Endlessly escrita por Sereny Kyle


Capítulo 1
one-shot


Notas iniciais do capítulo

essa é a 42ª fanfic da série. A anterior se chama "Frozen Trap"



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Eu saí do banho já vestindo meu pijama, esfregando a toalha com força em meus cabelos para secá-los e parei na porta do quarto, olhando para dentro. Sereny estava sentada em nossa cama, com o notebook em seu colo, batendo nas teclas furiosamente, como acontecia quando estava cem por cento concentrada numa linha de raciocínio e ela mal piscava. Estava trabalhando em seu novo livro.

Pendurei a toalha numa cadeira e me aproximei, entrando debaixo do edredom, fazendo com que ela desviasse sua atenção pela primeira vez, com um sorriso pra mim.

– Desculpe! Não queria atrapalhá-la, escritora-sama! – brinquei e ela revirou os olhos.

– Já quer dormir? – ela esticou o braço e tocou minha face. Eu me movi, puxando-a pra mim e encaixando-a entre minhas pernas, aninhando-a em meu peito.

– Pode continuar – me ajeitei encostado na cama, servindo de encosto para ela.

Ela deixou um selinho em meus lábios antes de suas mãos voltarem a dedilhar o teclado, seguindo de onde tinham parado e eu fiquei observando-a trabalhar, em silêncio.

Quando comecei a namorar uma escritora, eu realmente não sabia o que esperar... Achava que ela teria um milhão de regras e restrições pra mim, mas Sereny não tinha problemas, dizia que eu a inspirava e não existia sentimento melhor do que esse...

Ela não tinha problema que eu ficasse lendo sobre seu ombro, ou que eu soubesse antes de todo mundo o final de seus livros... Ela gostava muito de ter alguém com quem debater o que tinha escrito, alguém que a escutasse falar por horas sobre seus personagens... Isso a ajudava a pensar e eu também ficava muito satisfeito em poder ajudar! Ficava feliz em ser sua inspiração!

Sua concentração era exatamente como a minha quando estava compondo... Ela ia imergindo lentamente, quase como se saísse de seu corpo...

Fechei meus olhos, pendendo a cabeça para trás, ouvindo só o som quase ritmado de seus dedos nas teclas... Eu era capaz de dormir àquele som... Começava a ficar distante e distante, até que simplesmente parou e eu levei alguns segundos para perceber que continuava acordado.

Sereny encarava pensativa a tela do note, lendo o que tinha escrito. Ela fazia muito disso às vezes...

– Tem certeza de que não quer dormir, Kouyou? – ela perguntou, sem precisar se virar para mim para saber que eu tinha quase apagado dois segundos atrás.

– Tenho certeza – respondi, torcendo para não bocejar. – Não temos de acordar cedo amanhã... – beijei seu pescoço delicadamente e ela jogou sua cabeça para trás, deitando em meu ombro. – Travou?

– Hum... Não... – ela mordeu seu lábio inferior, me encarando. – Eu preciso da sua ajuda, Kou... Sabe? Visualização?

Eu dei risada. Mais de uma vez ela me pediu esse tipo de ajuda e algumas eu gostava muito mesmo! Sereny dizia que era mais fácil descrever uma cena quando ela podia ver... Sua mente era capaz de criar muitas imagens que ela nunca vira, mas às vezes um gesto simples era complicado de “visualizar” exatamente por ser simples...

– Sou todo seu – respondi e ela inspirou. Naquele momento, eu não tinha minha namorada em meus braços, minha Ny-chan... Eu tinha a escritora e ela era bastante profissional para se deixar levar.

Ela se ajeitou minimamente e passou seu braço direito por meu pescoço, primeiro por trás, depois, mudou de idéia e prendeu sua mão aos meus cabelos da nuca, num movimento que subia por meu peito. Novamente ela se ajeitou, ficando ainda mais colada a mim, sentada sobre minha coxa esquerda, para seu rosto ficar na mesma altura do meu. Segurei sua cintura, para mantê-la equilibrada e seus olhos também analisaram aquilo.

– Tão séria... – brinquei e sua expressão relaxou num sorriso que não se fechou mesmo depois que ela voltou a se concentrar no que estávamos fazendo ali.

Seu rosto se aproximou do meu e ela uniu nossos lábios calmamente, sem soltar minha nuca. Subi minha mão esquerda por suas costas e segurei seu rosto em nosso beijo com a direita, recebendo um sorriso em resposta. Ela se afastou, voltando à posição inicial, como se nada tivesse acontecido e eu dei risada.

– Ajudou? – perguntei, inspirando profundamente, tentando me controlar, enquanto passava minhas mãos por meus cabelos. Ela sorriu para mim.

– Ajudou muito! Gosto quando você reage!

– Acho que já está na hora de começar a me creditar como co-autor! – afundei o rosto na curva de seu pescoço e ela deu risada.

– Se eu fosse creditá-lo por tudo o que você faz... – beijei sua pele e mais uma vez ela deitou a cabeça em meu ombro. Eu gostava de vê-la trabalhando, mas eu amava distraí-la.

– Como é mesmo aquela frase que você sempre diz? Sobre um escritor se apaixonar? – prendi sua cintura com meus braços e ela afastou a mão do teclado de uma vez, para enganchá-la em meu pescoço outra vez.

– “Se um escritor se apaixona por você, você viverá eternamente” – ela recitou e eu sorri. Era exatamente isso que significava ser a inspiração dela pra mim!

– Eternamente... Parece bom pra mim – sussurrei em seu ouvido e ela se soltou de meus braços apenas para fechar o notebook e tirá-lo de cima da cama, voltando para mim e se sentando em meu colo, com os braços em meu pescoço e os lábios deslizando nos meus suavemente.

Deitei-a sobre o colchão e fiquei sobre ela em silêncio, olhando fundo naqueles olhos castanhos que me encantavam da mesma maneira como da primeira vez que eu os olhei de verdade. Sereny brincou com seus dedos em meu cabelo e eu me debrucei sobre ela para beijá-la.

– Sua eternidade vai ser maior do que de qualquer outro – ela sorriu, mordendo seu lábio inferior, ficando levemente corada. – Você está em tudo o que eu escrevo desde antes de nos encontrarmos... – uni nossos lábios mais uma vez e ela segurou meu rosto entre suas mãos, carinhosamente.

– E eu vou te amar por uma eternidade ainda mais do que essa!


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Notas finais do capítulo

mereço reveiws??

a próxima se chama "O Meu nos Teus Braços"



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