Sob minha pele escrita por Bruna


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Um capítulo novo e cheio de sofrência para vocês!



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Mel.

Eu ainda estou ali parada com o telefone colado a orelha sem conseguir pronunciar uma palavra sequer. Eu sinto meu coração bater rápido acelerado, minha respiração acelerada, minhas pernas parecem não ter forças. A tontura que eu estava sentindo há poucos minutos parece se intensificar enquanto meu mundo se parte, se quebra em mil pedaços bem diante dos meus olhos.

Ele não faria isso comigo.

Nunca!

Eu olhei bem no fundo dos seus olhos e eu pude ver que ele me ama de verdade.

— Alô! – Diz a voz irritada saindo do telefone em alto e bom som. – Qual o problema ficou surda?

Isso faz meu sangue fervilhar nas veias. Eu tenho vontade de gritar com essa mulher seja ela quem for. Ela não tem direito nenhum sobre John.

Ele é meu, e só meu!

— Ele não está, e mesmo se ele estivesse eu não passaria nenhuma informação para você. E você não é namorada dele coisa nenhuma. Não volte a ligar. Ouviu? – Digo mal reconhecendo, o ódio e a raiva pura em minha própria voz.

Eu estou com tanta raiva agora. Tanta mais tanta raiva que é até bom ele não estar aqui. Por que eu com toda a certeza o mataria.

Eu o mataria!

— Não fale assim comigo. Eu tenho todo o direito de saber informações sobre ele. – Diz a voz estridente. Me pego pensando no quanto essa voz é irritante, e aequerosa. – Quem você pensa que é? Faça o seu trabalho e chame o meu namorado agora! Eu vou dizer a ele o quanto os funcionários dessa porcaria de hotel são inúteis. Chame o John ago...

Eu não a deixo terminar e bato o telefone na cara dela.

É mentira. Não é verdade. Ela não tem nenhum tipo de relacionamento com ele. Ela queria me irritar. É isso. Ela queria me irritar. Pensando bem ela nem deve saber que eu sou a namorada dele. Namorada não. Noiva! Ela nem sequer me conhece.

Minhas pernas parecem ter perdido as forças. Ando a passos lentos até uma das cadeiras perto da janela e desabo nela. Com minha cabeça entre as mãos eu respiro devagar tentando colocar meus pensamentos em ordem.

Esse dia só melhora!

Namorado? Ela só pode estar de brincadeira. Dou-me conta de que nem sequer perguntei seu nome. Óbvio que não. Eu não consegui me controlar. Apenas ao me lembrar de suas palavras já sinto os pelos do meu corpo se eriçarem.

Isso não é verdade. Ele não brincaria com os meus sentimentos desse jeito. Brincaria? Eu me entreguei a ele. De corpo e alma. Dei tudo de mim para ele, tudo o que eu nunca havia dado a outra pessoa. Ele olhou em meus olhos e disse que me amava. John não é esse tipo de homem. Ele me ama de verdade.

Um soluço forte sai do meu peito enquanto eu tento arranjar forças para não desabar em lágrimas. Esses pensamentos estão corroendo minha cabeça. Meu juízo. É como se alguém tivesse enfiado uma faca em meu coração, e estivesse a retirando sem pressa. Devagar. Fazendo-me sofrer. Sentir a dor, aos poucos.

Refaço cada momento em que passamos juntos. Cada toque, cada abraço, cada beijo, cada eu te amo tentando encontrar algum indicio de que ele estava sendo falso comigo. De que estava me usando. Não consigo encontrar nenhum o que faz meu coração se apertar mais ainda em desespero.

Por favor, não faça isso comigo John. Eu não suportaria.

Eu preciso sair daqui. Se alguém me vir vai querer saber o que aconteceu e eu não posso dizer isso para ninguém. Levanto-me da cadeira depressa praticamente correndo até as escadas. As lágrimas inundam meu rosto. A duvida está agarrada em meu coração como um monstro. Um monstro que a cada minuto crava suas unhas mais, e mais fundo.

Entro em meu quarto e tranco a porta. Encostada a porta eu escorrego até estar sentada ao chão. Aquela mulher não teria motivo para mentir. Teria? Claro que não. Não me parecia mentira. Ela queria falar com o namorado dela. O que prova que ele mentiu para mim. Ele mentiu para mim. Ele não me ama. Esse pensamento faz uma dor excruciante me atingir por dentro. Eu tenho que levar minhas mãos a boca para reprimir um grito de dor. Isso dói muito. Dói demais. Eu sou uma idiota. Ele só queria me levar para a cama, me encheu de promessas para poder se divertir comigo, e eu como uma idiota cai. Cai porque eu me apaixonei, cai porque eu o amo mais que tudo. A dor da traição é demais para eu aguentar. Eu quero gritar! Eu quero quebrar alguma coisa.

Dói saber que tudo o que jogavam em minha cara era verdade!

Talvez ele nem volte. Talvez essa viagem tenha sido uma desculpa, para ele ir e me deixar aqui. Um riso amargo me faz arquejar. Ele me pediu em casamento. Ele me disse as coisas mais doces, mais lindas, mais apaixonantes em momentos tão íntimos. Ele devia rir de mim pelas costas. E isso me entristece mais.

Ele ria de mim!

Levanto-me e vou em direção a minha cama. Deito-me e me agarro ao meu ursinho de pelúcia surrado. Eu o ganhei da minha mãe quando eu tinha apenas cinco anos. Eu preciso me agarrar a alguma coisa, ou eu não vou suportar. Fico ali deitada olhando para o teto sentindo as lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto. Fico tentando acalmar meu coração. Meu coração partido. Como ele pode fazer isso? Que tipo de homem ele é? Eu não o conheço. Esse não é John que se mostrou para mim. Não é o John que fez amor comigo, que fez eu me sentir especial. Tudo parecia tão real. Como eu pude ser tão cega?

Eu sei a resposta. Eu me apaixonei por ele a primeira vista. Desde a primeira vez que pus meus olhos nele. O amor me deixou cega para os sinais e surda para os avisos.

— Como você é burra Mel. – Eu sussurro para mim mesma. - Como você é burra. - Mal consigo pronunciar as palavras. Sinto minha garganta se fechar por conta do choro.

Tudo parece fazer sentido agora. No fundo eu me perguntava o que de fato ele tinha visto em mim. O que o fizera em tão pouco tempo pensar que não poderia mais viver sem mim. É óbvio agora. Ele nunca esteve. Ele só queria me usar.

E eu permiti.

Meu celular no criado mudo começa a tocar e um nome aparece no visor: John!

Eu não vou atendê-lo. Eu não consigo. Eu não quero ouvir sua voz. Eu não quero o ouvir falando como se eu fosse à pessoa mais importante no mundo para ele. Eu não quero ouvi-lo dizer que me ama. Por que eu sei que é mentira. E ouvir isso de novo irá me fazer sofrer demais.

O telefone toca, toca, e meus olhos não se desgrudam dele por nenhum minuto. Eu apenas quero que ele pare de ligar.

— Me deixe em paz. – Eu digo baixinho mal reconhecendo a dor em minha voz.

O celular para. Porém, a dor não vai embora. Ela está aqui. E eu sei que ela não vai me abandonar por muito tempo. O celular volta a tocar. Insistente. Levanto-me da cama e vou em direção à porta o deixando tocar.

Eu não quero ouvir mentiras.

O que ele quer? Se divertir mais?

Eu não tenho para onde ir. Eu me sinto sozinha. Penso em meu avô. Eu não deveria dar tanta importância a John. Meu avô é mais importante. Meu avô é tudo para mim.

Esqueça ele Mel. Finja que isso não te magoa. Não dê esse gostinho a ele. Ele não merece te ver sofrer.

Estranho a hora em que essa noticia me atingi. Talvez seja o melhor...

Ele não merece nada de mim. Nada! Nem sequer uma lágrima. Ele brincou comigo. Me fez de idiota. Mas, ele não vai fazer mais. Não vai mesmo.

Penso em John e em Mark. Eles deviam rir pelas minhas costas. Eles deviam tirar sarro de mim, enquanto John dizia tudo o que tinha feito comigo. O jeito como havia me tocado, e o jeito o qual eu me entreguei para ele. Sem pensar em nada. Fecho meus olhos com força tentando controlar minhas emoções. A dor e a raiva se misturam, e é uma mistura explosiva.

Uma namorada!

O quarto do meu avô está escuro. Ele está deitado indefeso em sua cama. Subo na cama e devagar sem querer fazer muitos movimentos eu engatinho até estar ao seu lado. Deito minha cabeça em seu ombro como eu fazia quando eu era criança e sentia medo à noite.

Não quero pensar nele. Meu avô precisa de mim. Meu avô precisa que eu cuide dele. Que eu cuide do restaurante enquanto ele estiver doente. Eu não vou te desapontar vovô. Eu juro.

Esqueça ele Mel!

Eu vou arranca-lo da minha vida e do meu coração.

[...]

Eu devo ter cochilado por uns quinze minutos. Sei lá. Levanto-me atordoada tentando forçar meus olhos a se adaptar a pouca luz. Meus olhos estão inchados por conta das lágrimas, e isso não ajuda muito. Meu avô parece não ter se movido. Ele nem deve ter notado que eu estava aqui. Passo minha mão por seu rosto, e entre seus cabelos brancos e sinto uma onda de tristeza me invadir por ter que vê-lo em uma situação como essa.

Desço da cama. Hoje é domingo, mas podem estar precisando de mim lá em baixo. Não posso me deixar abater. Eu vou precisar enfrentar muitas coisas de agora em diante.

Desço as escadas e encontro Ana sentada em uma das mesas falando ao telefone. Julia está no balcão enquanto escreve ferozmente em um bloquinho. Seus olhos se estreitam quando eles se focam em mim.

— Mel – ela diz com uma doçura que me faz querer correr até ela e abraça-la. – Não fique desse jeito. Seu avô vai ficar bem, ele é um homem forte.

— Eu sei. – Digo baixinho num sussurro, não querendo revelar meus verdadeiros motivos.

Este é um daqueles dias em que eu simplesmente me arrepende de sequer ter me levantado da cama.

Um desastre.

Eu tenho consciência de que minha cara deve estar péssima. Sinto-me destruída e esgotada por dentro. Eu devo estar assim por fora também.

Eu preciso me ocupar. Eu preciso parar de pensar no quanto as coisas mudaram. Foi tudo de lindo e maravilho para destruído e acabado.

— Eu vou dar uma arrumada nas coisas do lado de fora. – Eu digo para Julia.

Vou até os fundos da cozinha e pego umas das vassouras maiores. As que servem para varrer as folhas. Mesmo eu não tendo percebido, parece ter ventado muita à noite. Muitas folhas estão espalhadas na frente do restaurante. Isso é normal quando se vive em um lugar cheio de árvores.

Do lado de fora o sol brilha forte enquanto eu junto às folhas verdes em uma pilha. Isso meio que faz eu me lembrar do dia em que John me ajudou a levar as caixas para cozinha. A primeira vez que suas mãos me tocaram.

O verde escuro das folhas caídas me fazem lembrar de seus olhos. Grandes, verdes, e incrivelmente brilhantes, que me deixam transparente, que o permitem olhar bem para dentro de mim. Para tudo o que eu sou...

Não pense nele!

Aquela sensação de dor me invade novamente. É insuportável. É como se algo estivesse preso em minha garganta, me impedindo de respirar.

Eu me recuso a sofrer. A ser fraca.

Balanço a cabeça reformulando meus pensamentos. Eu tenho que me preocupar e pensar em meu avô. Em sua recuperação. Não em John.

Não posso permitir que eu me agarre a ele, a suas mentiras, a suas falsas promessas.

Meu lugar é aqui. Ao lado daqueles que precisam de mim.

[...]

A tarde passa depressa. Eu vou de uma tarefa a outra me fazendo útil. As tarefas me ajudam a não pensar muito. Me ajudam a esquecer meus problemas. Mesmo por enquanto. Eu estou na cozinha com um avental amarrado na cintura. Estou batendo um bolo para o café da manhã da segunda.

— Você acha que devíamos deixar as massas para os pães prontas? – Pergunta Julia com uma expressão pensativa no rosto.

Dou de ombros.

— Eu acho que deveríamos. – Ela responde a sua própria pergunta. – Assim amanhã nenhuma de nós precisara acordar cedo.

— Talvez. – Digo sem querer estender muito o papo.

Ela estreita os olhos para mim por alguns minutos, até o ato se tornar incrivelmente irritante.

— Você está esquisita. E alguma coisa me diz que não é apenas pelo o que aconteceu com seu avô. – Ela diz. Posso sentir a curiosidade pingar de suas palavras.

— Eu estou bem.

— Você falou com John?

Esse nome faz minha espinha gelar. E meu coração doer.

Não quero lembrar dele, e de suas mentiras, e de suas promessas, e de sua namorada incrivelmente loira e bonita que está o esperando em Nova Iorque.

O que eu fui para ele?

Uma distração? Assim como Mateo disse?

— Não fale dele. – Digo com a voz cheia de magoa.

Julia se espanta com minha resposta. O que a faz colocar o bloquinho em cima da mesa e dar alguns passos hesitantes em minha direção.

— Mel, vocês brigaram? – Ela pergunta enquanto em poucos passos se aproxima de mim. – Ele fez alguma coisa?

Meus olhos instantaneamente se fecham tentando reprimir as lágrimas, tentando reprimir minha fraqueza. Paro com minha tarefa. Minhas mãos seguram com força a beira da mesa.

— Mel – diz Julia apoiando uma mão em meu ombro – você está me assustando.

Eu respiro fundo. Tento encontrar minha voz.

— Aquele telefonema de hoje à tarde – eu digo com a voz falhando. Meus olhos fixados na massa a minha frente – era uma mulher. Ela disse que queria falar com ele. Ela disse que era namorada dele Julia.

Minha voz sai tão baixa que eu não tenho certeza se ela me ouviu. Mas quando seus olhos castanhos se arregalam e sua boca se abre em espanto eu sei que ela entendeu o que eu disse.

— Deve ter algum engano Mel – ela diz arrastada. Quase gaguejando. – John não faria isso.

— Que engano Julia? – Minha voz sai raivosa, magoada. – Ela ligou aqui e pediu para falar com o namorado dela John Ackes. Qual o engano nisso? A única idiota enganada aqui fui eu. Eu fui uma idiota que acreditou nele.

Julia parece não saber o que dizer. Ela passa as mãos pelo rosto como se estivesse ouvindo que a terra é quadrada.

— Ontem à noite eu vi uma mensagem no celular dele. Era uma mulher. Ela dizia que sentia falta dele e também perguntava quando ele iria voltar. – Digo sentindo a mágoa enrolada em meu coração. – Devia ser ela, a namorada dele.

Ela pisca algumas vezes como se estivesse tentando assimilar tudo.

— Eu ainda não consigo acreditar nisso. – Diz Julia ainda surpresa. – Você disse isso pra ele? Você perguntou o que aquela mensagem significava?

— Não! – Eu digo jogando minhas mãos para o alto. Me afasto de Julia. – Eu não disse nada porque eu não queria brigar. Eu sei que ele teve uma vida antes de mim, então eu pensei que era qualquer mulher que ainda achasse que ele estava disponível.

Sinto raiva, e uma vontade enorme de me bater por não ter o confrontado na hora em que vi a menssagem.

— Mas o telefonema mudou tudo. – Diz Julia dando voz aos meus pensamentos.

— Mudou. – Eu digo baixinho. – Você não sabe o quanto isso está doendo. Eu não sei se eu vou conseguir olhar para ele de novo. E o pior é que eu o amo tanto Julia. Tanto.

Ele chegou como quem não queria nada, e abriu portas que nunca foram abertas. Entrou, se instalou, e por mais que eu tente o expulsar ele insiste em querer ficar.

Eu não quero amá-lo.

Não quero amar alguém que mentiu para mim. Alguém que tem gravado na ponta da língua todas as palavras que já me disse. Alguém que não se importa em sair por aí iludindo, e magoando seja lá quem for.

Julia se aproxima de mim e me abraça. Eu choro com a cabeça apoiada em seu ombro.

— É melhor você esperar ele voltar, ai você o coloca contra a parede e pede satisfações. Isso está me parecendo estranho demais. – Julia acaricia meus cabelos.

— E se ele mentir para mim? – Eu pergunto enquanto levanto minha cabeça e fito seus olhos. – Julia, eu vi a mensagem, e agora isso. Está tudo muito óbvio. Eu não sou a única mulher na vida dele. Ele tem uma namorada em Nova Iorque.

— E se eles não estivessem se dando bem? E se ele quisesse terminar com ela? – Suas palavras são cheias de certeza. – Aquela mulher me pareceu meio louca. Ele pode ter se apaixonado por você de verdade. Isso pode ser um mal entendido.

Mesmo assim não parece uma justificativa aceitável. Do mesmo jeito ele ainda teria mentindo.

Eu nunca menti para ele! Eu sempre fui sincera, desde o inicio. E é isso o que mais está me magoando.

— Mas também pode não ser. – Minha voz soa mais amarga do que o esperado.

— Nós só vamos saber disso quando ele voltar.

— E se for verdade? – meu coração vem à boca. – E se ele realmente só estivesse brincando comigo?

Ele poderia ter dito!

Droga! Ele poderia ter tido que não queria nada sério, para quê aquele teatrinho todo?

— Mel, pensa nos momentos que vocês passaram juntos. Qualquer pessoa pode ver nos olhos dele que ele realmente é apaixonado por você. Os olhos dele brilhavam. Parecia que ele só tinha olhos para você. – Essas palavras me fazem sofrer. Fazem-me sufocar. Parece algo distante. Algo que um dia foi meu, mas que já não me pertence mais. - Eu não acho que foi tudo mentira. Você já achou em algum momento que ele estava sendo falso com você?

— Nunca. – É doloroso dizer.

— Então. Você melhor do que ninguém saberia. Você tem que conversar com ele. Eu acho que você está se equivocando muito. Por que levar tão a sério o que aquela mulher disse?

Não quero pensar no porquê... Apenas parece um caminho mais fácil, para chegar onde eu devo chegar.

— Eu não quero pensar nisso agora. – Digo limpando minhas lágrimas. – Meu avô precisa de mim. Meu avô precisa de alguém ao lado dele nesse momento. Eu não posso deixar isso ser maior do que a doença do meu avô.

— O que isso quer dizer? – Julia pergunta com a voz cautelosa.

— Significa que meu avô precisa de mim. Eu não posso abandona-lo agora.

— E John? Você não vai nem ao menos ouvir o que ele tem a dizer?

Eu não posso... Ou eu não vou ter forças para fazer o certo.

Está tudo misturado. Todas os baques do dia. E eu nem sei em qual eu devo me agarrar. Eu me sinto uma garotinha perdida. Sem saber para que lado deve seguir, e em que deve acreditar.

— Eu quero esquecer que ele existe.

Eu me sinto traída, usada, enganada, mas além de tudo isso eu sinto um ódio enorme por ama-lo tanto, por querer bem lá no fundo fechar os olhos para o que está esfregado em minha cara. Eu sei que isso não vai ser possível. Eu nunca vou conseguir esquece-lo. Ele está enraizado em mim. Dentro de mim. Mas, eu vou dar um jeito de enterrar isso. De matar esse amor que existe dentro de mim.

Eu preciso esquecer tudo o que aconteceu. Eu preciso esquecê-lo.


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Notas finais do capítulo

Tadinha da Mel! :(
Comentem!