Liberté escrita por Mesprit


Capítulo 5
Perseguição


Notas iniciais do capítulo

Olá gente :D
Eu demorei um pouco para postar, mas aqui está o penúltimo capítulo da fic ^^
Essa foi a primeira vez que eu escrevi uma cena de ação, então espero que vocês possam me dizer como ela ficou XD
E no final também tem algo bem interessante~~~~
Boa leitura o/



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BANG!

O som de estouro foi ouvido em todo o quarteirão. Todos os militares no local ficaram boquiabertos. Fios de cabelo negro caem no chão acompanhados de gotas de sangue. Castiel fica de olhos arregalados vendo a ponta da arma apontando bem à frente de seu rosto, estaria morto se não tivesse tentado desviar, ele consegue sentir o sangue escorrendo de sua orelha. Kentin olha fixo para o Coronel, semblante sério, mostrando toda a fúria que havia sido disparada naquele único tiro. Alexy ainda se sente meio surdo pelo estrondo repentino que havia acontecido, ele entendia o que estava acontecendo por parte de Castiel, mas não entendia o motivo de Kentin ter apontado uma arma e disparado contra seu superior.

Mais dois tiros foram ouvidos indo para o ar vindos de Kentin, logo o motor acelera e o carro começa a fazer uma curva e dar meia volta. O Coronel leva dois segundos para raciocinar e então retorna a si declarando perseguição ao Capitão, que foi imediatamente obedecida com todos os outros militares entrando em seus carros e começando a se locomover.

— O que está acontecendo?! Por que você atirou nele?! Você ficou louco?! — Alexy começa a gritar dentro do carro, tentando compreender a situação em que ele entrou sem nem perceber.

— Devo estar, porque acabei de me tornar um fugitivo, se eu aparecer de novo aos olhos deles, eu estou morto — Responde Kentin tentando manter a calma mesmo estando no nível máximo de nervosismo possível.

— Mas então por que você fez isso? Podia ter me entregado para ele e depois eu seria executado em praça pública como um rebelde qualquer.

— É exatamente isso que eu não podia deixar acontecer — Alexy se surpreende com a resposta do Capitão — Por algum motivo, a simples ideia dele chegar perto de você me causou raiva... Acho que já somos amigos o bastante para mim permitir que algo te machuque.

Kentin sorri e o jornalista fica embasbacado com o que lhe foi dito, começou a sentir borboletas no estômago mas chacoalhou a cabeça pois não era momento para pensar nestas besteiras. Ele estava no meio de uma perseguição, e o alvo era ele. Ele olhou pelo espelho do carro e os seus caçadores estavam se aproximando, ele conseguiu ver a cabeça de Castiel olhando para fora da janela. Os olhos queimando, o braço puxando uma arma, uma bala indo na direção do carro em que ele está.

— CUIDADO! ELE ESTÁ ATIRANDO!

O militar olha pelo espelho e gira o volante com velocidade, desviando do tiro que ia por aquele lado. Rapidamente saca a arma novamente e aponta para fora, Alexy desesperado segura o volante e tenta controlar o carro de forma desajeitada. Olhando para trás vê que o carro de Castiel parou de andar. Pneu furado.

— Você é bom de mira parece, porque não matou ele simplesmente?

— Não é porque eu tenho talento para atirar que eu devo sair matando qualquer um, mesmo sendo um cara que eu sempre detestei. — Kentin disse tentando manter a calma, mas ainda sentindo o peso do stresse caindo em seus ombros — Mais adiante estaremos em um depósito do meu pai, lá terá mais armas, suprimentos e muitas outras coisas para caso precisarmos, esteja ciente de que provavelmente terá que segurar uma arma também.

— Já manuseei uma, Jade me deu uma aula rápida.

— Muito bom, assim dá para ter um pouco mais de confiança em você — Kentin sorri.

Alexy já consegue ver vários depósitos gigantes enfileirados na rua, Kentin entra com o carro na beirada de um e fala para Alexy sair. Rapidamente eles vão até os fundos da construção e ao invés de ir para a porta dos fundos, Kentin faz um sinal para Alexy continuar correndo até o depósito ao lado. O jornalista segue o Capitão e este rapidamente abre a porta e quando o outro entra, a tranca imediatamente. Em passos apressados vai andando em direção até os pequenos buracos na parede para ver o que acontecia lá fora, os militares estavam tentando arrombar a construção ao lado.

— Temos pouco tempo, vamos nos preparar!

Kentin começou a pegar armas, munições, jogou uma para Alexy e lhe indicou com a cabeça onde ele deveria se posicionar. O jornalista foi a passos desengonçados para lá e olhou pelo pequeno furo na parede, onde podia ver o lado de fora, repleto de militares lhes perseguindo. Então o rapaz percebe que o buraco da parede é to tamanho exato para entrar o cano da arma. Realmente o pai de Kentin tinha deixado o depósito pronto para esse tipo de situação.

— Se for necessário, você atira para matar.

Ao ouvir isso, o jornalista sentiu um choque. Ele tinha apreendido a usar uma arma, mas nunca tinha de fato usado uma contra alguém, e agora ele deveria matar? Matar pessoas que estão querendo matá-lo. Matar pessoas que agrediram a pobre Violette. Pensando melhor, isto seria uma tarefa que ele até teria prazer em realizar.

Voltou a olhar para os buracos na parede e viu que já haviam alguns soldados se aproximando do depósito em que os dois estava escondidos, o dedo começou a ir em direção ao gatilho, uma gota de suor escorrega pelo seu rosto, a tensão começa a deixar o ar mais denso, o medo faz sua barriga se contrair ao máximo, ele tenta controlar a respiração quando de repente o som de tiro é ouvido e ele percebe que Kentin começou a atacar.

Pelo buraco, Alexy vê os inimigos tentando manter certa distância, uns pretendendo dar a volta pelo depósito, outros começam a revidar.O Capitão não ficava parado em apenas um lugar, a cada uma rajada de disparos, ia correndo até a próxima entrada, atingindo assim inimigos em todas as posições. O rapaz de cabelos negros também começou a se mover, disparando sem hesitar contra àqueles que lhe queriam fazer o mal. A taxa de erro dele era muito maior que a do outro, mas não era o melhor momento para ficar pensando em competitividade.

De repente, um tremor. O som de algo batendo no grande portão de metal que ficava na frente do depósito, os soldados estavam tentando arrombar aquela entrada, e se conseguissem, não haveria para onde fugir. O som de chutes, batidas de corpo e de armas chocando contra o metal faz o sangue de Alexy gelar, aquele não poderia ser o fim. Kentin certamente estava preparado para isso, ou pelo menos é o que o jornalista implora para que seja verdade.

— Alexy, se esconda rápido.

— O que? Vamos ser capturados? Depois de tanto esforço?

— Apenas se esconda depressa! Deixe tudo comigo — O Capitão vira na direção do rapaz, os olhos verdes se encontram com os orbes rosas dele e a garantia de que ele está seguro transborda no corpo do jornalista — Confie em mim, por favor.

Com um aceno de cabeça, ele sai correndo e se joga atrás de uma pilha de caixotes gigantes, onde provavelmente tinha contido um estoque colossal de munições. A respiração do garoto volta a se descontrolar, o nervosismo lhe preenche por completo. O grande portão de metal se rompe. Kentin fica de frente com Castiel e todos os outros soldados, todos armados.

— Deixem isso comigo, eu que quero matar esse desgraçado — Alexy consegue ouvir a voz do Coronel, fria como o chão em que ele está tocando nesse momento com as mãos tremulas — Então você pensou mesmo que ia conseguir fugir de mim? Que ia sair por ai transando com outro viadinho e ninguém iria descobrir. E o pior, não com um boiola qualquer, mas com um criminoso. Você realmente se superou no nível de imbecilidade dessa vez, se eu fosse sua mãe teria vergonha de ter parido um ser tão merda quanto você.

Kentin e Castiel sacam suas armas ao mesmo tempo. O som de disparo é duplamente mais forte. Castiel é atingido no braço esquerdo, Kentin na barriga. Castiel fica furioso e ordena que os os soldados capturem ele, pois ele merecia execução pública. O som de passos da tropa é ouvido, ela avança rapidamente até chegar na entrada.

CLICK.

BOOM!

Alexy tremeu e se sentiu obrigado a olhar para a cena e saber o que estava acontecendo. Havia muita fumaça na entrada, não era possível ver nada além de Kentin de pé à frente da cobertura negra que tapava tudo. Conforme a fumaça se dispersava, uma imagem forte começava a ser revelada. Todos os soldados estavam jogados no chão, com muito sangue escorrendo de todos. Um deles parecia perdido um pé. As armas de todos estavam destruídas. Castiel olhava horrorizado para a cena.

— QUE POHA É ESSA? VOCÊ COLOCOU MINAS TERRESTRES NA ENTRADA? — Gritou em prantos o Coronel.

— Agora você está sem soldados aptos e sem armamento, sendo que está em território inimigo — O Capítão aponta a arma para Castiel — O que vai ser agora?

O inimigo fecha os punhos com força, cerra os dentes em fúria e declara para todos baterem em retirada. Os soldados com muita dor foram tentando se levantar aos poucos, se ajudando, segurando o que perdeu o membro a chegar até o veículo. Kentin se limitou a apenas observar todos indo embora. Quando os carros ligaram e saíram da vista, o homem de cabelos castanhos colocou a mão na área que foi atingido e caiu de joelhos no chão. O jornalista rapidamente foi socorrê-lo.

— Você está bem? O que foi tudo isso? Eles vão voltar? Eu vou enlouquecer!!!

— Teremos tempo para conversar depois. Agora será que dá pra me ajudar a levantar?

Alexy se desengonça e dá um apoio ao Capitão, que consegue se levantar, este tenta andar e o garoto apenas vai seguindo para não deixar ele cair. Eles vão até um canto do depósito e Kentin empurra uma caixa no chão, revelando uma porta escondida para um andar inferior ao que estavam. Eles descem as escadas e Kentin aperta um interruptor, acendendo uma lâmpada que ilumina todo o local, mostrando ser um ambiente totalmente diferente do que estavam antes.

O andar de cima se encontrava uma quantidade enorme de munições e armamentos, agora este andar parecia até uma mini casa. Havia uma cama, um banheiro, uma cozinha e uma prateleira com telefones, um kit de primeiro socorros, e vários outros acessórios úteis para guerra. Andaram até a cama e Alexy sentou o outro na cama.

— Nós temos que retirar essa bala e tratar esse ferimento rápido, antes que infeccione! — Disse o garoto de olhos rosa correndo em direção ao kit de primeiro socorros e o levando até o outro.

— Isso não é necessário, vai ficar tudo bem.

— Cale a boca e pare de se fazer de durão, você quer morrer? Tire essa camiseta agora e deite na cama.

Kentin deu um suspiro e colocou os braços nas bordas da peça de cima e a levantou de uma vez, e depois jogou ela em um canto qualquer, deitando-se na cama logo em seguida, e depois olhou para Alexy e estranhou ele estar com o rosto totalmente vermelho e seus olhos estavam fixos no seu corpo. Logo em seguida o jornalista chacoalhou a cabeça com força e se ajoelhou na frente do ferimento do outro. Abriu a caixa e retirou os equipamentos que julgou serem necessários para realizar o trabalho. Durante todo o processo, eles ficaram no silêncio, que acabava apenas quando o maior gritava de dor e era repreendido pelo menor, e logo voltavam a quietude do local.

Após retirar a bala, Alexy costurou a ferida e passou alguns medicamentos por cima, logo em seguida pegou uma atadura e pediu que o outro se sentasse enquanto ele a passava pela cintura do Capitão. O jornalista estava com o rosto super próximo do abdómen definido do homem de olhos verdes, e isso lhe dava uma sensação estranha mas infinitamente maravilhosa. Seu rosto não conseguia sair do tom vermelho, Kentin não aguentou mais ficar no silêncio.

— Eu sei que eu sou gostoso, mas não precisa ficar babando assim.

— O QUE?!?! — O Jornalista levantou imediatamente com o rosto queimando de vergonha, o que fez o Capitão rir, mesmo esse ato o fazer sentir um pouco de dor na cintura — N-NÃO SEI DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO!

— Hahahaha desculpe, eu só não aguentava mais ficar no silêncio... Obrigado por ter me ajudado aqui.

— Do que você está falando? Eu que tenho que agradecer, você acabou de salvar a minha vida!

— Não foi um favor para você, eu estava com minha vida em risco também não é? E... eu não suportaria te ver morrer, eu acho.

Alexy levou um susto com a frase proferida pelo maior, seu coração começou a bater com mais intensidade, seus lábios começaram a se abrir, mas não tinham a intenção de proferir nenhuma palavra, seus olhos marejam e ele começa a tremer. Sente as mãos fortes de Kentin segurarem sua cintura e o puxarem para perto dele, a uma distância inexistente, onde o rosto do Capitão se afundou na barriga do jornalista, e ficaram nessa posição por um tempo, sem nenhum movimento vindo de ambos os lados. Então Kentin levantou o rosto e os olhos verdes fitaram fixamente os olhos rosados. E por um longo tempo parecia que os dois conversavam sem trocar uma só palavra. As mãos de Kentin começaram a subir até chegarem nas bochechas do rapaz, e o puxou rapidamente para si, selando seus lábios. E aquele beijo foi o primeiro da primeira noite de amor que eles estavam prestes a realizar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam de tudo? :D
Espero poder saber a opinião de vocês ^^
O próximo capítulo será o último da fic, estejam com o coração preparado -qq
Até ^^/



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