– Nova York, vocês estão prontos para a melhor noite de suas vidas?

A voz de Callie Torres ecoou por toda a área de shows, seguida posteriormente pelos gritos enlouquecidos como resposta de seus fãs.

Penso sozinha no que faz essa mulher pensar que pode proporcionar a melhor noite da vida de uma pessoa apenas cantando algumas músicas. A música com batidas envolventes começa e logo em seguida a voz da morena se junta ao ritmo e gritos da multidão imensa.

Ignoro isso e continuo estudando a área VIP onde eu estava esperando por ela. O jeito sarcástico como Callie Torres havia me tratado minutos antes de subir no palco ainda era reproduzido por minha mente, apenas para manter viva a antipatia que eu regava por ela. Releio as perguntas que havia feito para a minha entrevista que teria com a cantora após seu show – “dez minutos”, deixou claro seu assistente.

Eu era Arizona Robbins a melhor escritora do jornal New York Times e eu não desperdiçaria a chance de esmagar mais uma vez uma estrela pop, assim como havia feito com inúmeros mais. Eu precisava fazer uma matéria chamativa para ganhar finalmente uma chance de ter a frente do jornal apenas para mim. E ninguém me pararia enquanto eu não alcançasse o que eu almejava:

O mundo.

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Uma explosão de confetes na ponta de um dos corredores do palco fez a minha plateia ir à loucura depois que eu cantei o meu maior hit do ano. Abaixo o microfone e deixo os choros, aclamações e gritos ecoarem pela grande área de shows, enquanto, lentamente, os confetes prateados ainda caiam por cima de suas cabeças.

Olho para o horizonte e vejo os brilhos que sempre me cativavam. Flashes, cartazes, lágrimas escorrendo pelo rosto de meus fãs. Tento controlar minha respiração antes de voltar para o centro do palco, pois era aquele o sinal para que continuássemos com o restante do show. Mas eu não queria voltar, porque aqueles segundos eram preciosos.

Era os segundos que eu me sentia a rainha do mundo, que me lembrava de cada pessoa que havia dito que eu não conseguiria chegar onde eu estava. Eu estava há meses entre os Top 5 dos EUA, Inglaterra, Brasil e outros países, e havia ultrapassado vários famosos que se diziam superiores. Eu era razão de trazer 150 mil pessoas para assistir meu show. Eu era Callie Torres e ninguém me pararia enquanto eu não alcançasse o que eu almejava:

O mundo.