Oh, Calamity! escrita por Leh Linhares


Capítulo 6
Capítulo Cinco - Can't Make This Over


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem
Muitas pessoas leram esse capítulo sem nome, mas para as que estão lendo isso agora a música que me inspirou é Can't Make This Over- Pixie Lott.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/646539/chapter/6

Capítulo 5

Vejo Raven e Octavia observando Clarke de longe e me afasto preciso pensar. Estou feliz pelo seu retorno, contudo ainda não sei o que ele significa.

Conforme me afasto as perguntas surgem. O encantamento de vê-la viva e bem se esvai e todos meus pensamentos se encaminham para suas roupas e maquiagem, um boato entre os Sky, além do da morte de Clarke, é que ela estava viva com os Grounders por livre espontânea vontade, ou seja, uma traidora. Passei grande parte dos anos desmentindo isso, mentindo pra mim que Clarke nunca nos abandonaria se realmente tivesse escolha, mas parece que eu estava enganado.

Ela está bem, parece saudável. Foi embora por livre espontânea vontade e ficou fora por três anos da mesma maneira. Não se importou em como estávamos ou como eu estava.

Não a vejo no resto do dia, todo o Acampamento comenta sobre sua maquiagem e novas vestes. Há quem diga que ela é uma traidora e sei que provavelmente é verdade, o que só me enche de ainda mais raiva. Onde ela esteve todo esse tempo? Por que não voltou antes?

Abby vem me dizer que a deixou descansar e eu procuro entender o porquê de ela me dizer isso. Não me importo, não quero e não devo me importar. Agora tenho Raven, uma mulher que não me deixou no momento que eu mais precisava. Passo o resto do dia sozinho, falto o trabalho e faço de questão pensar por horas e horas. O que a volta de Clarke pode significar pra mim?

Tento pensar nos meus velhos sentimentos por ela, mas tudo o que sinto é raiva. Quero quebrar tudo na minha frente…

— Está tudo bem? – estremeço ao ouvi-la, não esperava que Clarke ainda se lembrasse onde nos despedimos a três anos atrás. Meu local de fuga desde então.

— Não sei, me diga você – sequer olho em seus olhos. Não posso fazer isso. Não importo em disfarçar a raiva que sinto, isso é o mínimo que ela merece passar depois de tudo.

— Bellamy…

— O que, Clarke? Agora tem tempo pra mim e todo seu povo? Cinco anos depois? Não me diga que passou todo esse tempo sozinha na floresta refletindo. Suas roupas e maquiagem já contam tudo.

— Desculpa...

— Pelo quê? Por partir? Por não se importar o suficiente pra voltar? Por ser uma traidora? – me levanto para ir embora, mas a mesma me impede. Existem lágrimas em seus olhos e isso me congela por um segundo.

— Eu não deveria ter ido embora. Perdão, Bell, mas não sou uma traidora, precisa confiar em mim...

— Não me chame assim. Você perdeu esse direito. E não minta pra mim. Eu cansei, ok? Vai enganar outro trouxa. Nós estivemos muito bem sem você todos esses anos e continuaremos assim. Volte para o seu novo povo, eles já devem estar sentindo sua falta.

— Eu precisava ir embora. Você sabe disso.

— E eu precisava de você aqui. Merda, Clarke. Podíamos ter passado por tudo isso juntos, mas não, você preferiu uma merda de nação que nem te conhecia. Você foi lembrada como uma heroína quando, na verdade, foi apenas uma covarde que fugiu na primeira vez que teve chance. Parabéns, Clarke… De verdade não é qualquer um que consegue ser tão covarde.

— Você tem razão em estar com raiva. Eu cometi muitos erros, sei disso, e só quero deixá-los pra trás. Voltei por você, Bellamy, porque mesmo com cinco anos eu ainda sentia sua falta, ainda o queria por perto. Sei que deveria ter ficado, mas não consegui, fui covarde, e eu te peço perdão por isso. Queria ter sido forte como você e ter ficado, superado tudo, liderado meu povo, mas não fui. Me dá uma chance de mostrar isso. Você não vai se arrepender. Me perdoe.

— Do jeito que você fala parece fácil. Um botão que a gente aperta, não acho que eu possa te perdoar, Clarke. Nesse momento eu te odeio, te odeio mais do que tudo, você está bem, saudável, poderia estar conosco há muito tempo, mas preferiu outro lugar, outras pessoas. Você não merece a gente, você pode não estar dizendo, mas sei que deve ter outro motivo para estar aqui, você não voltaria só por saudades… – minha voz ainda entoa com raiva, mas meu rosto não. Com uma mão brinco com uma das mechas de seu cabelo e com o outro acaricio seu rosto. Tocá-la é algo mágico e excruciante ao mesmo tempo. Amo o fato de vê-la viva, de ter a oportunidade de sentir sua respiração. Porém, ela estar aqui é decepcionante, a prova de que não sou importante pra ela mesmo que ela diga que eu sou.

A loira carrega um sorriso inconformado no rosto, parece gostar do meu toque, e se mantém em silêncio, pelo tempo que poderiam ser horas, mas, com certeza, não passavam de segundos. Não vejo que me aproximei até estar perto demais para evitar. Meus lábios encostam nos dela e o que sinto é inexplicável, uma mistura de mais sentimentos do que gosto de admitir: ódio, raiva, amor, decepção… Sem que eu consiga me controlar puxo seus cabelos com força e a trago para ainda mais perto de mim. O beijo é violento. Afasto meus lábios dos seus para encontrar seu pescoço, o que a faz suspirar, sei que é errado que não é o justo com Raven, mas não consigo me afastar. Ter Clarke é simplesmente tentador demais. Desço minhas mãos sobre seu corpo e não consigo acreditar no que acontece. Depois de anos estou finalmente a tocando...

Nossos lábios se encontram mais uma vez e quase morro de tanto prazer. Nunca imaginei que pudesse haver tanta química num beijo como nesse. E um flash de Raven me vem de novo, não é justo com ela, não posso fazer isso: magoá-la da mesma maneira que Finn fez.

— Não posso...

— Quê?

— Não posso, Clarke. Isso não podia ter acontecido, não vai acontecer mais – falo com mais raiva de mim do que dela agora.

— Por quê?

— A lista é enorme, Clarke. Você não pode ir embora e esperar que eu te espere de braços abertos. Eu segui em frente, ok? Tenho uma esposa que me ama e você não deveria sequer estar aqui.

— Agora você não me queria aqui? Até onde me lembro foi você mesmo que me beijou. O que tem de errado com você?

— O que tem de errado comigo? Essa é uma pergunta difícil. Você é meu problema, Clarke. Te esperei por três anos, apavorado de você ter morrido ou de estar aprisionada em qualquer lugar, mas você estava bem. Vivendo com a Nação do Gelo como se fizesse parte do povo deles. Sem se preocupar em mandar uma carta, sinal de fumaça, qualquer coisa. Você é a pessoa mais egoísta que já conheci e tenho certeza que tem alguma outra razão para você estar aqui. Já sofri demais por você, não vou sofrer de novo e, com certeza, não vou fazer com minha esposa passe por isso de novo.

— Imagino que não deve ter demorado para você encontrar alguém para me substituir.

— Te substituir? Nunca ficamos juntos, Clarke. Por que ficaria preso há uma pessoa que nem se deu o trabalho de estar comigo?

— Deixa de ser dramático. Não é como se eu tivesse te deixado sozinho.

— Não se defenda. Por que está aqui?

— Eu vim…

— Eu quero a verdade. Se você ainda tem algum tipo de respeito por mim.

— A Nação do Gelo precisa da nossa ajuda e nós precisamos da ajuda dela.

— Como eu disse, eu sabia que você não teria voltado só pra me ver e isso, Clarke, diz muito sobre você.

— Os Grounders estão atacando vilas inocentes, Bellamy. Precisamos nos unir por um bem maior. Não é hora de sermos rancorosos.

— Não sei se é nosso problema. Temos um pacto de cinco anos, não acho que seremos uma das vilas a serem atacadas.

— Também tínhamos um pacto com eles, Bellamy e isso não foi suficiente para evitar os ataques. Já vem acontecendo há mais de um ano, não queríamos chegar a esse ponto, mas...

— Nós, né? E ainda diz que não é uma deles.

—Pare, Bellamy. Está com raiva de mim, ok. Quer me odiar, ok, mas não leve isso em consideração. É sobre a vida de pessoas que estamos discutindo.

— Agora vidas importam?

— Não… Nem pense em usar isso contra mim. Fiz o que precisava fazer da mesma maneira que você. Não é justo jogar tudo pra cima de mim só por que está com raiva.

— Você está perdendo seu tempo tentando me convencer – digo isso e saio. Não deveria ter dito metade das coisas que disse, sei disso, já me arrependo, contudo não vou pedir desculpas. Clarke mereceu cada palavra dita. Não vou me humilhar de novo com Clarke, o beijo que compartilhamos já é vergonha suficiente, não deveria ter baixado minha guarda desse jeito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Oh, Calamity!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.