Behind Blue Eyes escrita por Lady


Capítulo 4
03


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Behind Blue Eyes

Sinto muito por deixar você triste.

– Lupus Wild.

Deve ser horrível alguém sentir que não é mais necessário.

– Ryan Woodguard.

Acho que sempre temos uma escolha.

– Amy Iruha.

Remexeu-se sobre a cadeira enquanto mordia a tampa da caneta. Não conseguia se concentrar em nada desde que recebera a infeliz noticia de que seu irmão mais novo sofrera um acidente e fora para o hospital em estado grave, e o pior nem fora isso, logo ao chegar ao hospital e encontrar com uma Lire tremula, assustada e absolutamente afogada em culpa; o loiro recebeu a trágica noticia de que seu irmãozinho ficara em coma, com uma taxa de cinqüenta por cento de acordar – o que, para a infelicidade, também queria dizer que havia cinqüenta por cento de chance de Lupus jamais ver novamente olhos belos olhos azuis do mais novo.

Suspirou, fechando o caderno de matemática e deixando de lado enquanto tomava o caderno de biologia. Talvez estudar um pouco sobre anatomia o distraísse, mas algo na sua mente o contradizia completamente, e fora quando ele notara a aproximação sutil da loira de olhos esmeraldados com um ruivo vindo logo atrás de si, este que se encontrava quieto o suficiente para passar despercebido. Viu-a parar a sua frente mexendo os dedos de forma nervosa – o que era completamente o oposto de como a Eryuell costumava agir no colégio.

– O Lass... Ele... – e assim engoliu a seco o nó que se formava em sua garganta. Deuses, não importava quantas vezes tentou convencer-se de que não tivera culpa alguma naquilo, a loira ainda conseguia lembrar-se dos olhos azulados tristes do rapaz, e do vazio que vira naquelas mesmas orbes cor de céu antes do mesmo cair inconsciente e ensangüentado. – Ele está melhor?

Fitou-a por longos segundos, discernindo internamente se valia a pena, ou não, contar a garota sobre o estado do irmão. Ponderou que não faria muita diferença, afinal, a loira nunca pareceu se importar tanto assim com Lass desde que se afastara dele alguns anos atrás – isso é claro, esquecendo o dia do próprio acidente e do fato de que fora ela quem o ligara do celular do irmão.

– O médico disse que ele está em coma. – sussurrou, arrancando lágrimas da jovem líder de torcida, e um engasgo surpreso do ruivo silencioso. – Disse também que havia cinqüenta por cento de chance dele acordar, mas... Eu não acho que isso vá acontecer.

– Por que diz isso? – gaguejou-a, rouca e tremula. – Ele não é seu irmão, sua família? Você não o ama?

E assim o caderno que mantinha aberto fora fechado com brusquidão, e o som produzido por tal ato ecoara alto o bastante para chamar a atenção dos poucos presentes na biblioteca estudantil. A atmosfera no recinto nunca pareceu tão pesada quanto naquele minuto.

– Não fale como se estivesse realmente preocupada com ele, Lire. – resmungou o Wild, cuspindo palavras que, por mais cruéis que fossem, eram verdadeiras e a loira tinha consciencia disso. – Você sabia em que hospital ele estava, se queria tanto saber o estado dele, por que não foi visitá-lo nenhuma vez nesse mês que ele esteve internado? – questionou. – Você não se interessa, nunca se interessou, por isso você foi embora três anos atrás, como uma covarde. - Jogou as palavras para a garota, palavras estas tão verdadeiramente venenosas que embrulharam o estomago da líder de torcida enquanto aguçava a curiosidade daqueles que ainda se encontravam no aposento, observando a cena. - E é isso que deveria fazer de novo, nunca mais aparecer para ele ou para qualquer um de nós. – e assim o loiro pôs-se de pé, seu material todo guardado dentro da mochila, esta já sobre seu ombro. – Esqueça-o, e diga para os outros fazerem o mesmo! Nós nos divertimos no passado, mas ao custo de que? – e assim o loiro fechou as mãos em punhos. – Aquela brincadeira está custando caro agora.

– O que aquilo teria haver com agora, Lupus? – inquiriu à loira, fitando profundamente as orbes vermelhas do Wild. – Aconteceu há seis anos, é passado! – as lágrimas banhavam a face alva da líder de torcida, borrando a pouca maquiagem que esta usava.

O silencio fora quem respondera a questão da loira, por que ela sabia – todos os que participaram da tal brincadeira – sabiam que era culpa deles o estado do albino, não o atual, mas o anterior, e talvez até mesmo as possibilidades do coma nunca ser revertido possa ser culpa deles.

– Amy disse uma vez: “Nós sempre temos uma escolha.” – sussurrou o ruivo. – Eu acho que nós deveríamos ter nos desculpado com ele e não... Apenas ter deixado passar.


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Notas finais do capítulo

Comentarios?
Bye.



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