Lua Nova do Eduardo escrita por AmandaC


Capítulo 1
Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Começando mais uma história! Espero que gostem!



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Eu levantei e sentei na cama, me sentia frágil, cansado, minhas juntas doíam a cada simples movimento. Eu não tinha certeza se poderia levantar da cama. De repente, a porta do quarto se abriu e a criatura mais perfeita do mundo apareceu – Clara Buzzi.

Ela é minha mais perfeita e maravilhosa e FORTE namorada que existe no mundo. Tudo isso me incomoda muito, muito mesmo. Mas ainda assim eu não posso deixar de me regozijar por ser seu namorado.

Cara, ela atrai a atenção de todos. E antes de eu chegar para essa chuvosa e sem graça Joinville, ninguém havia conquistado o coração dela. E EU conquistei.

Mas, ninguém sabia do desejo que ela tem por meu sangue – até meu sangue é irresistível! Embora isso fosse ruim para ela, era muito bom para mim. Eu estava com a criatura mais perfeita. O único problema era que ela não queria me transformar – e eu não suporto ser mais fraco que ela e não suporto a ideia de que vou morrer e ela não. Ou seja, isso um dia vai acabar.

Já discutimos sobre isso e eu não vou desistir. Mas nosso impasse foi para o fundo da minha cabeça quando olhei para ela. Com seu sorriso perfeito Clara num átimo estava ao lado da minha cama, ela pegou meus braços e me ajudou a levantar – eu odiei aquilo!

- Ei, não preciso de ajuda. – resmunguei.

- Precisa sim, querido!

Não tinha como resistir ao sorriso dela, ao olhar perfeito e hipnotizante. Clara é o tipo de pessoa que saiu do contos de fada – ou de um livro de mitologia. Ainda assim, ela era encantadora.

- Não preciso! – eu era teimoso. Ela apenas deu um sorrisinho e continuou me guiando. Saímos no corredor e quando passei diante da porta do banheiro olhei para o lado – amo me olhar no espelho, ver meu rosto bonito, meus cabelos castanhos que gosto de passar a mão, dando um charme irresistível para as garotas.

- Feliz Aniversário querido! – Clara sussurrou.

Encarei o velho no espelho, o velho que Clara sussurrava no ouvido. Eu era o velho. Eu era aquele velho ao lado da eterna e jovial Clara.

Ofegante, acordei.

Eu sabia que dia era hoje, claro, não me importava muito que agora eu tivesse oficialmente 18 anos e fosse, tecnicamente, mais velho que Clara. Isso não seria um problema, o cara mais velho não é estranho. O problema era que se fossem seguidos os planos de Clara, provavelmente meu sonho seria quase uma profecia.

E eu sei que não sobreviveria se fosse um velho gagá e a Clara continuasse em seus deslumbrantes 17 anos. Não, seria demais para mim. Eu não sobreviveria a isso.

Depois que passei no banheiro, hoje, impressionantemente, evitando o espelho, corri para baixo ao encontro de minha mãe. Eu estava louco para ver meus presentes. Esse é o único lado bom de fazer aniversário.

Porém, fiquei desanimado ao chegar ao andar inferior e descobrir que minha mãe já havia saído para o trabalho. Peguei algo rápido para comer e tomei o leite direto da garrafa – minha mãe ficaria louca se visse isso.

Uma buzina, bastante conhecida para mim, me fez largar tudo e correr para a porta da frente – como uma menininha encantada, algo que repudio e evito ao máximo.

Como ninguém podia me ver, eu sabia que podia dar uma corridinha para minha princesa encantada.

Argh, Eduardo! Continua assim que você vomita no tapete!

Deixando para trás os pensamentos femininos demais, abri a porta para ver a beldade encostada em seu volvo prateado – como podia alguém tão perfeita ter um carro tão perfeito? Que inveja!

Fui ao encontro dela com um grande sorriso – sem me incomodar se era bobo ou não. Ela era esguia e magra, corpo belíssimo, seu cabelo cor de bronze era desalinhado e caia pelos ombros, juntamente com a franja desfiada. Ela não mudava nunca, nunca mudaria. Eu, por enquanto, era outra história...

Eu caminhei até ela, Clara pegou minha mão, a pele fria e dura, pálida. Olhei para seu rosto perfeito. Ela deu um sorrisinho.

- Então, nada de feliz aniversário, como combinamos?

- Poderá me desejar muitos feliz aniversários na eternidade. – comentei, eu não parava de lembrar esse detalhe para ela, esperando que um dia Clara acabasse cedendo.

Ela fechou a cara – como sempre fazia.

- É melhor você entrar. – resmungou. Pelo menos ela parava com ideias de me levar para o meu lado do carona e fechar a porta para mim, que coisa humilhante para um homem!

Caminhei até o outro lado, emerso nas imagens do meu sonho, ou pesadelo, melhor dizendo. Sentei no banco de couro do maravilhoso Volvo. Elidia, a “irmã” de Clara, já estava sentada atrás, seu rosto de fada e seus cabelos escuros, curtinhos e repicados eram uma graça.

- Oi Eduardo! Feliz Aniversário! Preparado para a festa?

- Festa? – olhei animado para ela. – Presentes também?

- Claro. – ela acenou. – Por sinal, acho que você vai amar o presente do seu pai e da sua mãe.

- Elidia! Não faz isso. Que droga! Agora eu vou morrer de curiosidade! – resmunguei, irritado.

Ela pensou um pouco.

- Que isso. Você vai sobreviver. – afirmou.

- Talvez nos próximos 50 anos! – era uma indireta para Clara.

- Você tem apenas 18, talvez viva até os cem. Tem muito tempo pela frente. – Clara comentou, mas vi que apertava o volante com um pouco mais de força. – Guarde seus pensamentos. – grunhiu.

Olhei para Elidia, já que eu era “mentalmente” surdo para minha perfeita namorada, só poderia ser algo que Elidia pensava. E eu tinha uma vaga ideia do que seria – ela já tinha me visto me tornando um deles.

- É isso ai Elidinha! Quero muitos pensamentos positivos do futuro! Muitos! – ergui minha mão para que ela batesse.

- Vou ficar de olho. – ela piscou para mim e bateu em minha mão.

Com sua força sobrenatural o simples tapinha doeu demais. Disfarçadamente me voltei para frente e esfreguei minha mão dolorida.

Pelo menos, eu apostava nas visões de minha cunhada!


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