Almost Lover - Parte 1 escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 7
S E T E


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! Consegui consertar o computador! Ebaaaa!! Mamãe é demais! Uhuuul!

Bom, não enrolarei muito, espero que vocês gostem do nesse capítulo e comentem, ou pelo menos aparecem, KKKKK

Beijos e boa leitura! Fui!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/647200/chapter/7

As minhas filhas se sentam ao meu lado, e sinto o casaco do Steve me cobrir. Limpo o sangue do nariz com as costas da mão, mas dói demais, e limpo com a mão limpa as lágrimas escorrendo pelo rosto delicado da Brianna, que me olhava preocupada. O motorista que defendemos voltou, com um lenço de papel e um copo de água. Pede para cuidar de mim, e aceito, enquanto ouço os múrmuros de dor vindo do homem caído.

O homem, com um bigode grosso, cabelos crespos com fios brancos nascendo por toda a cabeça, roupas simples e velhas, limpa o sangue do meu nariz com o papel umedecido pela água do copo, mas dói muito, e peço para ele parar, e me entrega o copo, e bebo tudo em goles lentos e pequenos.

—Obrigado – agradece o homem, concordo com a cabeça mal entendendo o que ele estava dizendo, eu ainda estava com muita dor e minha ansiedade estava saindo do controle, e estava atônica, sem saber o que fazer, como agir, apenas ficar parada sentindo minha mão ser alisada pela Hannah – Obrigado! – ele agradece olhando para o Steve, que se limitou a apenas concordar com a cabeça e se levantar depois de consertar a posição do cara careca caído no chão.

Hannah se levanta e volta a ficar com os filhos do motorista, que choravam desesperados vindos do carro, implorando para estar perto do pai. Suspiro sentindo meu nariz doer, respirar por ele dói muito, então respiro pela boca. Meu cotovelos também doem por causa do impacto na hora do empurrão, por reflexo, coloquei meus braços na frente, mas só que não resultou em nada além de dois futuros roxos e um nariz machucado, mas não quebrado.

O meu carro estava bem amassado, e ainda estava um pouco acima do carro da frente, ou seja, o carro do motorista careca. O carro do homem que bateu não estava tão ruim assim. Mas entre os três, quem saiu no maior prejuízo fui eu, porque recebi duas batidas, na frente e atrás.

E ainda tem os custos depois, de hospital por causa do meu nariz, e provavelmente os processos... Meu deus... Passo a mão pela testa cansada e doida para ir para casa, depois de não sei mais o que vier pela frente, seja delegacia ou hospital. Mas poderia ter sido pior, eu estava de cinto na hora da batida, não atropelamos ninguém, meus documentos estão em dia. Porém, nenhuma dessas “boas notícias” conseguiu melhorar o meu ânimo ou abaixar minha ansiedade.

Esse sentimento não me deixa fazer nada, e ao mesmo tempo, me deixa nervosa, preocupada, estressada, tudo isso junto, e agora, nesse exato momento, nunca estive tão perto de um colapso. Já não bastava todos os meus problemas, eu ainda tinha que ganhar mais um.

Steve volta e se senta ao meu lado, segura na minha mão e pede para olhar o meu nariz. Ele vira o rosto com cuidado, e até pede para eu olhar para cima, para depois suspirar e me dar um meio sorriso.

—Não quebrou, só cortou um pouco – responde e fecho mais o casaco dele em volta do meu corpo e olho para os meus saltos, agora sujos, de novo. Retiro ficando apenas descalça no asfalto – A polícia e uma ambulância estão vindo – avisa e assinto com a cabeça. Respira fundo e toca o meu joelho – O que está acontecendo com você?

Eu poderia responder muitas coisas, mas eu ainda estava um pouco abalada demais para responder, então só dei de ombros decidindo não falar nada, agora. Mas, quando chegarmos em casa, eu irei colocar tudo para fora, deixarei as meninas no quarto, e iremos colocar as coisas em cima da mesa na sala, não importa se eu tenho trabalho para fazer, ou se ele tiver, não importa, isso é mais importante.

—Assim não dá Emily – reclama e abaixo a cabeça ainda mais – Diga alguma coisa – pede e nego com a cabeça – Foi o que eu fiz que te deixou assim desse jeito? Ou essa batida? Você está assustada, é isso? – pergunta quase de maneira desesperada, me deixando ainda pior, mas apenas nego com a cabeça e coloco as duas mãos sobre os ouvidos, não querendo escutar mais nada. As pessoas comentando atrás de nós, o que eram aos montes, tudo vizinho querendo ter coisa para fofocar, os carros passando e buzinando, as crianças chorando querendo sair do carro enquanto o pai delas tentava inutilmente faze-las parar.

Ele bate no asfalto entre a gente com raiva, pulo de susto, para depois abaixar novamente a cabeça não querendo responder ou conversar nada agora, não agora, só depois. Só apenas puxo o casaco para me aquecer mais, o frio estava vindo, o vento aumentando, acho que em breve pode chover.

Quando ouvimos as sirenes das viaturas policiais, solto um suspiro de preocupação, eram três, com uma ambulância vindo atrás. Dois policias descem, conversam rapidamente com a gente, e um terceiro liga para um reboque da prefeitura, e os outros nos colocam nas viaturas afim de nos levar até a delegacia, mas antes, os paramédicos fizeram curativos no meu nariz, e depois me colocaram na viatura, e o motorista causador da confusão, o careca, foi para a ambulância, pois estava bem machucado.

Steve foi ao meu lado, e as meninas foram em outra viatura, não fui muito a favor disso. E o moço causador da batida, que descobri que o nome dele é Adam, foi em outra com os filhos dele. Estava um silencia incomodador dentro, e eu apenas olhava para a janela enquanto sentia o olhar do loiro ao meu lado em cima de mim, a toda hora respirando fundo. Posso até saber o porquê dele estar desse jeito, está preocupado comigo, eu tenho quase toda certeza.

Depois que chegamos na delegacia, prestei queixa contra o motorista que me empurrou, e consequentemente, me machuquei, depois irei abrir um processo contra ele por lesão corporal. Adam também prestou queixa por ameaça. E depois fomos fazer um depoimento, Steve foi primeiro, Adam foi depois, e fui por último, e tudo isso enquanto Hannah, Brianna e os meninos brincavam quietinhos, mas eu sei que as minhas meninas estavam intimidadas com tamanha tensão que estava acontecendo, mas estavam sendo uteis deixando os filhos do Adam quietos um pouco.

A conversa com o delegado foi normal, não como a primeira vez que fiz um depoimento contra o meu antigo padrasto, o Paul, um homem que definitivamente quero esquecer que fez parte da minha vida. O delegado foi até simpático comigo, foi educado, e tentou me tranquilizar dizendo que o meu marido não vai ser criminalizado, pois foi uma tentativa dele de me proteger, mas no fundo do fundo, não concordei com isso, Steve passou dos limites, e segundo o delegado, o cara quebrou duas costelas, dois ossos do rosto e quebrou o nariz, uma pequena vingança eu acho por ter machucado o meu.

Assim que fomos liberados, Steve deixou as meninas em casa com a nossa vizinha, e depois me levou ao hospital. Tirei um raio-x, e de fato não havia quebrado, só deslocado um pouco somente, e fizeram uma pequena atadura, apenas um curativo, mas fiquei horrível com aquilo, mas ficarei só por quinze dias então está tudo bem. Tentaram fazer também ataduras nos punhos do loiro, mas que negou dizendo que estava bem, aquilo era só sangue seco. Eu gelei quando ele disse aquilo, era muito sangue, havia até sangue seco debaixo das unhas dele. Não quero nem imaginar como está a situação do cara depois.

Quando chegamos em casa finalmente já passava das nove horas. Mais morta de cansaço do que agora é impossível. Steve agradeceu a vizinha que disse que era um prazer, nossas filhas eram ótimas meninas, e abri a porta de casa e as duas foram direto para o quarto. Me sentei no sofá enquanto o loiro pegava o seu casaco que ainda estava comigo para lavar, pois estava um pouco sujo de sangue. E quando ele voltou, suspirei, estava na hora de ter aquela conversa, uma coisa que eu não estava nada afim.

—Emily – ele me chama e olho para ele, mas o seu olhar era tão preocupado que desviei na hora, não queria aquele olhar para cima de mim, aquilo me incomodava. O loiro se senta ao meu lado e tenta pegar na minha mão, mas não permito, desvio a recolhendo. Ele suspira e passa as mãos pelo rosto – Eu só te peço uma coisa, apenas uma coisa, me diga o que está acontecendo, porque eu não sei – pede e olho para outro lado, e começo a bater o pé no chão.

Eu não estava afim de falar, não queria mesmo, na verdade era a última coisa que eu queria fazer, falar, pois eu ainda estava um pouco... Abalada com o que aconteceu, uma simples batida se transformou numa cena de novela, era no mínimo cômico isso.

—Emily – ele me chama de novo, mas não lhe dou ouvidos, minha cabeça está em outro lugar agora, bem longe daquele conversa que definitivamente não está me fazendo bem – Emily... – ele me chama de novo, e dessa vez olho para ele, de saco cheio e sem paciência.

—Quero dormir – é só o que digo antes de me levantar, mas ele pega no meu braço me trazendo para perto.

—Você vai me dizer o que está acontecendo – diz com firmeza e autoridade, como se eu fosse algum tipo de criminosa e ele o policial me mandando dizer o que eu sabia. Olhei em seus olhos e ali tinham raiva, e quanto mais o tempo se passava, segundos apenas, ele apertava mais o meu braço até o ponto de me machucar de verdade. Murmuro de dor, mas ele não me solta. Tento puxar o meu braço, mas ele apenas me puxa para mais perto ficando a centímetros do seu rosto com os músculos tensos – Eu não vou te soltar até você me falar o que está acontecendo.

Nego com a cabeça mordendo os lábios pelo lado de dentro, e não me surpreende quando várias lágrimas aparecem nos meus olhos deixando tudo embaçado, várias delas caem escorrendo pelo meu rosto, ele as limpa com a mão livre tentando ser carinhoso, mas viro o rosto não querendo que ele me toque. Steve apenas suspira e me solta finalmente, e sinto o sangue correr pelo resto do meu braço de novo. Faço uma pequena massagem para o sangue percorrer as minhas veias de maneira mais eficiente, e vou ao quarto quase correndo, fecho a porta e tranco.

Quando acordo, me arrumo e lembro que Steve não dormiu no quarto essa noite, e vejo o meu braço, nada de um hematoma, apenas o curativo no meu nariz. Destranco a porta e vou até a cozinha vendo as meninas tomarem seu café da manhã sozinhas, mas nada do Steve.

—Cadê o pai de vocês? – pergunto me sentando e logo colocando suco num copo.

—Disse que tinha coisas para fazer no trabalho mais cedo – respondeu Hannah. Assinto com a cabeça já sabendo que ele não queria me ver, não hoje, e sei muito bem que ele só vai voltar depois que eu for dormir. Não como nada, até porque não conseguiria, estou totalmente sem apetite. E logo em seguida mandei um fax para as relações humanas das Indústrias Stark com o meu atestado me dando quinze dias de licença. Levei as meninas para a escola e voltei para casa. O dia todo, eu dormi, comi e assisti televisão, tudo isso de pijama enquanto uma chuva de maneira impressionante caia lá fora, parecia que o mundo ia acabar.

E quando eu já terminava de assistir o meu terceiro filme hoje, peguei uma garrafa de vinho e uma taça apenas, normalmente eram duas, uma para mim e uma para o Steve, mas aquela taça em cima da mesa de centro da sala tão solitária, fez me sentir tão sozinha, e só me lembro de uma vez que me senti assim, que foi quando minha mãe morreu e antes do meu pai saber quem eu era. Eu era sozinha nesse mundo, com ninguém para cuidar de mim e com dezesseis anos e uma cabeça muito teimosa, todavia, eu estava bem, porém não agora. Com inúmeros problemas para solucionar e acabar e ainda um problema de saúde. Depois do quase surto de ontem qualquer coisa me deixava mal, principalmente agora depois de três filmes românticos tristes e ficar observando uma taça de vinho vazia em cima da mesa, e parecendo tão solitária.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então... O que acharam...? Espero que tenham aprovado! Deixem suas opiniões nos comentários, ok? Beijinhos e até semana que vem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Almost Lover - Parte 1" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.