sua frente, deixando o vestiário inabitável a qualquer um.

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Todas as meninas estavam sentadas no gramado verde do colégio. Todas ainda comentando sobre o ocorrido, pareciam estar de certa forma contentes por finalmente a máscara de Belatrix cair, mas ainda assim tristes por Duan.

–Aquela idiota, me forçou a terminar com o Paul por causa do escândalo e olha agora. – Candy bufou. – Eu poderia voar no pescoço dela. – Disse raivosa.

–Santana já fez isso por todas nós. – Disse Dianna sorrindo.

–Foi pouco, eu queria ter batido mais. – Santana rolou os olhos. – Tem noção do que ela fez? Eu sei que eu e o Duan vivemos brigando e nos xingando, mas eu sou a única quem pode magoá-lo. – Santana reclamou. – Eu o defenderia colocando minhas unhas na garganta dela o dia inteiro se preciso fosse. – Reclamou.

–Duan vai ficar feliz ao saber disso. – Giovanna a abraçou.

–Ele não pode saber disso, senão eu fico sem moral com ele, então silêncio. – Pediu Santana fazendo todas rirem.

–Duan deve estar tão mal. – Giovanna disse cabisbaixa. – Ele sempre foi um cara incrível, de coração grande, ele não merecia isso. – Disse sem graça.

–Você ainda não falou com ele? – Perguntou Courtney.

–Não o encontrei. – Giovanna disse antes de suspirar.

–Eu falei com o Duan, Gio, ele está decepcionado e se sentindo idiota por tudo, mas vai passar. – Dianna sorriu torto.

–Vai sim. – Giovanna disse sem graça. Nesse momento Mike se aproximou delas.

–Gio, como você está? – Ele perguntou e Giovanna rapidamente se levantou para pular nos braços dele em um enorme abraço.

–Que bom que você está aqui. – Giovanna choramingou ainda abraçada a Mike.

–Claro, porque só você, Michael, serve para consolá-la. – Santana comentou irônica antes de se levantar e sair caminhando.

–Vamos deixar vocês sozinhos. – Disse Candy sorrindo torto antes de se levantar sendo acompanhada pelas outras meninas.

–Como você está? – Mike acariciou o rosto de Giovanna, limpando uma das lágrimas que escorria de seus olhos.

–Estou péssima por não ter podido evitar esse sofrimento pro meu irmão. – Giovanna disse antes de soluçar.

–Você não teve culpa. – Mike disse abraçando-a.

–Eu tentei avisar a ele que Brandon e Belatrix tinham uma relação estranha, que ele aparecia bêbado nos nossos treinos falando coisas estranhas, pedindo pra ela assumir que o amava, mas ele sempre achou que eu estava implicando com ela. – Giovanna bufou.

–Gio, ele a amava. – Mike disse. – Eu também não acreditaria, mas o importante é que você fez sua parte e ele será grato a você. – Mike depositou um beijo na testa de Giovanna que sorriu.

–Eu odeio mentiras. – Giovanna disse baixinho. – Eu não perdoaria uma mentira dessa proporção nunca. – Ela encarou Mike que engoliu a seco. Ele a puxou para um novo abraço.

–Eu sei... – Sussurrou.

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Courtney andava distraída ao lado de Candy, quando avistou Peter de longe mexendo em seu armário. Ela sorriu.

–Can, eu vou falar com o Pet. – Disse.

–Claro, vai lá. – Candy riu. – Eu vou procurar o Paul, preciso falar com ele. – Explicou e Courtney sorriu pra ela também.

–Peter! – Ela chamou enquanto corria na sua direção. Rapidamente ela o abraçou fazendo-o sorrir.- Você sumiu na festa e não me deu notícias ontem, está tudo bem? – Courtney perguntou com um enorme sorriso em semblante.

–Achei que você devia estar com o Tom e eu não quis atrapalhar. Vi que vocês ficaram de novo batendo papo e como vocês se beijaram na festa da Dianna, imaginei que ia rolar de novo...– Peter comentou um pouco incomodado.

–Com o Tom? – Courtney franziu o cenho. – A gente só ficou na festa da Di, mas não foi nada sério, nada demais. E na festa ficamos conversando, mas não rolou nada. – Courtney sorriu. – E você e a Santana? – Perguntou.

–Nada. – Peter sorriu. – Mas vou continuar tentando. – Ele começou a caminhar e Courtney caminhou ao lado dele.

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Candy andava determinada pelo colégio a procura de Paul agora, mas era difícil por causa da alta movimentação no corredor. De repente ele saiu de uma das salas acompanhado de Daniel, os dois riam e pareciam distraídos demais para que Paul visse o braço de Candy balançando no ar a fim de chama-lo. Ela então correu na direção dele, esquivando-se de algumas pessoas que lotavam o corredor.

–Paul! – Ela chamou despertando-o. O sorriso dele logo se desfez.

–Eu vou indo pra vocês poderem conversar. – Danny sorriu e Candy apenas sorriu de volta.

–O que foi, Candy? – Ele perguntou grosseiro.

–Jennifer me falou que não quer tentar as audições pra Julliard. – Ela falou com o olhar tristonho, mas Paul logo riu frouxo.

–Por que ela te falou isso? – Paul perguntou. – Não tem nada a ver com isso. – Completou.

–Eu sei que não tenho, e ela não fez por mal, só quer te ajudar e eu também. – Candy falou. – Você não pode desistir, sei que quer isso mais que qualquer outra coisa no mundo. – Ela sorriu pra ele.

–Não seria a primeira coisa que quero mais que qualquer outra coisa no mundo que não dá certo. – Ele disse se referindo a ela, algo que a fez abaixar a cabeça num ato envergonhado.

–Não desista, por favor, sei que se você mostrar aos seus pais o quanto ama a música eles vão entender e vão te apoiar. – Candy disse pontualmente e novamente ele riu irônico.

–Você não os conhece, Candy, e sinceramente eu já me conformei, eles não vão mudar de ideia, ninguém nem mesmo eu pode fazê-los entender e eu já tentei muito. – Paul suspirou.

–Então vai desistir assim sem nem tentar? – Ela perguntou um tanto inconformada.

–Não acho que tenha moral pra brigar comigo por isso. – Paul respondeu no mesmo tom, mais uma vez se referindo ao relacionamento deles, mas Candy não se abateu.

–Tem razão, eu não tenho moral nenhuma, mas eu acredito no seu potencial, eu sei que pode ser um grande artista, e eu acho que justamente por ser tão diferente de mim você deveria lutar pelos seus sonhos e correr atrás deles com toda a paixão que tem. - Candy falou fazendo ele apenas encará-la. – Você tem uma das vozes mais lindas que já escutei, e podemos cantar juntos, isso atrairia ainda mais atenção do olheiro que virá assistir. – Candy sorriu.

–Cantar com você? – Paul riu. – E o que a Bella vai achar disso? – Ele perguntou.

–Eu não ligo. – Candy sorriu vitoriosa. – Vou correr atrás desse sonho, e espero que você faça o mesmo. – Completou. Paul sorriu leve ouvindo aquelas palavras. – Então se decidir que vai lutar por isso, já sei até a música que iremos cantar, conhece Thousand Miles? – Perguntou.

–Claro que sim. – Paul riu frouxo. – Mas me desculpe, Candy, se meus pais não me apoiarem eu não farei isso. Sinto muito. – Paul falou antes de dar um sorriso de canto pra ela que apenas deixou um semblante triste tomar conta de seu rosto. Ela encarou o chão tentando pensar o que faria agora, e de repente enquanto Paul ia caminhando pra longe ela pensou em algo que a fez sorrir levemente. Candy então saiu correndo em direção ao estacionamento.

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Santana caminhava para o estacionamento e quando nele finalmente chegou avistou Duan chorando enquanto estava sentado encostado a seu carro. Ela franziu o cenho. Se aproximou dele e se sentou ao seu lado sem dizer uma só palavra. Duan tentava limpar as lágrimas, mas novas apareciam a todo segundo. Santana engoliu a seco como se buscasse algo para dizer.

–Não precisa ficar forte. – Ela disse sem jeito. – Ninguém é forte o tempo todo. – Completou enquanto Duan encarava o chão.

–Ele era como meu irmão. – Duan disse enquanto fungava em meio ao choro.

–Nem todo mundo merece esse tipo de denominação ou sentimento. – Santana disse antes de abrir um breve sorriso. Duan a encarou com o cenho franzido.

–O que está fazendo aqui? – Ele riu fazendo-a rir também.

–Bom... – Santana tentou buscar palavras. – Bom, é que eu, eu te vi aí chorando e isso é deprimente pra um homem então... – Ela dizia gaguejando até que uma menina passou e declarou: - Ai, Santana, adorei a surra que você deu na Bella! – Disse a menina animada fazendo Santana rolar os olhos.

–Bateu na Bella? – Duan riu. – Sério que me defendeu? – Ele sorriu fazendo-a corar.

–Sabe que eu nunca defenderia você, eu fui defender a Giovanna. – Santana disse grosseira. – E bom, eu só vim aqui pra te dizer que eu sinto muito e que espero que fique bem. – Santana se levantou fazendo Duan rir.

–Obrigado. – Ele disse se levantando também.

–Não me agradeça, porquinho, sabe que eu não gosto de você. – Santana rolou os olhos.

–Eu sei, e também não gosto de você, satã. – Ele disse encarando-a o que a fez sorrir depois de alguns segundos. Duan rapidamente a puxou pra perto e a abraçou.

–Ah não, foi mal, eu não sou adepta a essa coisa de abraços e carinho. – Santana disse se soltando dele. – Sério, gaguinho, você está me sufocando no meio da sua banha. – Ela disse enquanto Duan ria. – Agora me deixa ir, eu estou atrasada. – Santana disse antes de rir.

–Atrasada pra buscar alguma alma? – Duan disse antes de colocar as mãos no bolso.

–Quero checar a lista e ver se realmente não posso levar a Bella agora. – Santana deu uma piscadela e adentrou seu carro. Duan apenas permaneceu ali por um segundo, rindo das palavras de Santana enquanto ela adentrava o carro. -Você não merecia isso. – Ela disse fazendo-o encará-la novamente. – Sério, não merecia de verdade e eu sinto muito, espero que fique bem. – Sorriu.

–Obrigado de verdade, Santana. – Ele sorriu também.

–No fundo, eu quis bater nela por você. – Santana se explicou agora sem encará-lo. – Mas não fique se achando porque foi um sentimento momentâneo e nada pessoal. – Santana prendeu o sorriso ao encarar Duan sorrir largamente pra ela. Ela finalmente saiu da vaga Duan também adentrou seu carro e deu a partida a caminho de casa.

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John caminhava apreensivo pelo colégio, seus olhos buscavam Penny a todo momento. Ela andava evitando todas as formas de comunicação dele e isso parecia tão estranho já que tinham se acertado. Ele queria entender, mas nada parecia explicável agora. Quando ele finalmente a encontrou na biblioteca lendo um enorme livro de francês enquanto fazia anotações. Ele não pode deixar de reparar a pilha de livros ao lado dela, alguns sobre história renascentista, outro de italiano, geopolíticas e também um catálogo de faculdades. Ele se aproximou e se sentou ao lado dela fazendo-a despertar.

–Ah...oi. – Ela disse sem graça. – Algum problema no Grêmio? – Perguntou.

–Não na verdade. – John sorriu. – Mas acho que tem algum problema entre nós já que você vem me evitando há dias. – Completou. Penny desviou seus olhos novamente para o livro.

–Estou ocupada demais, me desculpe, eu preciso estudar, tenho prova de francês e italiano semana que vem, preciso saber mais sobre a renascença pra entregar um trabalho e ainda por cima preciso de uma tese brilhante sobre geopolíticas e relações entre as nações pra faculdade. – Disse.

–Direito pede isso? – Ele perguntou arqueando a sobrancelha.

–Não, na verdade eu decidi fazer relações internacionais. – Explicou-se, ainda sem encará-lo diretamente.

–Entendi, isso é ótimo. – Ele sorriu, mas não ganhou nenhuma reação de volta.

–Não me leve a mal, mas preciso estudar. – Disse.

–Tudo bem, eu só queria pedir que você desse uma olhada na feira de artes depois de amanhã, eu a dediquei pra uma garota incrível. Vai poder perceber isso quando chegar lá, estou tentando me inovar agora que decidi mudar meus rumos. – Ele sorriu explicando. Penny engoliu a seco.

–Vou tentar ir. – Ela disse seca. John torceu os lábios e não disse nenhuma palavra. Ele apenas se levantou e caminhou até a saída da biblioteca. Penny suspirou. Ele simplesmente declarou na cara dela que estava com Spencer agora e que sua arte seria totalmente dedicada pra ela e para o relacionamento deles. Pedir pra ela ir era como pisar em seus sentimentos. Talvez ele quisesse fazê-la ver que a superou finalmente e talvez pensasse que ela não ligava, mas já há alguns dias ela havia percebido o quanto se importava com tudo isso. Penny então desviou rapidamente seus olhos para o chão onde pôde perceber perto da cadeira onde John estava sentado um pequeno papel branco dobrado. Rapidamente ela se agachou para pegá-lo e sem hesitar o abriu para ler o título do que parecia um tipo de poema “Garota do Grêmio”. Seus olhos liam atentamente cada palavra rimada, todas indicando-se para Spencer novamente. Era oficial. Aquele poema, aquela exposição, tudo era dedicado a Spencer. Pôde se sentir quebrar ainda mais agora, mas num ato de força ela caminhou até a educada senhora de cabelos brancos que cuidava da biblioteca e a entregou o papel como se não soubesse de quem é e voltou para a mesa com seus livros.

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Candy desceu de seu carro decidida ao avistar a casa de Paul. Ela respirou fundo e caminhou pelo gramado verde do jardim até chegar finalmente a porta da casa onde tocou a campainha apenas uma vez. Se o apoio dos pais era o que ele precisava, Candy faria com que eles o apoiassem. Estava nervosa enquanto esperava alguém abrir a porta, na verdade torcia pra que tivesse alguém em casa. Quando de repente a porta se abriu dando espaço a uma bela mulher de cabelos curtos e castanhos com um sorriso parecido com o de Paul, Candy sorriu.

–Senhora Adams. – Ela falou fazendo a mesma assentir.

–Sim, sou eu, e você quem é? – Ela perguntou num sorriso carinhoso que Candy logo retribuiu.

–Meu nome é Candy Thompson, sou amiga do Paul. – Respondeu.

–Candy, é um prazer. – A senhora sorriu pra ela. – O Paul está bem? Aconteceu alguma coisa? Porque ele está no colégio agora. – Completou.

–Ele está bem, na verdade eu vim falar com a senhora e seu marido sobre algo importante pro Paul. – Candy falou fazendo a mesma franzir o cenho.

–Entre. – Ela disse pontualmente e Candy a obedeceu. – Ben! – Chamou o marido rapidamente.

–Sim, Katie. – O marido respondeu se aproximando.

–Essa é Candy Thompson, uma amiga do Paul que quer conversar com nós dois sobre algo importante. – Disse ela antes de sorrir pra Candy. Ben então se aproximou e a cumprimentou.

–Pode falar. – Ele disse um tanto preocupada. – Não está grávida está? – Ele perguntou fazendo sua mulher arregalar os olhos, mas Candy logo respondeu.

–Não. – Ela riu frouxo. – Na verdade, eu vim falar sobre a Julliard. – Ela disse fazendo o semblante dos dois mudar pra algo impaciente. – Desculpem por eu me meter, mas vai ter uma audição pra Julliard no colégio em alguns dias, e isso seria uma chance enorme pro Paul, mas ele não quer nem sequer tentar, porque disse que só faria se tivesse o apoio de vocês. – Candy sorriu pros dois que torceram os lábios.

–Candy, querida, nós queremos o melhor pro Paul. – Katie sorriu. – Ele é um menino extremamente inteligente, capaz de fazer qualquer carreira brilhante como medicina ou direito, mas ele insiste nessa coisa de música. – Ela encarou o marido. – Nosso papel como pais dele é direcioná-lo para o melhor. – Completou.

–Eu entendo isso, mas esse é o sonho dele. – Candy disse.

–Você também quer fazer música? – Ben a perguntou.

–Teatro musical. – Candy respondeu pontual.

–E seus pais apoiam isso? – Ele perguntou novamente.

–Desde sempre. – Candy sorriu. – Mas não vim aqui para compará-los com meus pais, vim aqui pra pedir que reconsiderem, ou pelo menos pensem melhor sobre isso. Sei que Paul pode ser um ótimo médico ou advogado se quiser, mas ele também pode ser um músico maravilhoso, conhecido, e acima de tudo feliz. – Ela falou fazendo os dois suspirarem. – Deixem apenas ele tentar, vão lá e assistam e vejam ele feliz em cima do palco da forma que nunca será feliz numa sala de tribunal ou emergência de hospital. – Completou.

–Nossa decisão está tomada, querida. – Katie disse prontamente. – Mas agradecemos por se preocupar com o Paul. – Completou.

–Por favor, senhora Adams, esse é o maior sonho dele, não deixem que ele desista disso. A senhora já teve um sonho? - Perguntou fazendo a mãe de Paul respirar fundo encarando o vazio por uns segundos.

–Sim. – Ela riu frouxo como se lembrasse disso. – Eu sonhava em ser bailarina, pela Julliard também. – Completou, mas logo bufou. – Mas meus pais abriram meus olhos e hoje sou uma administradora de empresas bem-sucedida e com uma vida boa para poder dar o melhor pro meu filho, que talvez nem teria nascido se eu tivesse seguido na vida agitada de bailarina. – Completou fazendo o sorriso de Candy se desfazer.

–Tudo bem. – Candy disse tristonha. – Entendo suas razões e peço desculpa por ter tomado seu tempo. – Completou.

–Tudo bem. – Ben sorriu pra ela. – Não somos pessoas ruins, queremos a felicidade do Paul mais que tudo, mas temos que pensar no melhor pra ele, Candy. – Respondeu.

–Eu compreendo. – Candy disse sem muita animação. – Mas se preparem pra tempos difíceis, a morte de um sonho é uma das piores coisas pelas quais se pode passar, e depois da audição o sonho do Paul estará oficialmente morto. – Disse. Os dois apenas se entreolharem com o semblante um tanto triste. Candy bateu a porta atrás de si.

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Naquele mesmo dia mais tarde, o ginásio do colégio estava lotado de alunos para a tão esperada votação para o grêmio. Da biblioteca, já atrasada, Penny correu para o local onde sua chapa a aguardava para apuração dos resultados que em breve sairiam. Ela estava verdadeiramente assustada. Sua cabeça parecia um abarrotado de pensamentos e sentimentos conflituosos. Queria ganhar e precisava disso, e ao mesmo tempo não dava a mínima pra isso tudo. De repente a situação parecia ainda pior quando ela adentrou o local e viu Spencer e John sentados na mesa da chapa adversária conversando em meio a risos. Cada detalhe de Spencer que Penny agora encarava a fazia lembrar-se do tal poema: O sorriso, o modo de mexer no cabelo e de falar. Ela era realmente linda, e deixando o seu egoísmo de lado, Penny até achava que ela era uma garota ideal pra ele. Podia vê-los juntos no futuro abrindo uma enorme galeria de artes, sendo reconhecidos como o casal vinte das esculturas e quadros abstratos, especialidades dela, como ele gostava de ressaltar sempre que falavam disso. Acabou. Ela pensou consigo mesma antes de respirar fundo e caminhar até a sua chapa.

–Onde você estava? – Perguntou Rachel arqueando a sobrancelha.

–Na biblioteca estudando, desculpa, eu perdi a hora. – Penny se explicou. – E você como está? Imagino que o noticiário de hoje deva ter feito você se animar um pouco! – Ela deu uma piscadela pra Rachel que riu antes de deixar as bochechas corarem.

–Não é bem assim. - Rachel disse encarando-a. – Não posso negar que fiquei feliz, mas isso não muda as coisas, quer dizer, o Duan não conseguia abandoná-la pra ficar comigo e isso porque sente coisas por ela, seja lá o que for, eu não quero ser o prêmio de consolação. – Ela rolou os olhos.

–Se quer um conselho não seja tão rude consigo mesma e nem com ele. Já os vi juntos várias vezes e acredite ele é totalmente louco por você. Não demore pra perceber isso, senão pode perde-lo.- Penny disse antes de encarar John de longe. Nesse momento Dianna se aproximou das duas.

–Olá, meninas! – Ela disse carinhosamente fazendo as duas se virarem pra ela. – Vim dizer que já dei seu voto, Penny, espero que vença. – Dianna sorriu.

–Muito obrigada! – Ela abraçou Dianna. – Onde estão as outras meninas? – Perguntou.

–Bom, a Sants já foi, mas votou hoje cedo em você, a Candy e a Cout estão por aí, mas também já votaram e a Gio está com o Mike na fila pra votar. Que dia agitado, não acham? – Ela sorriu torto avistando Harry que estava ao lado de uma das urnas vigiando as votações.

–Nem fale. – Penny rolou os olhos.

–Rach, como você está com essa notícia da Bella e do Brandon? – Dianna perguntou num sorriso tímido.

–Relutante. – Penny respondeu por ela. – Acabei de dizer a ela pra não demorar muito pra perceber que o Duan a ama. – Completou.

–Eu não quero ser o que sobrou, gente. – Rachel rolou os olhos fazendo as duas rirem.

–Você nunca vai ser pro Duan o que sobrou, você é tudo o que ele sempre quis e sabe disso. – Dianna falou antes de acariciar seu braço. -Bom, eu acho melhor eu ir indo agora, eu preciso terminar um trabalho de química avançada. – Dianna sorriu.

–Até mais então e obrigada pelo voto. – Penny sorriu carinhosa enquanto Dianna caminhou em direção a saída do ginásio. – Falta muito tempo pra encerrar as votações? – Perguntou pra Rachel que sorriu.

–Dez minutos. – Respondeu.

–Ótimo. – Disse Penny pra si mesma. Ela encarou John por um segundo e pôde vê-lo mexendo em um de seus bolsos e logo arregalando os olhos. Ele finalmente deu falta do papel e como um jato saiu em direção a biblioteca.

Depois de aproximadamente quarenta minutos, Harry estava no palco improvisado com a contagem revisada e atualizada dos votos para o grêmio.

–Boa tarde a todos. – Ele sorriu. – Serei breve em anunciar o resultado das eleições. – Disse. – O colégio é portador de um número equivalente a quatrocentos alunos do ensino médio e eles votaram e decidiram quem era mais qualificado para dirigir seus direitos. E numa disputa acirrada entre os alunos John Hill e Penny Robinson com cento e noventa votos o aluno eleito por uma diferença de trinta pontos é... – Harry pausou para fazer um suspense. – Penny Robinson! – Ele gritou fazendo os olhos de Penny se arregalarem. Logo a chapa dela estava em êxtase em meio aos berros e abraçados. Ela rapidamente encarou John que estava sorrindo pra ela e logo deu uma piscadela. – Meus parabéns para a presidente reeleita! – Harry disse simpático enquanto todos gritavam seu nome em comemoração. Penny caminhou vagarosamente até John. Sem dizer uma só palavra ela estendeu uma das mãos para cumprimentá-lo.

–Obrigada por ter me feito viver uma disputa real. – Ela disse sorrindo.

–Não precisa agradecer. Você é a melhor aqui. – Ele sorriu apertando a mão dela.

–É, mas você quase conseguiu. – Ela sorriu.

–Acontece. – Ele riu e logo encarou Spencer de longe. – Eu tenho que ir agora. Eu e a Spencer temos um compromisso e eu já estamos atrasados pras reservas. – Ele sorriu fazendo Penny desfazer seu sorriso rapidamente.

–Tudo bem. – Ela disse seca antes de dar as costas e sair caminhando na direção de Rachel e o resto da chapa.

–Que cara é essa? – Rachel reclamou vendo-a suspirar enquanto se aproximava lentamente. – Penny, você venceu de novo, isso é incrível, vai estar dentro de qualquer faculdade desse país. – Completou.

–Eu deveria estar bem mais feliz, não é? – Penny riu frouxo. – Eu acho melhor ir pra casa agora. – Concluiu fazendo Rachel franzir o cenho. – Você deveria ir também, fez um bom trabalho e eu te agradeço de verdade por esses quatro anos como minha secretária de campanha. – Ela sorriu pra Rachel que apenas sorriu de volta. – Missão cumprida. – Completou.

–Missão cumprida, presidente. – Rachel sorriu e logo a abraçou forte, deixando Penny se sentir mais confortável no abraço de uma amiga. Ela então encarou Rachel novamente e sorriu como se mais uma vez agradecesse pelo vínculo que elas criaram ao longo dos anos em que fizeram campanha lado a lado, mas apesar daquele momento ser de fato feliz ela não conseguia sorrir verdadeiramente da forma que queria. Pensava em John e só se perguntava se fez as escolhas certas. E foi com esse pensamento que Penny caminhou vagarosamente em direção a saída do ginásio do colégio para ir embora, deixando toda sua chapa, assim como o resto dos presentes para a eleição pra trás.

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Paul chegou junto de Jenny em sua casa. Os dois riam e conversavam descontraídos, mas assim que abriu a porta e avistou seus pais sentados ali com semblantes um tanto confusos pra ele seu sorriso logo se desfez.

–Jenny, querida, será que pode nos deixar conversar a sós com o Paul? – Perguntou Katie.

–Claro, tia Katie. – Jennifer sorriu. – Eu vou te esperar no seu quarto. – Completou. Paul apenas assentiu e logo caminhou até os pais.

–O que aconteceu? – Paul perguntou confuso.

–Recebemos uma visita hoje de uma amiga sua, preocupada com a morte do seu sonho de estudar na Julliard. – Ben falou fazendo Paul franzir o cenho. – Candy. – Completou. Agora o semblante de Paul se modificou para algo assustado.

–Candy veio aqui? – Perguntou.

–Sim, ela veio e nos implorou que apoiássemos você, pois sabia que você sonhava com isso e seria feliz assim. – Katie suspirou.

–Eu não acredito que ela fez isso... – Paul falou abrindo um sorriso torto um tanto admirado pela atitude dela.

–Mas ela fez. – Ben sorriu. – Paul, entendemos que ame cantar e tocar, entendemos que sonhe em ser um grande músico e se quer saber, acho mesmo que poderia ter sucesso. – Seu pai sorriu fazendo um enorme sorriso se formar no rosto do filho também.

–Então vocês deixam que eu tente a Julliard? – Ele perguntou animado, e logo os dois se entreolharam.

–Não nos entenda mal, Paul, nós entendemos, mas não podemos permitir que arrisque uma vida que pode ser brilhante em algo incerto. – Sua mãe torceu os lábios.

–Vocês não entendem. – Paul se levantou. – Nunca vão entender e sabe por que? Porque acham que eu sou obrigado a viver a vida de vocês, a vida que vocês querem escolher pra mim! – Ele soou irritado fazendo ambos o encararem um tanto preocupados.

–Só queremos o melhor pra você! – Ben falou pontual.

–O melhor pra mim é seguir meu sonho, é subir num palco e fazer o que eu faço de melhor que é cantar. – Paul reclamou. – Será que é tão difícil vocês entenderem que esse é o maior sonho da minha vida? – Indagou os dois. – Mas quer saber vocês venceram! Eu não vou comprar uma briga com vocês pela Julliard, mas se um dia eu estiver completamente infeliz saibam que a culpa foi toda de vocês. – Paul completou e logo subiu as escadas deixando-os ali com semblantes tristonhos. Ele então adentrou seu quarto onde Jennifer escutava atrás da porta.

–Não resisti. – Ela explicou.

–A Candy veio aqui. – Ele falou pontualmente.

–É eu ouvi. – Jennifer sorriu. – Ela está mesmo disposta a te ajudar, porque ela ama você! – Jennifer falou encarando os olhos de Paul que pareciam felizes ao pensar na atitude dela.

–Mas isso não muda nada. – Paul suspirou. – Não se meus próprios pais não se importam com o que eu sinto. – Completou.

–Então não vai mesmo fazer a audição? – Jennifer perguntou. – Paul, quebre as regras, você é maior de idade pode decidir o que vai fazer da sua vida. – Ela sorriu.

–Eu não posso ser ingrato com os meus pais a esse ponto. Eles sempre em deram tudo, sempre me deixaram fazer tudo o que eu quis, sempre trabalharam feito loucos pra me dar as coisas que eu queria e toda a condição de estudo, eu não posso simplesmente jogar isso pela janela e fazer as coisas do meu jeito. – Ele encarou o vazio.

–Tudo bem. – Jennifer torceu os lábios. – Mas lembre-se, dessa vez foi você quem desistiu, não culpe ninguém depois. – Ela completou e logo se voltou para sua mochila para pegar seu livro enquanto Paul mantinha os olhos focados na parede, deixando sua mente vagar por tudo o que tinha acontecido.

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Rachel caminhava agora calmamente pelo corredor do colégio. Era boa a sensação de dever cumprido e de certa forma, ainda que sabendo que seu trabalho ao lado de Penny não se encerrara por completo, pois agora ao invés de trabalhar na campanha elas trabalhariam na realização das propostas que fizeram ao longo da mesma, era bom pensar que conseguiu ajudar Penny a se reeleger durante os quatro anos que se passaram. Sem mencionar que era ótimo ter uma distração agora, afinal, desde que chegara ao colégio no meio do dia e se deparou com a matéria sobre Brandon e Belatrix só sabia pensar em Duan, e pelo menos enquanto ocupada com os afazeres do grêmio não pensaria nele e em como ele estava agora. Não sabia se assim estava sendo egoísta, mas preferia achar que não. Duan e ela era algo fora do real e ela sabia disso, independente de Belatrix estar ou não em campo com seu time montado, porque a verdade é que Duan nunca teria terminado com Belatrix se não fosse isso tudo, então de maneira alguma ela aceitaria fazer parte da vida dele agora e isso estava decidido e Rachel estava irredutível. Seus passos eram calmos, mas logo se desviaram para ir até a sala do grêmio, pois se lembrou de ter esquecido alguns papéis importantes para Penny no mesmo. Com cuidado, Rachel abriu a sala e logo começou a recolher tudo o que precisava, e estava distraída o suficiente para não notar Bella atrás de si. Quando Rachel se virou foi inevitável não se assustar vendo-a ali com aquele olhar raivoso e levemente desequilibrado.

–Surpresa em me ver? – Belatrix sorriu com a própria pergunta.

–Desculpe, mas eu preciso ir embora e trancar a sala do grêmio então se por favor puder dar licença. – Rachel disse seca caminhando até a porta, mas Bella logo a pegou pelo braço de forma violenta.

–Não vai a lugar nenhum antes de termos uma conversinha. – Bella falou pontual fazendo Rachel encará-la.

–Não temos nada pra conversar, Belatrix. – Rachel disse se soltando da mão dela e encarando Bella de frente, apesar de ser menor que a mesma.

–Será que não? – Bella riu frouxo. – Porque sinceramente eu estava aqui pensando sobre o que você disse na festa, sobre me ameaçar, sobre ter poder pra tirar o Duan de mim, e aí logo depois essa publicação no jornal, então me responde, Rachel como você conseguiu me flagrar desse jeito? – Belatrix perguntou agora num tom raivoso.

–Eu não fiz isso. – Rachel disse pontual.

–Não acha coincidência demais que tenhamos falado disso alguns dias antes? – Bella sorriu. – Porque eu acho que é óbvio que você armou pra mim. – Completou.

–Armar pra você? – Rachel riu irônica. – Bella, eu tenho mais o que fazer da minha vida do que ficar me preocupando com você e seus relacionamentos que se sabem lá quantos são. – Rachel igualou a grosseria em sua voz fazendo Belatrix sorrir vitoriosa.

–Se tem tanto o que fazer da sua vida eu quero que me responda como teve tempo o suficiente pra dar em cima do Duan, tempo pra fazer a cabeça dele contra mim, tempo de inventar toda essa história pra Melanie me desmoralizar! – Bella agora levantou seu tom de voz.

–Eu já disse que eu não inventei história nenhuma e ainda que tivesse sido eu quem te flagrou com o Brandon, você sabe muito bem que isso é verdade, sabe muito bem que vocês dois eram amantes e não tente se fazer de vítima pra mim e nem pra ninguém porque a sua máscara já caiu! – Rachel a desafiou.

–Eu só vou dizer uma coisa, sua pirralha metida a besta. – Bella falou fazendo Rachel fita-la com raiva. – Eu vou ter o Duan de volta e não me importa como. – Ela sorriu vitoriosa. – Se quer um conselho é melhor ficar fora do meu caminho, porque eu não vou hesitar em passar por cima de ninguém que tente me impedir de voltar pro meu topo, então fique longe do Duan se não quiser que eu o arranque das suas mãos de forma cruel, porque será tão fácil e tão igual a tirar doce de criança. – Ela completou fazendo Rachel engolir a seco.

–Que se dane. – Rachel disse grosseira. – Eu não quero o Duan, pode ficar com ele pra você, pode ficar em cima do seu topo idiota se acha isso tão importante, só me deixa em paz. – Rachel rolou os olhos fazendo Belatrix rir.

–Não aja como se não se importasse, como se não amasse o Duan, como se não tivesse planejado tudo isso e como se não estivesse feliz por me ter fora do seu caminho! – Ela levantou a voz.

–Eu já disse que não armei nada! – Rachel disse irritada. – E se quer saber eu to mesmo muito feliz por finalmente todos verem o monstro imundo que você é, por finalmente você não ter nada aonde se esconder e por saber que o Duan está livre de você. – Rachel falou seca. – Mas de novo eu digo que não fui eu quem armei isso. – Ela disse, mas logo Bella a cortou para começar a falar, até que de repente a voz de Melanie surgiu atrás das duas fazendo Bella fita-la com ódio.

Ela está falando a verdade, Campbell. – Melanie sorriu vitoriosa. – Eu tenho que levar o crédito por toda essa matéria sozinha. – Completou fazendo Belatrix bufar.

–Como você... – Bella ia logo lhe perguntar, mas Melanie fez questão de cortá-la.

–Foi fácil. – Melanie disse pontual. – Quer dizer, era óbvio que você e o bonitão do Clark nunca deixaram de transar por aí e fazer o Duan de idiota, o difícil era achar algo concreto, algo que ninguém, nem mesmo você pudesse desmentir e nossa Bella, você foi começando a ficar tão desesperada com a proximidade do Duan e da Rachel que começou a me dar de bandeja tantas pistas incríveis que chegaram até o tesouro. – Ela sorriu. – Tudo começou quando eu percebi que você passou a ir embora de quase todas as festas com o Brandon... Porque por um motivo incrível o Duan sempre ia embora mais cedo com raiva e esse motivo era nada mais nada menos que nossa querida Rachel Oliver. – Ela sorriu fazendo Rachel e Bella se encararem. – Comecei a fazer de tudo pra estar por perto nos momentos em que vi o Duan e a Rachel e quando finalmente consegui foi só publicar no jornal e aí Belatrix você ficou completamente abalada, completamente amedrontada e como um rato na roda você fez tudo o que eu queria, foi desatenta e inconsequente, e me deixou seguir você e o Brandon depois da festa da Dianna para finalmente ver vocês dois agarrados no meio da sua sala. – Ela sorriu. – Foi uma noite quente. – Completou fazendo Belatrix se irritar ainda mais.

–Eu vou acabar com você. – Belatrix disse pontualmente fazendo Melanie gargalhar.

–Acabar comigo? Eu acabei com você, Belatrix. – Ela disse desafiadora. – E não pense que acabou por aí, eu vou ensinar a cada um dos populares que eles não têm o direito de pisar nos outros como se não fossem nada. – Declarou.

–Nenhuma das meninas pisou em você além da Belatrix. – Rachel disse num tom mais corajoso que o normal, como se estivesse disposta a proteger as amigas sempre que possível.

–São todas iguais, Oliver. – Melanie falou pontual. – E eu vou te deixar totalmente desmoralizada, Belatrix. – Completou. Nesse momento Bella bufou, já pronta pra ir para cima de Melanie, mas o diretor logo apareceu fazendo as três encará-lo.

–Algum problema aqui? – Ele perguntou pontualmente.

–Não senhor diretor, estávamos apenas colocando a conversa em dia, não é mesmo, Belatrix? – Disse Melanie antes de sorrir.

–Tudo bem, senhorita Oliver? – Perguntou o diretor percebendo que Rachel carregava um semblante um tanto incomodado.

–Tudo bem. – Rachel disse sem encarar as outras.

–Espero que sim. – Ele falou pontualmente. – Por favor, fechem a sala do grêmio agora e estão liberadas, o tempo está mudando, uma chuva muito forte está se aproximando e o conselho achou melhor suspender todas as atividades escolares do período da tarde, parece que há uma possibilidade de tornados hoje. – Ele disse num tom um tanto preocupado.

–Já estávamos de saída. – Melanie falou e lançou um olhar desafiador para Rachel e Bella que rolaram os olhos como se tivessem combinado. – Foi bom conversarmos, vamos fazer isso mais vezes. – Ela disse agora rindo.

–Pode ter certeza de que iremos, querida. – Belatrix disse irritada antes de deixar a sala empurrando o ombro de Melanie com força o que a fez rir.

–Senhorita Oliver, assim que fechar a sala do grêmio pode ir. – O diretor ratificou, deixando apenas Rachel ali. Ela então se permitiu despencar sobre a cadeira como se finalmente pudesse respirar e deixar a musculatura de seu corpo relaxar. Não pensou que se sentiria tão leve no dia de hoje, mas a tensão que lhe tomava estando ali no meio de um verdadeiro confronto com Bella e Melanie a fez repensar seus conceitos de tranquilidade. De repente duas batidas suaves a porta a fizeram despertar e encarou a mesma para ver Harry com um sorriso tímido.

–Será que podemos conversar? – Ele perguntou fazendo Rachel assentir.

–Acho que muita gente quer conversar comigo hoje. – Ela riu frouxo.

–Me desculpe se eu estiver te incomodando. – Harry falou pontualmente, mas logo se sentou ao lado de Rachel.

–Não está. – Ela disse. – Mas eu já imagino o que vai me falar. – Completou.

–Rachel, eu sei que é difícil pra você compreender toda essa situação que se firmou entre você e o Duan, mas acredite ele ama você. – Harry sorriu.

–Ele não me ama. – Rachel riu irônica. – Se ele me amasse teria me escolhido todas as vezes em que teve a chance, mas ele nunca quis deixar a Belatrix. – Disse.

–Sei que é estranho, mas o Duan sempre teve medo do que as atitudes dele poderiam desencadear e essa foi apenas mais uma vez em que ele teve medo. – Harry disse fazendo-a encará-lo. – Ele ama você desde o primeiro momento em que a viu. Desde a tal festa da Penny que ele fala de você e sorri feito um bobo quando faz isso. – Completou.

–Eu estou apaixonada pelo Duan, senhor Evans, mas eu não posso me entregar assim. – Rachel abaixou a cabeça num ato triste.

–Por que não? – Harry sorriu. – Você o ama e ele te ama também então por que você não se entrega pra viver isso e ser feliz? – Ele perguntou fazendo Rachel rir de forma sarcástica.

–E você por que não se entrega já que sabe que a Dianna te ama tanto quanto você a ama? – Rachel perguntou pontualmente fazendo Harry ofegar antes de morder os lábios. – Eu sei que você é irmão do Duan e sei que quer ajuda-lo, eu respeito isso, mas não me peça pra me jogar de cabeça no desconhecido se você nem tem coragem de fazer o mesmo pela pessoa que ama. – Rachel concluiu já se pondo de pé. – Desculpe se eu faltei com o respeito. – Ela falou.

–Não, você está certa. – Harry sorriu. – Tem toda razão, eu estou sendo hipócrita. – Disse.

–Muita gente já veio hoje me dizer que o Duan me ama ou perguntar sobre como estou me sentindo com tudo o que aconteceu hoje, como se isso fosse algo pelo qual eu deveria comemorar, mas o Duan e eu nem sequer nos vimos hoje, nem ele mesmo veio me falar como se sente em relação a isso, então por que estão todos fazendo o papel que deveria ser dele já que ele me ama tanto? – Rachel perguntou fazendo Harry suspirar. – Eu acho melhor eu ir agora. – Ela sorriu.

–É melhor irmos os dois. – Harry sorriu. – Me desculpe por ter sido invasivo. – Disse.

–Você só está fazendo o que sabe que o Duan faria por você. – Rachel sorriu carinhosamente pra ele que riu em resposta. – Mas no fim das contas o rumo da minha história com o Duan só eu e ele podemos resolver, assim como a sua com a Dianna está apenas nas suas mãos. – Completou.

–Você está coberta de razão. – Harry sorriu. – Obrigado por me ouvir. – Ele disse pontualmente.

–Até mais, senhor Evans. – Rachel falou e logo caminhou para fora da sala junto a Harry, trancando-a em seguida. Ela mais uma vez lhe lançou um olhar carinhoso como se mais uma vez se despedisse dele para agora caminhar até o estacionamento do colégio. Harry encarou o vazio um tempo, como se pensasse nas palavras de Rachel. Ele suspirou, mas ao encarar o céu tomando um aspecto cinza preferiu voltar a si rapidamente para logo ir embora também.


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