Pov Mary

Piiiiii

O som do alarme praticamente berra na minha escrivaninha. Xingo baixinho, aquele barulho quase estourou meus tímpanos. Apalpei a cama ainda de olhos fechados, até chegar no relógio. Apertei no botão para desligar, bom... O termo correto seria "Arrebentei" o botão de desligar. Meu pai vai me matar, afinal foi ele quem deu. QUEM dar um alarme de presente de aniversário para alguém? Só meu pai mesmo...

Afundei no travesseiro suspirando preguiçosamente, já estava quase voltando ao fabuloso mundo dos sonhos quando sinto um cutucão no meu ombro.

Ignoro, virando-me para o outro lado. De novo, outro cutucão.
Bufei de raiva.

SERÁ POSSÍVEL QUE NINGUÉM PODE NORMIR EM PAZ?

Tento ignorar de novo, colocando o travesseiro na cara.
Até que sinto o sol clarear a minha face.

SERÁ QUE NINGUÉM TEM MÃO PARA FECHAR ESSA JANELA??
NINGUÉM merece essa claridade logo de manhã...

Espera, já está de manhã?

Arqueei as sobrancelhas confusa. Comecei a ouvir pequenos burburinhos de todos os lados. Afinal, quem tanto está nesse quarto?
Ah ninguém se importa, seja quem for está atrapalhando o meu sono da beleza e merece sofrer por isso.

Murmuro emburrada e me cubro com o lençol, numa tentativa de voltar a dormir.

— MARY!!!! – Gritou Clarisse se jogando em cima de mim

— AH – gritei assustada, até ver ela gargalhando loucamente – ARG – Joguei-a no chão

— AIIII

— Clarisse... Alguém já te disse o quanto você é ridícula?

— É... Não

— Então... Ouça... CLARISSE VOCÊ É RIDÍCULA – Gritei jogando um travesseiro na cara dela que caiu deitada no chão rolando de rir. Comecei a resmungar coisas indecifráveis, até perceber o estado do dormitório. Arregalei os olhos.

Parece que um furacão passou por aqui.

Tudo estava revirado
Pansy, Clarisse, Astoria, Thalia... TODAS dormiram no dormitório. Sendo que só tinha três camas.... Isso explica o porquê de Thalia está praticamente no chão, mas nem parecia estar desconfortável... visto que dormia feito uma pedra. Todas (inclusive eu) ainda estávamos com a roupa do baile. Clarisse era a única acordada, o que realmente mim surpreendeu. Depois de todo o barulho que o meu alarme fez só ela acordou???

A noite deve ter sido boa...

Dei um risinho.

— Que horas viemos para cá mesmo? – Perguntei com voz embriagada para Clarisse, que soltou um bocejo ao mesmo tempo que se levantava preguiçosamente do chão.

— Sei lá – disse emburrada se encostando na escrivaninha

— Como é delicada... – digo e ela me dar língua. Dou uma gargalhada, Clarisse estava com a cara toda amassada, e a cara sonâmbula só a fazia ficar mais engraçada.

— Para de rir garota.... Acorda essas moribundas que já estamos atrasadas, Snape vai arrancar meus miolos – choramingou indo na direção do banheiro

Dei um riso, essa menina não tem jeito mesmo.

— Meninas... Acordem, estamos atrasadas – digo entediada esfregando as mãos nos olhos

Silêncio

— MENINAS – Berrei fazendo as sonserinas pularem de susto. Pansy pulou da cama assustada.

— MERDA MARY – gritou Pansy rangendo os dentes de raiva – Não poderia ser mais gentil ao acordar uma pessoa?

— Eu tentei, vocês não ouviram. Foi o jeito – expliquei cruzando os braços – Aliás, estamos atrasadas.

— Ah, não ligo. Vamos matar aula hoje, estou morta – Diz Pansy com a voz embriagada de sono

— Eu também – resmungou Astoria colocando o travesseiro na cara – Bebi demais

— Deveria tomar poção para ressaca – Digo abrindo a gaveta da escrivaninha, peguei um dos vários frascos que tinha lá em casos de emergência – Pegue – dei para Astoria tomar – Deveriam ao menos trocar essa roupa, esse vestido está mim matando – levantei da cama e fui em direção ao banheiro cambaleando e tropeçando em tudo que vi pela frente. Bati com força na porta – CLARISSE, POR MERLIN. MORREU AÍ DENTRO? QUERO USAR O BANHEIRO

— AVE, ESTOU AQUI SOMENTE Á ALGUNS MINUTOS. EXAGERADA. JÁ ESTOU SAINDO – escutei a voz um pouco abafada de Clarisse do outro lado da porta. Demorou alguns minutos para ela sair, visivelmente irritada. Ignorei seu olhar fulminante e adentrei o banheiro. Me despi rapidamente e fui para debaixo do chuveiro. Respirei fundo tentando reorganizar meus pensamentos, por segundos tinha esquecido.

Sabe, aqueles segundos que você não lembra de nada quando acorda?

Eu realmente preferia não ter lembrado.

O QUE INFERNOS TINHA ACONTECIDO NOITE PASSADA?

Por enquanto só lembrava de vultos e Potter... Mas aos poucos as lembranças ressurgiram na minha cabeça.

NÃO

Arregalei os olhos, estava totalmente incrédula.
Merlin.... Estava bêbada ou algo do tipo? Ou isso tudo foi somente uma alucinação do meu cérebro? Não. Foi muito real, lembro-me claramente.

O que foi que eu fiz?

Primeiro: Armei um barraco ao ver Theo e uma garota (Que não faço a mínima questão de lembrar o nome) se agarrando. Mal virei as costas e o bastardo já saiu comendo um qualquer. Onde eu estava com a cabeça? Ele provavelmente está agora rindo da otária aqui. Só lembro que depois lancei um feitiço em Nott (Que por pouco não ganhava um Avada), e corri para fora do castelo. Indo parar sabe-se lá onde.

Segundo: Praticamente me humilhei para Harry Potter, inimigo declarado de tudo e todos da sonseria. PRECISO DIZER MAIS?

Não me conformo. Havia vacilado na frente dele, que ÓTIMA Sonserina eu sou. A primeira coisa que um sonserino deve aprender desde o nascimento é como esconder suas emoções. Pelo visto.... Não fui muito bem nessa matéria. Não significa que odeio Potter... Não, claro que não. Afinal, nunca nem tinha lhe dirigido uma palavra sequer até pouco tempo, como posso odiar alguém que não conheço direito?

Apesar dos meus amigos falarem muito mal dele, não me vejo no direito de fazer nenhum julgamento. Sei o básico: Menino-que-sobreviveu, ligado a uma profecia, com uma cicatriz na testa. O mais básico possível, que qualquer um naquele castelo sabe. Afinal, quem nunca ouviu falar do famoso Harry Potter?

Enfim, não podia contar que justo naquela noite encontraria com ele. Muito menos que iríamos ter uma conversa amigável, como amigos de longa data. Mas o pior.... Corei ao recordar a cena.
PODERIA SER QUALQUER COISA MERLIN, MAS BEIJO? BEIJO? POR QUE MARY MATTHEW? Não foi beijo de língua nem nada muito "O"..., mas foi um selinho. ISSO JÁ CONTA. Se meu pai descobrir.... Estou morta.

Mordi o lábio inferior de frustração. Desliguei o chuveiro vendo que aquilo só serviu para me deixar mais nervosa ainda.
Revirei os olhos ao ouvir gritos do quarto. As meninas praticamente berravam, reconheci a voz de Pansy no meio, e pelo visto era ela que faltava derrubar a porta.

— CALMA – Berrei de volta. Enrolei-me na toalha e sai do banheiro. Andei até o closet aos risos, as meninas faltavam se matar na disputa pelo banheiro, menos Astoria.... Que ainda estava deitada na cama. Acho que ela realmente não vai para a aula.

Ao entrar, tirei a toalha e vesti o uniforme na velocidade da luz. Dei uma penteada rápida no cabelo, calcei os sapatos, e passei somente um brilho básico nos lábios. Não estou com tempo para me maquiar mais. Sai do closet encontrando somente Pansy e Clarisse arrumadas, Thalia ainda estava no banheiro.

— Eu já vou indo, encontro com vocês depois – digo abrindo a porta do quarto. Elas assentiram dizendo que iam esperar Thalia. Desci as escadas para o salão e não tinha quase ninguém lá, provavelmente todos estavam nas aulas, ou seja, estou muito atrasada. Passei pelo quadro correndo e fui na direção da sala de aula. Era DCAT, pelo menos.... Seria com a lufa-lufa. Espero não dar de cara com Potter.... Iria ser muito constrangedor depois de tudo.

***

Mordo o lábio inferior. Estava completamente nervosa. Não tinha contado para nenhuma das minhas amigas o que ocorreu na noite passada.

Estou com medo, admito. O que elas vão falar quando souberem que EU fiquei com o POTTER?!! Provavelmente vão surtar. Mas eu não deveria estar me preocupando muito.... Não é como se eu estivesse namorando escondido com ele...

Aproximei-me vagarosamente do sofá onde as sonserinas estavam reunidas. Clarisse discutia com Thalia, como sempre, enquanto Astoria e Pansy encaravam a lareira pensativas.

— Meninas – murmurei

Nenhuma pareceu ouvir, suspirei me sentando no sofá ao lado de Pansy. Que pareceu despertar do transe, sendo a única a me notar ali.

— Ah... Oi Mary – disse rouca, sua voz parecia triste.... Alguma coisa aconteceu. E tenho quase certeza do motivo.

— Aconteceu algo? Você anda.... Pensativa – comentei

Quando ela ia abrir a boca para falar algo, Clarisse a interrompeu:

— AH MARY FALA PARA ESSA MENINA QUE EU ESTOU CERTA – Thalia revirou os olhos e bufou de raiva

Segurei um suspirou frustrado pela interrupção, e passei a encarar Clarisse:

— Brigando de novo? Céus, vocês duas não tem jeito mesmo – digo sem interesse desviando o olhar para Pansy que continuava calada observando a lareira.

— É A CLARISSE QUE FICA PROVOCANDO – retrucou Thalia

— Ah meus ouvidos, para que isso tudo? – Perguntou Astoria desanimada, o que é assustador vindo dela. Sempre tão animada... O que aconteceu nesse baile? Ela nem ao menos foi para as aulas...

De repente uma ideia passou pela minha cabeça, talvez seja isso que precisamos. Tenho que saber detalhe por detalhe do que ouve com elas. Principalmente Pansy e Astoria que andaram de cara fechada o dia inteiro.

— Meninas.... Que tal, uma festa do pijama? – Propus vendo qual seria a reação delas

— Por mim, tudo bem – declarou Thalia despreocupada

— Festa do Pijama? Para que? – Perguntou Clarisse

— Ah sabe.... Acho que uma festa do pijama sirva para sabe... SER UMA FESTA DE PIJAMA – Disse Thalia com desdém fazendo Clari a encarar furiosa. Essas duas.... Estão sempre brigando.

— E vocês? – Pergunto olhando de Astoria para Pansy. Que assentiram sem prestar muita atenção. – Hum... Ok, organizarei tudo

— Tudo bem, nos encontramos no seu quarto depois do toque de recolher – declarou Thalia

— Ok, tragam seus pijamas.... Temos muito o que conversar

***

— Então... – Digo encarando as sonserinas na pequena rodinha que fizemos. Juntamos as três camas para caber todo mundo. Todas já estavam postadas nos seus lugares, cada uma com um pijama diferente. Todas estavam em silêncio, estranhei. Era melhor elas desembucharem logo – Vocês vão falar o que aconteceu ou eu vou ter que obrigar? – ameacei

Clarisse e Thalia foram as únicas que riram, mas depois pararam dando um sorriso sem graça. Afinal Astoria e Pansy não estavam com a melhor cara.

— Como vocês sabem... Nick me fez a surpresa do nosso aniversário de namoro. Nem lembrava, mas além disso nada aconteceu. Só ficamos namorando e... – a olhei com um sorriso malicioso – NÃO ACONTECEU NADA, sua pervertida

— Eu não pensei em nada – digo dando de ombros. Olhei para Ast e Pansy, queria mostrar para elas que podiam confiar em mim, em nós. Thalia começou a falar, aposto que para incentivar as outras:

— Zac é um cara legal... Vocês mandaram bem, teria ficado na pior. Se Nico não me quer... Ele é que perdeu – Disse confiante dando um sorriso amarelado. Clarisse deu vivas e a abraçou gritando Finalmente. Aquilo nos fez gargalhar loucamente. Eu sei que Thalia ainda sofre por Nico, dava para notar seu semblante triste. Mas ela tinha que se dar valor, nada de correr atrás.

— Tudo bem meninas... – Declarou Astoria – Vocês já devem saber. Aposto que todos sabem. Draco me deu um cano... Sabe eu já tinha notado que ele estava entediado, mas mesmo assim... – suspirou tristemente – Não acho que vamos dar certo, ele me ver somente como amiga, e só isso

Suspirei frustrada, assim como as outras diante da revelação de Astoria.

Não vi quando isso aconteceu, acho que á essa hora eu já teria encontrado Theo me traindo. Enfim, não esperava isso de Draco. Achei que ele estava sendo sincero quando disse que gostava dela, talvez tenha se confundido... Ou tenha acontecido alguma coisa. Duvido, mas é uma possibilidade.

Certo, Draco não é um dos caras mais sensíveis e nada assim. Mas isso não significa que deveria ter dado cano em Astoria. Ah, ele vai se ver comigo. Vamos ter uma conversinha mais tarde.

— Ah, não fiquem tão tensas. E-eu estou bem. Tudo isso vai passar. Agora Pansy, é a sua vez. Sei que algo aconteceu. – Disse ela, colocando a mão sobre o ombro de Pansy, que assentiu lentamente.

Todas olhamos para ela ansiosas.

— Bom... É-é, não é nada demais. Apenas o fato de Blás ter acabado comigo, ou seja, ter acabado uma coisa que mal começou - foi direta, eu entendia. Esses homens... Por que nos fazem tanto sofrer? Pansy gostava de Blás á algum tempo, eu sabia disso. Todas gostávamos de alguém, e sofremos com isso. Menos Clarisse... Mas isso não vem ao caso.

Thalia sofrendo por Nico não a corresponder... Astoria por Draco... Pansy com o término repentino do namoro com Blás e eu com a traição de Nott...

Parece que quando é para acontecer algo ruim, veem tudo de uma vez.

— Mas Mary... Você disse que era para nós falarmos o que aconteceu, porém e você? O que aconteceu que não a vimos durante o baile? – Indagou Astoria curiosa, atraindo o olhar das outras para mim. Engoli seco, estava na hora. Precisava contar o que houve.

— Então... É... Como digo isso? Tudo começou quando Nott me chamou para dançar...

Olhei para Nott, ele esbouçava o seu famoso sorriso galanteador, sorri com isso. Esse garoto não tem jeito mesmo. Ele fez um sinal com o olhar apontando para a pista de dança, dei um sorriso tímido. Não conseguia prestar atenção a conversa dos outros á mesa, estava entretida demais com Theo. Ele levantou e estendeu a mão para mim, aceitei de bom grado. Nos despedimos dos outros, e Theo me levou para a pista. Logo não víamos mais a mesa.
Começamos a dançar, não desgrudando um só segundo os olhares. A vergonha tomou conta de mim, Theo olhava tão intensamente... Ele me fazia dar altas gargalhadas com sua dança escrota de peixe fora d'Água.

— Estou com sede – Ele teve que praticamente gritar por conta da música que estava extremamente alta

— Tudo bem, vou pegar bebidas para nós – Gritei de volta, ele me olhou com as sobrancelhas arqueadas e sorriso maroto – SEM ÁLCOOL – Theo gargalhou alto e assentiu.

Soltei um riso e me separei dele, andei para o outro lado da pista através da multidão de alunos. Assim que cheguei no pequeno bar (Onde servia apenas bebidas sem álcool... Isso é, para quem não colocava escondido) sentei-me no banco ao lado de uma morena que estava muito bonita para falar a verdade. Parecia familiar. Ela não parecia bem... Achei melhor não incomodar. Pedi duas bebidas ao garçom que assentiu sumindo atrás do balcão.

Encarei a pista, havia muita gente. Dumbledore realmente arrasou na ideia de fazer um baile no começo do ano.

As bebidas foram postas á minha frente, agradeci ao garçom. Dei uma espiada aonde a morena familiar estava, porém não havia mas ninguém lá. Pra onde ela foi?

Dei de ombros levantando-me do banco. Limpei o salão com os olhos a procura de Theo,me infiltrei mais uma vez na pista e comecei a procurá-lo por todos os lados. Fiquei assim durante minutos e nada.

Estranhei.

Onde estaria Theo?

Resolvi procurar fora do salão. Atravessei diversos corredores, alguns vazios, outros com alunos caídos no chão. Estava começando a ficar cansada.

Desisto. Decidi dando meia volta em direção á festa. Ate que um barulho me faz parar. De onde vem isso? Virei-me em direção ao barulho, vinha de uma porta de alguma sala. Me aproximei. Parecia ser vozes... Encostei meu ouvido na porta para ouvir melhor.

— Oh... – ouvi gemidos de uma menina, fiz uma careta de nojo. Provavelmente era só mais um casal asqueroso se agarrando em uma sala. Revirei os olhos e quando já estava indo embora... – Theo... Oh Theo – Espera, THEODORE???

Arfei sentindo o sangue subir a cabeça. Não pensei duas vezes e escancarei a porta.

Preferia não ter feito isso. Teria evitado a cena mais nojenta da sua vida.

A vadia qualquer já estava sem camisa enquanto o safado beijava seu pescoço. Os dois pularam de susto assim que me viram. Theodore olhou-me surpreso.

— Surpreso querido? – Perguntei com deboche, o ódio estampado na minha cara

— Abalada por ser corna Matthew? Onde está seu ego Sonserina? – A vaca ainda tem a coragem de dizer

— Olha Mary... Não é nada pessoal é só que... Sabe – Não o deixei terminar. Estuporei os dois.

— Escute aqui Nott, NUNCA mais fale comigo... Ou sequer olhe para mim. – Ameacei com os olhos fulminantes enquanto os dois faziam caretas de dor.

Dei ás costas para os dois, e comecei a andar sem rumo. Sem perceber, comecei a correr desesperadamente para fora do castelo sentindo meu rosto ser inundado por lágrimas"

— Nossa... – Disseram em uníssono assim que acabei. Todas ficamos em silêncio absoluto, esperei os gritos virem.

— COMO AQUELE CANALHA TEVE A CORAGEM SE FAZER ISSO COM VOCÊ? – Gritou Clarisse claramente indignada

— QUEM ELE PENSA QUE É? – Pansy também gritou raivosa

— Mexeu com uma de nós... Mexeu com todas nós – Disse Astoria contraindo os lábios

— Como Theo teve a coragem de fazer uma coisa dessas? Eu pensei que ele não fosse esse tipo. MERECEU TER SIDO ESTUPORADO – Indagou Thalia fazendo gestos dramáticos com as mãos

— É verdade... Não se preocupe Mary, vamos cuidar nisso. Uma bela vingança estilo Clarisse vai colocar esse canalha nos eixos – Propôs ela

Balancei a cabeça negativamente.

— Não não, vingança nunca é a solução. Apesar que... Uma pegadinha inofensiva não é nada demais – dei um sorriso de lado e gargalhei alto com o olhar psicopata de Clarisse. Louca. Completamente louca.

— Mas Mary... E depois? Aconteceu alguma coisa? – Perguntou Pansy.

Decidi não contar sobre Potter... Era melhor. Já havíamos tido muita emoção pra uma só noite. Então, somente balancei a cabeça negando – Hum... Ok – Disse desconfiada. Ela não vai deixar isso quieto, previ isso.

Começamos a brincar e a falar bobagens, comendo guloseimas e melando umas ás outras. Teve guerra de travesseiro e tudo mais. Estávamos precisando disso. Esquecer um pouco os problemas.

— É melhor irmos dormir, afinal amanhã tem aula – Disse Astoria. Assentimos e deitamos nas camas, logo me rendi ao sono.

***

Senti alguém balançar meus ombros. Acordei assustada, e ia soltar um grito, mas Pansy tampou minha boca. Retirei suas mãos.

— Pansy, você me assustou – digo irritada. Ela faz sinal de silêncio e aponta para as outras que dormiam.

— Vem cá – Sussurrou indo em direção ao banheiro á passos lentos e silenciosos. A segui. Entramos no banheiro e ela fechou a porta. Lançou um feitiço para que ninguém ouvisse nossa conversa e virou-se para mim com as mãos na cintura.

— Não To entendendo... Por que me acordou á essa hora? – Digo sonolenta passando as mãos nos olhos

— Você sabe bem o porque – Ela cruzou os braços – O que está escondendo Mary? Sei que não foi só aquilo que aconteceu noite passada. Te conheço bem – Afirmou. Pelo visto, ela não desistiria tão fácil. É melhor abrir o jogo logo com ela.

— Não aconteceu nada... – Não tive coragem de contar, até ver o olhar de Pansy – Ok. O que aconteceu foi que... Eu parei num lago, encontrei com Potter, conversamos e ficamos – Fui direta e rápida

Pansy demorou uns segundos para digerir.

— O que...? – indagou e arregalou os olhos no mesmo instante – O QUE? MARY MATTHEW EXPLICA ISSO DIREITO

— Calma... Calma. F-foi só isso mesmo, conversamos e ficamos...

— SÓ ISSO? VOCÊ NÃO VÊ A GRAVIDADE DA SITUAÇÃO. VOCÊ E POTTER... F-I-C-A-R-A-M – A maneira como ela falou fez tudo parecer pior do que eu imaginava

— MAS NÃO FOI NADA DEMAIS, só um selinho bem pequenininho – Digo fazendo sinal de pequeno com a mão

— MESMO ASSIM. Por que não contou antes?

— Já havíamos passado por muitas emoções, achei melhor não comentar. Clarisse iria me matar, você sabe bem como é a implicância dela com grifinorios

— Mas isso não significa que tenha que esconder – Ela suspirou pesadamente – Tem certeza que não vai contar?

— Eu realmente na acho necessário. Está fazendo uma tempestade em copo d'água, não é como se estivéssemos tendo algum romance escondido. O que ficou no lago, fica no lago – Declarei.

Pansy jogou os braços para cima se rendendo, e desfez o feitiço. Antes de voltarmos á dormir, ela virou-se para mim e disse:

— Te aviso, toma cuidado para que isso não vá adiante. Você não vai querer uma guerra de Draco contra Harry