O Coven dos Espíritos escrita por F CKED UP


Capítulo 4
O Primeiro Feitiço


Notas iniciais do capítulo

Desculpem gente, fazem o quê, duas ou três semanas sem postar? É que eu estava escrevendo capítulo para minha outra fanfic, Insuficiência Escolar e realmente, é muito difícil se concentrar para fazer dois capítulos de duas histórias tão distintas. Mas vou tentar colocar certinho no cronograma, ok? hahahaha



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1961

Sob uma moita, na escuridão da noite de Lua Cheia, estavam Jenn e Nico, escondidos, somente com seus olhos para cima da moita, olhando o que estava acontecendo ali.

Os dois estavam na floresta da propriedade dos Soqencourt e quando Gran Andrad, pai de Nico, descobrira uma pista sobre os Soqencourt assassinando bebês, Jenn resolvera que queria ir à missão de observá-los, a missão que fora dada a Nico.

Os Soqencourt, todos louros e bronzeados, alguns com olhos castanhos e poucos com olhos azuis, estavam reunidos, dentro dum círculo vermelho, que com certeza fora feito a sangue. Sangue de animal, necromancia, Jenn se lembrava desses tópicos em seu livro. O feitiço que eles iam fazer era o Ritual do Forçamento. Era um dos únicos feitiços que somente tinha uma face.

A maioria dos feitiços já criados por bruxos com Espírito e feitiços de representação da natureza, que foram criados pela própria natureza, têm duas faces. A branca e a negra. Não existe uma magia negra para um tipo de feitiço. Qualquer um poderia ser negro, desde que o bruxo realmente quisesse canalizar poder através da maldade, vingança, sentimentos obscuros. Até amor poderia ser usado para canalizar magia negra em feitiços. Isso era o que mais assustava Jenn. Como a bruxaria sempre provara que o amor era o mais venenoso de todos os feitiços ou poções. Bruxas morrem por amores mortais e se condenam a os ressuscitarem. Mas o que os Soqencourt faziam ali, era pura maldade.

Pura ganância por poder, pois eles não podiam aguentar doze fracos. Parou de pensar e começou a os observar, atentamente, como Nico fazia desde que tinha chegado ali.

O Clã Principal deles estavam parados, em fila, todos segurando uma faca, dentro do círculo. Jenn podia sentir a magia da sabedoria afogando-os. Ninguém devia praticar tanta magia assim, com tanta ferocidade. Sabedoria sem saber usar era burrice.

O Coven atual, nove pessoas, seguravam três bebês. Seis pessoas diziam palavras antigas em latim, ateando magia e fazendo os bebês dormirem.

Um levantou sua cabeça, uma mulher, provavelmente o prodígio do Coven e buscou uma faca, escolhendo de olhos fechados. Pegou a faca, que imediatamente ferveu, ficando quente, fazendo o aço ficar vermelho. O elemento fogo.

Ela pegou a faca e cortou a garganta do primeiro bebê. Em vez de sangue, saíra fumaça de sua pequena garganta. Deitou a faca num tronco de árvore e se deitou no chão, ainda no círculo. Outra pessoa levantou, também escolheu a faca a magia, de olhos fechados. Jenn podia ver água pingando da faca. O elemento água.

Matara o bebê, fazendo gotículas de água subir em direção ao céu, evaporando.

— Entende? É por isso que nossa família existe. — Disse Nico, sussurrando em seu ouvido. — Porque bruxos maus são capazes de tudo por poder. E nós temos que os assassinar, para evitar isso. Eu os assassinaria agora, se pudesse passar pelo círculo.

Jenn o olhou, fechando os olhos e suspirando:

— Nico, não generalize. Existem bruxos maus. Mas pense, e se eles precisam tanto de poder, deve ser para se proteger de algo não é? Algo como uma família que pratica genocídio há anos e gerações? Quase que os Delacourt não sobrevivem no século XIX e você diz isso? Os Andrad também têm culpa no cartório.

Nico a olhou, somente. Levantara e sairia, marchando irritado, em direção à noite, deixando-a sozinha. Jenn fez menção de se levantar, mas quando tentou, percebera que estava presa. Seus pés não saiam do chão, era como se estivesse magnetizado. Olhou para frente. O Coven dos Soqencourt a olhavam. Seus olhos estavam vermelhos de fúria. Uma característica do clã dos Soqencourt era exatamente essa, exibir seus sentimentos obscuros por meio da cor dos olhos, que se mudavam rapidamente.

A mulher, que usara o elemento fogo para matar o bebê, somente levantou seu dedo em direção à boca, fazendo um shh. Jenn acenou com medo, e seus pés foram puxados, a arrastando, para longe dali.

===

A neve era densa e as luvas de Stephen não adiantavam nada contra o frio devastador. Em Hawlock Green, o frio parecia se prolongar e ficar mais frio ainda, por causa do grande lago. Nas salas, havia um aquecedor, mas quando chegava o intervalo, todos tinham que aguentar o frio, no enorme pátio. Alguns como Stephen e Scott, se arriscavam em ficar lá fora, no pátio descoberto e assistir a neve cair lentamente, se juntando à branquidão fofa do solo.

— Então, você comeria um cachorro caso fosse à China? — perguntou Stephen, pois queria rir. Sabia que a resposta do inocente Scott seria engraçada.

— Não, pois cachorros são nossos amigos, bons amigos.

Stephen tentou segurar o riso, pelo bem do amigo. Scott se irritava e machucava fácil. Um riso como aquele podia devastá-lo. Scott sofria bullying de todos os outros atletas, por ter uma personalidade mais inocente e Stephen era o único que era seu amigo permanente. Os outros somente usavam-no para ter favores. Mesmo sendo um mascote, Scott ainda se considerava parte do time.

Os dois saíram do assunto dos cachorros, no momento em que Stephen conseguira segurar, com muito esforço, seu riso. Scott começou a falar de como estava muito frio.

Stephen observava Camile, ao longe, junto a seu grupo de amigas. Todas formavam uma roda envolta dela, enquanto a própria secava seu rosto com um lenço. Chorava para suas amigas verem. Stephen jurava que podia ouvi-la contando de como Finn era bom (ele, na verdade, a ouvia de verdade, só não sabia ainda). Concentrou-se no que Scott falava e concordou.

Estava muito frio, mesmo com a neve caindo lentamente. Ele pensou em como amava o frio. Amava-o mais que qualquer outro clima. Era totalmente o clima que o definia, sem menos ou mais. Ele era frio como um cubo de gelo, mas quando uma pessoa ficava demais no frio, o frio a esquentava, de modo doentio, na hipotermia. Stephen gostava de pensar em como ele era uma hipotermia. De início fria, mas com o passar dela, aquecendo o corpo, queimando-o.

De repente, em sincronia com o pensamento de Stephen sobre adorar frio e neve, a neve aumenta, rapidamente e densamente, caindo rápida e pesada, fazendo Scott e Stephen saírem do banco em que estavam sentados, se juntando com os caras do time, que conversavam sobre qualquer merda inútil.

Num momento, Stephen pensou em estar tendo uma ilusão, vendo sua tia Celia caminhando com passos leves em direção ao segundo andar, onde ficava a secretaria. Ela levava uma pasta de papéis em seu braço. O que o preocupou era que sua tia Celia era mãe de John, o primo que Stephen não suportava.

===

Era meio-dia. Nylie Bittencourt estaria na escola neste horário, ainda almoçando, esperando com todo sua alma que às quatro horas chegassem logo, pois ela não aguentava o lugar.

Mas pelas tragédias horríveis, seu pai Kyle, havia a deixado faltar, por dois dias. É claro que a horrível escola particular de Nylie não ia parar as aulas para homenagear a diretora. Simplesmente colocaram uma faixa preta sob o portão e a vice-diretora tomou cargo.

Nylie não ligava para a insensibilidade deles, somente ligava que não queria ver aquele lugar por esses dois dias. Ela somente queria relaxar. E assistir Orange Is The New Black, ou ler School’s Out, uma fanfic muito boa que havia achado na internet. Estava terminando a terceira temporada de Orange Is The New Black, com o episódio na melhor cena, quando a porta da frente do apartamento bateu. Ela ouviu rapidamente e fechara a janela, pois sua mãe nunca a poderia ver assistindo algo sobre lésbicas.

Nem seu pai, que não ligava para essas coisas, gostaria. Nylie se condenou por não ter visto em parte do episódio parou, mas decidiu que outra hora o veria de novo, inteiro. O episódio fora muito bom.

Ouviu sua mãe caminhar até seu quarto, do jeito pesado e rápido que sempre fazia. Deu tempo o bastante para Nylie tirar as janelas do navegador com tudo que sua mãe poderia perguntar o que era. Deixou uma única janela, o Youtube, caso ela perguntasse, Nylie estaria assistindo uma pregação.

Entrou no quarto, com uma face de alívio. Sentou na cama de Nylie e disse gentil:

— Nós vamos voltar para Nova York. E sua prima Angelina vai vir nos ajudar com a mudança.

Nylie não conseguiu fechar a boca por dois minutos. Era muito bom para ser verdade.

===

John tremia de raiva. Nem imaginava o porquê estava daquele jeito, além de dois motivos. Seu pai e sua mãe. Pensou no quanto odiava os dois e no quanto os dois eram hipócritas, procurando sempre uma razão para seus erros, sempre colocando a culpa no filho.

— Você tinha que me mudar de escola né? Tinha? Você sente prazer quando me decepciona? — gritou para sua mãe, enquanto ela lavava a louça, calma.

— Coloquei você na Hawlock Green pelo seu futuro, você devia me agradecer — declarou, revirando os olhos.

— Agradecer? Por me colocar numa escola de gente almofadinha? Eu não gosto desse povo!

— John, você fala isso agora. Quem garante? Só porque você e Stephen não se dão bem não significa que todos são como Stephen.

John suspirou e saiu dali. Subiu as escadas, com raiva.

Abriu seu notebook, olhando se tinha alguma notícia. Nada. Perguntou a si mesmo se Hawlock Green realmente era ruim. Lembrou-se da época em que ainda falava com o primo.

Estavam os dois no quarto de Stephen, falando e falando sobre besteiras. Eram duas e meia da manhã e os pais de Stephen não tinham chegado ainda de uma festa que tinham ido. E como Laura resolvera sair com seus amigos de última hora, Stephen e John não puderam planejar nada.

— Ei, Steph, como é a Hawlock?

Stephen o olhou, pensando um pouco e depois falando:

— Hawlock Green não é como todas as escolas. Já estudei em três escolas diferentes, porque já morei em Manhattan quando criança. E eu digo. Nenhuma se compara. É como se você sentisse Hawlock falar com você. É como se tivesse vida. E dá prazer de ficar nos prédios com estrutura de torre, ou perto do lago. Até nadar no lago, às vezes eles deixam para fazer competição. Também uma das coisas que mais me atraem são os laboratórios de biologia. Com todas suas plantas e também a estufa, cheia de plantas que você se perde.

— Parece ser legal.

Os dois começaram a falar de meninas e quais eram mais bonitas: as da escola de John ou da Hawlock? E então, quando viram que os pais de Stephen iriam demorar a chegar, John tirou um pacote da bolsa.

— Eu roubei isso de Lenna. Ultimamente ela está tão chapada que nem vai notar.

John virou o pacote e Stephen viu claramente o que havia lá: maconha.

— Cara! — Stephen riu e pegou o pacote.

Foi o primeiro baseado deles. Riram e se engasgaram, depois ficando com dor de cabeça. Mas eles aproveitaram o segundo baseado, que foi quando a maconha acabara. O segundo tinha sido incrível.

John se arrependia de ter brigado com Stephen às vezes. Mas o primo era insuportável quando queria, portanto John não se martirizava. Garantia que Stephen também não. Ainda mais um monstro sem coração como o primo.

John entrou num site de chat de Nova York, vendo se Camilo, seu amigo virtual, estava online.

Estava. John digitou mensagens de que queria conhecê-lo, de que não entendia porque os dois, que moravam na mesma cidade e basicamente na mesma área de Nova York, não podiam se encontrar.

John dizia que não aguentava falar de seus problemas para alguém que nunca tinha realmente visto o rosto. Camilo somente mandou:

O dia irá chegar.

===

Numa viela perto do Hawlock Green, às quatro e quinze da tarde, estava Larah Andrad e Arden Saita, juntas, com seus corpos vulgarmente colados um no outro. Arden estava em cima de um banquinho para se igualar a altura de Larah.

As duas se beijavam, ardentemente. Larah amava esta garota. De como ela era uma coisa totalmente diferente do que já tinha pegado como ela era totalmente foda-se para tudo, como Arden era de uma beleza exótica e nada como ela já tivesse visto antes.

Baixa, com cabelos longos e lisos, pretos como ébano, olhos puxados, pois tinha descendência japonesa e com pele morena caramelo, pela descendência mexicana por parte de pai.

Suas curvas eram algo de outro mundo, um mundo que Larah amava apertar, amava beliscar ou mordiscar.

Lembrou-se do dia sortudo que encontrara Arden. Fora buscar seu primo Stephen na escola com sua tia Kourtney. Stephen estava sem carro por dois meses, pois havia batido na Europa e sua mãe lhe deixara sem carro para aprender a não dirigir bêbado. Fora no dia 30 de janeiro, lembrava-se de como Stephen estava estranho e como havia demorado a sair do portão. Kourtney precisou ir lá e lhe lembrar de que tinha que fazer janta.

Enquanto Kourtney ia, Larah e Arden trocaram olhares. Logo depois trocaram telefones. E no fim de semana saíram juntas. No dia 2 de fevereiro, ainda estavam juntas, como por milagre, já que Larah nunca ficava com uma menina por mais de três dias. Arden, como ela já reparara, era diferente.

Era quente, mas ao mesmo tempo sempre deixava querendo mais, não importa o quanto às duas se beijassem. Logo depois que Kourtney aproveitara a viagem de carro e deixou Larah, ela ligou para Arden. E desde aquele dia, as duas se beijavam e falavam uma com a outra mais que comiam. Pois era algo que nenhuma das duas conseguia explicar.

Parecia que seus corpos e mentes eram magnetizados.

===

Bateu a bola de basquete no chão, fazendo-a quicar fortemente. Correu com ela, batendo mais três vezes no chão, e acertou na rede.

Stephen havia começado a treinar, pois este ano tinha que garantir seu lugar no time. Aproveitara que o quintal de sua casa era grande e que seu pai havia instalado uma cesta de basquete, para os dois jogarem. O que quase nunca acontecia, pois Kane quase nunca estava em casa.

Acertava quase todas as cestas, meio tímido, pois de minuto em minuto, Laura abaixava a Bíblia que lia sentada na varanda de seu quarto e observava Stephen jogar. Stephen percebera que ainda tinha medo de plateia, desde aquele dia. Aquele maldito dia.

Finn tinha lhe dito. Camile iria aceitar, depois do beijo que Stephen e Camile tinham dado na festa do Verdade ou Desafio, aquele beijo que soltara faíscas de tanta química. Mas Stephen não pedira Camile em namoro, pois não sabia se era só química e que ela não gostava dele ou que aquela química era só de sua parte.

Mas Finn havia lhe dado certeza. Havia falado que Camile totalmente estava na de Stephen, assim como Stephen estava na dela.

E como Finn sempre tinha sido seu amigo, Stephen resolvera fazer um pedido catastrófico, que emocionaria qualquer pessoa. Durante o último jogo da temporada de basquete, contra a rival da Hawlock Green, Stephen fez o último ponto, numa cesta de três pontos e dedicou para ela.

— Camile, foi para você. Quero que saiba que eu gosto de você. Você aceitaria namorar comigo? — normalmente, Stephen Bittencourt nunca se rebaixaria ou faria algo tão romântico. Ele sempre fora frio e sempre odiaria essas coisas de romantismo. Mas Finn lhe falara que Camila adorava isso. E Stephen faria de tudo por Camile.

No momento em que ele terminara, todos ficaram calados. Na arquibancada, todos. Camile se levantou de onde estava, andando até Stephen e falou para todos ouvirem:

— Eu não gosto de você. — O modo rude que falara, fez todos rirem. Não havia um que não tinha rido. E neste momento, um jogador da outra escola marcara um ponto. E todos culparam Stephen, por não estar lá, para ajudar.

Percebeu que não tinha que ter medo da plateia. Pelo o que soubera quando voltara com seu WhatsApp e quando se reconectara com o mundo, que todos o amavam. As meninas o achavam romântico e queriam ficar com ele. E os caras o idolatravam pela cesta de três pontos que ele havia marcado naquele dia.

Realmente, havia sido uma cesta de três pontos muito bem marcada.

Laura levantou-se da cadeira de madeira, e entrou para seu quarto, fechando as portas de vidro. Stephen sempre quis o quarto de Laura para si. Sempre gostou daquela varanda, ligada a varanda que havia na sala. E fora inteligente, quem fizera a casa, fazendo uma varanda no andar de baixo, mas uma varanda muito bonita, que combinara com o quintal e o jardim.

Depois de uns vinte minutos, no momento em que Stephen estava muito suado, Laura saíra pela a porta da frente e dissera:

— Vou jantar com a minha amiga, diz para a mamãe, ok?

— Eu digo. Tchau.

Laura saiu. Stephen não ligou de ficar sozinho em casa. Kane estava no trabalho e Kourtney havia ido com sua mãe para a Inglaterra, cuidar da casa de lago de seu falecido avô por parte de mãe.

Ele ficaria ali, sozinho, por pelo menos umas cinco horas, porque Laura sempre ficava na casa de alguma amiga por muito tempo. Era relaxante, ficar sozinho. Sem todas as vozes o incomodando ou pedindo algo. Simplesmente a voz dele e seu pensamento.

Para acabar com seu alívio e seu treino, a campainha tocara. Não podia ser Laura, pois ela nunca esquecia nada. E ela sabia onde a chave reserva ficava. Debaixo da pedra falsa, perto do portão. E Laura não tocaria a campainha, ligaria no celular de Stephen.

Ele foi atender, passando pelo jardim que sua mãe amava cuidar, podar as rosas e plantar mais rosas, todas raras, que Kourtney comprava em leilões pelo mundo. Fitou a piscina, que precisava limpar, pois já estava verde. Seu pai era o único que sabia e sempre estava sem tempo. Mas suspirou, sem reclamar, afinal, não usariam a piscina no frio que estava.

Percebendo que o frio tinha passado e que o sol dominava desde que começara seu treino, Stephen suspirou outra vez. Por isso que estava tão suado. Reclamou disso na sua mente, pois qualquer pessoa que fosse, o veria neste estado.

Abriu a grande porta de madeira que cercava os muros da casa. Era Camile. Sua silhueta, suas curvas, seu cabelo Chanel, seu rosto medieval e fino, seus olhos negros. Ele nunca iria esquecer-se de todos os mínimos detalhes de seu corpo, assim como nunca iria perdoá-la por se juntar com Finn e acabar com sua reputação na frente de toda escola.

E agora ali estava ela. Feche a boca, idiota, pensou. Fechou sua boca e tentou formar palavras, dificilmente. Camile percebeu sua dificuldade e simplesmente entrou.

— Estou aqui para falar com você.

Ele foi até a porta de entrada para a sala e a chamou.

— Entre.

— Obrigado. Sua casa é estranha. — Ela disse, olhando envolta. — Na verdade, é muito bonita. O muro que é estranho. Nunca vi uma casa com muro aqui em Nova York.

— A casa é herança da minha mãe. Foi construída há muito tempo, pelas Companhia Bittencourt de construção, eles estavam querendo inovar. Todos da minha família por parte de mãe têm casas assim, embora esta seja a maior, porque minha mãe era a preferida do meu avô. Quando ele morreu, eu era pequeno, tivemos que nos mudar de Manhattan e viemos para cá.

— Eu gostei. Vocês tem uma privacidade grande.

Stephen concordou com a cabeça.

— Sem querer ser mal educado...

Camile o interrompeu — Stephen. Eu vim me desculpar.

— Pelo o quê?

— Qual é Stephen. Você mal olha na minha cara. Tá óbvio que você ainda tem ressentimento por aquilo. E eu estou arrependida. Passei as férias me sentindo arrependida...

— Se realmente passou, por que não se desculpou antes? — gritou, sem querer. Estava se controlando, mas só de lembrar...

— Finn não deixava. — Ela despejou em cima dele.

— Oh. Isso explica. — Ele abaixou os olhos, com vergonha de tê-la acusado e já explodido.

— Só isso, mesmo, agora, tchau.

— Camile. — Chamou com a voz baixa.

Ela virou e perguntou O quê.

— Você está bem? Vi você chorando, hoje.

Camile se sentou no sofá da sala de estar. Se sentindo deslocado em pé, Stephen sentou na poltrona de frente a ela.

— Estou levando. Querendo ou não, tendo um temperamento horrível ou não, Finn era meu namorado. E eu amei ele, por um tempo. Desculpe por falar isso para você. É que... eu senti falta de quando éramos amigos.

Sempre sentem, pensou, mas não disse. — Não se preocupe. Pode falar.

— E... é difícil. Eu não amava mais ele. Estava totalmente cansada de ser tratada como uma mulher do século XIX, como alguém inferior. Mas parecia uma droga, era viciante. E me sinto um pouco culpada. Por ter me livrado dele desse jeito. Eu devia ter terminado com ele. Mas foi essa sensação que eu tive quando o policial me contou. Sensação de que eu não vou ter que terminar com ele ou sentir a fúria dele caso eu fizesse isso. Meu Deus, eu sou uma pessoa horrível.

Stephen se aproximou. — Não, não é. É normal se sentir assim. Eu também me senti um pouco culpado. — Mais que um pouco, pensou.

Stephen tocou em seu rosto, secando suas lágrimas. Pensou que talvez estivesse ultrapassando os limites. Mas continuou, porque Camile não reclamava e também porque ele nunca a vira chorando. E era terrível.

Camile olhou em seus olhos. Ficaram olhando um nos olhos do outro, por um minuto. Até que Stephen tomou iniciativa, pegando o rosto de Camile e puxando ao seu. Beijou-a e sentiu reciprocidade. Continuaram, até que...


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Notas finais do capítulo

eu sei, eu sei. Ainda não tem muita coisa de interessante, mas é pq ainda é a atração do Coven. Por enquanto, acho, que a única coisa bem interessante são os flashbacks da Jenn. Próximo capítulo vai ter um bem legal. Vai mostrar o quanto a Jenn é fod4 p/ car4lho e a atração do Coven vai começar oficialmente. A partir do capítulo seis, o Stephen já descobre coisas interessantes, então continue acompanhando, se quiser haha, comente, obrigadão



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