The fantastic world of Penelope escrita por Giovanna Wolf


Capítulo 1
Surpresas


Notas iniciais do capítulo

Oiee!
Bom, essa é a minha primeira fic no Nyah! Estou um pouco nervosa, admito... Mas posso dizer que amo escrever! As palavras são muito valiosas, e amo o que faço.
Então, antes de mais nada, gostaria de agradecer aos leitores que estiverem lendo essa fic e, não sejam tímidos, fiquem a vontade para comentar.



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A Mamãe estacionou o carro vermelho em uma das vagas livres do estacionamento do hospital. Mal ela saiu do carro e vi que ela estava com uma sacola de papelão em um dos braços e carregava a bolsa e a chave do carro na outra mão. Apertei o rosto contra o vidro frio, e finalmente ela acenou para mim, como se lesse meus pensamentos. Acenei de volta, o mais animado o possível e quando ela sumiu de vista para entrar no hospital, saí correndo do meu quarto para encontra-la na recepção principal.

- Oh meu Deus, Penelope! Cuidado!- Melanie, a enfermeira mais jovem do hospital e quase minha melhor amiga, exclamou quando passei correndo por ela no corredor e quase fazendo-a deixar a bandeja de remédios em sua mão.

- Desculpe.- falei, ainda correndo e olhei de relance para trás. Melanie suspirou e murmurou algo como crianças serem agitadas.

Desci as escadarias no final do corredor, até atingir o segundo andar, onde quase tropecei em um dos degraus. Com toda a certeza, minha mãe não iria gostar muito de me ver esborrachada ao me ver, tentei ao máximo reduzir a velocidade, mas minhas pernas pareciam mais animadas do que eu. Então, continuei minha maratona, fazendo um esforço enorme para não derrubar alguém ou esbarrar.

Cheguei a recepção principal e perguntei a secretária, a Sra. Laurence onde estava minha mãe. Ela, com o telefone em uma das orelhas, apontou para em um dos bancos da recepção e sorriu. Mas percebi que minha mãe não estava lá.

Antes que eu desse mais um passo senti uma mão me tocar no ombro e dei de cara com a pessoa que mais queria ver no mundo.

- MÃE!- envolvi sua cintura com os braços e ela acariciou meus cabelos.- Senti saudades.

- Eu também meu amor.- ela respondeu carinhosamente, e apertei ainda mais o abraço.- Vim ver como você estava e fazer uma visita.

- Estou bem mamãe.- respondi e quando soltei o abraço ela agachou, ficando finalmente da minha altura. Bem melhor.- Onde está o papai?- perguntei, percebendo que ele não havia vindo com ela.

- Está trabalhando querida.- ela suspirou.- Ele disse que viria ver você mais tarde. Ele anda muito ocupado, entende? Mas eu tenho uma notícia boa.- ela esboçou um sorriso, segurando uma de minhas mãos.

- Qual?

- Lembra quando nós conversamos? Sobre a promoção que ele tanto sonha?- ela perguntou um pouco mais animada e assenti com a cabeça totalmente ciente do que ela estava falando- Então, ele disse que na semana que vem ele poderá ganhar ela e se isso acontecer...

- O que?- quase explodi ali mesmo. Mil coisas voavam e trombavam na minha cabeça.

- Ele vai poder te ver todos os dias!- ela sorriu e me fez cócegas repentinamente.

- É sério?- eu não estava acreditando.

- Sério, ele prometeu.- ela riu e sem ver comecei a rir também, sabendo que finalmente ele iria me ver todos os dias. Era como se o papai noel em pessoa tivesse me dado meu presente de natal e ainda por cima e deixar andar em uma de suas renas. Ou melhor, não, isso era melhor.- E tem mais... Eu trouxe uma surpresa para você! Tenho certeza de que você vai amá-la.

- O que é? O que é?- ela levantou-se e tirou da sacola de papelão uma embalagem colorida de bichinhos. Ela me entregou e apertei a embalagem, percebendo que se tratava de algo fofo, talvez uma almofada...

Desamarrei a fitinha que fechava o pacote e tirei dele a coisa mais fofa que eu já havia visto: uma foquinha branca de pelúcia.

- MEU DEUS! EU NÃO ACREDITO!- saí agarrando a foca e pulando e dançando na recepção.- COMO VOCÊ SABIA QUE EU QUERIA ELA?- perguntei a minha mãe, agarrando a foca com toda a força possível.

- Eu sei que você ama focas e não foi difícil saber que você gostaria de uma...- ela esclareceu sorrindo também.- E pelo jeito, eu estava certa.

Mostrei a todos na recepção a minha foquinha e todos responderam com um OWWW e até mesmo a Sra. Laurence queria ficar com ela. Ainda bem que eu consegui pegar a foca a tempo, antes que ela se apoderasse para sempre dela.

Até que me lembrei de algo e perguntei a minha mãe se eu não poderia mostrá-la ao Sr. Will. Ela disse que tudo bem, e falou que iria conversar com as enfermeiras enquanto eu ia vê-lo.

Cheguei na salinha onde ele costumava ficar, assistindo todo dia o jogo de futebol que ele gostava tanto. Infelizmente o Sr. Will tinha uma tal de doença acho que era Auscheimer, ou sei lá, que fazia ele pensar que todo dia era segunda-feira e ficar chamando a mulher que havia morrido.

O Sr. Will estava no maior ronco esparramado no sofá de frente a TV. Era bem estranho, parecia que ele havia engolido um porco e agora o pobre bichinho quisesse sair da barriga dele. Deve ser porque ele falou que era fazendeiro em um estado na Itália, e de noite um porco bem pequeno deve ter entrado na boca dele e parado na barriga.

- Sr. Will?- chacoalhei-o.- Sr. Will?

E nada. Até que tive uma ideia.

- Sra. May?- chamei uma das enfermeiras que estava por perto.- A Senhora poderia ligar a TV no canal de esportes? No volume médio?

- É para já Penelope.- ela sorriu e pegou o controle da TV, ligando no canal de esportes, como eu pedi.

Passaram-se alguns minutos e a o homem que narrava o jogo na TV gritou gol. Aí como dizia meu avô, a coisa ficou preta. Ao ouvir isso o Sr.Will saltou acordou rapidamente, assustado e saltou do sofá para ver melhor o jogo.

- EU SABIA! EU SABIA!- ele começou a gritar com a TV como se ela pudesse responder.- Eu estava certo! Eu sabia!

- Sabia o que Sr. Will?- perguntei tomando distância por que com certeza ele iria me acertar com aquela begala enferrujada dele.

- Que eles iam perder!- ele gritava com a TV- Esse time é uma porcaria! O juíz não cobrou falta!- ele gritava alterado.- São todos uns malandros!!! Bem feito!!- ele ergueu a bengala para o alto- GOL! GOL! MARAVILHA!

- Sr. Will...- tentei chama-lo mas ele parecia não me ouvir.

Desisti e deixei ele gritando com a TV. Decidi ir ao quarto buscar um jogo de tabuleiro ou algo do tipo para me distrair. Provavelmente minha mãe iria querer jogar também. Então, subi até meu quarto e quando ia pegar o jogo no guarda-roupa, tropecei em algo. Olhei para o chão e vi que se tratava de uma mochila.

- Que estranho...- sussurrei confusa. Eu nunca havia comprado uma mochila pelo que eu me lembrava, e nem mesmo deixava minhas coisas jogadas no chão. Será que alguém havia confundido o quarto com o meu?

Saí do meu quarto, decidida a perguntar para alguém como aquela mochila fora parar ali, praticamente no meio do quarto. Voando é que não era... Ah não ser que o Harry Potter tenha decidido finalmente me buscar e me levar para Hogwarts! Isso seria incrível.

Eu já ia para a direção oposta, em direção as escadarias quando percebi uma movimentação nos corredores.

Uma mulher com praticamente a idade de minha mãe estava abraçando um garoto que também aparentava minha idade.

Ouvi ele implorar algo para mãe e ela tentava a todo o custo, acalmá-lo. Duas enfermeiras estavam perto. O garoto variava o olhar da mãe para a uma das enfermeiras. Parecia assustado, como se alguém de sua família houvesse morrido. Eu sabia bem como era isso, como pela primeira vez que havia entrado no hospital. Ao contrário dele, eu esperneava e berrava, sabendo que não dormiria mais em casa, com minha mãe e meu pai, como a maioria das crianças. Mas, aos poucos, o hospital havia virado o meu segundo lar, e as enfermeiras e os médicos, como uma grande família.

De repente, ele foi obrigado a se soltar da mãe, e ficou com uma das enfermeiras e olhava atordoado para onde a mãe havia ido, sumido nos corredores que pareciam frios a primeira vista.

Em seguida, ele virou o rosto e olhou diretamente para mim. Os olhos cinzas quase brancos, encontraram os meus e pareciam pedir ajuda, como um cachorrinho abandonado. E por um momento, percebi que por algum motivo teríamos uma história em comum.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?



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