Scandal! escrita por Tyrell


Capítulo 3
Prologue Two: Rewind


Notas iniciais do capítulo

OLÁ.
Enfim, esse capítulo vai ser beeeem curtinho. Já estou escrevendo o próximo e vai aparecer uma porção de gente q Não tenho muito o que falar, então acabo por aqui! Até o próximo~



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"The chaotic memories make me confused"

1 de Fevereiro de 2014

Liyuan se via como o sinônimo ambulante de irresponsabilidade. Parafraseando Ramona, se procurassem o significado da palavra num dicionário, encontrariam o nome da chinesa em enormes e pomposas letras garrafais. Perder seu irmão mais novo numa estação de metrô lotada de gente era contra todos os argumentos de Liyuan sobre maturidade e confiança que havia proferido para sua madrasta poucas horas antes. Era para ser uma chance de se dar bem com o caçula, mas, diabos, como conseguiria formar um laço com Dongwan se nem mesmo conseguia cuidar dele direito? Jiyul costumava dizer que ela seria uma péssima mãe e, pela primeira vez em nove anos, Han concordava com a melhor amiga.

Liyuan havia regressado dos Estados Unidos no mês anterior, para comemorar o aniversário do mais novo, entrada de sua irmã gêmea, Liyin, numa universidade respeitável da região e... Bem, o funeral. Não costumava visitar muito a Ásia desde 2012, apenas para os dias de visita de Yixing, aniversários, Natais ou datas importantes. Ou seja, menos de quatro vezes por ano. E não ficava muito tempo no país para dizer que "se divertiu". O fato era que não se sentia bem na Coreia do Sul como se sentia na América (apesar de, ironicamente, não ser a maior fã os Estados Unidos). Liyin brincava dizendo que sua irmã mais nova era fresca demais, mas Yixing sabia a verdadeira razão; ele a compreendia, de certa maneira, nesse sentido.

Aquela vez seria diferente, porque passaria mais de dois dias no país, visto que Yixing sairia do Exército no final do mês e ela queria ser a primeira a dar apoio pessoalmente a ele — ajudá-lo a superar a morte precoce de Jonghyun. Não era, de fato, uma boa hora para deixar sua família. E aproveitaria esse tempo para se aproximar do irmão que havia visto apenas algumas vezes. O irmão que a odiava por abandoná-los sem dizer nada.

Por muito tempo, Liyuan foi a mais nova da família Han. Eram quatro; Jonghyun, o mais velho, era filho de Boa de um casamento anterior, Yixing era adotado desde os catorze anos, e as gêmeas eram as mais novas, filhas apenas de Shu. Foi a mais mimada de todos por causa da idade, mesmo que a diferença entre ela e sua irmã fosse de apenas cinco minutos — Boa e Shu a viam como o "bebê", a que mais precisava de proteção. E fizeram questão de estragá-la ao ponto da menina adorar ser a caçula. Era bom porque podia colocar a culpa em Yixing em tudo. Mas tudo isso evaporou no momento que Dongwan nasceu, quatro anos antes, destruindo o reinado de Liyuan. Talvez fosse o desgosto passado que tinha por ele que resultou no total e natural ódio do menino.

E, agora, ela estava arcando com as consequências de seu orgulho.

Interrogou o máximo de seguranças que encontrou e até mesmo uma velhinha, sem pistas nem respostas do paradeiro do menino. Onde ele poderia estar? Dongwan conhecia aquela cidade até melhor que sua esquecida irmã mais velha e agora poderia estar a quilomêtros de distância. Ou, pior, poderia ter sido raptado. Mais uma desgraça na família em menos de um mês, e, dessa vez, a culpa era dela. Pensou que teria uma crise de pânico quando subitamente viu um tufo de cabelos escuros familiar diante de um rapaz agachado. E correu.

Han não costumava correr muito, ainda mais em lugares com uma grande porcentagem de atrair olhares estranhos para si. Preferia passar despercebida, como um fantasma ou um rouge dos jogos de MMORPG que jogava sem parar por horas. Mas quebrou a regra no momento que detectou seu irmão em meio a multidão, quase tropeçando nos próprios pés no caminho e suando mais frio do que um artista em seu show de debut. Deve ter esbarrado em um milhão de pessoas, mas, ao chegar no setor onde os dois se encontravam, quase desmaiou ali mesmo de tanto alívio.

— Dongwan!— Gritou em plenos pulmões, assustando a criança e seu companheiro. No entanto, quando o pequeno se virou para encará-la com olhos confusos, a chinesa percebeu que havia cometido um enorme engano; aquela criança não era Han Dongwan. Os comuns traços da família Han, como o rosto oval e os olhos grandes, não se encontravam ali e nem em nenhum lugar a vista. E tudo o que passou pela mente de Liyuan naquele segundo foi puro e completo desespero. — Me perdoe... Foi só um engano...

— Lizzy?

Se Han Liyuan fosse um réptil, como uma das cobras que o namorado de sua irmã criava, ela teria deslizado o mais rápido possível daquele lugar no mesmo segundo que ouviu a primeira consoante sair dos lábios daquela voz tão absurdamente familiar. A conhecia há exatamente oito anos, mas estava acostumada a ouvi-la durante a noite cantando as mais difíceis e belas baladas desde que se conhecia por gente — era impossível para Liyuan esquecer da voz de um de seus melhores amigos.

Um.

Dois.

Três.

— Senti sua falta, hyung.

 

 


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