POV THOMAS

Esfreguei minhas mãos tentando em vão aquece-las. Estava ficando gripado e meu nariz estava vermelho, porém continuei encostado no meu carro esperando os gêmeos chegarem com minha namorada.

Não tinha ficado nem um pouco contente em saber que ela ainda falava com o Jean, ainda por cima depois do que ele quase fez. Mas concordava com ela em uma segunda chance, só que poxa, ele é ex-namorado dela. Dificultava um pouco.

Vi o carro do Yuri chegar e os gêmeos saírem, logo depois a Liz saiu de lá vestindo calças e um suéter, por baixo do sobretudo. Bati na mão de Yuri e cumprimentei Yan com um aceno da cabeça, ele ainda estava magoado por estava namorando sua irmã mais nova.

Abracei Elizabeth e lhe beijei rapidamente. Seus lábios estavam gelados e senti o gosto de menta.

– Oi, como está? – perguntei e ela sorriu me abraçando

– Eu estou bem – respondeu – E com muito frio.

– Eu também – falei, Londres até quando era pra fazer calor fazia frio

Eu tive vontade de rir quando olhei ao redor e vi o rosto dos meus “amigos”. Passei meu braço por cima dos ombros de Liz e a puxei para dentro do colégio. As pessoas estavam acostumadas a se afastarem de mim quando eu passava pelo corredor.

O melhor era a cara dos adolescentes, que tentavam esconder a surpresa. Parei do lado da Elizabeth enquanto ela parava em seu armário. Ela estava com as bochechas vermelhas, como o nariz fino e arrebitado.

– Não gosto de toda essa atenção – ela disse me olhando rapidamente

– Depois vai passar – eu garanti – É só porque é notícia nova.

– Bando de idiotas – resmungou

– Quer ir passear depois da aula? – perguntei

– Tá muito frio para ir para qualquer lugar, Thom – respondeu

Um sorriso surgiu no meu rosto.

– Se quiser eu te esquento – falei sorrindo descaradamente

– Safado – respondeu e abaixou um pouco seu rosto fazendo o cabelo cair para que eu não visse seu sorriso de lado

– Você gosta – respondi no seu ouvido e mordi sua orelha

Ela riu e me olhou. Ok, seu olhar mexeu algo comigo, me forcei a pensar qualquer coisa, a Liz não era desse tipo e merecia ter um tratamento especial. Só que... entendam meu lado, sou homem no final das contas.

– Mas sério, se quiser ir lá em casa assistir um filme, pelo menos – respondi e ela assentiu

– Tudo bem, baby – respondeu e me deu um selinho – Vou me atrasar para a aula.

– E o quê que tem?

Liz me mandou um olhar feio.

– O que tem é meu futuro em jogo – respondeu

Revirei meus olhos.

– Você é muito nerd – provoquei

– Então procure alguém que não seja – disse e fechou a porta do armário

Eu ri um pouco e isso pareceu deixa-la cada vez mais com raiva.

– Eu amo minha nerd – falei lhe olhando nos olhos e ela revirou os delas

– Idiota – falou simplesmente e me deu outro selinho saindo para a sala dela

Também fui para minha aula, que foi um tedio. Na hora do almoço, procurei Liz em todo canto, mas não achei, por essa razão sentei junto com os gêmeos. Williane, passou as mãos no meu braço e senti o olhar fulminante de Yuri em mim.

– Então qual é a aposta da vez? – perguntou

– Não tem nenhuma aposta, Williane – respondi

– E qual a outra razão você começaria a namorar a nerdzinha? – perguntou

– Porque eu gosto de verdade dela – respondi, olhei rapidamente nos seus olhos para confirmar minha afirmação, notei Liz entrando junto com sua amiga e aquele carinha gay

Me aproximei e beijei sua bochecha, a Elaine sorriu amigavelmente para mim e o amigo gay delas também. Sentamos em uma mesa e ficamos falando besteiras, notei como seus amigos se importavam com ela e como eram engraçados.

– Vão fazer alguma coisa, ou ela pode ser minha hoje? – perguntou Elaine

– Agora ela é só minha – falei rindo – Desistam, eu monopolizo ela.

– Assim complica né, cara?! – brincou – Dias de terça e quinta ela é só minha.

Eu ri pelo nariz e abracei Liz, a apertando contra mim e dei língua para Elaine. Beijei a bochecha da minha namorada, que tudo que fazia era rir da pequena atuação da sua amiga.

– Nunca, né, Baby? – perguntei – Você só vai ser minha.

– Pode parar – Elaine fez cara de brava – Sou melhor amiga dela, é tipo, um casamento!

– Você me traia esse tempo todo? – perguntei falsamente ofendido para Elizabeth

– Sinto muito, amor – ela diz com uma mão no coração – Mas sim. Você foi apenas um romance fora do casamento.

Tirei meus braços e olhei para a luz dramaticamente.

– Nunca pensei que seria usado – e olhei para ela que tentava não rir – Eu fui usado.

Ela pegou meu queixo e me fez olhar nos seus olhos.

– Foi usado e abusado – ela riu e eu também

Depois voltamos cada um para as aulas, no final fiquei esperando pela Liz, no estacionamento. Logo ela veio rindo e falando com Jean. Senti uma pontada de ciúmes e tentei ignorar. Só que como eu posso ignorar minha namorada rindo para seu ex-namorado?

Ela chegou e me abraçou, e em seguida me beijou timidamente. Passei os braços ao redor dela e olhei para Jean que nos encarava descaradamente. A raiva borbulhou dentro de mim e simplesmente abri a porta do meu carro para ela.

– Vamos para sua casa? – perguntou

– Sim, senhora – eu disse e pisquei um olho – Para você usar e abusar de mim.

Ela riu me olhando.

– Idiota – disse

Chegamos e logo percebemos que hoje era o último dia do trabalho em que deveríamos dizer algo que odiamos um no outro. Realmente, começamos o trabalho nos odiando, mas agora é totalmente o contrário.

– Você vai encadernar? – perguntei procurando algum filme

– Sim – ela disse – Realmente nos odiamos muito, hein.

Falou sacudindo as folhas e eu lhe mandei um olhar e beijei sua bochecha.

– Te odeio – falei brincando

– Também te odeio – ela disse com um sorriso de lado

No fim, foi ela quem escolheu o filme, que foi um romance. No meio do filme ela beijou meu pescoço, me tirando a atenção daquele filme horrível. A puxei para mais perto e lhe beijei.

Umas das coisas que eu mais gostava de fazer era beijar Elizabeth, tinha alguma coisa no seu beijo que me deixava louco, e me fazia ficar cada vez mais viciado nela.

Senti sua mão entrar na minha blusa e bem devagar, passei meu corpo por cima do seu, apertando sua cintura por baixo da blusa. Então logo eu estava tirando seu suéter.

Notei pelo jeito que se se afastou que ela ainda era virgem. Não que eu esperasse outra coisa, porque até me dava dor de cabeça imagina-la nos braços de outro cara, fazendo outras coisas.

– Desculpa – ela diz num sussurro

– Ei, não tem problema – eu digo e lhe dou seu suéter

– Não é como se eu não quisesse – ela diz com as bochechas rosas – Mas acho que ainda não estou pronta.

Lhe abracei, a trazendo para cima do meu corpo sem nenhuma malicia e lhe beijei mais calmamente que conseguia. Suas mãos estavam no meu peito, e eu a abraçava.

– Temos tempo – falei quando nos afastamos o bastante e ela sorriu

– Safado – disse simplesmente, decidimos voltar a assistir o péssimo filme então

POV NARRADORA

Jean ainda não tinha se acostumado com o novo namorado de Liz, nem entendia o que ela via nele afinal. Ele era um babaca, não era? Mas mesmo assim, não conseguia ficar longe dela. Depois das aulas decidiu comprar algumas flores e levar para uma prima que estava vindo passar um tempo.

Foi até o centro e entrou na primeira floricultura que achou. Pediu violetas para uma senhora que estava na porta, ela parecia ser a dona ou algo assim, pois ela mostrava seu poder.

– Emma, prepare Violetas para esse rapaz, sim? – falou e ele não prestou atenção pois estava encantado olhando para umas flores roxas

– Sim, senhora – a moça diz e sai

Jean ficou em um canto esperando pela funcionaria voltar, e ficou boquiaberto quando ela simplesmente chegou perguntando qual a cor da fita. Ela era a mulher que ia ao seu restaurante. Emma, esse era seu nome, ele se lembrava dela.

– Lilás – respondeu, ela terminou de fazer seu trabalho e lhe entregou

Jean lhe entregou o dinheiro, mas quando ela tentou puxar o dinheiro para si, ele segurou com força.

– Emma né? – perguntou com um sorriso no rosto, ela tinha um olhar divertido para o que estava acontecendo – Sou Jean Grespan.

– Prazer Jean – ela disse agora sorrindo de lado – São 13 dólares.

Ela olhou divertida para ele. Bem, bonito ela não podia negar, o cara tinha aquele estilo nerd-chic, e que para falar a verdade era muito bem seu tipo. Ela lhe deu o troco e sorriu mais ainda.

– Nos vemos na próxima vez que for no restaurante – ela diz

Jean apenas ri e passa as mãos pelo cabelo.

– Ou talvez mais cedo, Emma – respondeu e saiu em disparada

Fui até o aeroporto esperando pela minha priminha. Então finalmente a vejo vir na minha direção com duas malas gigantes. Raphaela era muito bonita, branca com cabelos castanhos e olhos verdes-cinzas.

A abracei e sorri. Nossa família nunca foi muito grande, ainda mais porque meu pai é órfão e minha mãe só tinha uma irmã, que gerou essa coisa mais chata de todas. E a mais legal também.

– Meu Deus, você está lindo – disse e apertou minhas bochechas com força

– Ai, sua chata – tirou suas mãos do rosto dele – E eu sou lindo, ok?

– Honesto, humilde – ela começou a dizer, mas Jean começou a rir

– Que saudade – respondeu ele e ela riu

– Também – disse ela – E vamos para casa, estou morta. É uma viagem horrível de New York para Londres sabia.

– Lógico que sei – respondeu – Pra que tanta coisa, mulher?

Ela apenas o olhou.

– Tá, desculpa – disse pegando uma delas

– Vamos, que eu quero descansar antes de achar os gatinhos ingleses – falou e Jean riu

– Espero pelo dia em que vá prestar, Rapha – falou Jean alegre