Perfectly Imperfect escrita por Ana Martins


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Oie gente, quero agradecer a todos que comentaram!



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Acordei no dia seguinte me sentindo mau. Doía meu corpo inteiro, mas mesmo assim me levantei e tomei um banho, e logo depois desci para tomar café. Porém já estava muito tarde para isso, até minha mãe já tinha saído para o escritório, então simplesmente sai com meus irmãos.

– O que você têm? – perguntou Yuri

– Nada – falei baixo e agradeci mentalmente por ter chegado

Sai do carro e vi Thomas me olhando curiosamente, senti vergonha e meu rosto esquentar, então abaixei minha cabeça e entrei no colégio. Elaine me encontrou no armário e ao olhar no meu rosto perguntou qual era meu problema. Ela sabia que tinha alguma coisa, nós erámos amigas a muito tempo, nos conhecíamos muito bem.

– Não estou namorando mais – falei simplesmente e ela me olhou querendo mais detalhes – Não posso contar aqui, depois da aula posso ir na sua casa?

– Claro, mas você não tem o trabalho com Thomas? – perguntou seus olhos desviando para trás de mim, dei uma olhava e vi ele cercado de meninas e revirei os olhos

– Eu odeio até o jeito que ele respira, acho que vou conseguir fazer o trabalho sem ter que passar raiva – respondi e ela deu ombros, e nós duas fomos para a aula

O dia passou muito devagar e logo depois quando eu colocava uns livros dentro do armário distraidamente, Thomas apareceu do meu lado, se encostando na parede como quem não quer nada.

– O que você quer encosto? – perguntei com um sorriso forçado

– Poxa, só queria saber se estava bem – ele disse e fingiu ir embora – Não falo mais.

Peguei seu braço.

– Obrigada – falei corada

– Por nada sua gorda – ele disse sorrindo de orelha a orelha

– Mas agora me veio algo à mente – falei – Você estava me seguindo?

Ele pareceu constrangido.

– Claro que não – falou – Ia encontrar um amigo, mas aí eu vi o Escroto do Grespan te puxando para um beco, então agi por impulso.

Acho que o que eu fiz agora o surpreendeu mais que tudo. Eu o abracei do nada, e depois de algum tempo ele correspondeu. Me afastei constrangida e tirei o cabelo do rosto.

– Me desculpa, só que provavelmente seria estuprada ontem se você não tivesse aparecido – falei e sai praticamente correndo

Vi Elaine conversando com Robson tranquilamente no jardim. A casa dela era a três quarteirões daqui, então fomos conversando à pé. Logo vimos aquele pequeno portão que levava ao segundo andar, onde ela morava apenas com a mãe e a irmã.

Seu apartamento não era gigante, na verdade era pequeno e apertado, a sala terminava praticamente dentro da cozinha. Mas de alguma forma aquilo me fazia bem. Sorri para sua irmã mais nova, de apenas três anos. Sofia era muito fofa e eu tinha uma vontade enorme de pega-la e coloca-la em um pote para guardar para sempre.

– Oi, tia Liz – falou com aquela voz de bebê

– Oi Sof – falei lhe pegando no colo

– Sof a tia Liz quer ir pro quarto com a maninha, deixa ela ir? – perguntou a mãe de Elaine

Sofia fez carinha de triste mas ainda sim foi para o colo da mãe. Quando me sentei na cama da Elaine me senti em casa, mas ela tinha apenas fechado a porta e ficou me encarando esperando algo.

– Você passou o dia estranha, falou que terminou com o Jean e sim eu vi, eu vi você abraçando o Thomas – ela disse – O que diabos está acontecendo Liz?

– Er – eu disse corando – Eu vou contar, do começo.

Lhe contei toda a historia, desde que eu estava na casa do Thomas e ele tinha dito que eu e Jean parecíamos mais um tipo de amigos do que um casal e como eu fiquei magoada e depois pedi para Jean me encontrar na praça, só que ele parecia drogado e tentou me estuprar.

Elaine me olhou espantada e depois me abraçou.

– Eu juro que vou fazer ele não poder mais ter filhos – falou para mim – Eu devia saber que ele não era uma boa ideia.

– Não tinha como saber – falei e me deitei na cama

– Não posso fazer nada agora, mas que tal comer um cachorro quente que minha fez hoje de manhã – ela falou – Está maravilhoso.

Sorri para ela. Poxa, não poderia pedir uma amiga melhor. Passamos a tarde assim e como amanhã era fim de semana não me importei em ficar até tarde, até que meus irmãos me ligaram para saber se ainda estava viva. Pedi para que viessem me buscar, estava com medo de ir embora a essa hora da noite sozinha.

Quando entrei no carro, Yan se virou para mim e me perguntou:

– Não me diga que está grávida – pediu e notei Thomas do meu lado

Quase cuspi a água que bebia da garrafa. Thomas me olhou espantado e começou a bater nas minhas costas, só que ele era forte demais e quase estava me jogando no chão. Balancei meus braços tentando me soltar de Thomas e olhei feio para meu irmão.

– De onde tirou essa ideia absurda? – pergunteigritei para meu irmão, ele encolheu os ombros

– Você estava pálida hoje, e não comeu, depois se acabou no almoço e depois pareceu passar mau – ele disse – Sei lá, só juntei os pontos.

– Seus pontos estão mais que errados – falei – Não estou grávida. Só... estava mau porque terminei com Jean.

– Já? – Yuri falou surpreso

– Porque? – Yan perguntou

– Tivemos uma... briga – falei e notei Thomas me olhando pelo canto do olho

– Ele fez algo? – perguntou Yuri serio

– Nada que importe agora – falei olhando pela janela – Vamos logo para casa!

Eles me deixaram em casa e pelo que soube, foram para uma boate. A única coisa que fiz foi pegar meu pote de sorvete, colocar um pijama confortável e começar a assistir minhas series, hoje estava assistindo Doctor Who, nem vi quando adormeci.

Acordei horas depois com os meninos chegando bêbados. Pelo menos pelo que eu ouvia, Yuri e Yan estavam num estado péssimo. Alguém desligou a Televisão e ouvi eles falando.

– Leva minha irmã para o quarto? – falou Yan com voz de bêbado – Aquele babaca magoou ela, não acredito, ela é minha maninha Thomas. Não posso deixar assim, ela merece algo bem melhor.

– Tá bom, vou levar ela para o quarto, mas primeiro vou te levar para um chuveiro de água bem gelada – Thomas sussurrou

Logo ouvi o som do chuveiro, continuei de olhos fechados tentando dormir novamente. Então senti uma respiração quente perto do meu rosto, tinha um cheiro de bebida mas ainda dava para sentir o cheiro de hortelã que era embriagante.

– Eu sei que você não está dormindo – falou no meu ouvido, não me mexi – Vamos Liz, não me faça te pegar no colo.

Na verdade eu queria que ele me pegasse no colo, porque estava morrendo de preguiça de subir as escadas. Senti seu nariz tocar o meu e arfei abrindo os olhos de uma só vez e encontrei seus olhos verdes me encarando atentamente. Ele sorriu de lado e não se afastou. Me incomodei, ele estava muito perto.

– Acordou Bonitinha – falou

– Não, eu sou sonâmbula – respondi e sorri de lado virando meu rosto – Pode me deixar levantar?

Ele ainda estava muito perto. Sua boca estava bem vermelha e bem convidativa.

– Não – falou

– Não? – perguntei

– Já levou ela cara? – perguntou Yan aparecendo do nada – Você quer beijar ela mano? Não, não e não. Sai de perto.

– Claro que não – Falou Thomas ao mesmo tempo que falei:

– Claro que ele não ia me beijar – falei e nos olhamos, peguei meu cobertor e olhei pro meu irmão nem parecia o mesmo estando bêbado – Vai dormir Yan. Boa noite Thomas.

Acabei que subi as escadas por mim mesma, mas quando deitei na minha cama todo o sono tinha se evaporado. Fiquei tentada a ir na cozinha para pegar aquela bolacha recheada que tinha escondido, mas estava com medo de me deparar com Thomas. Então passei a maior parte da noite na varanda olhando o céu estrelado com um livro aberto em cima da barriga.

POV THOMAS

Acordei cedo, pois o Yuri começou a passar mal e o levei para o banheiro, serio, sou um ótimo amigo. Cuidar de bêbado é um saco. Era mais ou menos quatro e meia da madrugada e como já estava acordado decidi ir na sacada para ver o nascer-do-sol.

Só não esperava ver Liz na sacada dela. Tinha um cobertor dos pés à cintura, tinha um livro aberto em cima da barriga, sua cabeça pendia para o lado enquanto dormia. Sorri de lado com a visão. Então apenas fiquei lá encostado na parede ouvindo o que parecia um elefante morrendo mas era apenas Yuri no banheiro.

O nascer-do-sol logo começou a aparecer, fiquei apenas observando. Vi pelo canto do olho Liz se mexer, provavelmente se incomodando com a claridade e logo vi ela abrir os olhos. Ela ainda não tinha me notado, seu cabelo estava meio bagunçado e com os olhos meio inchados do sono, então pegou o cobertor e foi para dentro do quarto.

Fiquei mais um tempo então entrei novamente no quarto do Yuri, percebi que ele tinha apagado no banheiro. Então simplesmente sai do quarto com a ideia mais estupida da minha vida. Eu fui pro quarto da Liz. Entrei no quarto sem bater e me deparei com incríveis olhos castanhos claros meio esverdeado.

– O que faz aqui? – perguntou

– O Yuri parece um elefante dormindo, e eu que não consigo dormir – respondi e troquei de peso

– E daí? – perguntou com um sorriso de lado, fazendo involuntariamente outro sorriso surgir no meu rosto

– Vou dormir aqui – falei e me deitei do seu lado

– Sorte sua que já estou levantando, senão chutaria sua bunda daqui – falou e levantou pegando uma muda de roupa e se trancando dentro do chuveiro

Me aconcheguei na sua cama e me enrolando no seu cobertor sentindo um cheiro doce de baunilha e um cheiro de morango, acho que era o cheiro do seu creme de pele. Esses foram meus últimos pensamentos antes de apagar.


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Notas finais do capítulo

Tá, só visando que só vou postar no próximo fim de semana! E feliz dias das Crianças, ou Crionças né? huahushaushasuh
Lembrando, comentem, favoritem e recomendem a fic!



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