A Vida Secreta de Rachel escrita por L CHRIS


Capítulo 4
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Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, a todos uma boa leitura!



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– Estou dizendo, aposto que eles dormem em camas separadas.

– Será? Mas a Margot me parece tão correta. Aliás, o Bernardo também.

Risadas.

– Rachel? – Alguém me chamava, mas a voz era distante. Só pude perceber no segundo seguinte que a voz estava próxima, já minha mente que estava longe. – Nossa você está bem? Parece está longe.

Aquela era Megan, minha irmã mais velha e amiga mais próxima. Ela me encarava com seus olhos amendoados, seu semblante demonstrava preocupação, talvez Megan estivesse certa. Desde cheguei a casa dela dissera poucas palavras.

Realmente eu estava distante.

– Sim. Estou. Desculpe-me. Estava pensando na reunião dos meninos que será na próxima semana.

Menti.

Megan deu de ombros.

– Bem, estávamos falando do casal do momento. Margot e Bernardo. Sabia que estão se separando?

Sorte dela. Pensei.

– Que pena. – Tentei parecer sensibilizada.

– Sim, e Margot está namorando outro. Mas eles estão escondendo.– Continuou Cloe uma amiga de Megan.

Eu adorava Megan, desde sempre fomos muito próximas. Mas era não fútil a conversa dela entre as amigas.

Vida dos outros, divorcio, namoro, não casamento.

Será que não tinham nada mais interessante em suas vidas?

Suspiro.

A conversa se prolongou, e agora Valeria – outra amiga de Megan - falara de uma mulher de algum lugar fez uma plástica e estava horrível.

Encarei aquelas mulheres em minha frente, e me perguntei por um momento se suas vidas eram felizes, ou se apenas fingiam enquanto tomavam vinho e falavam de alheios.

Eu precisa mesmo fazer parte daquilo?

Aquilo era a patético.

Inclusive eu.

Aquilo tudo me soava tão clichê, mulheres falando mal de outras mulheres. Por que simplesmente não viviam suas vidas?

Talvez se olhassem para dentro de si, perdesse menos tempo com coisas tão banais.

Outro suspiro.

– Megan, eu preciso ir. – Anunciei deixando a taça com vinho em cima da mesa de centro e apanhando minha bolsa.

– Mais já? – Indaga Megan com uma voz manhosa.

Encaro-a por um momento, seus olhos brilhavam e seu cabelo longo cabelo vermelho tingido estava preso com uma presilha, às maçãs do seu rosto estava avermelhadas.

Megan estava bêbada. Conclui mentalmente.

– Sim. Eu preciso fazer algo.

– O quê?- Questionou ela falando enrolado.

– É para os meninos, um trabalho de escola. – Minto.

– Ah, Rachel! Como você é velha. Fique aqui. Hoje é o domingo das garotas. Lembra? – Megan insiste.

Mas ao tirar pelo seu atual estado, logo estaria dormindo.

– Eu realmente preciso ir. – Conclui.

Despedi-me de minha irmã e suas amigas.

Deixei a casa.

Segui silenciosamente cruzando os quarteirões da casa de Megan que não ficara muito longe da minha casa. Morávamos no mesmo condomínio.

Meus filhos passaria o domingo com meus pais, então, certamente não precisaria ir para casa. Allan havia avisado que chegaria tarde do jogo de beisebol - como se isso não fosse obvio.

Entrei no Willy Café. Era uma cafeteria muito conhecida na cidade, não ficara muito longe da minha casa.

– Boa tarde, senhora Rachel. Café expresso?

Aquela era Lana, uma das funcionarias mais antigas daqui, costumava vir aqui com meus filhos depois de pegá-los na escola, ou no futebol. Lana, ou Alana devia ser alguns anos mais velha que eu, tinha cabelos curto na altura do ombro e lábios grossos, ela tinha uma marca de cicatriz na testa. Sempre me pegava pensando o que teria acontecido.

– Sim, por favor. – Sorrio assentindo.

Lana deixa minha mesa com o pedido anotado.

Eu gostava de ir ali, era um dos lugares mais calmos da região. E claro, eles tinham o melhor café expresso da região.

Não demorou muito até que Lana retornasse com meu café, agradeci bebericando o liquido quente e delicioso.

Lana deixa a mesa no momento que eu apanho meu celular na bolsa.

Desbloqueio.

Mensagens de mamãe, um vídeo dos meninos brincando na piscina, ela tirando fotos dos pés na piscina, meu pai na churrasqueira.

Mamãe tinha mesmo entrado na era digital. Pensei com um sorriso.

Deixo o celular sobre a mesa.

Tomo meu café silenciosamente enquanto observo o local.

Havia poucas pessoas, a maioria eram casais.

Namorados, amigos talvez. Pensei.

Por um momento me peguei pensando qual fora a ultima vez que sai com Allan - que realmente saímos.

Uma ida ao cinema.

Algo que casais faziam.

Mas não fazíamos nada, nada que um casal normal faria.

Talvez, nem fossemos um casal de verdade. Pensei com amargura.

Apanho meu celular novamente e abro o navegador, um suspiro e escrevo:

Doce desejo.

Pesquisar.

Por um momento pensei se era uma boa ideia, quer dizer, minha primeira impressão daquele site não fora das melhores. Mas pensando bem, o que eu tinha a perder. Nada.

Logo o site apareceu no topo da tela do smartphone, cliquei.

Cadastrar-se/ Login.

Cliquei em login, colocando meu usuário e minha senha.

Logo apareceu meu perfil, ele estava em branco, não tinha colocado sobre mim.

Nenhum estranho precisava saber da minha patética vida. Pensei.

As salas apareceram logo depois.

Fico relutante em clicar, mas eu precisava escolher uma.

Entra, não mordemos.

A primeira vista, eu ri desse nome. Não era tão peculiar quanto os outros, se aquilo não fosse um site de encontros, eu até acharia engraçado esse nome.

Chel acabou de entrar na sala.

Loiramalvada entra na sala.

Frankie desconectou-se.

Paulotarado diz para Loiramalvada: Olá Loira.

Loiramalvada diz Paulotarado: Oi tarado.

Lucas diz para Chel: Ei gata.

Leio a mensagem, por um momento penso em não responder, quer dizer, me sentia insegura. No fundo eu sabia o que todos procuravam ali, mesmo assim, resolvo responder.

Chel diz para Lucas: Oi.

Frankie acabou de entrar na sala.

PequenoJasmim02 diz para Frankie: Pensei que tinha ido embora.

Frankie diz para PequenoJasmim02: Ainda estou aqui, baby.

Lucas diz para Chel: Afim de sexo?

Meus olhos analisam aquela mensagem por um momento.

Aquilo era realmente verdade? As pessoas perderam a sensibilidade uma com as outras. Ele nem ao menos perguntou se estava bem.

O melhor é sair daquele lugar. Aquilo não era ambiente para nenhuma mulher. Conclui.

Você tem certeza que deseja sair da pagina? – A mensagem em negrito com uma faixa preta apareceu no centro da tela.

Frankie diz para Chel: Olá, Chel. É Nova por aqui?

Por um momento pensei em desconectar e excluir aquela conta. Mas por algum motivo, eu não fiz.

Chel diz para Frankie: Sim...

Frankie diz para Chel: Bem vinda. :)

Chel diz para Frankie: Obrigada.

PequenoJasmim02 diz para Chel: Tira o olho.

Frankie diz para Chel: Não liga. Quer conversar no privado?

Analiso a mensagem e naquele momento penso se é uma boa ideia, quer dizer. Frankie, esse usuário no fundo era como todos os outros. Talvez fosse o mais gentil de todos, mas era apenas mais um a procura de sexo com um estranho.

Chel diz para Frankie: Pode ser.

Frankie diz para Chel: Vou te chamar. :)

– Rachel?

Dou um sobressalto na cadeira surpresa com a voz que chamara pelo meu nome.

Escondo o celular na bolsa.

Por um instante penso se ela viu algo, se leu.

Aquilo era loucura. Penso aflita.

Aquela era Paola, professora de Arthur.

Paola era jovem, se formara a não muito tempo, gentil e meiga, era a professora favorita de Arthur. Cabelo cumprido em um corte moderno, liso escorrido, lindo olhos puxados e negros, herança de sua origem oriental.

– Oi, Paola. – Falo com um meio sorriso. – Que surpresa.

Ela sorri assentindo.

– Sim. Eu percebi. Não quis te assustar, só queri lhe dar um oi. E saber como está o Arthur.

Abro um sorriso amarelo.

Talvez, ela não tenha visto nada.

– Ele está ótimo. Bem, eu preciso realmente ir. Foi um prazer. – Termino a frase pegando minha bolsa e deixando o dinheiro do café e mais uma boa gorjeta para Lana na caderneta.

– Até logo. – Gesticula Paola enquanto ao me ver saindo em direção a porta.

Talvez a aparição de Paola, fora um sinal para que eu parasse.

Uma mãe casada não podia cometer tal insanidade.

Ou poderia?


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que tenham gostado, me perdoem pela demora. Até o próximo Capitulo.



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