Chibi escrita por Sereny Kyle


Capítulo 1
one-shot


Notas iniciais do capítulo

essa é a 47ª fanfic da série. A anterior se chama "The Course"



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Eu entrei apressada no grande prédio da P.S. Company, tirando a neve dos ombros e do topo da minha boina. Estava extremamente frio lá fora pra andar calmamente pelas ruas movimentadas de fim de ano.

Caminhei até o elevador e subi sorridente pro andar do the GazettE. Tinha combinado de ir almoçar com Taka e, depois de terminado o expediente dele, iríamos juntos para casa.

– Oi Mila-chan! – Mariana atravessava o corredor no sentido oposto ao meu.

– Oi Mari! Saber onde o Taka está?

– Não sei não... Não o vi desde manhã...

– Hum... E a minha irmã?

– A Ny-chan foi resolver uns problemas com o Heresy... – Mariana riu. – Ela realmente não gosta de ter que lidar com aquelas garotas, mas eu fico muito grata do Yuk não ter que cuidar disso... Eu não sei o que poderiam fazer com meu moreninho...

Eu dei risada.

– Acredite... Eu entendo... – respondi. – Estava descendo?

– Estava indo ao restaurante. Sua irmã ficaria louca se esses cinco ficassem sem comer por mais de duas horas só porque ela não está aqui, então, eu fiquei encarregada dessa parte.

– Minha irmã está mesmo ficando paranóica... – sacudi a cabeça, rindo.

– Bom, acho que sabe onde procurar por eles aqui, né? Depois a gente se fala, Mila! – via ruiva entrar no elevador.

Entrei na sala de reuniões deles e encontrei Yuu sentado sozinho dedilhando o violão.

– Oi Yuu–chan! – saldei o moreno que largou o violão ao lado do sofá e correu até mim com um grande sorriso.

– Oi Chibi! – o guitarrista me segurou pela cintura e me apertou num abraço, erguendo meus pés do chão enquanto eu ria e passava os braços por seu pescoço.

– Tudo bem, moreno? – eu perguntei quando ele me recolocou no chão.

– Tudo ótimo! Taka pediu pra te avisar que ia se atrasar um pouco pro almoço de vocês... Foi acertar o lançamento do novo PV e não está sendo tão rápido quanto ele tinha pensado, sabe?

– Ah, tudo bem... – respondi, me sentando ao lado dele no sofá. – Compondo?

Ele pegou o violão no chão e o colocou nos braços.

– Sempre que eu tenho um tempinho... É bom tirar umas notas do violão, né? Pra não enferrujar...

– Eu prometo que fico bem quietinha – ele sorriu e afagou meu rosto.

– Ah, sua bobinha... Acha que eu vou ficar trabalhando com você aqui? Claro que não, Mila! – ele começou a tocar Cassis e eu sorri instantaneamente. – Faz tempo que eu não te via por aqui...

– É verdade... Com os trabalhos finais da faculdade, fica cada vez mais problemático sair de casa...

– Ah, você até pode enganar aos outros com isso, mas sabe que eu sei que você adora essa faculdade mais do que tudo! – ele sorriu.

– Não mais do que vocês! – sacudi a cabeça negativamente. – Nada consegue superar o amor que eu tenho por vocês cinco!

– Olha a Chibi querendo nos jogar na fogueira! – ouvi a voz de Yutaka vindo da porta e me virei para ver o baterista entrando.

– Eu?!? – disse divertida.

– A senhorita – ele se sentou ao meu lado e beijou o topo de minha cabeça. – Porque é isso que Takanori fará com nós quatro quando ouvir que nada supera o amor que você tem por nós cinco – ele enfatizou a última palavra.

– Teríamos todos mortes violentas – Yuu completou.

– Claro que não – rebati. – Ele sabe bem o que eu quero dizer... Meu amor por ele faz parte do amor que eu tenho pelo the GazettE e tem muita influência nele ser tão grande! – os dois assentiram sorrindo.

– A Mari-chan tinha me dito eu você estava aqui... – Yutaka relatou. – E você nem foi lá me ver?

– Eu já ia te ver, seu bobinho – apertei a bochecha de Kai e ele me abraçou. – Eu só estava conversando um pouquinho com o Yuu...

– Eu devia saber que o Aoi tentaria prender você e ficar com você só pra ele...

–Agora eu sou um monstro? – Yuu disse zombeteiramente ofendido. – Vou sequestrar a Chibi e prendê-la no meu castelo – o guitarrista me puxou dos braços do outro, me prendendo nos seus próprios.

– Calma aí, guitarrista da Transilvânia – eu brinquei. – Tem Chibi pra todo mundo aqui!

– Oba! Eu quero os braços! – uma voz brincalhona veio da porta e Akira estava diante de mim beijando a minha testa em questão de segundos.

– Oi Aki! – eu sorri.

– Quanto tempo, hein gatinha? Desde o aniversário do Taka que eu não te vejo em carne e osso, né? Só através do monitor do computador...

– É verdade, faz tempo mesmo...

– Ah, mal vejo a hora de você acabar a faculdade e a gente poder te sequestrar e te trazer pra cá de uma vez... – Yutaka deu risada, bagunçando a parte de trás de seus cabelos.

– Sabe? Tenho esperado ansiosa por esse momento também! – acompanhei sua risada e Yuu estalou um beijo na minha bochecha.

– Na verdade, eu nem tenho tanto medo do Ruki assim, viu? – o guitarrista brincou e me fez deitar em seu peito. – Acho que vou roubar você dele também!

– Vai ter que ser mais rápido que eu, Shiroyama – o baixista riu e puxou minha mão, beijando–a.

– É melhor eu nem entrar nessa disputa... – Yutaka brincou. – Se a Mariana ouvir, eu estarei em maus lençóis...

– Você está esperando o Ruki, Chibi? – Akira perguntou quando Yuu finalmente me soltou e eu pude sentar direito.

– Isso... Nós íamos almoçar juntos... – olhei para o relógio. – Espero que ele chegue a tempo do jantar... – fiz uma careta e os três riram.

– Namorar o vocalista de uma banda em ascensão tem as suas baixas... – Yuu disse e eu assenti.

– Pelo menos eu não tenho que lidar com as fãs de vocês... – eu ri e eles sacudiram a cabeça.

– Nem mesmo nós conseguimos escapar de algumas fãs... – Yutaka brincou. – Eu tenho medo que tenham traumatizado minha Mari-chan permanentemente...

– Que isso... A Mari é forte! – Akira afirmou.

– Ela só tem medo do que algumas podem fazer se chegarem perto de você – eu dei risada.

– Ah, é bom ela ter mesmo... – Yuu assentiu. – As fãs ficam loucas perto do Kai-kun!

– Fazer o quê se eu sou irresistível – Yutaka se gabou.

– Pois é, senhor irresistível... – uma nova voz, muito grave e forte, invadiu o cômodo e nós quatro nos viramos pra ver Kouyou entrando. – Eu pensei que tinha dito que ia me ajudar a decidir quais equipamentos vamos levar no próximo live... Oi, Chibi-chan – o guitarrista loiro me saldou sorrindo.

– Oi, Kou! – retribui seu sorriso e ele afagou meu rosto.

– Gomenasai, Uruha! Gomenasai – Yutaka disse arrependido. – Eu perdi a noção do tempo...

– Não! Não sou capaz de te desculpar assim tão fácil... – Uruha se sentou ao lado de Akira em frente a nós três com uma expressão séria... Mas eu conhecia muito bem o guitarrista pra saber que ele estava apenas brincando pra apavorar o moreninho.

– Vai começar com a chantagem... – Yutaka bufou.

– Que isso Kou? Desde quando você tem fama de chantagista? – questionei–o e o loiro deu de ombros com uma expressão inocente e surpresa.

– Desde o fundamental – Akira deu risada e fingiu contar nos dedos. – Aprendeu com as irmãs mais velhas dele! Vai por mim, Chibi, com esse daí é melhor vigiar suas costas, não vai querer estar no caminho dele!

– Ah! Que isso agora? – Kouyou disse ofendido e socou o ombro do baixista. – Se uniram pra queimar meu filme? Eu não sou nenhum chantagista! Só acho que, se eu tive que fazer tudo sozinho, mereço crédito!

– Uru tem razão – Yutaka concordou. – Eu te empresto meu novo jogo de PS! Isso é um bom pedido de desculpas? – o baterista parecia apreensivo.

– É o último que você comprou? – o guitarrista pareceu se interessar e eu, Akira e Yuu rimos.

– É sim! – Kai respondeu alegremente, vendo o amigo vacilar com a oferta.

– Eu não sei... Mila, você acha que eu devo perdoar esse sacana só por ele me emprestar o jogo?

– Ah, Kou... Você sabe que eu não consigo ver Yutaka em apuros... Mas, tentando ser o mais imparcial possível para ambas as partes, se é um jogo que você quer muito jogar e ele está te oferecendo como pedido de desculpas, sim, você deve perdoá–lo sim!

– Bom, você ouviu a Chibi-chan, Kai! Eu aceito seu pedido de desculpas.

O baterista apertou a minha mão delicadamente na sua e a beijou, sorrindo para o amigo. Escutamos a porta abrir e, pelo barulho das chaves sendo depositadas na mesinha, eu já sabia muito bem quem era.

– Vocês querem me explicar o que está acontecendo aqui? – Takanori retirou os óculos escuros e nos encarou contendo o riso. – Eu vou resolver os problemas para o lançamento do novo PV e, quando volto, meus quatro companheiros de banda...

– Dois muito bem comprometidos – lembrou Kouyou.

– Não interessa... – Taka quase riu. – Estão em volta da minha namorada como num cortejo!

– Não seja ridículo – Akira se levantou. – Ninguém está cortejando a Chibi já que é muito óbvio que ela escolheria a mim!

– Nem vem, Reita – Yuu interpôs–se – Que ela disse claramente que estava disposta a fugir comigo!

– Ora, quem está sendo atirada na fogueira agora, hein? – eu brinquei.

– Então Mila? O que tem a dizer em sua defesa? – meu namorado não aguentou a seriedade até o fim.

– Que eu tinha quatro opções maravilhosas a minha disposição bem aqui – levantei e caminhei até ele – e estava esperando por você para almoçar!

O vocalista me puxou para os seus braços, me fazendo subir em seus pés e agarrou minha cintura. Soltei uma risada encabulada quando ele inclinou o pescoço para o lado.

– Quer fazer isso aqui ou meus amigos ficariam horrorizados demais? – eu beijei seu pescoço.

– É melhor em outro lugar... – falei sombriamente.

– Bom, então, até mais, amigos... Eu fiz o que podia sobre o PV, se eu não aparecer em 48hs, não me procurem, não denunciem a Mila, eu me responsabilizo pelo que acontecer daqui pra frente e se algum engraçadinho dançar sobre o meu tumulo, eu volto pra assombrar!

– Tchau, meninos! Amo vocês – acenei antes de ser puxada porta a fora.

– Também te amamos, Camila! – os quatro gritaram entre risadas.

Taka me levou até o elevador e não esperou que as portas se fechassem para me prensar na parede e me beijar entusiasmadamente.

– Gomenasai – ele disse depois de nos separarmos e recuperarmos o fôlego. – Por te fazer esperar tanto tempo...

– Tudo bem, koi – acariciei seu rosto tentando tranquilizá–lo. – Pude matar as saudades deles!

– Ah... Isso... – ele bufou. – Quero só ver qual deles vai achar a brincadeirinha engraçada quando eu começar a cumprir as ameaças...

Puxei seu rosto e uni nossos lábios mais uma vez e só nos soltei quando pude realmente senti–lo menos tenso. Quando seu mau gênio estava controlado.

– Não pare desse jeito! – ele disse ofegante e suas mãos seguraram meu rosto, recomeçando o beijo até nosso ar acabar e pouco antes das portas metálicas abrirem.

– O que você dizia? – apertei sua mão bem forte quando saímos para o restaurante.

– Que eu só quero comer a sobremesa hoje – ele deu risada e eu o acompanhei.

– Claro, koi... Você tem sido saudável nos últimos dias, acho que merece um happy hour...

– Todos os dias são ensolarados com você aqui!

Ah, o meu compositor preferido de frases impactantes e poéticas!

– Sabia que isso revela uma necessidade patológica de agradar aos outros? Aparentemente você sofre de carência afetiva e só quer ser aceito... – eu dei risada.

– Tanto faz... – ele deu de ombro e fez uma careta. – Devo culpar meus pais mesmo...

– São sempre a origem dos nossos problemas...

– Quer resolver alguns dos meus, doutora?

– Não... Fazem de você o único homem que eu amo e com quem eu dividiria até o que existe pior de mim mesma...

– Ótimo! Porque eu não ia mudar mesmo – ele deu risada.

– Ótimo! Porque foi exatamente aí que nós dois começamos!

– Então, o que nos resta é continuar... Só você mesma pra sonhar em ficar com alguém tão problemático...

– Eu sou uma criatura maluca, o que se há de fazer?

– Deliciosamente maluca, Chibi, deliciosamente maluca...


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Notas finais do capítulo

mereço reviews???

a próxima se chama "Yumekui"



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