Recordações - Uma one shot de Minha Redenção escrita por Miyuki ki


Capítulo 1
Conversas em uma tarde.


Notas iniciais do capítulo

Olá, demorou muito mas eu finalmente consegui concluir esta one.
Ela é um agradecimento para todos os fãs de Minha Redenção por termos nos tornado a fic mais popular da categoria Kuroshitsuji no Social.
Vocês não sabem o quanto nós vibramos com essa notícia. Muito obrigada de Coração!
Existem duas pessoas a quem eu quero agradecer em especial e dedicar esta one:
Uma delas é a leitora James Martin Cumberbatch. Foi o seu comentário em "Mais que amigo... mais que irmão." que me deu a idéia para esta one, então nada mais justo que agradecer a você e te dedicar esta fic. Espero sinceramente que você goste dela.
A outra a quem eu quero agradecer e dedicar esta one é a minha querida Chibi Lord, amiga, irmã, amada e muito mais. Eu vou repetir o que eu sempre digo, para mim é uma alegria imensa poder escrever com você. Você é uma das autoras que eu mais amo e poder dar vida a Minha Redenção junto com você tem sido minha maior alegria. Se eu escrevo hoje em dia saiba que foi por admirar o seu trabalho e por causa do seu imenso incentivo. Você acreditou que eu podia escrever quando eu era quem mais duvidava disso. Muito obrigada! Do fundo do meu coração. Te amo.
Miyuki ki



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- Alois, por favor me solta... você sabe como ele fica... – Ciel sussurrou baixinho para o seu amigo. – Não piore as coisas.

O jovem de cabelos dourados estava abraçado a Ciel por trás, o rosto colado ao do jovem moreno sob o pretexto de ler o que este lia. Mal sabia o jovem de olhos bicolores que era justamente irritar e provocar as intenções do impulsivo adolescente.

Sebastian observava a tudo indignado. Não sabia o que era mais irritante, o fato de ver Alois tomar tamanhas intimidades com Ciel ou o fato de saber que ele o fazia apenas para cravar um espinho em seu ciúme.

- Sr. Trancy, meu sobrinho não vai conseguir terminar o trabalho se você o estrangular dessa forma. – Sebastian disse com um sorriso mas o tom de sua voz era gelado.

- Claro que vai! Essa cara é um gênio! – o jovem respondeu rindo e esfregando o rosto no do amigo e bagunçando os fios escuros.

E Ciel suspirou cansado. Às vezes ele sentia que era a babá de duas crianças pequenas.

Já fazia algum tempo que ele revelara a seu melhor amigo a natureza de seu relacionamento com seu tio e guardião.

Ainda se lembrava do medo que sentira mas não havia mais como continuar mentindo. E fora uma grande alegria e um alívio quando Alois prometera segredo e não os denunciara.

Mas agora a situação começava a fugir do seu controle.

Alois ainda não aprovava totalmente esse “namoro” e manifestava esse descontentamento provocando o tio Sebastian. O homem fizera excelentes progressos em se controlar, até por pensar na segurança da relação deles e isso porque fora o seu ciúme descontrolado que causara o incidente que levara o menino a ter de revelar a verdade ao outro adolescente.

No geral as provocações eram discretas e as reações de seu tio também mas em dias como hoje, em que estavam apenas os três na casa de Sebastian, Ciel se sentia exausto tendo que se dividir entre os dois exaltados protetores.

Nunca mais um trabalho de escola em dupla fora algo tranquilo.

- Alois, se quer ler comigo sente-se aqui ao meu lado, está bem?

- Claro! – Alois respondeu rapidamente e deslizou os braços do pescoço de Ciel. Puxou uma cadeira e a pôs ao lado do amigo. E descaradamente fez questão de repousar a mão na coxa do outro garoto.

- Alois... – o menino moreno disse com um suspiro enquanto o loirinho punha a língua para fora fazendo uma careta marota.

Sebastian decidiu que aquilo requeria uma medida mais drástica.

- Ciel, pode vir aqui, por favor? - ele chamou seu sobrinho calmamente.

Este se levantou, não sem antes lançar um olhar zangado para seu amigo que revirou os olhos e apoiou o queixo na mão. O menino foi em direção ao tio, que estava sentado numa poltrona a poucos metros da mesa em que eles estudavam.

- Pronto, tio. O que é? - Ele perguntou julgando que ia receber uma série de reclamações em voz baixa. Mas o que aconteceu foi uma coisa que ele realmente não esperava.

Sebastian se levantou e rapidamente envolveu a cintura de Ciel com um dos braços, erguendo-o do chão.

- Tio!! O qu-

Mas Ciel não teve tempo de terminar a sua frase pois a outra mão de Sebastian o segurou pela nuca e num instante a boca dele estava cobrindo a do menor.

- Hmmmf??!!!

Os olhos de Ciel se arregalaram de surpresa. Sentiu a língua do mais velho invadir a sua boca. Fechou os olhos um momento depois, o rosto queimando de vergonha, pois seu tio o beijava apaixonadamente bem diante de um incrédulo Alois. Se antes o amigo já não os aceitava muito imagine agora!

O jovem loiro estava de queixo caído, sua boca escancarada observando a cena. O homem segurando possessivamente seu melhor amigo e o beijando com paixão. Tudo o que se ouvia no silêncio que se fez na sala era o coração do adolescente e o som úmido de lábios se encontrando.

Mas pouco depois Ciel apoiou as mãos nos ombros do tio e os separou num movimento brusco. Sebastian viu que seu rosto estava completamente rubro e ele tinha um olhar furioso.

- Me põe no chão agora!!

O adulto obedeceu o menino. Ciel se desvencilhou dele e olhou irado tanto para seu tio quanto para o seu melhor amigo.

- O que deu em vocês dois?! Isto é ridículo! Parem de ficar se provocando dessa forma imbecil!! Eu não sou um brinquedo para vocês disputarem com seus jogos!

Eles começaram a murmurar desculpas mas Ciel saiu da sala frustrado, batendo a porta.

Alois e Sebastian ficaram em silêncio por algum tempo. Lá no fundo suas consciências diziam que Ciel não estava errado.

- Eu acho... que vou pedir pra minha mãe vir me buscar. – Alois disse num tom de voz baixo, procurando o celular em sua mochila. Sebastian fungou e sua voz tinha um tom aborrecido quando disse.

- Espera. Me desculpe. Vocês tem um trabalho a fazer. Vou deixar vocês em paz.

Alois ficou em silêncio segurando o celular por alguns momentos e depois respondeu irritado.

- Desculpe por eu ser um cretino, tá legal?

Mais uma vez um silêncio desagradável caiu entre eles até que o jovem loiro sussurrou.

- Eu não queria chatear a ele. Vou falar com ele depois...

- Queria chatear a mim, não é? – Sebastian respondeu irônico.

O adolescente não respondeu.

Sebastian colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha, e olhou para o menino. Ele era o adulto ali. Sentiu que precisava dizer algo para amenizar a situação.

- Olha, eu sei que você gosta muito dele. – um momento de hesitação - Posso te perguntar uma coisa?

- Fala. – Alois respondeu de má vontade, a cabeça baixa.

- Como vocês ficaram amigos?

O loiro levantou a cabeça e olhou para o homem. Por que ele queria saber isso? Um momento depois olhou para a frente mas sem se fixar em nada em especial, sua mente buscava lembranças de seu passado.

- Foi há uns oito anos. Ainda estávamos na escolinha. Naquela época minha mãe estava esperando o Luka e meu pai ainda era vivo.

O garoto se recostou na cadeira e continuou o seu relato. Estranho, as imagens antigas voltavam à sua mente, nítidas, como se tudo houvesse acontecido no dia anterior.

- Não brincávamos juntos. Eu era meio arredio. Mas naquele dia minha mãe entrou em trabalho de parto e eu estava na escola. Meu pai avisou que ia se atrasar para me buscar. Então chegou a hora de sair e todas as crianças foram embora com seus pais menos eu.

Sebastian ouvia em silêncio.

Alois deu uma pequena risada e continuou.

- Eu já andava meio sensível. Quando um bebê novo vai chegar toda a casa se prepara para a chegada dele e o outro filho deve se comportar e entender. Mas quando meu pai não veio me buscar e todas as outras crianças foram embora eu me senti terrivelmente só e triste....

E Alois fechou os olhos enquanto as imagens do passado fluíam em sua mente.

Eu me escondi atrás de uma enorme casa de bonecas que havia no playground e fiquei lá, agachado, chorando. Foi quando outro menino veio falar comigo. Um garotinho um tantinho menor que eu e com olhos muito azuis. Era o Ciel. Ele me perguntou por que eu chorava e eu fiquei bravo e o empurrei. Quase o derrubei.

- E ele? – Sebastian perguntou interessado.

- Heh, ele fincou os pés e disse que não iria embora. Eu comecei a chorar dizendo que a minha mãe não ia vir me buscar, pffff. Que vergonha.

O mais velho riu também mas se absteve de comentar.

- E então ele me abraçou. – Alois falou com um pequeno sorriso – Me disse que ela viria e que ele ficaria comigo até ela vir. Pra eu não ficar sozinho.

Sebastian sorriu. Assim era o seu menino.

- E eu fiquei feliz por ser abraçado. Sei lá... acho que eu precisava daquilo. Aos poucos eu parei de chorar, ele limpou as minhas lágrimas e me puxou pra ir brincar.

- Brincamos juntos e eu já quase esquecia a minha tristeza quando a professora veio chamar o Ciel. O pai dele tinha vindo buscá-lo.

Sebastian abriu mais os olhos ao ouvir sobre seu irmão.

- E ele simplesmente falou para ela que não iria embora e eu fiquei espantado. Ele segurou a minha mão e disse que não iria me deixar sozinho. A professora insistiu mas ele cruzou os braços e se negou. – Alois sorriu diante da lembrança

- Então ela desistiu e foi chamar o pai dele. O tio Vincent chegou e eu me lembro que os achei bem parecidos.

- Sim... eles são. Ou eram... – Sebastian sussurrou, ele próprio se enchendo de lembranças.

- Ciel correu para ele e o abraçou. E eu fiquei lá torcendo a minha camisa e pensando que meu novo amigo iria me deixar. Mas ele puxou o tio para perto de mim e explicou que eu ficaria sozinho se ele fosse embora.

- E o meu irmão?

- Ele coçou a cabeça e tentou explicar que eu não ficaria sozinho, haviam as professoras. Mas Ciel pediu tanto a ele para esperar que ele se rendeu e disse que esperaria. E ele nem ficou bravo. – Alois riu - Ele se sentou e ficou rindo nos vendo brincar.

- Vincent era uma pessoa boa. – Sebastian sorriu tristemente. Seu irmão era um homem excelente. Foram as circunstâncias que os separaram.

- Logo meu pai chegou todo feliz porque o Luka havia nascido bem. Ele conversou um pouco com o pai do Ciel e depois nós nos despedimos porque cada um iria pra sua casa. Mas desde então viramos amigos e sempre estávamos juntos.

- Eu gostei de ouvir sobre isso. – Sebastian disse sincero. – obrigado por me contar.

Alois o olhou e seu sentimento de irritação para com o homem que ele sabia que tocava o seu melhor amigo se abrandou. E ele acabou por contar um pouco mais.

- Sabe... dias mais tarde Ciel e seus pais foram nos visitar. Vieram para ver o novo bebê. E foi então que...

Alois

- Veja, Alois, seu amiguinho veio visitar você e o Luka. – Mamãe me chamou sorrindo.

Fui até a porta para receber as visitas e vi os pais de Ciel trazendo nas mãos duas caixas de presente, com lindos laços. Um verde e um azul.

Sorri com educação e achei que eram mais presentes para o meu irmãozinho. Luka recebera tantos que nem havia mais onde os colocar. E fiquei imensamente surpreso quando a caixa grande com o laço azul foi estendida para mim.

- Este é para você, Alois. – A mãe de Ciel me disse com um sorriso carinhoso.

-Para... para mim? – Eu gaguejei. Até então todos eles tinham sido para Luka.

- Sim, amor. Ciel foi quem escolheu. Ele achou injusto levar um presente para seu irmãozinho e nenhum para você. – Tia Rachel disse rindo.

Olhei e vi Ciel atrás dela, me sorrindo timidamente. O rosto vermelho.

- É igual a um que eu tenho. Espero que você goste.

Eu me senti tão feliz! Porque alguém pensara em mim.

Todos entraram, tomamos chá e a tarde foi muito boa. Eu ganhara de Ciel um carro de controle remoto com luzes que acendiam. Era genial e eu o adorara. Quase na hora dele ir embora ficamos juntos e Luka estava no carrinho. Ciel estendeu a mão para o bebê e este segurara seu dedo com força.

Vi Ciel sorrir amplamente.

- Deve ser muito bom ter um irmãozinho. – ele disse brincando com Luka.

- É chato. – eu reclamei - Ele chora, tá sempre com fome, e as fraldas cheiram mal! – respondi cruzando os braços. Ele riu achando graça na minha implicância.

- Ainda assim, é bom ter alguém. Eu sou sozinho.

Ele disse isso com uma voz baixa e uma expressão pensativa nos olhos azuis. Eu não soube explicar porque seu rosto triste mexeu com meus sentimentos.

- Ciel – eu disse num ímpeto e ele me olhou com aqueles olhos bonitos – eu vou ser o seu irmão, está bem?

- Hã? – Ele me olhou sem entender.

- Eu... Você não vai mais ser sozinho. Eu vou ser o seu irmão! – Eu sentia o meu rosto arder. – e eu vou sempre estar com você.

Ele me olhou por um longo momento e eu comecei a ficar ainda mais envergonhado. Mas depois ele sorriu feliz e me abraçou bem apertado.

- Eu quero! Obrigado, Alois!

***

- Bem... e sempre estivemos juntos desde então. Eu não sou muito bom em fazer amigos, como você já deve ter notado. Mas com Ciel foi diferente... o meu jeito já nos meteu em confusões com garotos mais velhos e outras pessoas. Apesar disso ele nunca deixou de ser meu amigo. Ele cuida de mim, então eu cuido dele. – o menino loiro murmurou com um pequeno sorriso. Em seguida agitou os cabelos e se espreguiçou como se para disfarçar o fato de que abrira em parte o seu coração para o outro.

Sebastian olhou para o chão e refletiu sobre o que ouvira.

Seu sobrinho e o loirinho irritante tinham uma bela relação. Quem era ele pra destruí -la com ciúmes tolos afinal?

- Eu estou realmente agradecido por você partilhar suas lembranças comigo. Essas histórias da infância de vocês me enchem de sentimentos. – em seguida ele riu de modo triste - Eu não vi Ciel crescer...

Alois notou a emoção na voz do mais velho, uma pontada de dor que era palpável e sentiu vontade de prolongar a conversa.

- E por que não?

- Ah, Vincent... meu irmão e eu rompemos quando Ciel fez dois anos.

Sebastian fechou os olhos e as lembranças daquele dia eram doces e amargas ao mesmo tempo.

Doces pois traziam a imagem do seu pequeno sobrinho, sorridente, estendendo os bracinhos para ele com doces olhos azuis.

E amargas porque o homem que ele amava na época arrancara o menino de seus braços com acusações terríveis. Acusações que se tornaram realidade. Ele olhara para seu sobrinho como homem e não como um tio.

- Só voltei a ver Ciel quando ele já tinha 12 anos, após o acidente.

- Ciel me contou que tinha um tio com quem não convivia.

Sebastian sorriu à idéia de que Ciel falara sobre ele com seu melhor amigo.

- Não apenas meu irmão rompeu comigo. Eu tive, também na época, a maior desilusão amorosa da minha vida. Tudo isso se juntou para me quebrar o espírito.

Alois ouvia atento. Era estranho ver o homem que o hostilizava se abrir desta forma agora.

- Por dez anos eu vivi apenas para o trabalho. Não tinha o menor desejo de tentar um novo relacionamento. Não, mais que isso. Eu fui incapaz de tentar um novo relacionamento. Vivi sozinho, envolto por inveja, autopiedade e ódio por pessoas que não mereciam isso.

- Hum... – Alois apenas resmungou, ele prestava atenção apesar de fingir que não.

- Minha vida foi assim até Ciel entrar nela. No começo foi bem difícil, imagine alguém que sempre viveu sozinho e imerso em pensamentos auto destrutivos de repente se tornar o responsável por uma criança ferida e desesperançada. Parece a receita para uma desgraça. – ele disse sério.

Alois anuiu com a cabeça. Realmente não parecia algo que fosse dar certo.

- Hah... e a grande maioria das pessoas diria que a desgraça realmente aconteceu se soubessem de tudo. – Sebastian comentou.

- É... eu sei.

- Eu nunca quis fazer nada de mal a ele. Se eu pudesse voltar no tempo...

E o garoto de cabelos dourados olhou para o tio de seu amigo quando ele não concluiu a sua sentença.

- Não... se eu disser que eu mudaria as coisas se pudesse voltar atrás eu estaria mentindo. Porque eu não mudaria nada.

Sebastian olhou para Alois e prosseguiu.

- Porque antes dele chegar minha vida era um grande vazio, nada tinha significado. Os dias eram todos iguais e a tristeza e a solidão faziam parte da minha vida.

O jovem ouviu atentamente ao mais velho, notando a sutil emoção na voz dele.

- E ele trouxe luz para mim que vivia em escuridão. E era tão bom depois de anos e anos sozinho ter alguém para quem voltar no final de um dia cansativo de trabalho. Alguém que, com pequenas palavras e gestos, rompeu o muro que eu mesmo ergui em meu coração.

- ...

- E eu me apaixonei... a despeito de saber o quanto era errado e o quão monstruoso eu era por sentir esse tipo de amor por meu sobrinho. Eu tentei, juro que tentei, tirar esse pensamento da minha mente, do meu coração. E falhei miseravelmente.

Alois não tinha palavras para responder.

- E eu o fiz sofrer tanto me afastando e ignorando-o. E ainda assim ele me amou. E eu decidi parar de lutar contra meus sentimentos.

- ... E foi a melhor coisa que eu já fiz em minha vida. Porque toda a minha desgraça se tornou benção e todo o meu vazio ele preencheu. E finalmente eu sei o que é ser feliz. – uma pausa e Sebastian continuou.

- Eu sou feliz com ele. Porque eu o amo tanto que não seria capaz de viver sem ele. E o menor pensamento de perdê-lo me apavora como nunca nada me apavorou em toda a minha vida. Eu não sei mais viver sem ele.

E então ambos ficaram em silêncio. Alois, apesar de ainda estar se acostumando à ideia desse relacionamento não-convencional, refletiu sobre as palavras ditas pelo mais velho. Ele percebeu sinceridade e amor em cada uma delas e uma grande empatia pelo homem que amava tão sinceramente o seu melhor amigo.

Este era um ponto que eles tinham em comum.

- Sr. Sebastian... eu... – as palavras custaram um pouco para sair – eu fico feliz por saber que o senhor o ama assim.

Sebastian o olhou surpreendido e sorriu.

- E eu fico feliz por você ser um amigo tão sincero para Ciel. Pode não parecer, eu admito, mas eu o acho um excelente amigo para o meu menino.

- É. – Alois riu – realmente não parece.

- Minha culpa. – O mais velho coçou a cabeça um tanto encabulado.

Eles sorriram um para o outro de modo um tanto tímido. As tensões entre eles dissipadas. O carinho e o amor que cada um deles tinha por Ciel os unindo. E então uma voz suave se ouviu.

- Vocês não sabem o quanto eu fiquei feliz por vocês estarem conversando assim.

Sebastian e Alois voltaram as cabeças para a porta e se depararam com Ciel, encostado ao batente. Um enorme sorriso em seu rosto.

- Ei, quando foi que você veio? – Alois perguntou espantado.

- Há quanto tempo você está aí? – Foi a vez de Sebastian.

- Há tempo suficiente, digamos assim. – ele sorriu e se aproximou de ambos.

- Alois, eu nem imaginava que você ainda se lembrava dessas coisas. É bom saber que, como eu, você nunca se esqueceu daqueles momentos. – o jovem de olhos bicolores disse abraçando seu amigo.

Alois corou e retribuiu o abraço. Sentia um pouco de vergonha de saber que Ciel ouvira tudo o que ele dissera mas também alegria em saber que seu amigo também se recordava de tudo.

- E você, tio Sebastian... – ele disse depois de um momento, soltando Alois e indo até o homem – me encheu de alegria. Você não mudaria nada então? – ele perguntou, passando os braços em volta do pescoço de Sebastian.

- Talvez eu mudasse sim. – e ele adicionou antes que Ciel pudesse perguntar mais alguma coisa – Eu o aceitaria mais rápido.

Ciel riu e se aproximou beijando levemente os lábios do tio. Sebastian retribuiu com outro pequeno beijo e em instantes eles se davam vários outros pequeninos beijos. Selinhos castos e cheios de carinho.

Alois limpou a garganta para chamar a atenção se sentindo levemente constrangido com a demonstração aberta de carinho ainda que não dá mesma forma que era antes desta conversa com Sebastian.

- Desculpa! – Ciel respondeu corado – vamos terminar o trabalho?

- É melhor, perdemos quase uma hora. – o loiro respondeu sorrindo – ei, cão de guarda, vê se não atrapalha gora. – ele disse olhando não para Sky mas para Sebastian.

- Fique tranquilo. Eu vou ler um bom livro na sala. Deixarei vocês a vontade.

E ele se ergueu e beijou Ciel na testa antes de se retirar. O menino sorriu amplamente, sentindo que agora as coisas iam melhorar e muito.

Daquele dia em diante Sebastian não fez mais cenas ridículas de ciúme exagerado.

Pelo menos não contra Alois. Os outros era uma outra história.

Fim


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Por favor me deixem saber o que acharam! É realmente muito importante para mim saber.
Quero agradecer a todos os leitores de Minha Redenção por todo o carinho e apoio.
Obrigada também a Amanda, Nanna, Arikawa e Mariana que me aturaram enquanto eu tive surtos por estar deprimida e com bloqueio, sem conseguir ter idéias para a homenagem.
Amo todas vocês.
Miyuki ki



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