Não Sou Nenhum Herói. escrita por Ally Rocket, Am0rim


Capítulo 33
Sonhos & Teimosia.


Notas iniciais do capítulo

Oi. Vejam só quem voltou! Pois é! Eu aqui! Kkk.
Muito obrigada:
—Letta,
—Pamela,
—Melissa Freitas,
—BellaR5er,
—joaninha,
—Bárbara Lynch e
—mundinho pequeno
pelos vossos comentários. Vocês são umas fofas e as melhores leitoras que eu podia ter :)

Mas bom, eu sei que querem ler o capítulo então não irei demorar muito mais.
Espero que gostem.
Beijos,
#AR.



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POV Austin

Senti o meu corpo todo doer. Tentei abrir os olhos mas pesavam mais que a minha vontade de os abrir. Não ouvia nada, apenas um silencio insuportável e e um som irritante de uma máquina qualquer. A única coisa que tinha em mente era: O que raio aconteceu?

Abri os olhos, depois de um longo tempo, e a primeira coisa que vi foi o teto branco. Senti um cheiro horrível de hospital e olhei em volta. Até perguntava onde estava, mas já deu para perceber que estou num hospital agora a grande pergunta é: Porquê?

Porque estou aqui? O que aconteceu? Tentei me mover, mas todo o meu corpo voltou a doer, parecia que me estavam a arrancar cada pedaço do meu corpo, um por um. Percebi que não estava sozinho no quarto.

Uma enfermeira ou médica olhava para mim com uma prancheta nas mãos. Ela parecia falar comigo, mas a minha cabeça não assimilava o que ela dizia. Decidi me focar nela, talvez assim percebesse.

—Consegue me ouvir? - Apenas assenti sentindo a minha cabeça latejar. - Como se sente?

—Sinceramente, como se tivesse sido atropelado e depois o carro ainda passou por cima de mim.

—Isso é muito! Tratarei de pedir os remédios.

—Porque estou aqui? O que aconteceu?

—Não se lembra? - Neguei - Muito bem, eu vou buscar os remédios, já volto. - Ela saiu e eu olhei confuso para a porta.

Porque não me respondeu? Será que o que aconteceu foi assim tão mau? Será que estou desacordado já faz muito tempo? Tantas perguntas e nem uma única resposta. As dores não param e o pressentimento de que algo está errado também não. Parece que aumenta quanto mais o temo passa.

De repente a porta abre e de lá entram o meu tio e o meu irmão, acompanhados pela médica que esteve aqui há pouco. Não disse nada, apenas se aproximou de mim com os remédios com um copo de água e me deu para o tomar.

Não perdi tempo nenhum, só queria que as dores passassem. Lhe entreguei de volta o copo e ela se voltou para o meu tio, o levando até a porta onde começaram a conversar.

—E então? Como estás? - Desviei o meu olhar para o Ash.

—Com dores e confuso... Me ajude! - Estendi a mão para ele, que entendeu me ajudando a sentar e tomou o seu lugar numa cadeira perto da cama.

—O que quer saber? Pode ser que eu possa ajudar.

—O que aconteceu? Porque estou aqui? Há quanto tempo estou aqui? Onde estão os pais?

—Wow, uma pergunta de cada vez... Começarei pela mais fácil. Você está aqui faz três dias e... tio?! - Ele se afastou da médica e veio até nós.

—Está tudo bem?

—Sim, eu só estou confuso. Porque estou aqui? O que aconteceu?

—Você não lembra mesmo de nada?

—Pode acontecer! Talvez quando ele souber o que aconteceu se lembre, mas têm de lhe contar com calma. - Diz a médica também se aproximando. - Se precisarem de mim é só chamar.

Esperámos ela sair e olhámos uns para o outros. Eles pareciam ponderar se contavam ou não. Eles estavam abalados e parecia que não dormiram por um tempo e se dormiram foi pouco, pois o cansaço era evidente. O meu tio se sentou do lado do Ash e ambos olharam para mim.

—Nós vamos contar o que aconteceu ok?

—Contem logo, não quero saber todos os pormenores só o que realmente aconteceu para eu estar aqui!

—Você há pouco perguntou pelos pais. - Assenti esperando que continuassem. - Isto é tão difícil! - Suspirou e vi as lágrimas se formarem nos seus olhos. O que quer dizer que o que me vão contar é mau.

—O que aconteceu com os pais Ash? ...Fala!

—Eles morreram!

—O-o quê?

—Eles morreram!

—Como?

—Num acidente de carro... - E então me lembrei de tudo. Eles me irem buscar à festa, o acidente, o carro explodir e eu não pude fazer nada. Tudo.

—A culpa é toda minha!

—Não Austin, não é!

—É sim! Eu não me devia ter afastado, eu devia ter ficado com eles, devia de os ter ajudado. A culpa é toda minha! - Senti as lágrimas nos meus olhos mas não as limpei. Mais viriam e seria uma tentativa impossível em as tentar parar.

—Austin...

—NÃO! A culpa é minha! A culpa é minha! Eles morreram e a culpa é minha!

—Vai chamar a médica!

—Austin tem calma! - Ouvi e tentaram me abraçar, mas apenas me afastei.

—Não! Não! Não! ...A culpa é minha!

—Austin...

—Segurem nos braços dele. - Seguraram os meus braços, mas tentei me afastar.

—Não! Me soltem! Não! - E então em alguns segundos os meus olhos começaram a pesar e comecei a perder força e energia. Senti soltarem os meus braços e um tempo depois fechei os olhos cansado.

...

—Austin? Consegues me ouvir? Austin? - Ouvi começando apenas como um sussurro. - Austin? - Senti segurarem a minha mão e abri os olhos. - Você acordou! ...Vai chamar alguém! - Olhei em volta e percebi que estava num hospital. - Austin! - Olhei para a pessoa que me chamara.

—Mia?

—Sim, sou eu! - Tentei me levantar mas rapidamente me arrependi. - Calma. - Coloquei a mão sobre o meu lado esquerdo onde me doía e olhei para a Mia. - Você teve muita sorte!

—A Ally?

—Primeiro vamos nos preocupar com você, depois falamos sobre a Ally!

—Onde ela está?

—Não agora Austin! - Sabia que não iria conseguir nada com ela. Sempre foi teimosa e não iria adiantar por mais que insistisse. - Está tudo bem? - A olhei confuso pela pergunta repentina. - Você não parecia bem enquanto dormia.

—Oh... Sim, está tudo bem!

—De certeza?

—Sim. Eu só tive um sonho que não queria ter.

—Posso saber sobre o que era?

—...Sobre o acidente. De quando acordei depois do acidente.

—Oh.

Eu preferia ter acordado e percebido que aquilo foi apenas um sonho. Ter acordado e em vez da Mia ser a minha mãe do meu lado, mas sei que isso nunca vai acontecer e agora o que mais me preocupa é a Ally.

A última coisa que me lembro é o Jason a empurrar contra a parede e ela cair no chão. A Mia não me querendo falar da Ally quando perguntei quer dizer que ela não está bem e eu não posso pensar em mais nada sabendo que algo lhe aconteceu.

Acordar e perceber que perdi os meus pais é uma coisa, pois já ultrapassei isso, não totalmente porque são os meus pais. Mas acordar e perceber que perdi a Ally é completamente diferente. Se isso acontecer não sei o que vou fazer. Ela é tudo para mim, não a posso perder, não agora quando mais preciso dela.

—Austin! - A Trish entrou com o Ash, o meu tio e um médico. - Que bom que está bem! - Diz me abraçando.

—Ai! - Ela se afastou pedindo desculpa e o médico se aproximou.

—Você teve muita sorte garoto! Felizmente a bala não acertou em nada que o pudesse prejudicar. Agradeça ao seu tio por ter pedido logo ajuda, um pouco mais tarde e poderia ter sido pior... Como se sente?

—Com dores e casado.

—Muito bem. Irei mandarem uma enfermeira lhe trazer algo para as dores e depois pode descansar. - Assenti e olhei para a Mia.

—Muito bem, já nos preocupámos comigo. Onde está a Ally?

—Ally Dawson?

—Sim. Sabe onde ela está? - Pergunto ao médico que me olhava.

—Sei sim. Conhece a paciente?

—A paciente? Sim eu conheço! Onde ela está?

—Nós contamos! - O médio assentiu, percebendo que -provavelmente- seria melhor eles me contaram, e saiu dizendo que logo uma enfermeira viria.

—Estou esperando!

—A Ally está dois quartos ao lado do seu!

—O quê? O que aconteceu? Porque ela está aqui como paciente?

—Quando vos encontrámos ela estava no chão inconsciente. O médico disse que ela bateu forte com a cabeça e por estar fraca por não comer muito por algum tempo, piorou tudo.

—Ela está bem? - Eles não me responderam. Apenas olharam uns para os outros o que não é bom. - Respondam! Ela está bem?

—Austin...

—Apenas me respondam!

—Ela está bem mas...

—Mas...?

—Ela ainda não acordou.

—Há quanto tempo estamos aqui?

—Quase dois dias.

—Os médicos disseram quando ela vai acordar?

—Não. Eles esperavam que ela acordasse umas horas depois de a colocarem no quarto, mas neste momento não sabem. Pode acontecer a qualquer momento.

—O Jason?

—Ele está preso. Não temos de nos preocupar mais com ele. Assim como Steve e Clarissa Hudson.

—Quem?

—Os tios do Jason. Eles não eram o casal que vos falei, mas também fizeram muitas coisas ilegais, eles alteraram o nome quando vieram para Miami. Eram fugitivos de outro país, mas isso agora não interessa.

—Eu quero ir ver a Ally!

—É que nem pensar. Você precisa ficar aqui quieto e descansar.

—Sim e eu sou mesmo pessoa de ficar aqui a descansar. - Uma enfermeira entra me entregando um copo com água e alguns remédios. Depois de os tomar ela foi embora.

—O Dez e o Sam estão a caminho. Eles foram a casa e você vai descansar até eles chegarem.

—Eu não vou conseguir descansar enquanto não for ver a Ally!

—E nós não te vamos levar até ela. Talvez mais tarde ou até amanhã, mas agora você vai descansar e chega de ser teimoso.

Suspirei e me deitei com a ajuda do Ash. Sabia que não valia de nada insistir. Eles não me iriam deixar sair e ir ver a Ally. Não podia fazer mais nada se não dormir.

—Vamos deixar ele dormir.

—Sim. A Trish mandou mensagem a dizer que estava com Olivia no refeitório.

—Ok. Então vamos lhes fazer companhia. - Ouvi e senti alguém passar a mão pelos meus cabelos os afastando do meu rosto, beijando a minha bochecha de seguida.

Em alguns segundos ouvi a porta fechar e abri os olhos. Não iria conseguir dormir sabendo que a Ally não está totalmente bem. Agora que estávamos, finalmente, bem e juntos isto tinha de acontecer.

Trocaria de lugar com ela sem pensar duas vezes, preferia sofrer sabendo que ela está bem do que estar aqui deitado sem fazer nada, apenas esperando. Esperando que ela fique bem. Esperando que que depois de tudo isto os problemas acabem.

Pelo menos ela está viva. Não sei o que faria se não estivesse. Não sei se seria capaz de suportar. Seria como se revivesse quando os meus pais morreram. Seria para além de um pesadelo. Provavelmente pior que a morte dos meus pais porque agora percebi que a culpa não foi toda minha, mas da Ally foi.

Eu sabia o que podia acontecer, saber o risco que ela corria e mesmo assim deixei passar. Agora estamos aqui e posso perder a minha morena a qualquer momento.

Respirei fundo nem pensando duas vezes, tirando as cobertas de cima de mim e me sentando. Esperei um pouco pois as dores eram imensas. Depois de passarem um pouco me levantei, ainda me segurando à cama para não cair. Arranquei todos os fios ligados a mim e os deixei na cama, alguns caindo no chão.

Caminhei até a porta com muita dificuldade, mas nada me iria impedir. Respirei fundo inúmeras vezes e abri a porta. Nunca me senti tão feliz por não ver ninguém, mas com a sorte que tenho de certeza que estarei a meio do caminho e alguém vai aparecer me levando de volta para o quarto.

Ignorando o último pensamento sai do quarto, a porta se fechando atrás de mim e caminhei me equilibrando na parede. Este era o único caminho com quarto ao lado do meu. O outro lado tinha um longo espaço de parede e só depois é que tinha algumas portas.

Passei por fim na segunda porta e cheguei a onde queria. Sei que demorei apenas minutos, mas pareceram horas. Longas e insuportáveis horas. Olhei pelo vidro da porta e senti o meu coração se desfazer. A Ally estava deitada na cama, serena. Máquinas nos seus lados, todas ligadas a ela. Os seus olhos fechados, dormindo profundamente.

Abri a porta antes que alguém aparecesse e entrei. Não perdi tempo em andar até o lado da morena e segurar a sua mão. Beijei o topo da sua cabeça e suspirei me sentando. Apenas fechei os olhos e deixei as lágrimas fluírem. Não havia porquê de as segurar.

—Ele já não nos vai fazer mais nada morena. Ele não vai. Agora o importante é você acordar. Já não há nada que nos faça esconder, já podemos estar juntos sem nos termos de preocupar. Agora que finalmente te encontrei isto aconteceu, mas eu vou ficar aqui. Sempre do teu lado à espera que acordes, para te poder abraçar e ter nos meus braços nunca mais te largando. - Passei a mão livre pelos seus cabelos. - Para poder acordar e te ver do meu lado. Poder te beijar sempre que quiser. Poder ver o seu sorriso e ser o motivo dele... Poder dizer que te amo. - Levei a sua mão até os meus lábios e a beijei. Deitei a cabeça ao lado das nossas mãos sobre a cama e fechei os olhos.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Beijo: http://67.media.tumblr.com/0413563793fd87f71461b37be7f1f1ca/tumblr_nyrc552lCV1urw5wzo3_r1_500.gif

E então? O que será que vai acontecer agora? O drama ainda não acabou.
Gostaram? Não gostaram? Amaram? Odiaram? Comentem!
Beijos doces :)