Os Pavilhões que se Movem escrita por Sereny Kyle


Capítulo 1
one-shot


Notas iniciais do capítulo

essa é a 52ª fanfic da série. A anterior se chama "Único como Você"



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/647370/chapter/1

Eu estava sentado na beirada do palco onde nos apresentaríamos naquele domingo chuvoso. Ruki checava uma última vez as luzes junto com Uruha, Aoi conferia a aparelhagem de som e Kai andava de um lado a outro fazendo mil coisas de uma só vez. Onde estava Mari que não chegava logo pra controlar aquele moreninho psicótico?

As meninas (e o Marcelo e o Sushi) estavam a caminho e isso não melhorava muito o meu humor... Por quê? Simplesmente porque eu ficaria sobrando MAIS uma vez! Sereny iria correr pro Kouyou, Camila ficaria com Takanori, Mari controlaria Yutaka e Monique cuidaria de Yuu... Marcelo traria, com certeza, sua namorada e os irmãos japoneses não eram uma companhia que me fariam ir ao delírio...

E eu ficaria sozinho...

Não parecia muito comigo ficar deprimido com esse tipo de coisa, mas eu bem que queria parar de segurar vela né? Encontrar alguém inteligente e divertida pra ficar comigo e experimentar um pouco daquela felicidade que meus companheiros de banda vinham esbanjando nos últimos tempos...

Voltei a olhar pra frente, para o espaço de terra, afugentando esses pensamentos. O lugar onde estávamos era realmente enorme. Nosso show aconteceria ao lado da praça de alimentação do lugar, onde vários vendedores já arrumavam suas barraquinhas e começavam a preparar tudo, com um cheiro divino se espalhando e chegando até mim. Minha barriga roncou ferozmente e eu estava ansioso para morder algo.

Decidi andar um pouco, eu não estava fazendo nada por ali mesmo... Tinha uma pequena estradinha de terra e pedras, com um pouco de grama aqui e ali ao lado das barraquinhas de comida por onde eu caminhei distraído. Não me lembrava de ter vindo por ali... Na verdade, não lembrava direito por onde tinha vindo...

Depois de um bom tempo caminhando pela estradinha, que era maior do que eu esperava, cheguei a um grande galpão com portas de ferro pintadas de cinza escuro. Olhei pra trás e não via mais o palco onde meus amigos estavam. Dei de ombros e atravessei as portas. Não tinha nada lá dentro. Bom, até tinha, mas era um lugar bem estranho... Muitas pessoas ligando monitores gigantes ligados a controles de vídeo game, acendendo luzes amarelas que piscavam no lugar sombrio. Decidi que não queria ficar ali e voltei pelo mesmo lugar por onde tinha entrado.

Andei com as mãos enterradas nos bolsos pela estradinha de terra, voltando para o palco. Por um momento, achei que ela estava muito mais sinuosa que antes, mas eu não devia ter prestado atenção no caminho da primeira vez que passei... Cheguei a uma parte cimentada que não tinha ali antes, mas nada de ver o palco ou qualquer um de meus amigos. O lugar também estava diferente... Não havia mais barraquinhas de comida nem o cheiro delicioso dos salgados ou do yakissoba, não via mais os enormes brinquedos de plástico inflável ou as arenas de batalha campal.

Encontrei outro galpão, tão grande quanto o primeiro, pintado nas mesmas cores desbotadas e atravessei suas portas de ferro, onde fiquei temporariamente cego por uma luz roxa muito forte vindo de um letreiro de neon que atingiu em cheio minha visão. Andei a esmo, vendo lojas por todos os lados com televisores enormes, carros estacionados em pontos estratégicos, vendedores me olhando com grande interesse e desconfiança, minutos antes de muitas pessoas entrarem de uma única vez no galpão. Os portões do evento deviam ter sido abertos agora... Será que já eram dez horas? Fui para o canto do lugar, entre duas lojas um pouco afastadas, sendo ocultado por algumas sombras bruxuleantes e protegido de ser completamente pisoteado pelos otakus e otomis que entravam em debandada. O que eu faria agora?

Tirei a faixa tão característica do rosto e guardei no bolso da calça. Talvez isso me protegesse por um tempo... Até eu ser reconhecido por alguém e todos voarem pra cima de mim. Não, não queria ser tão pessimista! Eu respirei fundo e saí de meu esconderijo, buscando a saída daquele lugar novamente, me misturando a grande multidão de pessoas fantasiadas e animadas ao meu redor e saindo para o ar livre. Algumas tímidas gotas de chuva voltavam a cair do céu acinzentado. Eu hoje definitivamente estava sem sorte alguma!

Ninguém ali parecia se importar com o fato de que os pavilhões nunca estavam no mesmo lugar! Andavam sem parar por todos os lugares sentando na grama sobre a terra molhada, rindo, brincando e fazendo uma enorme festa ao redor de uma bancada montada com mesas de plástico branco cobertas por uma lona da mesma cor, lotada de saquinhos de suco de soja de vários sabores, pedindo aos atendentes que lhes desse o maior número possível de Muppys que podiam carregar em suas sacolas. Não se importavam de voltarem a andar por onde vieram e o caminho ser completamente diferente. Será que isso era comum em convenções de anime hoje em dia? Seria uma nova tecnologia da qual eu não tive nenhum conhecimento ao ser lançada?

Caminhei mais um pouco, olhando para todos os lados, procurando desesperadamente pelo palco onde eu devia estar. Muitas pessoas andavam ao meu lado animadamente, brincando e girando em torno de seus próprios corpos como loucas. Encontrei mais um galpão estranho, com portas de vidro em lados opostos de uma mesma parede, parecia uma entrada e uma saída. Atravessei a porta por onde vi as pessoas entrando e encontrei milhares de lojas posicionadas lado a lado com DVDs, bichinhos de pelúcia, pôsteres e milhares de outras coisas que eu não sabia identificar. Resolvi voltar por onde entrei, com a triste certeza de que o lugar não seria mais o mesmo lá fora.

A chuva começava a aumentar fazendo minha blusa colar em meu peito e meu penteado desmanchar pouco a pouco e eu estava procurando loucamente por um lugar seguro pra me abrigar. Fechei os olhos, desejando que um galpão surgisse bem na minha frente e quando tornei a abri-los lá estava ele! Quase todas as pessoas que estavam antes a minha volta tinham sumido como se evaporassem ou derretessem aos pingos grossos da chuva, mas não me importei mais com esse tipo de estranheza e corri para o galpão o mais rápido que consegui.

Estava completamente lotado de pessoas lá dentro, eu mal conseguia andar no espaço minúsculo que meus pés encontraram, rodeado por mochilas e mais pessoas fantasiadas que se dispunham em uma enorme fila pra entrar numa loja imensa no meio do galpão onde se vendia mangás, mas pelo menos podia esperar seco pelo show até a chuva parar. Decidi me distrair com as coisas das lojas que tinham ali enquanto isso. Muitas vendiam DVDs de animes e shows de bandas japonesas. Tinham tocas de bichinhos e bótons de coisas que eu não via há muito tempo, miniaturas de personagens famosos de animes e até roupas! Parei numa loja de camisetas, onde uma garota linda embrulhava uma peça preta com um dragão verde brilhante e os dizeres fogo e força em japonês.

- Legal o seu cosplay – ela sorriu na minha direção, se sentando num banquinho assim que sua cliente saiu saltitando e foi engolida pela multidão entusiasmada. – Do Reita, né? Mas não ta faltando sua faixinha?

Eu dei risada e assenti. Ela acompanhou minha risada com um sorriso lindo que iluminou seu rosto delicado. Suas mãos passaram pelos cabelos pretos lustrosos e brilhantes, enrolando–os na mão charmosa e distraidamente, jogando–os por cima do ombro e deixando a mostra umas mechas roxas nas pontas de seus fios longos e lisos. Percebi que suas unhas estavam pintadas de preto assim como seus olhos. Usava uma calça jeans preta com um all star de cano alto, de mesma cor. Estava com uma blusa regata roxa por cima de uma preta com um trançado nos ombros que ia até o cotovelo e deixava a mostra um pedaço de sua pele alva. Simplesmente maravilhosa!

– Procurando camisetas do the GazettE? – ela voltou a falar, sua voz soando como sinos musicais em meus ouvidos, se levantando num pulo e ficando diante de mim atrás do pequeno balcão repleto de peças de roupa empilhadas e coloridas. – São as mais procuradas, sabia? – ela deu outro sorriso, piscando um olho pra mim.

– São muito bonitas... As camisetas... – gaguejei.

– Que bom que gostou! Olha, eu tenho um panfleto da loja, fica na Liba, não sei se já ouviu falar – ela me estendeu um papel e eu olhei por poucos segundos voltando a encará–la. – Se quiser, passa lá qualquer dia...

Ou eu muito me enganava ou ela estava me passando uma cantada... Sorri assentindo mais uma vez.

– Sou Ana – ela se apresentou e fez uma pequena reverência graciosa. Seu decote deixou a mostra uma parte da pele clara que roubou todo o ar que eu tinha guardado nos pulmões. Tentei me recuperar rapidamente antes que ela voltasse à posição anterior e me flagrasse babando daquele jeito indecente.

– Akira – respondi sorrindo.

– Que nem o Reita de verdade! – ela exclamou maravilhada.

– É... Tenho muitas coisas em comum com ele... – respondi divertido.

– Dá pra ver... Você é tão parecido... – ela esticou o braço e tocou meu rosto. Fechei os olhos por reflexo ao sentir o toque quente de sua palma. Era gelada de uma maneira muito gostosa.

– Gosta do Reita? – perguntei interessado, ainda de olhos fechados. Estava gostando da brincadeira de fingir não ser eu.

– Se eu gosto? – abri os olhos a tempo de ver os dela brilhando lindamente, fazendo meu peito inflar de emoção e orgulho. – É o melhor baixista que eu já vi! Não dá pra não se maravilhar quando ele está tocando... É simplesmente... Perfeito! – reprimi uma risada ao vê–la suspirar por mim.

– Você toca? Algum instrumento? – disse mais uma vez interessado.

– Baixo e violão... – ela respondeu timidamente, desviando o rosto. – Mas não chego nem aos pés dele... Disso você pode ter certeza – ela deu outra risada gostosa e eu estava começando a ficar viciado em seu jeitinho meigo e alegre. – Eles vão fazer um show daqui a pouco sabia? O the GazettE! – seus olhos brilharam de uma maneira tão linda que meu coração disparou como nunca tinha feito antes na minha vida.

– É... Eu sei... Estou... Bastante ansioso por isso – respondi quase gaguejando.

– Eu vou deixar a loja nas mãos de uma colega minha que não curte tanto j–rock pra ir assistir... Será que vou te encontrar lá? – ela mordeu o lábio delicadamente, me encarando com doçura e ansiedade.

– Com certeza vai... – respondi, pensando no peso que aquelas palavras tinham.

Ana sorriu lindamente e eu toquei sua mão pousada sobre uma pilha de camisetas perto de mim, quando meu celular tocou.

– Moshi, moshi – atendi sem prestar atenção e ela deu risada.

– Onde é que você está? – Kouyou disse furioso do outro lado da linha.

– Eu me perdi... – respondi a verdade, envergonhado e Ana voltou a rir.

– É melhor se encontrar logo, Reita! Sabe quanto tempo falta pro show começar? – ou ele estava realmente nervoso com o show ou alguém estava apressando o guitarrista loiro da maneira que ele não gosta de ser pressionado. Tinha que descontar em mim logo agora que eu estava descobrindo uma coisa tão legal?

– Já estou indo... – respondi cansado e desliguei. – Sabe como eu faço pra chegar ao lugar onde vai ser o show? – perguntei, chamando a atenção de Ana novamente pra mim. – Eu... Tenho a impressão de que os lugares mudam com frequência... – ela riu e deu a volta na bancada, ficando ao meu lado.

– Pode me esperar um segundo? – ela sussurrou em meu ouvido e eu assenti quase imóvel, sentindo minha pele totalmente arrepiada àquela aproximação.

Ana não foi muito longe de mim. Pude vê–la se aproximar de uma garota de óculos grossos de aro preto e cabelos vermelhos sentada num banco e dizer–lhe alguma coisa a qual ela assentiu sem emoção alguma. Logo depois, ela voltou para o meu lado sorrindo radiante.

– Vamos para o show? – ela disse segurando minha mão carinhosamente, entrelaçando nossos dedos e eu assenti, caminhando com ela pra fora da aglomeração pro ar livre. A chuva tinha parado de repente da mesma maneira que começara.

Em pouco tempo, ela me conduziu pelas estradinhas sinuosas de terra e grama e encontramos a passagem para o campo aberto ao lado da praça de alimentação, o cheiro maravilhoso da comida me tomando novamente e lembrando meu estômago de minha fome. Já tinham algumas poucas pessoas sentadas na grama e nas mesas, aguardando pelo nosso show. Nosso show... Eu não podia mais mentir pra garota ao meu lado. Não estando tão ligado a ela. Virei, ficando em frente ao seu corpo, impedindo–a de continuar o caminho. Ela sorriu pra mim e eu aproximei nossos rostos sem hesitar, segurando sua nuca delicadamente e beijando seus lábios grossos, sentindo seus braços envolverem meu pescoço e ela retribuir ao meu beijo.

Aproveitei cada segundo que pude daquele beijo maravilhoso, daqueles lábios moldando–se aos meus, daquelas mãos acariciando minha nuca, daquele corpo se aninhando nos meus braços. Pedi permissão de aprofundar o beijo e ela cedeu para a minha mais completa felicidade. Só nos separamos quando o ar se fez muito necessário. Um sorriso estava desenhado nos lábios lindos e deliciosos que soltavam os meus.

– Ana-chan? – eu perguntei hesitante e ela conectou os grandes olhos brilhantes e alegres aos meus.

– O que é, Aki? – ela me chamou carinhosamente, afagando meu rosto.

– Eu... Não fui, cem por cento, honesto com você... – disse, desviando o rosto e ela segurou meu queixo, interrogativa. Inspirei pesadamente e retirei a faixa de meu bolso, colocando–a novamente no rosto. Seus olhos se arregalaram de imediato entendimento e sua mão soltou lentamente meu rosto, cobrindo sua boca que estava aberta num lindo “O”. – Gomenasai... – disse envergonhado.

– Você... – ela umedeceu os lábios e engoliu em seco. – Você é o Reita?

Eu assenti, sentindo a vergonha pesar horrivelmente em meu peito e ela pareceu um pouco confusa.

– Você é o Reita... – ela repetiu e sua entonação não era mais de pergunta, mas sim de reflexão. Ana deu um passinho pra trás e eu pensei que era um sinal de fúria e repulsa, mas quando tornei a encará–la, seus olhos estavam apenas me analisando. – Você é o Reita! – ela sorriu parecendo contente.

Eu estiquei o braço ainda hesitante na sua direção e toquei seu rosto delicado. Ela segurou minha mão entre as suas e voltou seu corpo pra perto do meu, roçando o nariz no meu carinhosamente, ainda analisando que eu era o Reita.

– Foi isso que quis dizer com tenho muitas coisas em comum com ele! Meu Deus! Como eu não percebi? – ela deu um pequeno tapa na própria testa, dando risada. – Bela fã que não percebe que é você sem a sua faixinha, né? – eu dei uma risadinha.

– Não a culpo... – acariciei seu rosto com as costas da mão e ela fechou os olhos e sorriu. – Eu andei no meio de milhares de pessoas e nenhuma me reconheceu também... – seus olhos se abriram e ela virou–se graciosa, colando as costas em meu peito e segurando minhas mãos bem firmes em sua cintura.

– Acho que isso me faz me sentir um pouco melhor... – ela jogou os cabelos por cima do ombro novamente. – Pena que ninguém vai acreditar se eu disser que beijei o Reita de verdade... – ela riu, fazendo bico e beijando meu pescoço.

– Bom... – comecei puxando seu corpo pra se colar ainda mais ao meu e segurei sua cintura com os dois braços, colocando meus lábios bem próximos ao seu ouvido. – Tem um lugar reservado pras namoradas dos integrantes da banda do lado do nosso palco... Acha que você se sentiria... Desconfortável demais lá? – seus olhos se arregalaram quando ela se virou em meus braços e sua boca ficou abrindo e fechando por um tempo sem produzir som algum. – Eu... Vou entender se você... Se você não... – ela colocou o dedo indicador sobre meus lábios me impedindo de terminar a frase e eu esperei em silêncio por sua resposta.

– Ficar... No lugar reservado... – ela balbuciou ainda incrédula, sem conseguir pronunciar o final da frase e eu beijei seu dedo ainda pousado sobre meus lábios, afastando o rosto pra trás e me soltando de seu pedido de silêncio.

– Pras namoradas – completei e ela assentiu tímida, inspirando profundamente.

– Não quer que eu entenda nada errado? – ela perguntou hesitante, jogando o corpo um pouco pra trás pra encarar meu rosto. – Não quer explicar um pouco melhor todas as minhas condições?

– Eu quero que você fique por perto – respondi entendendo a preocupação dela. – Quero poder voltar pra você depois que o show acabar e te conhecer melhor... – eu disse timidamente, minha voz sumindo com o final da frase. Não tinha soado tão piegas dentro da minha cabeça...

– Isso é uma grande proposta, sabia? – ela disse rindo, acariciando meu rosto, muito mais tranquila.

– É, eu sei... – voltei a puxá–la para o meu peito e ela deitou a cabeça em meu ombro, envolvendo meu pescoço com os braços.

– Não quer pensar melhor? – ela riu do meu rosto corado, brincalhona.

– Não tem o que pensar – sacudi a cabeça negativamente e voltei a olhá–la nos olhos. – Não tem outra pessoa a quem eu faria essa proposta...

Segurei sua mão gentilmente com a minha e fui puxando–a até o palco onde tudo já estava pronto. Entramos por um portãozinho escondido ao lado e todos que já estavam lá se viraram para nos encarar, expressões de surpresa indo de mim para Ana e depois para nossas mãos unidas.

– Eu encontrei o lugar a tempo! – disse sorrindo e Kouyou me lançou um olhar mal humorado entre sua surpresa. – Ny–chan? – Sereny olhou pra mim sorrindo e assentiu. – Eu convidei a Ana – indiquei a garota com um gesto de cabeça e ela sorriu, fazendo uma reverência pra garota com quem eu falava – pra ficar aqui com vocês durante o show. Será que pode me fazer o favor de deixá–la à vontade?

Pude ver pelo canto do olho que Ana corou violentamente. Mas Sereny deu um sorriso ainda mais largo e assentiu, caminhando até nós dois.

– Domo arigato, Ny–chan – beijei sua testa e ela afagou meu rosto como sempre fazia, olhando pra garota linda e adorável ao meu lado com seu sorriso mais encantador.

– Muito prazer Ana-chan! – a garota disse em sua voz baixa e tímida. – Sou Sereny, assistente pessoal do the GazettE! E, já que o Reita-san acha que precisa me pedir pra ser hospitaleira, eu farei o possível pra que se sinta bem entre nós!

Eu sorri sem graça enquanto Ana gargalhava. Sereny a pegou pela mão e sentou–a ao seu lado, as duas conversando como se já se conhecessem há anos. Fui até os outros integrantes da banda, que me olhavam maliciosos.

– Não digam nada, okay? – pedi e eles riram mais abertamente antes de nos reunirmos em círculo e nos prepararmos pra entrar no palco.

Foi uma sensação incrível fazer aquele show. As pessoas na plateia estavam muito animadas e isso nos contagiou profundamente. Tocamos várias músicas com eles nos acompanhando entusiasmados. Pra onde eu olhasse tinha pessoas nos assistindo e era difícil conter a surpresa com nossa popularidade no Brasil. Mas eu não imaginava o que me aguardava ao sair do palco, o que era ir direto para os braços de Ana depois de terminada a última música. Aquele sentimento que eu me sentia alheio no começo do dia me inundou agradavelmente ao encontrar o rosto emocionado da garota indo na minha direção.

– Você foi incrível, Aki! – ela sorriu quando a tomei em meus braços.

– Arigato... – uni seus lábios aos meus com extrema necessidade. Ela sorriu e retribuiu ao meu beijo. – Precisa ficar aqui até o final né?

– Preciso... Não posso deixar a loja... Mas bem que eu gostaria... Você não pode ficar, né? – ela disse baixinho, sua voz saindo triste como um lamento.

– Seria difícil o Reita andar por aqui, sabe? Fãs demais... Arrancariam um pedaço dele... – eu ri e ela se esforçou pra me acompanhar.

– Eu entendo... Você tem que ir... – coloquei meu indicador sobre seus lábios, silenciando–a como ela tinha feito comigo anteriormente.

– E deixar minha garota preferida pra trás? Eu disse que o Reita tem que ir... Mas o Akira vai ficar com você – retirei a faixa de meu rosto novamente e ela abriu o sorriso mais lindo que eu já tinha visto.

– Prometo que te compenso, Aki – ela disse, se pendurando em meu pescoço.

– Você já é mais do que suficiente, princesa... – sussurrei em seu ouvido. – Mas se realmente quiser me compensar... Eu estou morto de fome desde que cheguei e o Yutaka não me deixou comer nada... – choraminguei.

– Eu não deixei? – Yutaka disse ofendido, segurando a cintura de Mari.

– É... Você mesmo, senhor líder da banda! – rebati. – Baterista psicótico! – ele deu risada. – Mari, vê se consegue controlar esse seu namorado! – a garota sorriu e beijou a bochecha do baterista.

– Vem – Ana me puxou pela mão – antes que você separe minha banda preferida por causa de comida! – eu dei risada e a acompanhei, enquanto meus amigos iam pela direção oposta. – Sei de um lugar ótimo pra gente comer!

– Ele não vai sair do lugar? – brinquei e ela deu risada.

– Vai... Mas você não tem pressa de ir embora, tem? – a garota se virou pra mim e eu a puxei de novo para os meus braços, unido nossos lábios. Pra quem tinha começado o dia mal humorado por não ter ninguém até que eu tive muito lucro me perdendo naqueles estranhos pavilhões que se movem da Anime Friends.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

mereço reviews??

a próxima fic se chama "Aishitenai"



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Pavilhões que se Movem" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.