Não Sou Nenhum Herói. escrita por Ally Rocket, Am0rim


Capítulo 35
Perguntas & Vai desistir?


Notas iniciais do capítulo

Oi! Vejam só voltei! Eu disse que não ia demorar! :)

Muito obrigada:
—Pamela,
—Melissa Freitas,
—Elizabeth nick,
—BellaR5er e
—Lost Angel
pelos vossos comentários. Vocês são uns amores e super fofas apesar de ter achado muito feio me terem chamado de má (mas vamos fingir que não aconteceu kkk).

Mas vamos lá ao capítulo.
Espero que gostem.
Beijos,
#AR.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/647379/chapter/35





POV Ally

Acordei num lugar estranho. Não se parecia nada com o meu quarto, muito menos depois de perceber tantas pessoas aqui pressentes. A minha cabeça dói insuportavelmente.

Olhei para o meu lado direto, vendo a minha mãe e sorri para ela, sinto que não a vejo faz um tempo. Olhei para o outro lado e encontrei um loiro que sorria para mim. O seu sorriso era lindo. Olhei para a minha mão e vi que a segurava, me soltei das suas mãos e ignorei o sentimento de que alguma coisa me faltava

Olhei novamente para o loiro e o seu sorriso tinha desaparecido. Ele olhava para mim como se estranhasse alguma coisa. Se calhar foi ele quem ouvi falar alguns segundos atrás. Queria ouvir a sua voz para ter a certeza. O problema é que não sei quem ele é. Nem ele nem as outras pessoas. Estavam aqui cinco pessoas que não conheço nem me lembro de conhecer, contando com o médico.

Porque não me lembro deles? O que aconteceu? Porque estou aqui num hospital? Não consigo perceber nem lembrar do que poderá ter acontecido.

—Ally? - Ouvi o meu nome ser pronunciado pelo loiro e olhei para ele. Não pude deixar de notar na falta de uma blusa e olhar para a parte visível do seu corpo. Também não pude deixar de reparar nas bandagens em volta do seu torso. Será que ele estava comigo quando aconteceu o que terá acontecido para eu estar aqui? - Ally? - Voltei o meu olhar para o rosto dele novamente, tentando perceber porque me chamava. - Você está bem?

—Acho que sim, mas quem é você? Como me conhece?

—Por momentos pensei ter percebido mal, mas você não lembra mesmo de mim pois não?

—Não. Nem você, nem ninguém.

—Muito bem. Eu vou precisar que saiam para verificar a paciente. Tenho de perceber o que está a acontecer. Quando terminar irei ter com vocês e explicarei o que está a acontecer.

—Eu posso ficar? Sou mãe dela.

—Infelizmente não. Vou lhe pedir que também saia por favor.

—Claro. - E então, saíram todos e em segundos fiquei sozinha com o médico.

—Como se sente?

—A minha cabeça dói um pouco, mas tirando isso acho que estou bem. o que aconteceu? Porque não me lembro daquelas pessoas que estavam aqui?

—Qual é a última coisa que se lembra?

—Não sei bem.

—De todas as pessoas que estavam aqui de quem se lembra?

—Apenas da minha mãe.

—Sabe o seu nome?

—Ally Dawson. - Respondo e ele aponta uma luz diretamente para os meus olhos.

—Sabe o nome dos seus pais?

—Olivia e Lester Dawson... Onde está o meu pai? Eu não o vi com os outros aqui no quarto.

—Preciso fazer alguns testes para saber se há mais algum problema e mais perguntas para saber o que esqueceu ao certo.

Assenti não lhe prestando muita atenção. Aquele loiro não saía da minha cabeça e não sei porquê, mas ver ele do jeito que estava ao saber que não me lembro dele me deixou um pouco mal. E agora, mais que nunca quero saber que ele é e como os conhecemos.

Então o médico começou a fazer imensas perguntas. Agora não dava para não lhe presta atenção. Ele perguntou coisas sobre mim e os meus pais. Algumas coisas, mínimas, não lembrava bem. Mas o pior foi quando perguntou sobre coisas de pelo menos no último ano e as pessoas que estiveram aqui há pouco. Quando me tentava lembrar delas a minha mente parecia apagar e a minha cabeça começava a doer.

Felizmente acabou rápido e depois de tudo o que precisava e saiu para dizer à minha mãe e aos outros o estava a acontecer e que já podiam entrar. Alguns minutos se passaram e ouvi a porta. Esperava muitas pessoas para entrarem, mas entraram apenas três. A minha mãe, uma menina que esteve aqui com ela e uma outra menina mais baixa.

—Bom, como disse lá fora, ela não se lembra muito do último ano e algumas coisas passadas, mas creio que com o tempo e aos poucos ela irá recordar tudo.

—Podemos lhe contar coisas para ela tentar lembrar?

—Sim, mas não muito. Vamos com calma, se esforçar demasiado causará dores de cabeça e isso não é bom, até porque acontecimentos como este não se resolvem do dia para a noite.

—Tirando isto está tudo bem?

—Sim. Infelizmente o batimento com a cabeça foi forte e causou este pequeno problema que a fez esquecer algumas coisas, mas é só isso mesmo. Não há mais nada com que se devam preocupar.

—Ainda bem. Obrigada.

—É o meu trabalho. Se precisar de alguma coisa é só chamar. - Ele saiu do quarto e a minha mãe voltou a se sentar na cadeira ao meu lado onde estava antes de sair e as meninas ficaram do outro lado.

—Sou Trish. - Diz a morena mais baixa e eu sorri para ela. - Nós nos conhecemos há quase dois meses na escola.

—Sou a Mia. Nós nos conhecemos em Sidney faz sete meses.

—Eu estive em Sidney? Porque estive lá?

—Sim, você esteve lá por uns meses, mas depois voltou.

—E sobre as outras pessoas que estavam aqui no quarto?

—Ok. Começaremos com o garoto que estava do meu lado é o Sam. Você o conheceu há dois meses. O loirinho que estava do seu lado e segurava a sua mão é o Austin... atrás dele estavam o irmão e o tio, Ashton e Matthew. Você também os conheceu há dois meses.

—O Austin, ele parecia muito abalado com o que está a acontecer.

—É. Vocês eram muito próximos.

—Oh. Então ele deve estar mesmo mal.

—Um pouco.

—E o meu pai? Onde ele está? - Elas olharam umas para as outras e achei muito estranho. - E então? Onde é que ele está?

—O seu pai não pode vir.

—O quê? Porquê?

—Ele...

—Sim...?

—Ele está com os avós querida. Ele queria vir, mas como você já está bem eu disse que não era preciso, que você não se ia importar.

—Oh, ok então. - Olhei para as meninas. - Contem coisas que fizemos juntas, talvez assim me lembre de algo. Estou me sentindo mal por não me lembrar.

—Não precisa sentir... Eu irei começar pode ser?

—Claro. Estou curiosa para sabe como nos conhecemos lá em Sidney. - Ela começou a contar as coisas, mas mesmo assim aquele loiro, Austin, ainda não saía da minha cabeça.



POV Austin

Não posso acreditar que ela se esqueceu de mim, de tudo aquilo que passamos, bom e mau. Dos bons momentos que tivemos juntos. Tanto tempo para assumir os meus sentimentos, para finalmente dizer que gosto dela, que a amo e agora parece que tudo isso foi em vão.

Depois de ouvir o médico dizer que ela não se lembrava do último ano e algumas coisas da sua vida o meu coração se desfez. Foi apenas a prova que precisava para descobrir que ela não se lembra nem sabe quem sou.

Nem fui capaz de voltar a entrar no quarto. Seria demasiado para mim. Tanta coisa para a ir ver e agora nem coragem tenho de entrar no lá quarto e a encarar. Não tenho coragem de encarar o seu olhar questionador. Ela vai olhar para mim como um desconhecido.

—Hey! - Ouvi, mas não levantei o olhar. Estava sentado na cama, a olhar para as minhas mãos sobre as pernas. - Não podes ficar assim Austin!

—Como queres que fique? Feliz? A pular de alegria? Com um sorriso de orelha a orelha? Desculpa, mas não sou capaz!

—Pelo menos ela está bem!

—O Dez tem razão Austin.

—Eu sei Ash e estou feliz que ela está bem, mesmo muito, mas não me peçam para não ficar deste jeito numa situação destas.

—Eu sei que não é fácil. Se para mim não está a ser não quero nem pensar com você. Mas agora mais que nunca, você deve estar lá para ela. - Diz o Sam e eu suspirei.

—Para quê? Ser tratado com um desconhecido? Relembrar os momentos que passámos juntos e perceber que para ela nunca aconteceram? - Apenas suspirei negando com a cabeça. - Não. Desculpem mas não.

—E vais desistir? É isso?

—Não, você não pode desistir Austin, não agora.

—Não há nada que eu possa fazer Sam. Ela não lembra de mim mesmo!

—E não vai fazer nada?

—O que posso fazer? Me diga.

—Muita coisa. Pode lutar por ela. Como disse falar sobre os bons momentos que tiveram juntos. E o mais importante não pode desistir, não depois de tudo pelo que já passaram!

—Honestamente, acho que será melhor assim. Se ela não lembrar de mim também não lembra de tudo que passou por minha culpa e estará mais segura, mesmo neste momento estando tudo bem.

—O quê? Só você para dizer uma coisa dessas!

—Assim ela também não lembra que o pai morreu e será mesmo muito melhor se não lembrar.

—Você não pode estar a falar a sério Austin! Você não está a pensar direito. - Porque quer desistir? Porque não quer lutar pela Ally?

—Porque não sou capaz. Não sou capaz de olhar para ela agora, sabendo que não se lembra de nada. Não sou capaz porque a amo. É demasiado doloroso. Vocês não entendem!

—Eu entendo Austin. Nós entendemos, mas eu sei que consegue lutar pela Ally. Você é o único que a pode fazer voltar a lembrar de tudo.

—Eu? Porque eu?

—Porque de todos nós foi você com quem ela passou mais tempo. Foi você com quem ela contou, desabafou, se preocupou e amou.

—Vamos deixar você pensar. - Diz o Dez e os três saíram do quarto, me deixando sozinho.

Eles têm razão. Eu não posso desistir. Não agora. A Ally precisa de mim, principalmente quando se lembrar de tudo o que aconteceu. Tenho de lá estar para ela quando do que aconteceu com o pai.

Vai ser difícil ao saber que de namorado passei a um simples desconhecido, mas não posso desistir. Ela nunca o fez. Esteve sempre do meu lado, mesmo quando falei mal, fui frio e arrogante, quando a tentei afastar. Tanto bom e mau ela esteve lá.

Tenho de pensar positivo. Foi o que sempre me disse para fazer e neste momento é a única coisa que tenho a fazer. Pensar positivo, que tudo vai correr bem e que ela se vai lembrar. Eu espero.

Uma súbita sensação invadiu o meu corpo e não a pude ignorar, não neste momento. Tinha de o fazer. Tenho de tentar e se será um longo caminho a percorrer então é melhor começar já.

Me levantei da e sentei na cadeira que felizmente deixaram perto da cama. Não perdi tempo em ir até a porta e a abrir saindo. Como esperado encontrei os três sentados nas cadeiras em frente do quarto e revirei os olhos.

—Onde vai?

—Tratar de um assinto.

—Agora?

—Sim. Agora, mais tarde, amanhã, depois e depois até está resolvido.

—Isso quer dizer o quê exatamente?

—Que vou falar com a Ally, Dez.

—Ótimo. Vamos lá então. - Dito isto me levaram até o quarto da Ally. Estava ansioso. Sabia bem o que vinha aqui fazer, mas isso me deixa ansioso e nervoso. Demasiado até.

—Podemos?

—Claro. - A Mia foi a primeira a se levantar e vir até mim.

—Vejo que os meninos colocaram juízo na sua cabeça.

—Pode se dizer que ajudaram.

—Ainda bem. Vamos deixar vocês a sozinhos. - Diz me deixando ao lado da Ally e de seguida saíram todos.

—Oi.

—Oi.

—Como está?

—Eu estou bem. - Ri. - Mas e você? Acabou de acordar e perceber que não conhece nenhum de nós.

—Acho que estou bem... Porque está aqui? O que lhe aconteceu?

—Eu... eu levei um tiro.

—Wow. O que se passou para isso acontecer?

—É uma longa história!

—Resuma.

—Estava a tentar proteger a minha namorada.

—Não sabia que tinha uma namorada. Pelo menos a Mia não me contou quando falou de você.

—O que ela falou de mim?

—Apenas disse que nos conhecemos há dois meses e que éramos muito próximos. Mas e a sua namorada como está?

—Está bem, eu acho... É um pouco complicado.

—Eu conheço ela? - Não respondi. Não podia responder que sim, se não ela ia perguntar quem era, e muito menos dizer que é ela.

—Já lembrou alguma coisa com as meninas?

—Não e vou fingir que não ignorou a minha pergunta.

—Foi uma ótima decisão! - Rimos.

—E se eu não lembrar?

—O quê?

—E se não me lembrar de vocês? Se não me lembrar de vos conhecer? Ou do que falámos e passámos?

—Você vai lembrar. Só tem de pensar positivo.

—Pensar positivo?

—É. Uma amiga me ensinou que pensar positivo ajuda sempre. Pode não resolver os problemas, mas ajuda. Pode não parecer fácil, mas há sempre uma maneira de o fazer.

—Gostaria de pensar assim, mas sinto que me estou a esquecer de algo muito importante. De alguém muito importante e não consigo pensar positivo me sentindo deste jeito. Se esse alguém é assim tão importante e sabe que não me lembro deve estar a sofrer muito e eu não quero isso. Não sabendo que a culpa é minha. Não sabendo que estou a fazer alguém sofrer, para além de todos vocês! Sinto que me estão a esconder algo, não me estão a contar tudo como devem.

Suspirei segurando a sua mão e mesmo sabendo que irá achar estranho, sei que não vai soltar a minha mão como aconteceu antes. Este jeito é o máximo que posso estar com ela. É o máximo que lhe posso tocar. O máximo que posso sentir perto de mim.

Vou fazer tudo o que for possível para ela se lembrar de mim.

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pensaram que o Austin ia mesmo desistir? Será que a Ally vai lembrar? Se ela se lembra como acham que vai ser?

Gostaram? Não gostaram? Odiaram? Amaram? Comentem!
Beijos doces :)