SeuSegredo. Com escrita por Panda Chan


Capítulo 12
Prazo de validade


Notas iniciais do capítulo

Olá doces bolinhos, como estão?
Eu estou muito bem, obrigada. Perceberam que semana passada não teve atualização?
Pois é, resolvi dar uma folga para vocês e não postar, assim meus bolinhos viajantes podem acompanhar sem se atrasar ♥
Boa leitura



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É comum que você acorde e não queira sair da cama, que sinta o conforto do colchão moldado pelo seu corpo durante a noite, a maciez do cobertor tocando a pele e a baba escorrendo para a fronha do travesseiro. Acredito que essa seja a melhor sensação do mundo, menos quando os pássaros estão berrando em megafones ao invés de cantar calmamente.

Gemo baixo, um som de descontentamento, e tento erguer minha cabeça e abrir os olhos. Péssima ideia.

Se você quiser saber como um vampiro se sente quando exposto a luz solar, tente abrir os olhos pela manhã e se deparar um quarto iluminado quando você está de ressaca.

— Mantenha a cabeça abaixada – a voz rouca ordena e por um segundo sinto medo de que possa ter sido sequestrada – Beba isso.

Não vejo o copo, mas sinto quando ele é pressionado contra meu lábio inferior. Bebo aquilo que pode ser veneno porque minha boca está seca e a língua parece uma lixa.

Vou me preocupar com a minha saúde quando me sentir melhor.

O gosto do líquido é horrível, caso eu sobreviva vou escrever uma matéria sobre como venenos deveriam ter um gosto bom já que é a última coisa que você experimenta na vida.

Aguarde pela minha carta raivosa, mercado negro de venenos!

— Está se sentindo melhor? – a voz pergunta.

Sinto que só ficarei bem após a invenção da máquina do tempo para que eu retorne e não beba tanto na noite anterior, mas fico em silêncio e volto a me deitar minha cabeça no travesseiro quentinho.

Esse travesseiro têm batimentos cardíacos, coisa estranha.

Hum, ele também está mais quentinho que antes.

Caramba, a respiração do travesseiro brincou com meus cabelos!

Ok, isso não é um travesseiro.

Abro os olhos com muita dificuldade e me deparo com Lucca sorrindo para mim e servindo de travesseiro.

— O que? – consigo perguntou mesmo em meu estado deplorável de pós-bebedeira.

— Oi, Anna. Tudo bem? – ele pergunta irônico – Eu não estou muito bem, tive que cuidar da minha melhor amiga que bebeu muito além da conta em uma festa ontem depois que uns pangarés a jogaram na piscina e ela dormiu. Bêbada. No chão. Na casa de um estranho.

Não sei se ele pausou as palavras para dar ênfase ou ajudar meu cérebro a processa-las.

— Ícaro...?

— Deve estar pior que você – ele suspira – Não acredito que deixou aquele cara te dar bebidas quando você não está acostumada a beber coisas com álcool. Droga, Anna! – ele passou a mão pelos cabelos – Você já foi mais esperta.

Realmente, já fui muito mais esperta.

— Acho que eu só queria saber como é se divertir como os outros adolescentes ao invés de só escrever sobre isso – murmuro encarando a camisa cinza que Lucca usa – Ai meu Deus! – me sobressalto e fico tonta – O blog, preciso postar algo e...

— Não se preocupe – Lucca acomoda melhor minha cabeça em seu busto – Eu postei algumas coisas por você no blog.

— Obrigada – fecho os olhos – Me desculpe por ser um fardo pra você essa noite.

— Você nunca foi um fardo pra mim, Nana Banana – ele começa a fazer cafuné em mim – Entretanto, só vou perdoa-la quando me prometer que não vai mais sair com o Ícaro.

Franzo o cenho imediatamente.

— Por que você não quer que eu o veja mais se foi você quem me apoiou a falar com ele?

— Tem algo muito errado em um cara que sorri o tempo todo – a voz dele ficou irritada – Quero te proteger de um possível serial killer.

Reconheci aquele argumento de imediato, afinal ele era meu.

— Por que quando eu disse isso estava paranoica e você dizendo é “protetor”?

— Porque você é maluca e eu sou lindo – ergui minha cabeça o máximo que consegui sem ficar tonta e o encarei – Que’ foi?

— Que espécie de argumento é “eu sou lindo”?

— É a espécie de argumento que apenas pessoas lindas podem usar porque não tem nenhuma credibilidade na discussão e sua única função é ressaltar a beleza.

— Quero uma resposta séria, Lucca.

— Ok – ele suspira – Eu fico muito melhor que você dizendo isso, sabe? Minha voz é muito mais bonita que a sua e...

Interrompo o monólogo dele socando seu peito com toda a força que tenho, o que no momento é quase nada, causando um ataque de risos nele.

— Vou parar com meu discurso de cara convencido, prometo – ele tentou falar sério, porém não parou de rir por nem um instante.

O discurso de cara convencido foi para me irritar, já a desconfiança sobre Ícaro não.

Lucca gostava do loiro até pouco tempo e jogou na minha cara que eu estava maluca por pensar mal dele.

Será que a opinião do meu melhor amigo mudou por ciúmes?

— Você não deveria estar com a sua nova melhor amiga ao invés de falar mal do Ícaro para mim? – pergunto irritada.

Pensar em ciúmes me trouxe a lembrança dos dois na arquibancada. Não que eu tenha ciúmes disso, sou uma pessoa evoluída demais para sentir ciúmes.

— Anna, minha única melhor amiga é você – ele ri – De quem está falando?

— Da Larissa – até o nome da garota deixa um gosto amargo na minha boca – Vi vocês dois na arquibancada almoçando.

— Ah, você está falando do dia em que ela comeu o seu almoço.

— Meu almoço? – e quando penso que não posso desgostar mais dela, descubro que roubou minha comida. Alguém está querendo morrer.

— É – ele coça a nuca – Eu tinha te comprado um lanche, mas como vossa pessoa não apareceu para me agraciar com vossa presença a Larissa comeu.

— E você deixou? – grito e logo me arrependo.

— Fiquei sabendo que você tinha ido embora com o Ícaro e descobri algumas coisas bem interessantes sobre o Cyber com ela.

— Conte – peço.

— Não, Anna. Agora eu vou ser um bom amigo e te ajudar com a sua ressaca – ele beija o topo da minha cabeça – Depois falamos sobre seus inimigos.

Não gosto da ideia de adiar nossa conversa, mas confesso que não estou muito disposta nesse momento.

— Certo – resmunguei.

— Anna, seja legal pelo menos uma vez na vida!

Minha cara continuou emburrada quando me virei para ele e disse:

— Não consigo ser legal nem quando estou bem, não me peça para ser quando estou de ressaca.

— É por isso que eu te amo – ele sorri para mim – Sua sinceridade é comovente.

— Eu te amo, mas se você continuar com esse sarcasmo vou vomitar no seu tapete – ameaço.

— Ah, você já fez isso – ele olha para o chão do quarto onde o tapete costumava ficar.

— Sinto muito – murmuro.

— Tudo bem, amigos servem pra vomitar no seu tapete. Tô’ acostumado.

Jullie aparece na porta com uma bandeja. Sinto o cheiro de bacon frito antes de conseguir vê-lo no prato que ela traz.

— Vejo que a senhorita está bem – o tom da voz dela é de censura – Nunca mais beba tanto, Anna. Temi que você morresse engasgada com seu próprio vomito noite passada.

Jullie sempre foi dramática, acho que vou levar alfinetadas dela sobre a noite passada por um longo tempo.

— Vou tentar – sorri sem graça e me afastei de Lucca – Agora, passa esse café da manhã pra cá.

Jullie me entregou a bandeja e eu não esperei nenhum segundo para atacar cada um daqueles deliciosos alimentos.

“Prazo de validade.

Algumas pessoas deveriam ter um prazo de validade para que as outras a evitassem e não fossem contaminadas pelo seu “mofo”.

Infelizmente, prazo de validade existe apenas para alimentos e não para pessoas como Jeremy Hevis, que se tivesse estaria com a data de seu nascimento.

Jeremy ofereceu uma festa regada a bebida em sua casa neste fim de semana enquanto seus pais saíam para sua quarta lua de mel, o que sabemos é apenas para esconder como casamento deles vai mal.

Essa festa trouxe ótimas fofocas para mim, obrigada Jeremy! Para mostrar coo estou agradecida, vou revelar seu último podre.

Todos os alunos do Saintine compareceram em peso, menos uma pessoa. Kelly não compareceu a festa do namorado porque não foi convidada por ele. Ao invés de chamar sua namorada, J preferiu convidar algumas estudantes de Oasis e boatos confirmam que o melhor da festa ocorreu no quarto do rapaz.

Pessoas como Jeremy são tóxicas e apenas os mais próximos delas não percebem isso.

Sejam venenosos.

Beijinhos, Secret.”

— E o que você descobriu sobre o Cyber?

Lucca observou enquanto eu comia como uma esfomeada sem falar nada sobre o hacker.

— Ele não está atrás de você apenas porque a Larissa pediu, parece que ele tem algo pessoal contra a Secret.

Muitas pessoas tem algo contra a Secret, a maior parte delas foi desmascarada por mim.

Isso mostra que Cyber pode ser qualquer pessoas entre as mais de cem que citei no blog.

— Estou ferrada.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do capítulo? Não resisti, e quando percebi o Lucca tinha roubado a cena e foi tão fofo ♥
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Beijos sabor arco-iris ♥