Lua Nova do Eduardo escrita por AmandaC


Capítulo 30
Intrusa


Notas iniciais do capítulo

Genteeee.... peço um milhão de perdões pelo tempo que fiquei afastada. Não esqueci de vocês não. Primeiramente estive bem doente, fiquei internada e tudo, depois teve o tempo de recuperação e tal. E então eu consegui um emprego e tudo foi me ocupando. Agora estou me organizando melhor. Beijos. Espero que compreendam.



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O barulho se repetiu.

Eu sou macho sabe, não tenho medo de qualquer coisa. Mas enfim, eu estava um pouco abalado, sabe, e era o meio da noite entende, e tinha um vampiro maluco querendo me matar... Então, meus nervos estavam um pouco, digamos, abalados.

Somente isso, entende.

Esquece, eu sou um nada, um fracote. Um garoto mutilado por uma garota... Um nada.

O barulho se repetiu. É claro que eu não gritaria. Embora, desejasse que minha mãe pudesse me proteger naquele momento... Ah, esquece isso, foi um lapso momentâneo e já passou.

Então, uma voz, conhecida:

- Eduardo, abre a janela, por favor.

Corri para a janela, e então, um vulto magro saltou para dentro. Eu não podia me acreditar. Não só pela graciosidade e leveza com que ela saltara, mas também pela altura da qual ela havia pulado.

Bom, também, as garotas fazem loucuras por mim.

Depois, tive que me fazer de difícil. Cruzei os braços e fiquei sério, como se não me importasse com a presença dela.

- O que você faz aqui? – perguntei, uma voz grossa.

- Estou tentando manter minha promessa. – respondeu ela, olhando-me nos olhos.

Ela parecia triste. Eu não conseguia entender. Bom, eu realmente deveria fazer falta para ela, claro. Ou não... eu não faço falta para ninguém.

- Que promessa? A de entrar no meio da noite na casa da minha mãe? – resmunguei, não queria muito papo com ela.

- Não. Eu não queria te magoar. Só vim tentar explicar as coisas. – ela parecia nervosa, e irritada.

Julia estava ali, mas no fundo, não era a minha Julia, era a Julia nojenta de Emilia. E essa Julia eu não suportava.

- Quem vê você me... – mas não consegui terminar. Sim, ela me magoa, assim como outra antes dela fez o estrago maior em mim.

Que merda, eu era uma frutinha agora. E não me importava. Porque eu havia sido quebrado, magoado, destruído, arrasado...

Então eu não me sentia bem. Eu estava simplesmente quebrado demais. Não havia como entender o modo como eu ainda andava, respirava e vivia, do modo que eu estava detonado. Cambaleei até minha cama, Julia acompanhou-me, sem me tocar, parecia sinceramente preocupada.

- Você está bem?

- Ótimo. Aliás, não vejo como minha vida poderia ser melhor. – ironizei.

- Desculpa Eduardo. Aconteceu que eu não podia... argh, não posso te contar a... a... a verdade. – ela parecia prestes a se engasgar.

- Inventa outra. – resmunguei, estava cansado. Não só fisicamente, cansado de tudo, das dores, da vida...

- Eduardo, eu ainda quero ser sua amiga, mas tem algo... argh, tem algo maior, algo que me impede...

Eu a fitei, confuso.

- Você já teve um segredo, um segredo que não podia contar pra ninguém, porque o segredo não era seu?

Eu fiquei em silencio, lembrando que eu realmente tinha esse tipo de segredo. E mesmo agora, mesmo depois do que me aconteceu, eu nunca o revelaria a ninguém.

Julia entende isso como um sim.

- Eu estou na mesma situação. Não posso contar. – murmurou, e parecia tão infeliz que me penalizei.

- Tenta. – pedi.

- Não dá... algo me... me impede. – ela parecia ter dificuldades em continuar.

- A Emilia? – disse, irritado.

- Não é culpa dela Edu... É maior do que nós e não... não podemos revelar. Tipo, não temos escolhas é... é... quase nosso destino.

- Eu não entendo...

- Eu sei. – ela comentou. – É por isso que vim. Estou tentando explicar. Mas não posso. E quando ela souber ela vai ficar furiosa comigo. – Julia parecia triste.

- Então não conte nada a ela.

- Não é algo que eu possa evitar. – ela deu um sorriso amargo.

- Então fugimos. – sugeri. – Vamos para longe daqui. Longe da Emilia. Eu faço isso por você. – eu não sei que louca me deu, mas enfim, fiz essa sugestão.

Julia sorriu, e parecia um pouco com seu antigo sorriso.

- Se isso ajudasse eu aceitaria fugir com você...

Ela pegou minha mão, me incomodou um pouco. Mas confesso que sentia falta de nossa amizade.

Ficamos daquele jeito, em silencio por algum tempo. Até que Julia falou.

- Sabe o que eu mais sinto raiva. É que você já sabe de tudo. Eu já te contei.

- Não. Você não contou nada. – rebati.

- Contei sim. – ela se ergueu, andando pelo quarto, agitada. – Lembra quando conversamos na praia... as hist... hist...

- Histórias?

- Isso. Eu te contei... algumas.

- Lembro. – murmurei. – Os frios.

- Sim. – ela se animou um pouco. – E a outra... ah, ah, outra... lembra? – ela parecia com dificuldades para falar.

Tentei lembrar, mas não consegui.

Julia ficou decepcionada.

- Eu entendo porque você só lembra dessa história. Bom, eu tenho que ir, mas se você lembrar da outra história, me liga, mesmo que não queira mais falar comigo...

- Mas...

Julia apenas me abraçou rapidamente e saltou da janela. Eu quase gritei, mas quando vi ela já estava correndo para longe de minha casa.

História? Qual era a outra história?


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