Remote escrita por W chan


Capítulo 2
Jogo de Cartas




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Mitsuzane já estava pensando no grande espetáculo que presenciaria com um jogo de cartas entre seu irmão e seu “melhor amigo”. Ele ficaria ali, somente olhando e se divertindo com o que iria acontecer, pois já conhecia os dois. Apesar do sarcasmo da Uvinha, ele quase estava sentindo pena daqueles dois. Primeiro por que ele sabia que seu irmão Takatora era um jogador nível top e um grande estrategista, e também por que sabia que Kouta não era lá muito inteligente e fazia coisas um tanto estranhas durante o jogo. Só o que ele tinha certeza, é de que iria se divertir muito. Enquanto Mitsuzane se perdia em pensamentos, Takatora ia embaralhando as cartas.

– Ei, qual jogo devemos jogar? – perguntou o Rider Laranja.

– Kouta-san, eu conheço um perfeito pra você. Que tal o Burro? – Sugeriu Mitsuzane, tentando segurar as risadas.

– “Burro”? Espere aí, Michy. Por acaso você está insinuando que eu sou burro?

– Burro é o nome de um jogo de cartas. É estranho que logo você não saiba disso, Kazuraba, já que estava tão confiante agora a pouco, eu pensei que soubesse algo tão obvio.

– Tá, tá. Ok. Vocês não precisam zombar de mim.

– Mas então Kazuraba, você sabe jogar este jogo ou não?

– É claro que eu sei. Só estava me contendo.

– Sei, sei...

Takatora então embaralhou as cartas, alinhou-as em um bolo no centro da mesa e sacou apenas três cartas. Kouta apenas observou.

Três minutos depois...

– Kazuraba.

– Hã? O que?

– Quanto tempo você vai ficar parado me olhando com essa cara de idiota? Saque logo as cartas.

Mitsuzane continua observando segurando as risadas. O jogo mal começara e ele já estava com pena do irmão mais velho.

– Ah sim...

Kouta sacou três cartas. Um quatro de paus, um dois de ouro e um rei de paus também. Takatora estava com um dez de copas, um sete de ouro e um valete de espadas.

– Então Kazuraba, não vai começar?

– Eu?

– Kouta-san... por acaso você não sabe jogar? – perguntou Mitsuzane.

– Q... que pergunta Michy! É claro que eu sei! Olha, já vou jogar, ta vendo?

Kouta colocou o dois de ouro sobre a mesa. Takatora olhou confuso. “Essa é a carta mais alta que ele sacou?” – pensou. E antes que ele pudesse fazer a sua jogada...

– Olha! – gritou Kouta.

– O que?

– O que foi, Kouta-san?

– Essa carta! “Bullet Armadillo”. É um tatu! É muito engraçado! – exclamou as gargalhadas.

Takatora não se afetou. Apenas o fitou com o semblante ainda mais sério do que o normal e o olhar atravessado.

– Se eu conheço o Nii-san... Ele deve estar pensando: “Maldita hora em que eu aceitei participar desse jogo” – disse Mitsuzane para si mesmo.

Ignorando as observações imbecis de Kouta, Takatora finalmente fez sua jogada. Já que o dois de ouros estava em jogo, ele tratou de jogar a carta sete de ouros. Kouta apenas olhou arregalando os olhos.

– O que foi agora, Kouta-san?

– Olhem. É o sete de ouros.

– E o que há de estranho nisso. Kouta-san?

– É o “Rock Tortoise”. Uma tartaruga. Que baralho mais divertido!

– Ah... – Takatora suspirou longamente. – Você vai jogar ou não?

– Sim, sim. Deixe-me ver... Agora eu vou arrasar com essa carta. – disse, jogando o rei de paus “Evolution Tarantula” sobre a mesa.

Mitsuzane riu e Takatora o olhou confuso.

– Nii-san está pensando: “o que esse filhote de toupeira está fazendo?” – concluiu o Rider Uva.

– Kazuraba...

– O que foi? Ah, já sei! Você não gostou da minha jogada, ou está se sentindo encurralado por não poder escapar das minhas grandes estratégias?

– Por que jogou um rei de paus se nesse jogo temos que jogar cartas do mesmo naipe na mesa? Se não tem mais nenhuma carta de ouros, compre do monte. – falou calmo.

– Mas é isso! Eu sabia o tempo todo. – respondeu o Rider Laranja

– Não, você não sabia. – rebateu o Rider Melão. – “Que pirralho mais burro. Ainda não creio que eu estou fazendo isso...” – praguejou em pensamento.

O jogo seguia. Kouta já havia comprado várias cartas. Sua mão estava lotada de cartas. Takatora tinha apenas cinco cartas na mão. Era óbvio que ele ganharia aquela partida. Mas as maluquices de Kouta durante o jogo pareciam não ter fim, e a paciência de Takatora parecia eterna, até admirável. Qualquer outro no lugar dele teria atirando Kouta torre abaixo, mas definitivamente o Rider Melão era o rei da paciência. Entre várias maluquices e risadas de Mitsuzane, Kouta sacou uma carta...

– Float!!! (Quatro de copas “Float Dragonfly”)

– O que foi agora Kazuraba? Algo errado com uma libélula?

– Não é isso. É que você disse que esses animais são monstros selados nessas cartas, certo?

– E daí?

– Será que se a gente aproximar a carta do nosso cinto, essa libélula levantará voo?

– Por todas as frutas de Helhein! Não posso crer que estou ouvindo isso. Kazuraba, não se atreva a aproximar nenhuma dessas cartas no Sengoku Driver.

– E por que?

– É perigoso! Eu preciso desenhar para que você entenda?

– Kouta-san, é melhor ouvir o que ele está dizendo. – aconselhou Mitsuzane, ao mesmo tempo em que Takatora se levantava da mesa.

– Ei, aonde você vai Takatora?

– Acha que eu tenho tempo para perder em um jogo sem sentido? Está na cara que você nem sequer sabe jogar. E eu tenho coisas mais importantes para fazer do que ficar brincando com vocês.

– Ah, já entendi! Assim agem todos os perdedores. Já que não pode ganhar de mim você está tirando o corpo fora.

– Kazuraba Kouta, você é tão burro que nem sequer sabe jogar “Burro”. – falou Takatora calmamente.

– Como assim Kouta-san? Ele estava te massacrando. Agradeça por ele ter parado antes de te humilhar mais ainda. – disse Michy, irônico.

– Do que está falando Michy? Eu ia ganhar. Pra mim o Takatora não passa de um Melão medroso. – brincou Kouta num tom debochado.

– Não, Kouta-san...

– Esqueça. Não discuta, pode ser contagioso. – mencionou Takatora, calmo como sempre.

– Então vamos jogar nós dois, Michy! Já que o Takatora não sabe perder, nós dois podemos nos divertir mais.

Takatora nem ligou para tais palavras. O Chefe da Yggdrasill apenas limitou-se a encher seu copo de café e degustá-lo.

– Eu passo. Prefiro olhar todas essas cartas. Elas parecem bem interessantes. – observou Michy.

Enquanto isso, Kouta colocava disfarçadamente seu Sengoku Driver em sua cintura aproveitando que Takatora estava de costas tomando café e Mitsuzane estava atento observando as cartas.

– São todos animais muito interessantes. Kureshima-san, não haveria uma forma de nós usarmos o poder dessas cartas na nossa luta? – perguntou Mitsuzane.

– Impossível. Nossos equipamentos de combate não são compatíveis com a tecnologia dessas cartas. Seria perigoso até mesmo se tentarmos fazer tal coisa.

– Vejam que carta mais interessante. – disse Kouta ao pegar a carta dez de paus. “Remote Tapir”. Para que será que serve? E essa outra carta, o as de espadas? (“Change Beetle”)

– O nome da carta é “Remote” Kouta-san?

– Sim. Será que essa carta controla alguma coisa a distancia, como se fosse um controle remoto?

– As cartas de categoria ace (Ás) eram usadas por aqueles Riders para se transformar. Eram Undeads poderosos. – explicou Takatora. Mas a Remote...

– Que legal. O que aconteceria se...

Kouta aproximou ambas as cartas do seu Sengoku Driver, libertando a categoria ace Beetle do selamento da carta. Takatora cuspiu o café, partiu para cima de Kouta e o pegou pela gola da camisa, enquanto o monstro invadia a sala.

– KAZURABA KOUTA SEU COMPLETO IMBECIL!!!!!!! Só você mesmo para se identificar com a carta “Tapir”, já que nem mesmo uma anta seria tão estúpida quanto você para fazer tal burrice!

– Fique calmo Takatora! Foi sem querer!

– Ficar calmo? Eu te disse para não aproximar nenhuma carta do cinto em hipótese alguma! A carta Remote tem o poder de libertar os Undeads das cartas e você ativou a propriedade dela!

– E por que você não disse isso antes?! – perguntou Kouta, antes de ser atirado em cima da mesa por Takatora.

– Ai... isso doeu.

– Eu vou atrás desse monstro! – disse Mitsuzane.

– O que? Olha Kazuraba, você merecia que eu cobrisse a sua cara de pancada, eu só não faço isso por que não tenho tempo. Preciso ir atrás daquela criatura para trancá-la na carta novamente.

– E você sabe fazer isso?

– É claro. Não sou uma anta como você. E, além disso, aquele garoto não vai poder contra uma categoria ace.

– Eu vou com você!

– De jeito nenhum! Se você se atrever a me atrapalhar, eu juro que te transformo em milhares de caquinhos.

Kouta não teve escolha senão obedecer. Já havia lutado com Takatora anteriormente e se ele já saia quase morto com ele calmo, se o visse nervoso como estava, com certeza, ele passaria pro andar de cima sem nem ao menos ver o que o atingiu. Takatora pegou um dos locks vehicles do laboratório de Ryouma. Seria mais fácil ir de moto do que chegar de carro, já que o monstro já havia invadido a cidade. Mitsuzane já estava lá, tentando atirar no bicho, um grande besouro que estava destruindo tudo. Ele até conseguiu acertar alguns tiros, mas sem sucesso, não era forte o suficiente. Resolveu ligar para o seu irmão antes que ele saísse. Quando Takatora estava para subir na moto, seu celular tocou...

– Watashi da.

– Nii-san! Estou tentando deter esse monstro, mas não consigo. É um inseto voador e ataques vindo de baixo não o atingem! O que faremos?

– Tem razão Mitsuzane. Então eu já sei o que vou fazer. Use sua moto e tente atraí-lo em direção a Torre da Yggdrasill. Eu cuido dele lá.

– Se você está dizendo. Mas tome cuidado, Nii-san.

– Sim. Depois me espere em casa.

– Está certo, Nii-san.

– Parece que está na hora de corrigir a bagunça causada pelo meu descuido.

– Henshin!

MELON ENERGY

LOCK ON

SODA

MELON ENERGY ARMS

Transformado em Zangetsu Shin, Takatora esperava que o Undead aparecesse por perto para dominá-lo. Não demoraria muito para que o bicho chegasse perto do topo da torre. Um ataque efetivo a curta distancia seria suficiente. Quando viu que a criatura se aproximava, preparou-se para atacar. Kouta subiu até o topo da torre e de longe, escondido, de preferência, observava tudo. Preferiu ficar longe, dada as ameaças de Takatora contra sua integridade física. Não queria correr o risco de levar uma flechada no meio da testa. Nisso, o Undead sobrevoou a torre. Com o vento, Kouta caiu e saiu rolando pelo chão.

– Então ele já está aqui? Bom trabalho, Mitsuzane. Agora é a minha chance. – disse Takatora, mirando sua flecha no meio dos chifres do besouro.

LOCK ON

MELON ENERGY SPARKING

Antes mesmo de começar a cair no chão em direção a cidade, ele lança a carta para selar o monstro novamente, e por fim o problema havia sido resolvido.

– Já pode sair, Kazuraba Kouta.

– Ah... você me viu?

– E como não iria ver?

E viu mesmo, já que com a queda, Kouta caiu como uma bola com as pernas para cima com a cabeça entre elas. Mesmo debaixo da poeira, podia notar-se que era ele.

– Então... podemos falar sobre os Overlords? Afinal eu vim aqui pra isso.

– Sim, claro. E acabou libertando UMA CATEGORIA ACE!!!!!!!!! Tenho assuntos para resolver em casa. Nos falamos outro dia.

– Então tá. Me desculpe pelos problemas. Eu pensei que nós já fôssemos amigos. – lamentou Kouta.

– Nós somos amigos Kazuraba. Eu só queria que você se comportasse melhor e levasse as coisas mais a sério.

– Eu entendo. Peço desculpa de novo.

– Tudo bem. Apenas evite fazer algo tão estúpido assim de novo.

E na mansão dos Kureshima...

Os irmãos estavam terminando de jantar. Levantaram-se em direção a escada principal no centro da sala.

– Mitsuzane. O que foi aquilo na Yggdrasill hoje? Por que não quis que o Kazuraba soubesse do nosso parentesco? Por acaso tem vergonha da nossa família?

– Não se trata disso, Nii-san. É que eu ainda não quero que os outros saibam que eu sou um Kureshima. Quando todo esse problema com os Overlords acabar eu conto a eles.

– Entendo. Mas Mitsuzane...

– Eh?

– Da próxima vez que você quiser me ver jogar cartas, traga alguém que REALMENTE saiba jogar.

– Pode deixar! – disse Michy as risadas.

– Anda, vamos dormir.

Takatora colocou a mão sobre o ombro do irmão mais novo e começaram a subir as escadas, cada um em direção ao seu próprio quarto.

Com tudo o que havia acontecido naquele dia, Takatora aprendeu que nunca deve contar determinadas coisas a qualquer um. Kouta se deu conta que precisa MESMO aprender a jogar cartas e aprendeu a dar mais valor aos avisos dos outros. E, por fim, Mitsuzane achou melhor pensar duas vezes antes de sugerir que alguém jogue cartas com o seu irmão...

owari


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