Sob minha pele escrita por Bruna


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Olá!

********AVISO!!!********
Aviso importante para vocês.
Eu irei postar apenas dois capítulos por semana a partir de agora, então não estranhem se eu não postar outro capítulo amanhã ou depois.

Eu tentarei postar sempre em toda a segunda e em toda quinta.

Bom, vamos ao capítulo!
Aproveitem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/646617/chapter/22

Mel.

John disse que nós iriamos ter uma tarde romântica. Eu ainda não tinha reparado que nós não tínhamos tido nenhum momento assim a sós. A não ser quando estávamos na cabana, sozinhos, sem roupa nenhuma. Apenas nós dois. Os momentos assim sempre são perfeitos. Porém, eu tenho que reconhecer que eu também sinto vontade de fazer programas de um casal normal. Andar por ai de mãos dadas. Assistir filmes, jantar em algum restaurante. Suspiro contente.

Eu vou ter muitos momentos assim daqui para frente!

O dia está bonito. O sol brilha forte lá no céu. O clima está morno. Está tudo do jeito que eu gosto. Estamos no carro. John parece estar contente também, e isso faz tudo ficar melhor, faz tudo se intensificar umas mil vezes.

—Já sabe que filme nós vamos assistir? – Pergunto interessada.

Tem um bom tempo que eu não vou ao cinema. Eu e Julia costumávamos ir muitas vezes por semana. Sempre que tínhamos um tempo disponível, Mateo também costumava vir conosco. O cinema é bom, as instalações também, o problema é que nunca vêm estreias para cá, dá ultima vez em que eu fui o filme que estava em cartaz era Titanic. E isso não tem nem quatro meses.

— Dá ultima vez em que eu passei por lá estava passando dirty dancing.— Ele diz sem tirar os olhos da estrada.

Uma das muitas coisas que eu já percebi ao respeito de John é que ele é bem responsável. Sobre tudo. Eu vejo o jeito como ele se esforça em seu trabalho. Eu desconfio que seja para impressionar seu pai. Já que uma vez ele me disse que quer trabalhar em todos os setores para saber um pouco de tudo, antes de assumir a empresa da família. Ele nunca se atrasa. Ele nunca pegou uma folga, a não ser hoje, e por minha causa.

Sua mão procura a minha e ele a segura com força. Seus dedos fazem carinho em minha pulseira.

Seu toque é mágico!

— Você ficou pensativa de repente. – Ele diz baixinho. Enquanto desvia os olhos dá estrada por alguns segundos para me encarar.

A luz do sol atinge sua janela. A luz forte se reflete em seus olhos, e eles parecem mais verdes do que realmente são. Os olhos de John são verdes como uma folha de árvore. É uma cor linda. E eu me pego pensando no quanto eu amaria ter um bebezinho com esses olhos.

— Você tem que se acostumar com isso – digo séria para ele – meu avô diz que eu sou meio maluca. – Ele ri enquanto leva minha mão aos lábios. – Se quiser desistir. Esse é o momento. – Eu brinco. Ele morde meu dedo mindinho. – Ai! – Eu grito.

— Nada no mundo me faria desistir de você. – A certeza em sua voz me surpreende. Eu amo o ouvir falar de nós. Desse jeito. Com tanta intensidade. – E não fale isso nem brincando. A única coisa no mundo que me faria desistir de você seria se você não me quisesse. – Seus olhos me encontram. – Iria me destruir, mas eu iria respeitar sua decisão. – Sua voz sai baixa. Como se apenas esse pensamento fizesse algo morrer dentro dele.

Sorrio docemente para ele enquanto deito minha cabeça em meu ombro fazendo charme.

— Então ainda bem que eu te amo mais que tudo. – Digo inocentemente.

Ele ri enquanto balança a cabeça.

— O que eu faço com você? – Ele pergunta achando graça.

Nós estamos especialmente de bom humor hoje. Deve ter sido por conta da noite maravilhosa que passamos juntos.

E que noite!

Sinto meu corpo esquentar apenas ao lembrar, dos beijos, das caricias....

Meu deus! Que calor.

— Eu mal posso esperar para te apresentar para a minha mãe. – Sinto meu estômago se comprimir. Eu ainda não tinha pensado nisso. Eu vou conhecer a família dele! O seu pai, sua irmã, sua mãe. E se eles não gostarem de mim? E se John decidir que não gosta mais de mim, porque eles não me aprovaram?

— Você acha que ela vai gostar de mim? – Pergunto meio nervosa, meio curiosa, meio receosa. Uma mistura de sensações se apoderam de mim agora. E nenhuma delas é boa.

— Não sei. Eu acho – ele faz mistério. Odeio quando ele faz isso. – Eu acho que ela vai te amar. – Ele diz e sinto o alivio me invadir. – Minha mãe é uma boa pessoa, e ela respeita minhas decisões, e quando ela souber, e ver o quanto eu te amo, ela vai te amar do mesmo jeito.

Essa sensação sim é bem-vinda.

— Certeza? – Pergunto ainda meio alarmada.

— Claro que sim. Ela vive dizendo que eu tenho que arranjar alguém. Que eu deveria sossegar com alguém. Ela vive me cobrando netos. – Seu sorriso é contagiante.

E ele não me pareceu nervoso com a palavra netos, então acho que isso significa que ele quer ser pai. Que bom! Por que eu quero ser mãe!

— Então quer dizer que você é o tipo de cara solitário? – Pergunto examinando seu rosto sem querer perder nenhum detalhe.

Ele engole em seco. Seus olhos se arregalam. Ele aperta com força o volante a sua frente.

— Digamos – sua voz soa nervosa. Franzo minhas sobrancelhas para ele - que eu não era muito de relacionamento.

Com certeza que não!

— Ah, me deixa reformular minha pergunta então – digo enquanto me ajeito no banco para ficar virada diretamente para ele. – Você é o tipo de cara que não quer se amarrar? – Pergunto.

— Eu não vou mentir. Eu não era— ele enfatiza o “era” o que me faz segurar o riso - muito de relacionamento. Mas claro que você mudou isso. – Seus olhos se perdem ao longe. Estamos passando agora por uma plantação de girassóis. Muito comum por aqui. – Eu só tive dois relacionamentos sérios. Tirando você. – Ele sorri para mim.

Eu dou uma cambalhota interiormente.

Ele deve estar mesmo muito apaixonado por mim, para me pedir em casamento!

Claro que eu poderia desconfiar. Achar que ele estava apenas jogando charme, e conversa fiada para cima de mim. Porém, nós dois temos um tipo de conexão, uma química, muito forte. Que não nos permite mentir um para o outro. Eu confio nele. Seus olhos não mentem para mim.

— Acho que eu estou em desvantagem. – Comento.

Ele franze as sobrancelhas em confusão.

— Não entendi. Desvantagem do quê? – Ele pergunta curioso.

— Eu nunca tive um relacionamento antes. Você é o primeiro em tudo – confesso. Um sorriso enorme de satisfação e orgulho masculino se abre em seu rosto. Homens! Reviro os olhos. – Bom, menos no beijo.

— Você não precisa me lembrar disso. – Ele diz fazendo biquinho. – Não quero nem pensar em outro homem te beijando.

Caio na gargalhada. Ele aperta meu joelho.

— Você acabou de me dizer que já teve dois relacionamentos sérios. – Digo o provocando. – Não venha me dizer que você é do tipo namoro café com leite. Que só pega na mão, beijo no rosto. – Cutuco sua perna e ele ri. – Porque isso não vai colar comigo senhor Ackes. – Digo petulante.

— É diferente. – Ele diz simplesmente.

— Diferente por quê? – Pergunto o fitando.

— Por que por mais que eu tenha estado com outras mulheres, nunca foi tão intenso como é com você. É diferente, porque eu não estava apaixonado por elas. Eu amo você mais que tudo. Você é importante para mim. Eu tenho que me segurar para não te prender em minha cama por todo o dia. – Diz mordendo o lábio. - Com elas eram apenas sexo – ele dá de ombros como se estivesse encabulado – com você é amor. E acredite isso faz toda a diferença. Agora eu sei.

Fico olhando para ele embasbacada com cada palavra que eu ouvi. Quando que eu imaginei que um homem lindo desses se declararia para mim desse jeito. De peito aberto, com tanto amor. Eu só posso estar flutuando agora.

Incrível o fato de que cada vez que ele diz coisas bonitas como essa eu fico mais apaixonada ainda.

— Você disse que teve dois relacionamentos sérios. Quanto tempo durou cada um? – Pergunto curiosa. Eu quero saber. Quero saber tudo sobre ele. E eu acho justo.

Tudo bem que ele disse que teve dois relacionamentos sérios. Porém, eu sou inteligente o bastante para saber que isso não significa que ele tenha tido relações apenas com duas mulheres em toda sua vida. Olhe para ele. Ele é lindo. Eu não devo ter sido a única que caiu de amores por ele. Com certeza não. Eu percebi bem o entrosamento de John e Mark, eles são do tipo de amigos companheiros para todas as horas. Inclusive na hora da festa. Imagens dos dois caçando a noite me vêm à cabeça, imagens de John com outras mulheres nas noites de Nova Iorque. Tento desesperadamente apaga-las.

— Por que você quer saber disso agora? – Ele pergunta enquanto se remexe inquieto.

— Por que você não quer me responder? – Rebato achando estranha sua reação.

Essa reação apenas me deixa mais alerta.

— Não é que eu não queira responder – ele diz sério. – É que são coisas que ficaram no passado.

— John – Digo. Espero minha voz chamar sua atenção – não é como se eu estivesse perguntando se você já matou alguém.

Ele tem que entender que sua reação é meio ridícula!

Eu não fiz nenhuma pergunta surreal!

— Eu sei – ele diz ainda como se estivesse tentando fugir do assunto.

Olho pela janela. Admiro a paisagem. Não entendo o motivo dele não querer falar disso. Isso só me faz achar, na verdade ter certeza, de que tem algo errado.

Ele suspira alto.

— Não quero te deixar chateada. – Ele diz devagar, mansinho.

Estreito meus olhos para ele.

— Não estou chateada. – Tento disfarçar a irritação na minha voz.

Tento!

— Não quero que fique um clima estranho entre nós.

Tarde demais!

O silencio toma o carro, e eu não vou fazer nada para aplaca-lo.

Um minuto...

Dois minutos...

Ele parece inquieto. Sorrio internamente. Ele não vai aguentar por muito tempo.

— Meu deus! – Ele resmunga.

Não disse!

— Eu tive uma namorada na época da faculdade – ele diz receoso. – Ela era da minha turma de engenharia, nós fazíamos muitos trabalhos juntos, não tínhamos tempo para mais nada, então acho que nós unimos o útil ao agradável. O nome dela era Alice. Nós namoramos por uns oito meses. – Ele diz dando de ombros.

Bom, parece que tem um jeito afinal de fazê-lo abrir a boca.

— Tudo bem? – Pergunto sarcástica. – Doeu alguma coisa?

Não vejo nada de mais nisso.

Ele ri.

— Eu namorei outra garota também, mas essa era mais complicada – Complicada? – Nós somos primos. – Isso não me agrada. De jeito nenhum. – Nossas mães são primas, na verdade. Ela sempre gostou de mim, desde criança e quando ela cresceu, ela se tornou... - Ele dá de ombros.

— Bonita. – Completo para ele de má vontade. Sentindo o ciúme se instalar em minhas entranhas.

Estranho!

Uma prima!

— É – ele diz como se estivesse desinteressado.

É melhor estar John!

E ... – o instigo a continuar.

Ele me lança um olhar rápido como se para ter certeza de que eu estou bem.

— Nós tivemos um relacionamento por quase dois anos. – Dois anos é um bom tempo. Isso me deixa para baixo. – Foi um relacionamento meio forçado. Nossas mães sonhavam com isso.

Isso me deixa preocupada.

E se a mãe dele não quiser que eu fique com ele?

— Quem terminou? – Pergunto.

— Eu. – Ele diz sem querer revelar muito. Respeito isso. Como ele disse é passado, mas fico feliz que ele tenha dividido comigo. - Ela não levou numa boa.

— Eu vou ter contato com ela? – Ele me olha. – Sabe, quando eu estiver morando com você?

— Quando nos casarmos. – Ele me corrigi. – Na minha casa não, mas talvez na casa dos meus pais sim. Às vezes minha mãe faz uns jantares para a família, e essas coisas.

Ter um tipo de laço – digamos assim – com uma ex de John não me parece uma boa ideia. Eu preferiria passar longe de qualquer mulher que já tenha provado seus lábios, que já estivera de baixo dele.

— Depois que vocês terminaram, vocês mantiveram contato ainda? – Pergunto fingindo desinteresse. – Já que vocês são da mesma família, vocês deviam se ver com frequência, na casa da sua mãe, como você mesmo disse.

— Não. – Ele aperta o volante com força. – Nós não tivemos mais nada depois que terminamos há quase cinco anos. Nosso relacionamento foi forçado por ela – ele enfatiza – ela meio que me intimou depois de um beijo, e eu permiti. Ela saiu dizendo para todo mundo que estávamos namorando.

Isso me alivia e muito. Respiro fundo. Nem percebi que eu estava prendendo a respiração.

— Qual o nome dela? – Pergunto curiosa.

— Kate. – Ele diz enquanto faz o contorno para entrar na cidade.

Se eles terminaram há tanto tempo eu não tenho com o que me preocupar.

— Foi bom eu ter te falado. – Ele diz enquanto estaciona em frente ao cinema.

— Fico muito Feliz por você ter me contado. – Digo para ele sorridente.

Ele tira o cinto e se inclina para me beijar com gosto. Seus lábios fazem sua mágica. Seus lábios beijam os meus delicadamente. Suas mãos me acariciam delicadamente.

— É só você que eu quero. É com você que eu quero me casar, é com você que eu quero ter uma família. Eu já fico imaginando uma menininha branquelinha dos olhos grandes e castanhos, e com uma cabeleira escura, assim como você. - Ele diz todo bobo. E eu devo estar do mesmo jeito.

Isso é um futuro tão próximo já que nós vamos nos casar. Me inclino e o beijo.

É como se nós não conseguíssemos ter controle de nossas ações depois que nossos lábios se tocam. É uma química tão forte. Alguma coisa me puxa para ele. E eu sinto que ele é puxado por mim também.

— Nós vamos perder o filme – ele diz sem folego.

— Então vamos. – Digo passando meus dedos por seus lábios inchados.

Quando descemos do carro John segura minha mão com força. Eu me sinto muito orgulhosa, muito feliz, por estar andando de mãos dadas com esse homem na rua. Meu noivo. O homem com quem eu vou me casar.

Percebo os olhares de algumas pessoas enquanto nos veem caminhar de mãos dadas.

É bom que olhem mesmo!

— Amor, eu vou comprar as entradas. - Diz John.

— Vou esperar aqui. – Digo. Ele me dá um selinho e se vai.

Enquanto John não volta eu busco por meu celular dentro da minha bolsa. Minha bolsa é pequena, então eu não entendo como ele pode simplesmente sumir lá dentro. Quando eu o acho desbloqueio a tela para ver se tinha alguma ligação de Ana. Eu pedi que ela me ligasse caso acontecesse alguma coisa.

Meu avô tem estado muito bem, e isso me deixa aliviada. Talvez o tratamento dê certo. Eu me sentiria horrível se ele não estivesse bem quando eu viajasse com John.

Talvez John pudesse entender. Talvez ele pudesse ir e eu o seguisse depois. Só para ter certeza de que ficaria tudo bem por aqui. Eu tenho que falar sobre isso com ele.

Envio uma mensagem para Ana.

Mel: Tudo bem por aí?

Passam-se alguns segundos e a resposta chega.

Ana é rápida.

Ana: Tudo ótimo. Aproveite o dia. E não se preocupe. ;)

Sorrio. Eu sempre vou poder contar com Ana para cuidar e ficar de olho em meu avô quando eu não estiver aqui, ela pode me deixar por dentro dos acontecimentos. Qualquer coisa eu pego um avião.

— Mel? – Ainda estou fitando o celular perdida em meus pensamentos. Levanto meu rosto e dou de cara com um Mateo sorridente a minha frente.

Não sei se eu o perdoei pelas coisas que ele me disse. Que ele disse para John. E tem a Julia também.

Seu sorriso se desfaz assim que ele percebe que eu não retribuo seu sorriso. Ele passa as mãos pelo cabelo. Seus olhos escuros vão para o chão e ele parece meio sem graça.

Esse clima estranho entre nós dois me deixa mal.

Ele sempre foi uma pessoa tão querida para mim.

— Você deve estar chateada com o que eu disse no outro dia. – Ele diz meio sem jeito. - Eu não queria magoar você. Eu só queria te alertar.

Ele só pode estar brincando.

— Você vai mesmo continuar com isso? – Pergunto incrédula.

— Eu não quero discutir com você. Eu me desculpo pelo jeito como eu falei – ele se aproxima de mim, eu dou um passo para trás. – Mas eu não retiro nada do que eu disse.

O que mais me irrita é que ele fala como se fosse o dono da razão. E como se soubesse melhor sobre mim, do que eu mesma.

— Eu não quero mais falar com você. – Digo irritada por estar com vontade de chorar. – Vá embora. Eu não vou discutir isso com você. Não vou discutir minha vida com você. – Digo deixando claro que eu não vou tolerar.

Se ele continuar com isso ele vai perder minha amizade.

— Eu não quero que fique esse clima entre a gente. – Ele diz jogando as mãos para o alto. – Você tem que ter consciência Mel. – Ele sorri para mim. – Ele já está indo embora, e tudo vai ficar como sempre deveria ser.

Só faltou ele dizer: e você vai ficar comigo.

Nada que saísse de sua boca poderia soar mais cretino. Isso me deixa muito irritada. Nada poderia me fazer mais feliz do que tirar esse sorriso presunçoso do seu rosto.

— Eu vou com ele. – Digo simplesmente.

Seus olhos se arregalam. Seu sorriso se desfaz. Parece até que eu acabei de dizer uma besteira enorme.

Na mosca!

— Você está brincando? – Sinto a raiva em sua voz. Ele fica me olhando a procura de um sinal de que eu esteja mentindo. – Você está louca? – Ele praticamente grita. – Você nem mesmo conhece esse cara direito!

— Não, eu não estou brincando. Eu nunca estive mais certa em toda a minha vida. – Digo para ele de peito erguido.

Ele anda de um lado para o outro em minha frente. Ele balança a cabeça em descrença.

— Por quê? – Ele pergunta num fio de voz.

— Por que eu o amo. – Digo e posso ver a mágoa em seus olhos.

— Você o ama? – Ele pergunta incrédulo. – Você nem conhece esse cara. Ele pode estar mentindo para você, mentindo para todo mundo, e você como uma idiota está caindo no papo dele. – Seus olhos brilham com tanta intensidade que chega a me assustar – Você foi para a cama com ele? – Posso ver o nojo em suas palavras.

Isso me magoa. E me irrita além do limite!

— Não fale assim comigo. – Eu disparo para ele. - Você não é ninguém para falar assim comigo. Você não o conhece como eu conheço. E não é da sua conta o que nós fazemos juntos!

— Eu não sou ninguém para você? – Sua voz sai magoada.

 Por um instante eu sinto vontade de concertar o que eu disse. Porém, talvez seja melhor eu acabar com isso de uma vez. Acabar com suas falsas esperanças.

Ele ri uma risada fria e sem emoção.

— Sabe o engraçado? – Ele continua. – Você é tudo para mim. – Ele sussurra.

E isso é como uma faca no peito.

— Eu sinto muito Mateo. – Digo por que é a pura verdade.

— Você não pode estar falando sério. – Ele diz ainda sem acreditar. – Você não pode fazer isso. – Eu o conheço. Eu estou o magoando. É o melhor. – Todos acham que nós somos perfeitos um para o outro. Por que só você não? Porque eu não sou bom o suficiente para você? Eu amo você Mel. Eu devia ter dito isso antes, eu fui um idiota. Mas ainda não é tarde.

Ele se aproxima a passos rápidos. Em um piscar de olhos ele está segurando meu rosto enquanto tenta encostar seus lábios aos meus. Eu viro o meu rosto. Logo sinto Mateo sendo puxado para longe.

— Não encoste nela! – Grita John. Mateo olha furioso para ele. – Você ouviu?

Sorte que ele não entende tudo o que Mateo disse!

Mateo ri.

— Ora, ora, você por aqui. – Diz Mateo sem humor.

Eu apenas fico olhando de John para Mateo. E eu posso ver uma fúria totalmente insana nos olhos de John. Isso não é bom.

— O recado está dado. – John aponta o dedo para ele. – Se você voltar a tentar encostar essa boca imunda na Mel, eu acabo com você. – Ele ameaça. – Fique longe dela!

— Você vai tentar. – Sibila Mateo. – E não pense que você vai conseguir levar ela daqui. O avô dela nunca vai permitir isso. – Mateo diz vitorioso. – E eu nunca vou ficar longe dela!

— Mel é maior de idade. Ela não precisa de permissão. É só ela querer. E ela quer. Nós vamos nos casar, e você vai ter que se conformar. – Diz John irritado mal controlando sua própria voz.

Algo muda na postura de Mateo. De repente ele se joga contra John. E os dois se atracam em socos violentos bem na minha frente. Eu não sei o que fazer.

— Parem com isso! – Eu grito, mas eles não parecem me ouvir. – Parem agora!

John acerta um soco no nariz de Mateo. Ele cambaleia para trás com as mãos no rosto. Eu posso ver o sangue descer por seu rosto e cair em sua camiseta branca. Isso embrulha meu estômago. Mateo vai para cima de John de novo. Em um impulso eu me meto no meio dos dois para tentar separar. Mateo bate seu ombro com força em mim e eu caio sentada no chão.

Não foi uma boa ideia.

Isso deixa John mais irritado. John acerta um soco na costela de Mateo. Mateo acerta outro no rosto de John.

— John! – Eu grito já sinto as lágrimas inundarem meu rosto. – Para com isso! -   Eu imploro, mas é como se ele não pudesse me ouvir.

John derruba Mateo no chão. Ele ameaça dar um ultimo golpe, mas seus olhos se prendem em mim e ele se afasta.

Eu estou chorando descontroladamente no chão. Eu nunca quis que isso acontecesse. John vem até mim e me ajuda a levantar. Eu me jogo em seus braços, e afundo meu rosto em sua camisa. Ele acaricia meu cabelo.

Mateo se levanta cambaleando do chão. Ele olha para nós dois e é como se a cena o deixasse mais fora de controle. Ele limpa o sangue que escorre do canto de sua boca.

— Isso vai ter volta. – Ele diz e então sai andando.

Eu ainda estou assustada com o que aconteceu. John beija minha testa. Enquanto murmura para que eu me acalme.

— Eu sinto muito. – Ele diz, mas algo na sua voz me diz que ele não sente nada. Eu vi essa raiva desde a primeira vez em que os dois bateram de frente. Eu apenas nunca achei que chegaria a tanto.

— Eu também. – Murmuro com meu rosto colado em sua camisa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem, favoritem, recomendem se acharem que a estória merece!
Um beijo e até quinta!

:)