POV LUNNE

Como que a vida de uma pessoa pode mudar drasticamente em dois dias? Em dois míseros dias eu mudei de casa, conheci pessoas novas, fiz uma nova amiga e encontrei o grande amor da minha vida. Fico pensando se Deus não está sendo bom demais comigo, dando todas essas coisas maravilhosas. Ele colocou Edward em minha vida, num momento em que ela estava totalmente instável. Já se passou um mês desde a minha chegada na casa dos Cullen. Fui pra escola, coisa que nunca havia feito. Só havia ido para a universidade pela primeira e única vez, cursar Direito. Sempre estudei em casa, por isso não sabia como funcionava o colegial. É bem divertido, principalmente quando o seu amor te acompanha nas aulas de literatura, cálculo, inglês e educação física, e a sua nova amiga em francês e biologia. Edward trocou seu horário com Alice pra poder ficar mais tempo ao meu lado, o que a deixou emburrada uma semana. Falando em Alice, quando ela soube que eu e Edward estávamos juntos, ela só faltou soltar fogos, mas ficou brava em não poder contar pra ninguém. Só ela e Jasper sabiam, ele porque conseguia sentir as minhas emoções e as do Edward, por isso acabou adivinhando, e Alice tinha previsto o nosso primeiro beijo, por isso imaginava que logo ficaríamos juntos. Eu achava que a familia já suspeitava de alguma coisa, principalmente Nessie e Jacob, que sempre estavam nos observando tanto em casa quanto na escola. Nessie... nossa como eu criei afinidades com essa garota! Conversávamos muito nós três: Eu, ela e Alice. Emmett vivia nos chateando e fazendo rir com as suas bobeiras e Jasper o continha. Já Rosalie era mais reservada, mas ainda sim, conversávamos bastante. Ela era como uma amiga conselheira, daquelas que está lá pro que der e vier.

Quando tínhamos algum tempinho, eu e Edward fugíamos para namorar um pouquinho. Eu adorava passar o tempo com ele, aproveitar um pouco o nosso amor. Sempre íamos ao mesmo lugar onde nos beijamos pela primeira vez. Era o nosso refúgio, o nosso paraíso particular. Estávamos lá, quando Edward me disse uma coisa que me fez querer explodir de felicidade e ao mesmo tempo tremer de medo:

-Anjo, eu acho que já está na hora de todos saberem. – Eu o olhei com uma curiosidade evidente no rosto e perguntei:

- Saberem o que Edward? – Ele me olhou nos olhos e disse:

-Que estamos apaixonados um pelo outro. Pra que ficar escondendo uma coisa que quase todos já sabem, ou pelo menos imaginam? – Eu o olhei aqueles olhos dourados, a intensidade das palavras ditas refletidas neles...

– Bem, se você quer assim, eu não me oponho. Anuncie para a sua familia sobre nós, eu não vejo nada de errado nisso... – Eu havia gostado da idéia de comunicar a todos sobre nós. Eu queria poder contar para os meus pais e amigos que estavam longe que eu estava apaixonada por alguém tão maravilhoso que nem o Edward. Só que eu estava receosa. Ele ainda não tinha falado nada em namoro serio, coisa que me deixava com medo dele só estar me usando... usando para esquecer a dor da morte da esposa que, segundo Jacob disse, ele tanto amou e se sacrificou.

– Eu sabia que você ia gostar da idéia, Anjo! Eu sabia! Amanhã à noite, quando todos estiverem em casa, nós vamos contar! Tudo bem pra você? – Eu estava achando estranho. Porque não contar hoje à noite e sim amanhã? Eu já não estava entendendo mais nada, por isso acabei concordando. Quando chegamos em casa ele ficou de segredinho com Alice desde a hora em que chegou, coisa que eu achei muito estranha, mas acabei nem comentando nada porque me distrai com Renesmee pedindo ajuda para escolher um bom tecido para ela mandar fazer um vestido novo.

Fui dormir tão exausta por causa dos treinamentos de luta que Jasper estava fazendo há uma semana comigo, toda noite, antes do jantar, que nem ouvi Edward entrar no meu quarto naquela noite. Só vi que ele tinha ficado lá, porque ele me acordou na manhã seguinte, dizendo que eu ficasse mais cinco minutos na cama ia me atrasar. O dia na escola passou se arrastando e mais uma vez eu peguei Alice e Edward cochichando na hora do almoço. Eu fiquei mais curiosa do que já estava e cheguei perto e perguntei:

-Eu posso saber qual são os motivos do cochicho? – Edward enrijeceu o corpo e Alice pareceu mais lívida do que o costume. Ela respondeu:

-Nada não Lunne! São só algumas coisas que... – Alice pareceu pensar no que poderia me dizer – que Esme me pediu para avisar Edward. Só isso. – Eu não engoli essa nem com três copos de água com açúcar.

– Que coisas? – Perguntei.

– Ela pediu para eu arrumar algums faqueiros de prata dela: tirar das caixas, limpar, secar... essas coisas. Eu fiquei de fazer isso, mas acabei esquecendo, então Alice veio me lembrar.  - Eu não acreditei em nenhuma palavra dos dois, mas resolvi fingir que acreditava, só pra poder ver onde essa historia ia dar.

– Nossa Edward, muita gentileza sua com a sua mãe. Espero que ela goste do trabalho que você vai fazer. Bem eu vou indo, porque ainda tenho que passar na sala de biologia, porque esqueci o meu livro lá. Até mais. – Disse isso e sai, na maior naturalidade e torcendo para que eles tivessem acreditado em mim.

O resto do dia passou como um furacão. Quando estava chegando à hora do crepúsculo, Alice me chamou em meu quarto e disse que eu teria que vestir uma roupa bem bonita. Perguntei o por que isso era necessário e ela disse que o Edward ia gostar. Então eu deixei ela escolher. Depois de meia hora analisando todos os meus vestidos e mais quinze tentando escolher entre dois, ela finalmente conseguiu achar um que, no ponto de vista dela, ficasse bom em mim: Era um tomara que caia, azul turquesa, vinha até um pouco abaixo do meio da coxa, com leves babados na ponta. Tinha uma faixa  num tom mais claro de azul com flores no meio do vestido, com o sapato combinando.

Ela fez uma maquiagem leve, mas bem original: sombra clara, delineador, blush e gloss rosa claro. Ela também estava linda, vestindo um vestido preto bem justinho, sapato preto, maquiagem um pouco mais pesada que a minha... pensei que íamos a algum lugar.

– Alice por acaso vamos sair para algum lugar? – Perguntei curiosa, enquanto descíamos as escadas. Ela riu e respondeu:

- Não bobinha, a festa vai ser aqui mesmo! Olhe! – Nesse momento eu fiquei muito emocionada: A sala estava totalmente decorada com rosas cor de rosa e velas aromáticas. Tinha flor em todos os lugares. Tinha uma mesa com algumas comidas e bebidas, em quantidade razoável.

Nessa hora olhei para Carlisle, Esme, Rosalie, Emmett, Jasper e Alice, que já tinha descido. Todos estavam com roupas lindíssimas! Foi então que eu tive a visão mais bela de todas: Edward entrou pela porta da sala. Estava vestindo um moderníssimo terno na cor preta, sapatos na mesma cor. Ele carregava um buquê de rosas brancas, as únicas que tinham no recinto. Eu fui descendo as escadas conforme ele ia se aproximando delas. Quando eu estava quase no fim, ele estendeu a sua mão para mim e eu me postei, ainda um pouco atônita na sua frente. Ele me ofereceu as rosas com a seguinte frase:

- São suas, Anjo. – Eu as peguei com as mãos tremulas, meio sem entender nada.

– Posso saber oque é tudo isso? – Perguntei com a voz um pouco quebrada, por causa da emoção. Edward sorriu e disse:

- Essa festa foi o assunto que eu e Alice estávamos conversando fazia alguns dias. Você já vai saber o significado, só um instante. – Ele fez sinal para que todos se aproximassem e quando todos estavam perto o suficiente ele começou:

-Há um mês, a Lunne apareceu para mudar essa casa, essa familia... para me mudar. Naquele dia, eu já me apaixonei perdidamente por ela. Como? Não me perguntem, pois nem eu sei direito como. Só sei que ela fez com que o meu coração de pedra se abrisse para o amor novamente. Eu sei que muita gente deve estar pensando que eu sou maluco, pois um dia estava sofrendo pela morte da Bella, no outro estava apaixonado perdidamente por uma garota que eu mal conhecia. Isso não é maluquice, é amor! Amor de verdade! Eu me entreguei rápido a esse sentimento, rápido até demais. Pedi para Lunne guardar segredo, pelo menos por enquanto, pois eu ainda tinha duvidas... duvidas sobre tudo isso que estava acontecendo, mas agora eu não tenho mais nenhuma, por isso eu estou aqui reunindo vocês aqui, para fazer um pedido...  – Ele me olhou com aquele olhar que me fazia falhar uma batida do coração. –um pedido para a pessoa que deixa o meu mundo com um pouco mais de cor.  Edward se ajoelhou aos meus pés, e tirou de dentro do paletó uma caixinha.

– Lunne você quer ser minha namorada? – Ele abriu a caixinha e dentro dela tinha duas alianças: eram de ouro branco puro, uma com um coração em diamantes e outra sem. Elas tinham escritas dentro: Lunne & Edward: Dois corpos, uma só alma... Lagrimas escorriam pelo meu rosto, lagrimas de pura emoção, quando Edward se levantou e colocou a aliança com o coração de diamantes em meu dedo da mão direita. Eu coloquei a aliança no dedo dele a muito custo, pois a minha mão estava tremendo tanto, que eu pensei que ia deixar ela cair no chão. Após isso, todos os presentes bateram palmas. Edward limpou as minhas lagrimas e me beijou delicadamente. Eu o abracei com todas as minhas forças depois do beijo e chorei em seus braços. Ele falou rindo:

- Lunne eu te peço em namoro e você chora! Assim eu penso que não fiz certo... Eu olhei pra ele, já um pouco recuperada da crise de choro e consegui falar com a voz um pouco tremida ainda:

- Eu... eu não esperava que você... ai meu Deus, eu não tenho palavras pra tudo isso! Foi maravilhoso! Você acertou em tudo! Por isso que a cada dia que passa eu te amo cada vez mais! Eu te amo Edward! – Ele riu com gosto e completou: 

-Então vai enxugando essas lagrimas desse rostinho lindo e aproveia a festa, porque ela é sua! Ou melhor nossa! – Ele riu mais uma vez e me beijou de novo. Só paramos quando ouvimos a voz de Jacob:

-Será que vocês podem deixar pra namorar depois? Eu estou com fome! – Todos na sala riram e Edward jogou uma almofada nele, que se esquivou facilmente. Depois ele se dirigiu a mim:

-Vamos, pois senão vai ter um certo lobo que vai morrer de fome! – Nós rimos com o que ele disse e fomos para a mesa em seguida.

Os medos e as duvidas sobre o amor do Edward por mim pareciam ter sumido. Eu tinha alguns medos ainda, mas não tinha motivos para tê-los: Ele me amava! Finalmente eu podia amar sem ter medo de me ferir...

Continua no próximo capítulo...

 Vestido da Lunne: