Os caminhos da Magia (Em Hiato Criativo) escrita por Giovanna Biondi


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Essa fic ainda não está terminada, o que significa que você podem dar idéias e sugestões nos comentários @_@
Espero que gostem :D



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Eu andava pelo corredor escuro cercado de grades. Dois guardas iam atrás de mim, empunhando longas lanças, com as quais me espetavam cada vez que eu diminuía o passo. Outro guarda ia à minha frente, com uma espada presa em um cinto a sua cintura. O odor daquele lugar era horrível, mas eu já tinha me acostumado. Estava lá há oito meses e sete dias. Desde que encontraram a mim e minha aprendiz na floresta em uma fria noite. Fugíamos a algum tempo, desde que nos atrevemos a usar magias do Livro Delix. Esse livro é muito antigo, e foi escondido por Eles. Mas nós achamos. Sabe, eu sou muito poderosa. Eu exerço magia desde os cinco anos e com os feitios desse livro nada poderia me deter, pelo menos não tão facilmente. Minha aprendiz, Hyie, é uma jovem pacata. Há encontrei há alguns anos quando andava por uma das muitas cidades do interior de Naxylie, Borgan. Ela vivia com os pais em uma fazendas a alguns quilômetros da cidade. Seu pai era mercador e praticamente vivia na cidade, e sua mãe passava os dias cuidando das plantações, dos animais e tecendo. Hyie morava em um quarto no sótão, pois seus pais nunca planejaram ter filhos, e passava seus dias lendo ou andando pelas altas plantações.

Eu a encontrei em um dia quente do verão. Eu tinha ida a Borgan pois achava que estava na hora de eu encontrar um aprendiz. Já tinha passado por outras três cidades e encontrado outros dois aprendizes: Noan e Merycan.

Noan era um garoto de estatura média, seus cabelos loiros escuros caiam desgrenhados por cima dos olhos e era magricela. Ele tinha um espírito energético, mas não sabia obedecer, e eu não conseguiria conviver com ele nunca.

Merycan era uma garota baixinha, de treze anos, que já sabia controlar o vento, o que aprendera sozinha. Tinha cabelos ruivos presos às costas por uma fita rosa no topo da cabeça e seus olhos eram de um tom azul quase branco. Ela tinha talento, mas era muito frágil. E já tinha outro mago atrás dela.

Segui para Borgan e encontrei Hyie antes mesmo de chegar à cidade. Ela andava pelas plantações de trigo, seu vestido laranja roçando o trigo que crescia. Seu cabelo castanho claro estava solto nas costas e seus olhos castanho-dourados fitavam um rio ao fim da plantação. Quando me aproximei já sabia que ela era maga. Ela irradiava magia, uma magia muito mais forte que a de Noan e Merycan, até de muitos outros mago que conheci. Quando me aproximei, ela levou um susto. Mas eu já esperava isso. Não é sempre que se encontra uma mulher de olhos roxos, cabelos castanhos quase pretos e uma túnica marrom que cobria meu corpo quase que completamente. Conversei com ela e perguntei sobre sua vida. Descobri que ela mal conhecia o pai, que quando voltava acabava dormindo no celeiro perto da cidade, e que não se dava bem com a mãe, que a ignorava o dia todo, menos na hora do jantar, que ela tinha que fazer. Depois a ensinei feitiços básicos, como Transparência e Domínio de Objetos, o que ela aprendeu rapidamente. Ela estava tão fascinada com aquele novo dom! No final do dia, ouvimos a mãe de Hyie a chamando para fazer o jantar. Então a convidei para vir comigo. Disse que a ensinaria tudo o que sabia e que ela poderia ter uma vida longe daquele lugar. Os olhos dela brilharam e ela concordou imediatamente. Então saímos no começo da noite e andamos a noite toda até chegarmos ao final da floresta. Alugamos um quarto com dois quartos dentro de um hotel em uma cidade próxima.

–Sabe, -disse eu- uma coisa que nós magos não precisamos nos preocupar é dinheiro. Podemos produzir quanto dele quisermos com apenas algumas palavras e concentração. Temos muito mais coisas com as quais nos preocuparmos do que com dinheiro.

Depois daquela noite, seguimos até o outro lado da Montanha da Divisão, que ficava há duas cidades principais e sete cidades do interior de onde estávamos. Passando a Montanha, passamos por três pequenas cidades a leste e entramos na floresta. Ninguém ia até aquela floresta, pois ainda não tinham construído cidades por lá. Achamos um bom lugar, cercado por árvores altas e perto de um riacho, e usamos a magia para construir uma casa. Levamos dois meses entre ir até lá e terminar a casa. Então Hyie me ajudou com a plantação, e eu a ensinei a cozinhar o Bele Boide, uma bebida de regeneração para magos. E começamos seu treinamento. Hyie me impressionava a cada dia, e ia ficando cada vez mais forte. Ela era tímida e quieta, mas quando encorajada era extrovertida e alegre. E eu soube que tinha escolhido a aprendiz certa. Hyie não era só uma aluna, mas era como se fosse minha filha. Levei ela de sua fazenda aos dezessete. Agora ela tem vinte, quase vinte e um. Era se tornou uma mulher forte e bonita, e a magia lhe caiu bem. Os vestidos se ajeitavam elegantes em seu corpo e seu cabelos se enrolou, formando cachos suaves. Sempre que íamos à cidade, apareciam milhares de pretendentes, e sempre falávamos que Hyie estava comprometida com um Duque de um reino distante, mentira a qual todos acreditavam, pois sua beleza era digna de um cargo desses.

O tempo se passou e Hyie já sabia de todas as inúmeras magias que eu conhecia. Nós duas ansiávamos por conhecimento, e isso tomava nossas mentes todos os dias. Então saímos atrás do Livro Delix, uma lenda contada por magos. Falava-se que o livro foi escondido pela Assembleia de Magos do Norte, pois os feitiços lá contidos eram poderosos demais. Seguimos viajem por semanas e encontramos o livro em um velho templo em uma floresta escondida no meio da Montanha da Divisão. Mas eles descobriram. E foram atrás de nós.

Nos encontraram na floresta de saída da Montanha, e usamos todas as nossas magias para nos defendermos. Por mais que fossemos fortes, eles eram muitos, umas quatro dúzias. Eu sabia que perderíamos, mas Hyie lutava com confiança e força. Dava para ver a aura verde de sua magia da natureza ecoando ao seu redor, firme como uma rocha. Então eu me rendi por dentro. Eu podia ser capturada, mas minha garota não seria contida. Não agora. Então chamei a atenção de todos e os prendi ao meu redor. Conseguiram me capturar, mas Hyie escapou.

Imagino o que ela está fazendo agora. Sei que estão atrás dela, mas se não a acharam nesses oito meses, não a acharam mais. E agora eu estou indo para a minha sentença de morte. Nunca mais verei minha menina, e ela está sozinha. Sei que ela é forte, mas essa força me preocupa, pois isso pode mantê-la são e salva na nossa casa na floresta, e assim ela ficará sozinha.

–Ande, Lumur. Serão seus últimos passos.

O guarda a minha frente havia aberto uma porta no final do corredor, e eu passei. Estava em uma ala aberta no meio do antigo castelo, agora usado basicamente como prisão, além de ser abitado pelos Ministros da Magia e seu filho. No meio da ala estava um poste com uma corda. A Forca. A maneira mais fácil de matar um mago, contendo sua magia dentro do corpo, para não ser roubada. Então era assim que eu morreria depois de todos esses anos. Segui até A Forca e os guardas prenderam meu pescoço. Alguns segundos antes de abrirem o alçapão aos meus pés, sussurrei um dos poucos feitiços que me lembrava do Livro Delix.

–Klaklixa Nomer Dhalian.


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