Almost Lover - Parte 1 escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 20
V I N T E


Notas iniciais do capítulo

Hellou! Voltei! Felizes?? Espero que sim!

Não enrolarei muito. Apenas gostaria de agradecer a RB pela teoria dela sobre a fic. Eu nunca havia recebido algo assim, um leitor dizendo o que acha que vai acontecer e tal. Adorei!

Fiquem com o capítulo e saibam que ainda tem alguns capítulos com P.O.V Steve. Se vocês gostam, que bom. Mas se não, desculpa. Daqui a pouco volta para a Emily, ok?

Beijos e boa leitura!!



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P.O.V Steve

Se passaram quase quatro meses, quatro meses desde que fui demitido, quatro meses desde que estou tentando arranjar um emprego, e quatro meses desde que a Emily foi embora. É muito tempo. E bom, a minha situação agora não é uma das melhores, e apesar de que eu tinha uma boa reserva de dinheiro no banco, não para situação como essas, mas sim para situações perigosas em que eu teria que fugir com a minha família seja qual for o motivo, ainda não é o suficiente para esse mês e o mês que vem.

Distribui currículos por todo o munícipio e vizinhos, e nenhuma resposta. A minha previsão de que ninguém iria querer contratar um professor que se envolveu com uma aluna, mesmo tendo doutorado, se realizou de fato. E é muito humilhante perceber que tenho que economizar em quase tudo. Parei de andar de carro para andar de ônibus, parei de almoçar fora, estou economizando em tudo, e aposto que alguém iria reclamar muito por causa disso, Emily.

Nos falamos quase de dois em dois dias, ela me conta o que está acontecendo com ela, e eu minto dizendo que está tudo bem, não iria gostar de deixa-la preocupada, mesmo sendo o certo a se fazer é contar. E me preocupa que isso só poderia fazer é piorar a minha situação com ela. Mas tento colocar na minha cabeça que é para o bem dela.

E nesse exato momento, estou num bar bebendo cerveja barata sozinho, já que os meus “amigos” professores praticamente deram adeus no momento em que fui demitido, o que não me surpreendeu, eu sabia que daria nisso. E apesar de fazer um pouco de falta na hora de ter alguém com quem conversar, estou bem.

Beberiquei um pouco mais daquela cerveja e alguém se sentou ao meu lado, com o cheiro puro de charutos, eu já sabia quem era. Logan!

—O que houve xará? – ele pergunta fumando e soltando fumaça pela boca. Sorrio feliz em vê-lo, mas disfarço olhando para os meus braços apoiados na mesa do bar.

—Tudo – respondo olhando para a imensa coleção de bebidas do barmen, e são caras demais para mim. No final das contas, voltei a ser aquele garoto que mal tinha dinheiro para pagar o ônibus, e sempre recebia o olhar mal-humorado do trocador por causa das inúmeras moedas que eu usava para pagar a passagem.

—Tudo não é resposta, desembucha – pede quase que mal-humorado. Rio baixo.

—Minha esposa me largou, fui demitido, não estou conseguindo pagar as contas desse mês e tenho que me contentar em beber essa “cerveja” do que cerveja de verdade – respondo e Logan ri no final. Ele chama pelo barman e pede duas cervejas – Não precisa Logan, estou bem – digo e ele nega.

—É só uma cerveja – justifica e assinto com a cabeça. O rapaz deixa duas garrafas na nossa frente, Logan abre as duas com um abridor e me dá uma. Brindamos e bebo um gole -Foi por causa daquele negócio que você me falou? – pergunta e assinto com a cabeça – Eu até poderia falar com o professor, mas não acho que precisamos de mais um professor de história além de mim – diz e rio.

—Está tudo bem. Estou distribuindo currículos por todo lado, até escola de ensino fundamental estou tentando, mas nada – revelo passando a mão pelo rosto cansado, uma coisa cada vez mais comum para mim.

—Já tentou em outros estados? – pergunta e assinto com a cabeça.

—Alguns, e sempre bem perto de Nova Iorque, Emily não aceitaria se mudar – respondo e ouço o suspiro do moreno. Eu já sabia o que iria vir, a resposta dele.

—E você vai se prender por causa dela? – pergunta achando aquilo um absurdo – E ela não foi embora? Onde ela está agora? – questiona e abaixo a cabeça apoiando nos meus braços em cima do balcão.

—Foi, mas ela volta – respondo convicto e ele bufa revirando os olhos – É verdade Logan! Conversamos todos os dias!

—E você não falou do que está acontecendo para ela... – adivinhou e afirmo com a cabeça – Está na hora de abrir o jogo para ela, xará –aconselhou e afirmei novamente.

—Ela está de férias, ela mereceu isso – digo bebendo mais da cerveja e a deixando pela metade.

—Sei que ela merece, mas isso não quer dizer que ela tem que ficar de fora do que está acontecendo por aqui – responde e bate no meu ombro se despedindo, e eu apenas observo a minha frente pensativo sobre o que o Logan falou. Ele tinha razão. Não era porque ela está longe, que eu tenho que ocultar o que está acontecendo na minha vida.

Peguei a cerveja que Logan pagou para mim e saí do bar com pressa. Do lado de fora, já devia ser oito horas da noite. Desfrouxei a gravata e andei até o ponto de ônibus discando no celular.

A partir de agora eu iria de ônibus para todos os lugares, já que o dinheiro estava curto para a gasolina, e ir de transporte público saía mais barato. Eu até pensei em vender o carro, mas a moto continuaria comigo, eu não teria coragem de me desfazer dela.

Assim que me sentei no ponto de ônibus com poucas pessoas ao meu lado, coloquei o celular sobre a orelha esperando Emily atender, e para no final, cair na caixa postal. Bufei e liguei novamente, e dando caixa postal para todas as vezes que eu liguei. Ela deveria estar ocupada.

Respirei fundo guardando o celular e terminando com a cerveja, joguei fora e entrei no ônibus voltando para casa.

Destranquei a porta de casa e deixando a minha pasta de couro em cima da mesa, como sempre fazia. Suspirei sentindo falta de quando Hannah e Brianna ainda pequenas vinham correndo para cima de mim me recepcionando quando eu chegava em casa depois do trabalho, e a Emily vinha logo atrás, me abraçando tomando cuidado com as crianças, e me beijando depois de um longo e exaustivo dia para nós dois, mas aqueles momentos fazia tudo valer a pena.

Afastei aqueles pensamentos. Brianna e Hannah já eram mais do que crescidas, as duas já são mulheres, e ambas estão bem longe, em outros estados, e eu sinto tanto a falta delas, e principalmente da Emily. Mas novamente, tento afastar aqueles pensamentos. Me fazem mal, e sempre fico a ponto de cometer uma loucura como pegar o primeiro ônibus ou avião para Malibu.

Me joguei no sofá retirando o paletó o deixando de qualquer jeito no meu lado, retirei a gravata deixando também em qualquer lugar do sofá, e os sapatos que tanto me incomodam , jogados do chão da sala. Liguei a televisão vendo qualquer coisa que estiver passando, mas é um programa tão inútil que vou mudando de canal em canal até achar alguma coisa que sirva. Mas isso não acontece.

Desligo a televisão com raiva jogando o controle no sofá, e vou ao banheiro tomar um banho rápido e depois dormir. Ligo o chuveiro tomando uma ducha fria, a água escorrega pelo meu corpo me causando um pouco de arrepio, mas logo me acostumo com a sensação e relaxo com a água batendo nas minhas costas relaxando os meus músculos que ficaram tensos todo o dia, me deixando exausto agora, no final do dia, e doido para ir dormir, porém algo me prende no chuveiro.

O seu sorriso me veio à mente, o sorriso dela, e a maneira como sorria para mim, algo que era somente reservado para mim, e como ela deixava o meu dia melhor, a maneira como ela me fazia e sempre se esforçava em me fazer feliz, ela é simplesmente perfeita. E como ela é linda... Por Deus, eu casei com a mulher mais linda desse planeta!

Porém, por algo que eu realmente não faço ideia do que aconteceu, e meu sangue ferve de pensar que alguém tenha sabotado o nosso casamento, uma das três coisas mais especiais para mim, e assim, quase acabando com ele, mas tenho fé que ainda não acabou, e não vai acabar, não assim. Lembro que jurei na frente do padre lealdade a ela, e fui assim, mas algo que ninguém previa aconteceu.

Como eu poderia explicar para alguém que não era eu na cama com aquela moça? Bom, era o meu corpo, mas não era eu de verdade, mas conta como traição? Eu acho que não, pois se eu soubesse daquilo ou tivesse um pouco de controle pelo meu corpo eu faria qualquer coisa para parar com aquilo. Foi simplesmente algo que eu não tenho como explicar em palavras que causou para a Emily, algo que acabou com ela, e meu Deus, todo o meu esforço de anos para mantê-la bem foi em vão em poucos dias.

Suspirei sentindo o peso que aquilo era, mesmo não sendo verdadeiramente o culpado. Porém, algo de bom veio a minha mente. Ela. O que eu não daria para tê-la aqui comigo, como sempre fazíamos no chuveiro. Eu sentia falta daquilo. A maneira como ela se entregava a mim, e confiava em mim era algo realmente especial, era algo que me fazia amá-la cada vez mais e com mais força.

Suas unhas escorrendo pelas minhas costas fazendo arder por onde passasse, suas pernas macias em torno do meu corpo, e seus lábios macios contra os meus. Ah! O que eu não faria por mais um beijo dela! A maneira como ela me puxava para mais beijos, e puxava o meu cabelo quando eu beijava seu pescoço. Tudo era incrível naquela mulher, o seu cheiro, sua voz, o seu toque que me fazia estremecer.

Passei a mão pelo rosto afastando aqueles pensamentos. Novamente, eu estava à beira de fazer rapidamente as malas e correr para a rodoviária e pegar o próximo ônibus para Malibu, algo que eu não poderia fazer, ela precisava ficar longe de mim por um tempo, uma coisa que estava me matando aos poucos. Ficar longe dela, depois de todos esses anos juntos, se tornou uma tortura! Eu sentia a falta dela.

Eu sentia a sua falta todo o tempo, na hora de acordar, na hora de tomar café da manhã, de descer o elevador, de chegar em casa, tudo, todo o tempo, e tudo me lembrava ela, principalmente na hora de ir dormir. Quando ela me puxava para o seus braços me abraçando, e me beijava delicadamente, e as vezes até cantava para mim me fazendo dormir. E eu dormia melhor do que nunca.

Agora eu lhe pergunto, porque eu iria procurar outra mulher se eu tinha a perfeita em casa? Alguns homens simplesmente não conseguiam se manter com apenas uma mulher, mas eu não. Nunca consegui olhar para outra mulher que não fosse a Emily. Isso pode soar muito careta, mas eu não conseguia tirar os olhos dela, principalmente dos olhos dela. Eram de um castanho qualquer de longe. Agora, se aproximasse e ficasse de frente com a luz do sol de manhã cedo batendo no seu rosto, teria a cor mais perfeita que existisse de castanho.

Fechei os olhos e desliguei o chuveiro, estava gastando muita água e já era hora de ir para a cama. Me sequei rapidamente vestindo apenas uma cueca e deitando na cama ligando apenas o ventilador, me cobri e fechei os olhos torcendo para dormir logo. As últimas noites tem sido recheadas de insônia e alguns pesadelos, sempre a envolvendo e as meninas.

Me virei na cama ficando frente ao lado da cama onde ela dormia, e a saudade bateu mais uma vez. Cogitei pegar o telefone e ligar, mas ela devia estar se divertindo em alguma festa em Malibu, bom, eu esperava que ela estivesse se divertindo, fazendo algo que ela gostasse.

Porém algo me incomodou, uma festa? Teriam outros homens lá, e ninguém para afasta-los. Mas tem o Tony, e o Howard, porém os dois não vão a festas já faz tempo, e o pai da Emily está ficando velho demais para frequentar festas, Pepper nunca permitiria. Eu me lembro de algo, Emily nunca foi muito fã de festas, só quando era bem jovem, e aproveitava bem, mas não agora, que havia amadurecido bastante desde então. Isso me confortou.

E se ela estivesse sentido a minha falta nesse exato momento? Poderia estar deitada nesse exato momento como estou agora e pensando em mim. Porém lá já é tarde, e como agora deve ser umas onze horas da noite, lá deve ser oito horas da noite, ou mais cedo, por causa do fuso-horário. Ela estaria jantando, ou assistindo televisão com a Brianna, ainda mais que é no meio da semana. Acho que o ciúmes e o medo estão alterando os meus pensamentos.

Fechei os olhos decido que amanhã ligarei para a Emily e contarei toda a verdade do que está acontecendo aqui.


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Notas finais do capítulo

Essa saudade do Steve chega a doer até em mim! Me dá pena!

E essa mania do senhor Rogers de esconder as coisas da senhora Rogers? Isso ainda vai dar muito blá blá blá.

E vem cá, só eu que não sou muito fã do Logan? Espero que sim, pois ele participa da fic e tal... Mas acho que vem até desde os filmes. Adoro Hugh Jackman, mas o Wolverine? Não muito.

Gostaram do capítulo? Espero que sim! Digam-me o que acharam, ok? Beijos e até semana que vem!