Lua Nova do Eduardo escrita por AmandaC


Capítulo 3
Festa




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Logo ouvi o carro de minha mãe estacionar na garagem, a puddle cor de rosa latindo para ela e minha mãe falando com o cachorro! Eu mereço! Até que Renata entrou com uma grande caixa de pizza. Meu estomago farejou furiosamente. Eu estava faminto.

- Feliz Aniversário Duduzinho! – ah eu ia morrer! – Trouxe uma pizza gigante para comemorarmos! – ela comentou, toda animada, mostrando a caixa, caso não tivéssemos reparado. Ela notou Clara. – Olá Clara!

Embora, nas primeiras semanas após meu “acidente” no Rio, minha mãe tivesse ficado um pouco ressentida com Clara, culpando-a por isso. Logo Renata havia se perdido no encanto das irmãs Buzzi. Sim, por que minha mãe era uma super fã de minha cunhada Elidia.

Jantamos em silencio. Minha mãe sempre fazia o mesmo comentário sobre a falta de apetite de minha namorada:

- Você devia comer mais. É por isso que está tão magrinha!

Clara deu um sorriso educado, mas eu era um pouco diferente dela.

- Para de incomodar a moça mãe. Que chatice!

Talvez Renata tenha ficado chateada, ou não, acho que ela já está se acostumando comigo e meu jeito. Ela se levantou e achei que iria sair chorando, para meu alivio, não foi isso que ela fez, na verdade, foi muito melhor: trouxe meus presentes!

- Esse é meu! – ela me entregou uma câmera digital. – E esse foi seu pai quem mandou. – era um álbum de fotografias.

Olhei para o álbum, cético. Isso não era a cara do meu pai.

- Acho que tem o dedo de alguém na escolha desses presentes.

Renata deu de ombros.

- Quero que tire muitas fotos em seu ultimo ano na escola.

Eu liguei a câmera e tirei uma foto da Clara, eu nem tinha certeza se ela iria aparecer, mesmo assim eu queria tentar. Para meu alivio, uma deusa grega decida do Olimpo pouso em minha câmera. Como ela podia ser tão perfeita?

- Renata, gostaria de saber se o Eduardo está disponível essa noite. Meus pais preparam algo em comemoração ao aniversário dele. – Clara explicou, olhando para minha mãe.

- Ah... – percebi que ela iria protestar. Me intrometi, como se desconhecesse os planos.

- Sério? Ah, deve ser tão legal. Não temos nada planejado aqui em casa. Eu iria adorar! – usei todo meu animo possível. Clara me olhou com as sobrancelhas erguidas. Mas, eu sabia que Renata não recusaria algo que eu quisesse muito.

Dito e feito.

- Tudo bem. Podem ir. E leve a câmera, quero muitas fotos! – ela comentou.

- Boa ideia Renata. – Clara elogiou. – Não gostaria de ir junto? – eu fiz uma careta, por um instante achei que ela fosse dizer que sim.

- Não. Obrigada. Tenho que lavar a roupa. Se divirtam!

Imediatamente levantei, antes que ela mudasse de ideia.

- Tchau! – mal acenei, peguei a mão de Clara e a puxei para fora. Cada ideia que ela tinha!

Enquanto o maravilhoso volvo seguia para o norte, Clara puxou um assunto interessante.

- Acho que você devia aprender a dirigir! – comentou.

- Eu já sei dirigir ok? Eu só preciso de prática. Se eu tivesse um carro... ou se alguém me emprestasse um... – joguei a indireta bem direta.

Ela deu uma risadinha.

- Não sou louca de deixá-la estragar meu carro!

Fiquei irritado e não falei mais com ela.

Quando chegamos na casa, toda iluminada, percebi que também havia sido toda decorada. Fiz uma careta para aquilo – gosto de presentes, não de festinhas infantis!

Clara já estava ao meu lado quando eu abria a porta e com um olha de aviso, saia sem sua ajuda. Bati a porta e peguei sua mão, guiando-a para o interior da casa.

- Gosta de estar no controle! – ela comentou, a voz divertida.

Meus lábios se crisparam num meio sorriso. Quando passei pela porta, eles me receberam com um perfeito coro “Feliz Aniversário Eduardo!”.

Elidia havia deixado tudo perfeitamente arrumado, havia uma mesa com um enorme bolo, o que presumi, era somente para mim, já que ninguém daquela casa comia.

Os pais de Clara – encantadoramente jovens e belos – estavam mais próximos. Esther veio me dar um abraço, seus cabelos cor de caramelo alisando minha bochecha. Carlos apenas deu uma apertada em meu ombro, com um sorriso amigável – lembrei-me de quando fui apresentado a ele, meu medo pelo papai vampiro da namorada vampira!

Etelvina e Edvandro estavam logo atrás dele. O que era uma surpresa vê-los, já que supostamente haviam ido estudar na capital, eu sabia que isso não era verdade, mas imaginava que eles nem estavam no Brasil. Etelvina não me encarou, mas também não sorriu, isso era um tanto chato, ainda mais por ela ser a vampira mais perfeita que eu já vi. Sua beleza era de arrasar. Bom, tudo bem que eu prefiro minha Clara, mas não posso negar que sua irmã é linda demais.

Edvandro é outra história. Ele estava com um largo sorriso para mim. E parecia me adorar. Ele gostava muito de implicar comigo por ser humano e adorava lembrar que eu era carregado por minha garota! Humilhante!

- Você não mudou nada. Ainda consigo ver minha irmãzinha te carregando. – ele deu uma gargalhada monstruosa.

Eu olhei irritado para ele.

- Eu tenho que sair, rapidinho. Não faça nada engraçado antes de eu voltar.

Elidia soltou a mão de Joaquim e se aproximou animada em minha direção. Joaquim sorriu para mim e manteve certa distancia.

- Hora de abrir os presentes! – Elidia comentou, animada. Ela pegou no meu ombro com as mãos frias e me guiou até a mesa. – Abra! – ela trocou a câmera da minha mão por uma caixa.

Era tão leve que parecia vazia. A etiqueta dizia que era de Edvandro, Etelvina e Joaquim. Apressado rasguei o papel. Era algo eletrônico, a julgar pela caixa, mas não entendia as inscrições. Abri a caixa, tentando descobrir seu segredo, mas estava vazia.

- Hu... – eu estava decepcionado. – Valeu!

Etelvina deu um sorriso. Joaquim gargalhou.

- É um som pro seu carro. Edvandro está instalando agora mesmo.

- Que carro? – fiquei confuso e animado.

Clara sorriu para mim.

- Achamos que por chegar a maioridade você precisava de um carro. É simples para que sua mãe não fique desconfiada. Elidia vê que ela não vai se incomodar... muito.

- É isso ai cunha! Obrigada! – pisquei para Elidia. – E obrigada pelo som, Joaquim, Etelvina e EDVANDRO! – falei um pouco mais alto, mesmo sabendo que ele ouviria de qualquer forma.

Eu ouvi a risada dele, vinda do MEU carro! Ai meu pai, eu não via a hora de vê-lo. Tinha que me conter para não dar saltinhos na frente deles.

- Agora o meu e da Clara. – Elidia me entregava outro embrulho.

- Tem mais? – fiquei surpreso. Pegando o novo embrulho. Eu passei a mão na fita e ia puxá-la. – Diabos! – exclamei. O papel havia cortado meu dedo. Parei para examinar a gota de sangue que fluía do corte.

Então, tudo aconteceu rápido demais.

- Não! – Clara rugiu.

Ela se jogou diante de mim, eu acabei caindo por cima da mesa. Tudo virou uma confusa de bolo, pratos quebrados e Eduardo.

Joaquim se jogou contra Clara, o som era de duas pedras se chocando. Mas o que realmente me aterrorizou, foi o rosnado que saiu dele.

Joaquim tentava passar por Clara, mostrando seus dentes a alguns centímetros do rosto dela. Edvandro pegou Joaquim por trás no outro segundo, segurando-o com seu aperto de aço. Joaquim lutava, seus olhos selvagens colados em mim.

Depois do choque só ficou a dor. Eu cai ao lado do piano, para amparar minha queda coloquei meu braço, que se cortou com os cacos que estavam no chão. Só agora eu sentia a dor queimando desde o meu pulso até o cotovelo.

Confuso e com aquela dor, olhei para cima, tentando não olhar muito para o sangue. É tão ruim que eu tenha problemas com sangue. Mas foi terrivelmente pior encarar os olhos de seis vampiros repentinamente vorazes.

Eu só podia estar num pesadelo.


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