Darkness Inside Gold escrita por ThaPotter


Capítulo 1
Back To School


Notas iniciais do capítulo

E ai Bruxinhoos, prontos para uma história de uma comensal da morte?
É a minha primeira fic de Harry Potter, então sejam bonzinhos ok?
Não sou totalmente movida a comentário, mas isso ajuda muito como incentivo, faça uma escritora feliz e converse comigo :D

Espero que vocês gostem de ler assim como eu gostei de escrever.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/648023/chapter/1

– Terra chamando Sophia – Rony estalou os dedos na minha frente de uma maneira irritante para me chamar de volta para a conversa animada que acontecia no vagão do trem – Estamos esperando uma resposta sua.

– Oi? – Disse meio distante ainda. Meus pensamentos tinham me levado muito longe de onde estávamos, eu nem percebi que Rony e Hermione tinham voltado da cabine dos monitores e agora ocupavam o espaço vazio que sobrava em nossa cabine minutos atrás.

– Estávamos discutindo sobre os N.I.E.M.s e as notas que tiramos nos N.O.M.s – Hermione disse presunçosa, provavelmente por que ela tirou a maior nota em todas as matérias, menos em defesa contra as artes das trevas.

– E perguntamos quanto você tirou em defesa contra as artes das trevas – Completou Harry me olhando de uma maneira esquisita – Em que planeta você estava? – Ele me olhou como quem sabia que tinha algo de errado comigo, e eu não duvidava nada que ele já tivesse percebido.

– Só estou com sono, acho que estava cochilando de olhos abertos – Dei um sorriso sem graça, e me concentrei para entrar no assunto – Eu tirei um “O” em defesa contra as artes das trevas, foi uma das matérias mais fáceis.

– Eu discordo – Hermione disse meio vermelha – Foi a matéria que eu tive mais dificuldade, assim como o resto da sala também teve. Afinal, já tivemos cinco professores diferentes em cinco anos – Ela disse um pouco exaltada – Você não teve dificuldade por que seu pai e sua mãe te ajudam bastante com essa matéria, e Harry por que enfrentou todo tipo de trevas nos últimos anos.

– Deve ser por causa disso mesmo – Harry disse se divertindo com uma Hermione irritada por ter uma nota abaixo do máximo esperado – Ficou sabendo quem vai ser nosso novo professor, Soph? – Ele me olhou com um meio sorriso no rosto, sugerindo que ele já sabia a resposta.

– Não, vocês sabem? – Me encostei confortavelmente no meu travesseiro que ficava entre mim e a lateral da cabine com a janela.

– Slughorn, Horácio Slughorn – Rony Cortou Harry antes que o mesmo conseguisse responder – Harry ajudou o Dumbledore a tirar ele da aposentadoria.

– Até eu sairia da aposentadoria para dar aula para “O Escolhido” – Fiz aspas com a mão ao mencionar um apelido que eu sei que ele odeia. Harry me olhou com uma certa irritação nos olhos, mas de uma maneira divertida pois ele sabia que eu estava só brincando.

– Me ame menos, senhorita Carrow – Jogou o próprio travesseiro em mim brincalhão. Eu só mostrei a língua em resposta e ele sorriu com um brilho diferente nos olhos.

– Como foi a reunião com os monitores? – Perguntei ao jogar meus pés no colo de Harry e ele segurou os mesmos. Agíamos assim desde o nosso segundo ano, quando nos conhecemos. Harry era uma pessoa muito especial para mim, só que meus pais não sabiam disso, eles desaprovavam Harry de uma maneira estranha, e só nesse verão eu fui entender o por que.

– O de sempre - Disse Rony indiferente – A não ser pelo fato de que Malfoy não está fazendo seu trabalho como monitor. Ele está sentado na sua cabine com os outros sonserinos, nós o vimos quando passamos.

Ao se sentar mais rigido na poltrona Harry deixou escapar minhas pernas de seu colo. Ele estava fissurado com essa coisa do Malfoy ser um comensal da morte, e eu dava razão para ele, pois eu infelizmente sabia da verdade.

– O que ele fez quando viu vocês? – Perguntou já ansioso pela resposta.

– Fez o que sempre faz – Rony respondeu fazendo um gesto rude com as mãos – Nada inteligente, não é? – Ele fez novamente um gesto rude com as mãos – Mas por que ele parou de intimidar os primeiro-anistas?

– Não sei – disse Harry, mas eu via que sua mente estava girando muito rápido em torno das possibilidades.

– Talvez ele prefira o Esquadrão Inquisidor - Disse Hermione – Talvez ser um monitor pareça-lhe muito pouco depois daquilo.

– Eu não acho que seja isso – Harry me olhou buscando um sinal meu de que eu concordava – Eu acho que ele está...

Mas antes que ele pudesse dar sua opinião, a porta da cabine foi aberta novamente e uma garota ofegante do terceiro ano caminhou para dentro. A cara pálida dela não me dizia que era somente um aviso de que o carrinho de comida estava chegando.

– Eu devo entregar isso para Neville Longbottom e Harry P-Potter – Ela gaguejou, quando seus olhos encontram os do Harry e ela corou. A menina estava segurando dois pedaços de pergaminho amarrados com fita violeta. Foi então que me lembrei que Neville e Luna estavam ali desde o inicio da viajem, só que quietos de mais para serem notados. Perplexos, Harry e Neville pegaram o pergaminho endereçado a cada um e a garota saiu tropeçando da cabine.

– Bom, isso foi estranho - Disse Luna ao abaixar a revista que ela estava lendo desde o momento em que entrou nesse vagão junto comigo, Neville e Harry. Mas a doida logo em seguida voltou a atenção para as figuras esquisitas do exemplar que estava de cabeça para baixo.

– O que está escrito? – Perguntou Hermione ao se colocar do lado esquerdo de Neville para conseguir ler a carta.

– É um convite do professor Slughorn. Para nos juntarmos a ele em seu vagão – Harry terminou de ler e me passou a carta para que eu conseguisse examina-la.

– Continua sendo estranho – Comentou Rony com uma careta no rosto.

– Sim, continua. Por que só vocês dois? – Hermione franziu a testa e se afundou no sofá meio preguiçosa. Ela odiava ser deixada de lado nas coisas que envolviam professores, afinal era a brilhante Hermione e todos os professores gostavam dela, com exceção do Snape, claro.

– Não sei – Harry admitiu e se levantou – Para descobrir temos que ir lá e ver – Ele ficou de frente comigo e focou sua visão em seu malão para pegar alguma coisa que estava lá.

– Por que o senhor Potter precisa levar sua capa de invisibilidade? – Observei ele guardar a capa rapidamente tentando não ser notado por Rony e Hermione que estavam atrás das costas dele.

– Nunca se sabe – Ele me lançou o sorriso torto mais fofo do mundo e seguiu Neville cabine a fora.

Depois disso o carrinho de comida finalmente chegou até a nossa cabine, essa é uma das desvantagens de viajar na ultima cabine, o carrinho já estava quase vazio, então pegamos praticamente o que sobrou. Rony devorava as tortas de abóbora como se a vida dele dependesse daquilo, eu e Hermione só trocávamos olhares divertido por causa da situação. Quase não comi nada, essa viajem de Londres para Hogwarts sempre me deixava enjoada e sonolenta. Observei por uns minutos as montanhas passando pela janela e logo percebi que minha visão foi ficando mais e mais embaçada, quando dei por mim já estava cochilando encolhida em um canto. Um pesadelo logo entrou em ação me fazendo duvidar se estava dormindo mesmo, ou se eu tinha sido tele transportada para um lugar totalmente diferente do trem em que estava.

Caminhava perdida em meio a pedregulhos, o local era húmido, escuro e silencioso, a não ser por um barulho distânte de ondas se chocando com algumas pedras. Minha varinha apontada a frente não conseguia iluminar muita coisa a não ser uns três palmos a minha frente, o suficiente para eu não tropeçar nas pedras. Rodei naquela caverna por um tempo considerável até começa a me cansar de andar. Prestes a desistir de explorar aquele lugar esquisito e somente me sentar e esperar o sonho acabar eu me deparo com dois pontos vermelhos no horizonte que me fizeram arrepiar até os pelos da minha nuca. Ele foi se aproximando pois eu estava impossibilitada de fazer isso por causa do medo da figura pálida que foi surgindo aos poucos no escuro.

Era ele!

– Demorou muito criança, estava quase desistindo de lhe esperar – Disse com uma voz tediosa.

– Me desculpe Milorde – Fiz uma reverência ainda tremendo de medo sem muita coragem de olhar ele nos olhos – Estava mantendo meu disfarce com o trio.

– Eles estão desconfiados? – Seus olhos vermelhos penetraram nos meus buscando alguma coisa que indicasse mentira enquanto eu respondia.

– Nem um pouco – Demonstrei total segurança ao responder e ele ficou satisfeito.

– Ótimo, ótimo! Em breve solicitarei seus serviços, mas por enquanto mantenha a aparência e não deixe com que nem Harry e nem Dumbledore desconfie. Aquele velho não pode saber o que eu estou planejando para ele – Se virou de costas para mim com suas vestes pretas raspando o chão rochoso e molhado – Pode ir criança, o trem já deve estar chegando – A voz dele me soava com triunfo e me fez arrepiar novamente.

Acordei subitamente com meu corpo um pouco trêmulo pelo encontro que acabara de ter com o Lorde das Trevas. Sim isso foi parte sonho e parte realidade, ele tem esse poder de entrar na minha mente.

– Você está bem Sophia? – Hermione me olhou preocupada, pois provavelmente minha cara era de dor, muita dor.

– Estou sim, só tive um pesadelo bem ruim – Forcei uma sugestão de sorriso que não deu muito certo. Meu braço esquerdo queimava e eu não poderia demonstrar isso para eles. Mas eu não tinha me acostumado com a dor ainda, uma lagrima escapou solitária, mas eu logo a sequei para ninguém perceber.

– Bem, é melhor você se apressar, já estamos chegando – Rony me olhava também preocupado. Os únicos que não falavam nada era Luna e Neville...

– Cadê o Harry? – Perguntei percebendo a ausência dele.

– Falou que precisava ver alguma coisa e me deixou sem entender nada – Neville disse meio culpado. Eu conhecia Harry bem o suficiente para saber o que ele tinha feito e onde ele estava nesse momento. Mesmo não suportando a dor no meu braço eu me levantei e peguei minhas vestes no malão.

– Onde será que Harry se meteu? Chegamos e nenhum sinal de vida dele – Ohei para fora do vagão preocupada, meus olhos percorreram o mar de alunos nos corredores e nada daquele cabelo bagunçado.

Esperamos um tempo considerável, até a ultima carruagem estar quase partindo. Tonks veio em nossa direção para nos acompanhar até a carruagem, mas de longe ela viu que tinha algo errado com o grupo de quatro que no momento só tinha três. Ela resmungou um "entrem na carruagem, eu cuido disso" e sumiu dentro do trem.

Tivemos que obedecer por que não queríamos causar problema. Estava preocupada com Harry, claro que estava, mas os olhos vermelhos não deixavam minha mente em paz, eu precisava ser mais discreta esse ano, não posso chamar muita atenção para mim.

Chegamos no castelo e eu respirei fundo, era o cheiro de casa, lar doce lar.
Fomos direto para o salão principal para nosso banquete de boas vindas, quase tropecei em três primeiro-anistas, eles estavam tão baixinhos esse ano e eu tenho certeza que não é só impressão minha.

Sentamos eu e Hermione de um lado e Rony com um espaço vazio para Harry do outro lado, e minha preocupação crescia a medida que o tempo passava. O chapéu seletor fez um discurso bonito sobre uma guerra que se aproxima, que devemos estar preparados para o que vai acontecer breve, o clima no salão ficou pesado e meu estômago deu uma volta olímpica enquanto ele falava isso, por que eu sei o que vai acontecer mais ou menos, não sei detalhes, mas o básico foi passado para mim.

A seleção de casas foi animadora, vários garotinhos fofinhos foram selecionados para a grifinória, quando o chapéu anunciava a casa nós fazíamos muito barulho, e a criança corria até a mesa com os olhos brilhando de expectativa e um sorriso de ponta a ponta. Me lembrava muito pouco meu primeiro ano, quando eu fui selecionada para essa casa todos ficaram em silencio, eu fui a primeira de muitas gerações da minha família a não ir para sonserina, até Dumbledore ficou de boca aberta, e eu corri envergonhada com tanta atenção em mim direto para o final da mesa vermelha e dourada, sem ninguém aplaudindo ou fazendo algum barulho.

O banquete apareceu depois de alguma frase animadora de Dumbledore que eu não escutei muito bem por conta da fome que eu sentia. Rony a minha frente parecia que não comia por semanas, pegou de tudo um pouco e se escondeu atrás da montanha que fez em seu prato. Eu também peguei uma quantidade considerável de comida, assim como Hermione. Todo os anos aquela comida continuava ficando cada vez melhor, dava até vontade de dar uns abraços naqueles elfos fofos.

A porta do salão abriu meia hora depois e vimos um Harry machucado (novidade) quase correr em nossa direção. Todos olharam a entrada dele mas logo depois a conversa se restabeleceu no salão. Harry sentou ao lado de Rony e nos olhou totalmente envergonhado.

– Onde você... Nossa, o que houve com o seu rosto? – Disse Rony, olhando para ele como todos os outros.

– Por quê? O que há de errado com ele? – Disse Harry, pegando uma colher e olhando o seu reflexo distorcido.

– Você está todo sujo de sangue Harry! – Puxei o rosto dele com minha mão por cima da mesa, tirei minha varinha do bolso das vestes e murmurei o feitiço "tergeo" para limpar todo aquele sangue seco.

– Obrigado - Ele me olhou agradecido e eu não pude conter minhas bochechas de ficarem vermelhas – Como está meu nariz?

– Normal – Disse Hermione ansiosa – Por quê? Não deveria? – Ela nem deixou ele responder e já emendou – Harry, o que aconteceu? Nós estávamos aterrorizados!

– Digo para vocês depois – Ele disse rápido e voltou a atenção para a comida.

Hermione foi discordar mas eu segurei a mão dela mostrando que era melhor não falar mais disso, quando ficássemos sozinhos eu sei que ele ia contar sem maiores problemas. É só que no momento todos a nossa volta prestavam atenção.

Logo quando Harry pegou a comida a mesma desapareceu dando lugar para vários pudins e alguns outros doces. Fiquei com dó dele pois deveria estar faminto, ficou a tarde inteira junto com o professor, e duvido que tenha comido bem.

– Você perdeu o sorteio – Eu disse e Rony concordou com um pedaço gigante de bomba de chocolate na boca.

– Foi dito algo de interessante? – Harry pegou um pedaço de torta e eu ataquei um chessecake de morango que olhava para mim com uma suplica de "me coma".

– Só o normal – Hermione deu de ombros entediada – Avisando a todos nós das faces do inimigo, sabe...

– Dumbledore mencionou Voldemort? – Harry disse sem medo nenhum e meu braço esquerdo começou a incomodar de uma maneira estranha. Fiz de tudo para parecer normal, mas não consegui muito bem, Harry me conhecia bem de mais para deixar passar a minha pequena careta de dor.

– Ainda não, mas ele sempre guarda o discurso em si para o final – Hermione olhou direto para Harry, por isso não percebeu minha careta de dor.

– O que foi Soph? – Ele disse preocupado já pegando minha mão por cima da mesa. Olhei para o lado e vi Gina com uma careta mal humorada no rosto, rapidamente tirei minha mão da de Harry e sorri sem graça.

– Nada, acho que dormi de mal jeito no trem e agora meu corpo começou a doer – Inventei a primeira desculpa que me apareceu a tempo de ninguém questionar nada pois Dumbledore se colocou de pé na mesa dos funcionários e as conversas começaram a se acalmar a ponto do salão ficar em silencio.

– A melhor noite para vocês! – Ele sorriu amplamente e abriu os braços como se quisesse abraçar o salão repleto de alunos de quatro casas.

– O que aconteceu com a mão dele? – Hermione sussurrou para nós três.

A mão do nosso diretor estava enegrecida com um aspecto de morta, e nós não fomos os únicos que percebemos, o salão inteiro começou a sussurrar a respeito, e Dumbledore entendeu o que estava acontecendo, ele só sorriu e puxou a capa roxa e dourada para junto da mão danificada.

– Nada para se preocuparem – Ele disse bem rápido e já mudou o assunto, dando boas vindas a todos os alunos o que eu não prestei atenção pois mergulhei na conversa que acontecia perto de mim.

– A mão dele estava assim quando eu o vi no verão – Harry murmurou para nós – Eu achei que estaria curada por agora... Ou madame Pomfrey poderia ter dado um jeito.

– Parece que esta morta – Disse Hermione com a voz enojada – Mas há alguns machucados que você não pode curar... Velhas magias... E há venenos sem antídoto...

Eles pararam de falar quando um sétimo-anista fez sinal para ficarmos quietos. Dumbledore continuou o discurso animado.

– Nós estamos dando as boas vindas também ao novo membro da escola nesse ano, professor Slughorn – Slughorn levantou-se, sua cabeça calva refletindo as luzes das velas, sua grande barriga fazendo cintura na mesa - é um grande colega meu que concordou em assumir o posto de mestre de poções.

– Poções? – Eu disse surpresa mais alto do que eu gostaria, seguida de muitos outros, o que desencadeou um falatório em todos no salão.

– Poções? – Hermione e Rony disseram juntos e olharam para Harry confusos - Você disse que ele iria lecionar Defesa contra as artes das trevas...

– Professor Snape, enquanto isso – Disse Dumbledore aumentando a voz para ser ouvido no meio no burburinho – Irá dar aula de defesa contra as artes das trevas - Morri, não é possível...

– Não – Harry quase berrou no meio do salão com o desespero tomando conta da sua voz, Rony teve que fazer ele sentar pois todos começaram a olhar para ele desacreditando que Harry tinha mesmo gritado.

– Harry achei que era Slughorn que iria... – Comecei mas ele me cortou desesperado.

– Eu achei que ele ia! – Harry me olhou decepcionado e eu tive vontade de ir ao lado dele e abraça-lo.

Olhei para a mesa dos professores e Snape tinha a mesma expressão de sempre, acho que ele nasceu assim não é possível. Só consegui diferencia algo diferente nos olhos, brilhavam com superioridade, triunfo e certa arrogância.
Harry deu um ataque de arrogância também na mesa, falava que esperava pelo fim do ano, pois Snape não escaparia da maldição de ser professor de DCAT, todos sofreram algum tipo de injuria, e Harry esperava que Snape morresse.

– Agora, como todos nesse salão sabem, Lord Voldemort e seus companheiros estão cada vez mais alargando e ganhando terreno.

Foi o que bastou para meu braço voltar a incomodar, foi aí que eu me toquei que ao falar o nome dele ou escutar isso iria acontecer. Mas dessa vez consegui disfarçar bem, trinquei os dentes discretamente e cravei as unhas na palma da minha mão ao fecha-la.

Dumbledore continuou seu discurso e eu fiquei grata por ele não mencionar mais o nome de você-sabe-quem. Minha mente passeou rápido sem que eu percebesse, e quando voltei a prestar atenção já tinha sido encerrado o discurso e todos estavam indo para suas respectivas camas.

Segui o fluxo de grifinórios sem me importar de deixar Harry e Rony para trás, e Hermione começou a guiar os novatos para nossa sala comunal.

Tinha tanta coisa voando na minha cabeça que eu não conseguia focar em uma só. Como já perceberam sou uma aluna da grifinória que tem laços com o herdeiro da sonserina. Sim, o Lorde das Trevas tem uma história que chega até ser fiel com minha família, meu pai e minha mãe foram comensais da morte durante a primeira guerra de bruxos. Depois da queda de Você-Sabe-Quem eles foram presos e absolvidos pelo ministério pouco tempo depois. Quando eu ainda era criança eles começaram a fazer parte do ministério da magia com um cargo de pouca importância, não me pergunte como, só sei que até hoje eles estão lá e recentemente voltaram a ser comensais da morte.

Eu infelizmente fui arrastada para isso contra a minha vontade. Esse último verão o próprio Lorde das Trevas solicitou que eu me apresentasse diante dele, ele me deu essa maldita marca negra no meu braço que queima a todo instante, e disse que se eu não o ajudasse poderia dar adeus a vida da minha família e até a minha própria vida.

– Hey, vai devagar Carrow – Ouvi a voz irritante do aluno mais insuportável dessa escola me tirando dos meus pensamentos e o amaldiçoei mentalmente. Me certifiquei que todos estavam muito longe nas escadas para perceber ou tentar ouvir minha conversa e me virei para ele.

– Sua sala comunal é bem longe daqui Malfoy – Revirei os olhos bastante irritada.

– Eu sei, só vim perguntar como você está indo – O tom arrogante quase nem apareceu em sua voz, isso é muito raro de acontecer. Mas continuei com minha postura firme.

– Eu só devo explicações para Você-Sabe-Quem – Sussurrei olhando ele fundo nos olhos, e pude ouvir uma risada fraca vindo dele, o que me deixou ainda mias irritada.

– Descobriu o efeito que existe na sua marca quando mencionam o nome dele, não é? – Draco apontou levemente para meu braço esquerdo com um sorriso brincando em seus lábios - Como vai aguentar conversar com seu querido amigo Potter sem que ele perceba a irritação que ele causa quando cita o nome do Lorde? – Cruzou os braços no peito se divertindo comigo.

– Isso é um problema que "eu" – Frizei a palavra tentando ao máximo ser grossa com ele – Vou resolver sozinha e do meu jeito – Suspirei cansada – Agora se me dá licença, preciso ir dormir, se não vão começar a desconfiar que eu sumi – Passei por ele fazendo questão de trombar em seu ombro direito - Boa noite Malfoy.

Não esperei por uma resposta dele, subi as escadas acompanhando o ritmo que elas mudavam e consegui chegar no quadro da mulher gorda sem maiores problemas. A fila ainda estava para fora do buraco, acredito que Hermione esteja mostrando a sala comunal a todos os novatos e ela fez todos esperarem aqui fora enquanto isso.

Esperei no final da fila até finalmente conseguir passar pelo buraco, não parei na sala para falar com ninguém, corri direto para as escadas do dormitório e subi com pressa de chegar na minha cama. A gaiola da minha coruja e meu malão estavam no lugar de sempre.

Me preparei para dormir e fui me deitar na minha cama macia e quente. Meus olhos pesavam de sono e minha barriga estava cheia, eu deveria estar feliz, mas aquela marca que sobressaia na minha pele não deixava com que um pensamento de felicidade chegasse perto de mim. A marca pinicava minha pele a todo momento, tornando-se impossível de ser esquecida.

Com o quarto vazio e conversas distantes eu adormeci, pensamentos martelavam minha mente de uma maneira perturbadora. Harry e o Lorde das Trevas estavam na maioria deles.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Grandão o capítulo né? kkkkk
Eu não consigo escrever picado. Só se estiver desesperada.
Espero realmente que vocês tenham gostado, obrigado pela leitura.

Bjs, até a próxima!