#1 Tudo Menos a Chuva

Há 5 atrás eu tive um amor de infância quando era uma época de intensa chuva no Japão. Mas ela simplesmente se foi em um dia de chuva. Toda vez que começa a chover, eu me lembro dela. Daquele lindo rosto que parecia ser esculpidos por anjos que foram escolhidos a dedo para criar tal beleza. Seus lindos cabelos castanhos que mergulhavam em seus ombros, resultando em uma curva sinuosa em seu belo corpo. Perdi muito tempo descrevendo ela que esqueci completamente que estou atrasado para a aula de hoje, e pior ainda, não fiz um trabalho de extrema importancia, mas isso não importava, pois sempre fui um aluno exemplar ,onde, se eu tivesse pais, eles jamais poderiam me questionar em questão de desempenho escolar. Ao chegar no colégio, percebi um grupo de pessoas comentando sobre um novo aluno transferido que veio de Tóquio, quando alguem me puxa para trás como se quisesse me cumprimentar. Era meu melhor amigo Urikawa Kyou, que é como um irmão para mim e que posso contar tudo da minha vida para ele, como uma prova de confiança que tenho em Kyou. Ele se mostrou indiferente com a noticia do aluno transferido, coisa que eu também estou fazendo:
- Será que é uma garota? -
o diz como se quisesse demonstrar interesse no assunto mais comentando da sala e não era incomum surgir alunos transferidos nossa sala.
Esse que esta chegando será o terceiro e estamos no meio do ano, então podem surgir mais alguns ao decorrer do ano:
- A expectativa é alta para que seja uma garota, já que temos 10 garotas em uma sala de 35...
- Para mim , pouco importa pois vai ser mais uma dessas metidas da classe que se sentem superior a tudo.
Ele tinha razão quanto a isso, onde a única excessão era Hiyori Takada. Uma garota que lembrava aquelas lindas bonecas de porcelana. Se sentava com classe e tratava todos igualmente, até as pessoas mais odiosas como seu amigo de infância Iki Murao, um delinqüente que estudou em Tokyo dois anos atrás. Um completo idiota do segundo ano do ensino médio, que disseram que se envolveu em uma enorme confusão no seu colégio antigo.
- Você tem razão, Kyou. Mas é bom termos esperanças que seja alguem como a Hiyori. -disse eu com um tom sarcástico, sabendo que ele gostava da Hiyori há bastante tempo.
Ele apenas desconversa e nos sentamos para o inicio da aula, quando decidi ir atrás de Hiyori que era representante de classe, alem de já ter me pedido em namoro uma vez e e eu aceitei, mesmo não a amando. Kyou nunca revelou com veemência que gostava dela, mas eu já havia percebido à bastante tempo. Me retirei da sala à caminho de banheiro, antes de ir a procura dela. Quando passei pela Sala dos Professores, ouvi alguem me chamando:
-Kuroshi-kun!! Estou aqui!
Antes de tudo, agora que percebi que não tinha me apresentado. Me chamo Kuroshi Hyuuga e tenho 15 anos. Espero que nos demos bem...
Eu decide me virar, quando no fundo, quase me deu vontade de ignora-lá ou xinga-lá pelo berro desnecessário que ela deu para poder chamar minha atenção, sendo que estávamos a 3 metros de distancia. Ainda revoltado com isso, pois sou a pessoa do tipo "pavio curto" onde qualquer coisa me deixa completamente irritado, não percebi que aparentava ter alguem dentro da Sala dos Professores ouvindo nossa "conversa" e parecia que ela tinha recuado para sala quando ouviu o meu nome.
-O que foi?. -dizia eu , enquanto me aproximava dela, onde , obviamente ela queria me falar sobre o aluno transferido...
-Quero lhe apresentar a aluna transferida!
Já imaginava, mas antes dela a chamar , uma bela garota saiu da sala, com os olhos meio inchados. Será que estava chorando? Antes que eu tentassse disfarçar o que tinha percebido, ela se apresentou
- Me chamo Muzuhara Aohana. -
Esse nome.... Eu já o ouvi antes, mas não conseguia me lembrar... Espere! É ela! A garota que estava pensando hoje cedo e que penso todos os dias! Aquela que foi meu primeiro e único amor. Era ela sim e estava bem na minha frente. Será que ela ainda se lembrar de mim. Eu a cumprimentei e segui diretamente para a sala de aula, onde a única coisa que veio a minha mente era terminar a prova e ir embora. Antes que eu percebesse, estava chovendo intensamente e acho que não trouxe meu guarda-chuva hoje(de novo). Terminei a prova, sabendo que eu gabaritaria de qualquer forma. Chego ao patio e olho para o céu nublado, no momento que palavras envolvem minha mente. Algo me dizia que ela deve estar fazendo o mesmo agora. Olhando para o mesmo céu e recitando as mesmas palavras:

" Nesses anos percebi que a chuva sempre me fazia lembrar de você. Me lembrar daqueles tempos inocentes. Por isso sempre pedi para que acontecesse de tudo para me esquecer de voce. Tudo menos a chuva. "