Stay Strong escrita por Queen Manuela


Capítulo 7
Say Something




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Say something, I'm giving up on you
I'll be the one, if you want me to
Anywhere, I would've followed you
Say something, I'm giving up on you

And I, am feeling so small
It was over my head
I know nothing at all

And I, will stumble and fall
I'm still learning to love
Just starting to crawl

Say something, I'm giving up on you
I'm sorry that I couldn't get to you
Anywhere, I would've followed you
Say something, I'm giving up on you

( Say Something - Christina Aguilera feat A Great Big World )

Srta. Smoak, parabéns o processo de fertilização e inseminação foram um sucesso, a Srta. se encontra gravida de 3 semanas.
Me lembro bem desse dia, meu coração parecia não caber dentro do peito quando soube que finalmente estava gravida. Só havia algo no mundo que eu quisesse mais do que esse bebê, uma vida longa e feliz ao lado do Cooper. Por falar nele, nós nos conhecemos no ultimo ano do colegial, e durante a faculdade, que cursávamos no mesmo campus, começamos a namorar. Foi na nossa formatura que ele fez o pedido de casamento, aquele dia eu passei a acreditar que existia apenas um Deus, o Deus onipotente. Seria tolice acreditar naquelas histórias gregas que existe um deus para cada coisa pois eles nunca concordavam em nada, porque raios concordariam com a minha felicidade? justamente naquele dia eu me encontrava realizada de todas as maneiras. Meu apartamento finalmente tinha saído, consegui financia-lo em suaves prestações, mas ainda assim nos documentos consta propriedade de Felicity Smoak.
Consegui uma vaga no departamento de T.I na Palmer Technologies e estava noiva do cara mais bonito e honesto que conheci.
O tempo foi passando, consegui uma promoção no trabalho e passei a trabalhar diretamente com Ray Palmer. Ele é um gênio, um mito no ramo e trabalhar com ele estava sendo uma experiência incrível, mas se por um lado as coisas profissionais melhoravam, no meu relacionamento só pioravam. Cooper e eu mal nos víamos, ele estava trabalhando em algo que tomava todo seu tempo, era difícil encontra-lo na cidade, e percebi que ele mal tocava no assunto casamento. Por vezes sentia que o estava pressionando, mas carambolas não foi ele que pediu minha mão? então eu pensei que precisávamos de um vinculo que nos obrigasse a estar mais presente na vida do outro, fui ingênua, eu sei, mas aquela época não poderia considerar uma hipótese de não ter a tão sonhada longa e feliz vida ao lado dele. Foi então que nós sentamos para conversar, eu estava tão empolgada que mal deixei ele falar, em minha defesa posso afirmar que controlar minha boca não seja algo fácil de se fazer, e meio cabisbaixo de frustrar meus sonhos ele me contou sobre sua esterilidade. Foi um choque e tanto, por mais precipitadas que estavam acontecendo as coisas, ser mãe sempre esteve em meus planos, mas se não fosse pra ter esse sonho com ele, com quem mais eu poderia ter? Até que decidi procurar uma clinica de inseminação, passei algum tempo realizando todos os procedimentos, tudo em segredo, eu queria agradece-lo por me dar tudo o que eu sempre quis, por me dar a chance de ter uma família e um sentimento bom que fosse durar pra sempre. Eu estava tão cega, tão errada, esse sonho só acontecia dentro de mim e meu amor por ele não me deixava perceber que já não dançávamos a musica no mesmo ritmo. E no dia que cheguei a clinica e me disseram que estava gravida de 3 semanas cheguei ao céu. Eu estava tão feliz, tão realizada, meu Deus ninguém nunca foi tão feliz quanto eu naquele dia, mas fui ao inferno na mesma proporção que cheguei ao céu. Quando contei a ele entramos em uma discussão como nunca tínhamos feito antes, foi em meio a desculpas sem coligações umas com as outras que ele acabou revelando que mentiu sobre a esterilidade. E assim como eu havia me encantado me desencantei, de uma maneira ridícula e completamente irracional.
Eu havia decido congelar essa partezinha do meu corpo que conseguia impedir minha cabeça de pensar, eu havia decidido que amor eu não sentiria por mais ninguém, mais ninguém além da pequena Beatrice. Mas ai ele apareceu, meio atrasado e sem grandes intenções, não tinha espaço para ele na minha vida, mas ainda assim ele conseguiu virar a chavinha e descongelar o meu coração que aos poucos estava se colando, eu não queria, eu não podia e muito menos devia, mas eu permiti. Ele me olhou como uma criança que é pega fazendo arte e eu o amei loucamente. Haviam motivos reais e óbvios para ama-lo. Lindo, inteligente com um coração gigante, seu sorriso capaz quilômetros iluminados, ninguém em sã consciência conseguiria não ama-lo.
Mesmo depois das escolha feitas eu segui amando e redesenhando diversas teorias de como nossas vidas estariam se ele tivesse escolhido diferente. Seria bem mais fácil se conseguíssemos achar na internet um manual de amor, mas não existe. E exatamente por isso você acaba de mãos atadas tendo que fazer uma escolha que pode ou não arruinar a sua vida, e infelizmente a minha escolha havia me levado a ruína novamente.
Meu coração se quebrou de diversas formas e em muitas partes, já não acredito ser possível juntar todas elas, e mesmo doendo tanto acredito que não teria feito nada diferente. Bom talvez agora lendo esses arquivos, talvez eu teria aberto antes e convencido ele de que estávamos destinados a ficar juntos, e eu nem sou o tipo de pessoa que acredite nesse tipo de coisa, mas por ele eu acreditaria.


OLIVER


Estar de volta a Starling era intimidante, fazia exatamente 28 dias que eu havia partido para resolver alguns problemas na Rússia e procurava algum pretexto para voltar, eu precisa vê-la, eu precisava olhar novamente naqueles olhos e repetir para mim mesmo que não poderia ama-la. Mas a onde quer que eu ia ela estava lá, nas coisas mais simples eu conseguia vê-la. No cheiro doce das flores, no céu azul, nas crianças que passavam sorrindo, no infinito mar agitado, nas musicas, tudo tinha pouco dela. Meu coração chegava a doer, mas eu prometi para mim mesmo quando deixei o apartamento dela que nunca voltaria a procura-la e interferir em sua vida.
John havia me contado o mal que havia feito a ela, isso era um fardo que eu teria que conviver pro resto da minha vida, mas era justo se em troca ela pudesse ser feliz.
Eu perdi a mão da minha própria vida depois que a afastei, fiz besteira atrás de besteira e em uma delas acabei me envolvendo com uma pessoa para esquece-la, totalmente desumano, mas não havia outra escolha a ser feita.


— Oliver? — a voz de Laurel me faz soltar um longo suspiro — você quer ajuda com essa gravata? está a um bom tempo tentando arruma-la — concordei e logo senti suas mãos sobre meus ombros, meu corpo era indiferente ao seu toque, eu queria ama-la como ela merecia, mas meu coração simplesmente se negava a aceita-la — você está inquieto, está tudo bem?


— Nervoso, mas logo passa. — Me sentei na cama para amarrar os sapatos evitando o assunto — você está pronta? podemos ir?


— Sim estou, mas querido não se preocupe, o que você e Ray fizeram é tão nobre e grande, não tem como dar errado — ela tentou me animar, mas excluir Felicity acabou me deixando irritado, era dela 50% desse projeto, eu apenas investi e Ray o idealizou, não era justo levarmos os créditos.


— Que seja.


Dirigi concentrado nas ruas de Starling, não posso enganar a mim mesmo, em cada nova rua eu procurava por ela, estava ansioso por encontra-la, mesmo que fosse apenas para olhar de longe, ver o brilho nos seus olhos e o sorriso brincando nos lábios, ela é tão linda, Deus como ela é linda.
Chegamos a P.T e fomos encontrar Ray que estava acompanhado de Sara, ela mal olhou em minha cara e se limitou apenas a me cumprimentar, pude ver o choque passar por seu rosto ao constatar que Laurel e eu estávamos juntos. Ela não estava lá, meus olhos procuravam por ela inconscientemente por todo o salão, mas ela não estava. Encontrei Thea com o estagiário de Felicity, John com Lyla a recepcionista da agencia, mas em lugar algum a encontrei.
Percebi que minhas mãos se fechavam em punho e meu coração estava acelerado, porque diabos haviam a deixado sozinha? Laurel vinha em minha direção com Sara e isso me deixou ainda mais irritado, eu precisava recuperar meu controle antes de falar com qualquer outra pessoa, recuei alguns passos até sentir alguém esbarrando em mim. Não precisei me virar para saber quem era. Assim que suas mãos encontraram minhas costas meu corpo reagiu. Seu cheiro me invadiu e minhas mãos relaxaram, diferentes do meu coração que começou a bater tão rápido e alto que me perguntava se ela podia ouvir. Assim que me virei encontrei aqueles malditos olhos me olhando assustados, ela estava tão linda, nunca vou me cansar de dizer isso. Sua barriga estava maior, seus lábios em um batom vermelho extremamente convidativos, usava um vestido azul longo com alguns detalhes no pescoço e o cabelo loiro caindo em cascatas sobre os ombros. Ela abriu um sorriso torto fazendo um nós se formar em minha barriga, eu esperei tanto por isso que não sabia como reagir, eu queria dizer algo mas minha cabeça não conseguia formular sequer uma sentença. Então Laurel chegou.


— Você deve ser Felicity — estendeu a mão — Sou Laurel Lance — os olhos de Felicity se arregalaram enquanto ela olhava de Laurel para mim — parabéns pelo bebê.


— Sim, sou Felicity. Muito obrigada — sorriu cordial — sinta-se a vontade.


E antes que alguém pudesse dizer mais alguma coisa Sara enlaçou seu braço ao dela e a afastou de mim, assim como eu ela tinha medo de como eu reagiria, eu deveria agradecer por isso, mas cada célula do meu corpo parecia gritar para que ela não fosse. Fiquei parado observando-a, pelo canto dos olhos pude ver Laurel manear a cabeça em repreensão.
Ray, Felicity e eu fomos chamados ao palco, eu estava prestes a estender meu braço para ajuda-la a subir quando Ray se adiantou, eu queria acerta-lo ali mesmo, mas John me lançou um olhar gélido me fazendo lembrar a conversa que tivemos mais cedo, eu prometi não me aproximar dela, mas agora me pergunto até que ponto seria capaz de cumprir isso. Felicity fez um discurso descontraído arrancando sorrisos de toda a plateia, tudo fluía naturalmente, até a minha carranca se desfez enquanto ela falava, sua voz era mais doce e envolvente do que qualquer opera Beethoven. Era impossível negar o quanto eu estava apaixonado por aquela mulher. Assim que Ray acionou alguns dispositivos no seu tablet fomos para as janelas e a imagem era magnificamente deslumbrante. Todo o Glades estava iluminado, parecia o céu em noites de réveillon, a paisagem era linda, mas o sorriso que brincava no rosto dela tomava toda minha atenção.
Ainda era cedo quando nos despedidos e fomos embora, Laurel não falava sequer uma palavra, e eu estava completamente grato por isso. Chegamos ao meu apartamento e enquanto eu desatava a gravata ela se sentou na cama encarando os pés. Ela queria dizer algo, eu podia notar, mas eu não estava com cabeça para isso, mas então ela começou a falar.


— Você deveria ser capaz de se ver Oliver — maneio a cabeça — devia ser capaz de ver a forma como olhava para ela.


— Não sei do que você está falando — afirmei tirando os sapatos.


— Você sabe sim, pode ser honesto comigo — ela se levantou ficando de costas para mim — sabe Oliver eu sabia que você não me amava, mas eu pensei que fosse questão de tempo para isso acontecer, porque estávamos felizes, estávamos tendo algo legal, isso você não pode negar, mas hoje eu percebi que você nunca vai ser meu — ela se virou e eu vi as lagrimas em seus olhos — precisa ser honesto consigo mesmo, seu coração nunca vai ser de outra mulher que não seja Felicity Smoak.


— Eu não sei o que falar — confessei me levantando e indo até ela — eu quero tentar Laurel, eu quero fazer dar certo, precisa me ajudar nisso.


— Você não quer Ollie — ela voltou a se afastar agora não contendo as lagrimas que começaram a cair — você a ama, não pode mudar isso. Eu queria muito que desse certo, e eu não tenho ideia do que aconteceu entre vocês, mas precisa resolver. Talvez vocês nem fiquem juntos, talvez haja ainda uma chance para nós, mas agora Oliver, agora você precisa se resolver com ela. Tem algo mal resolvido entre vocês e pelo que eu vi hoje você quer muito consertar, precisa se arriscar, se jogar de cabeça sem medo. Você a ama, ela ama você — neguei com a cabeça e a vi pegar sua bolsa — espero que faça as escolhas certas, você também merece ser feliz.


Duas semanas separam desde então, não me atrevi a aparecer na P.T, todas as reuniões com Ray fiz na QC, ele estava ciente das situações e não se opôs a isso. Eu procurava treinar com John quando Sara não estava, se antes ela não gostava de muito de mim agora ela me odiava o dobro, eu havia machucado sua amiga e de quebra sua irmã, eu sou um inconsequente, não posso culpa-la.
Recebia noticias de Felicity apenas por Thea, ela continuava acompanhando o crescimento de Bea. Ultimamente tenho pensando muito nessa criança, agora entendo o que Felicity disse sobre se perguntar se olhinhos dela seriam puxados ou arregalados e azuis como o da mãe, se o cabelo seria loirinho, moreno ou ruivo. Eu me fazia essas mesmas perguntas diariamente, não conseguia controlar o sorriso ao ouvir o nome dela, nem a ansiedade instalada em meu peito. Como pude dizer que não poderia amar uma parte de Felicity? independente de quem fosse o pai, ela era apenas um bebê indefeso, uma parte da mulher que eu amo. Foi me fazendo essas perguntas que eu acabei procurando por ela. Cheguei a sua porta receoso de bater, a porta estava entreaberta e ela chorava falando com alguém, acredito que ao telefone pois só ouvia a sua voz, então ela disse algo que fez meu coração parar de bater por uma fração de segundos :


— Não da Sara, por maior que seja a minha vontade eu não posso contar a ele, o que eu diria? Oi Oliver, me desculpe voltar a sua vida e causar esse inferno que você sempre quis evitar mais olha, esse bebê aqui na minha barriga é seu, você é o meu doador, você é o doador da Bea. — Sua voz fraquejou assim como as minhas pernas, de repente o ar começou a faltar nos meus pulmões, ela não poderia estar falando sério — Não da, não posso fazer isso com ele. Eu o amo o suficiente para desejar que ele tenha uma vida feliz.


Juntei todas as forças que pude e abri a porta, seu olhar foi de encontro ao meu assustada, tenho certeza que eu era a ultima pessoa no mundo que ela esperava ver, seus olhos estavam arregalados e o celular já estava ao chão.


— O que foi que você disse? — indaguei indo ao seu encontro e segurando em seus ombros — diz Felicity — gritei nervoso fazendo ela encolher os ombros — diga alguma coisa.

And I will swallow my pride
You're the one, that I love
And I'm saying goodbye

Say something, I'm giving up on you
And I'm sorry that I couldn't get to you
And anywhere, I would've followed you

Say something, I'm giving up on you
Say something

CONTINUA


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Notas finais do capítulo

Oi meus amores, quero começar a agradecer vocês desde já. Vocês foram tão maravilhosas comigo nesses últimos dias, era minha primeira historia e vocês me deixaram a vontade. Estou tão triste por estar chegando ao final, que resolvi dividir o penúltimo capitulo. Amanhã saí a parte dois e na terça o ultimo. Fica aqui um grande beijo a todas vocês por esses comentários lindos, por todos os acessos, por todas que favoritaram, por todos que estão acompanhando, sou imensamente grata. Até amanhã!!