O outro lado do mundo escrita por ptesco


Capítulo 3
Dia estranho


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal! Voltei aqui com um capitulo mais calmo e com mais falas, o jazz de hoje é "song fo my father" de horace silver
https://www.youtube.com/watch?v=CWeXOm49kE0
O X indica a mudança do personagem que ditará a narrativa.
Espero que gostem!



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Hoje foi muito estranho, vim parar em um lugar que nunca vi na vida, com pessoas que nunca vi e que me tratam com um cachorro. Que legal. Após o ocorrido na arena eu voltei para o quarto da Louise. A porta estava trancada tive que entrar do mesmo jeito que eu saí, escalando. Chegando lá em cima vejo tudo arrumado do jeito que eu deixei, mas eu sinto uma vontade incompreensível de limpar tudo de novo. Eu tenho problema só pode.

X

Após o acidente na arena eu voltei para a sala de aula, todo mundo está falando do garoto misterioso que conseguiu derrotar o Fahn, queria ver a reação delas quando soubessem que ele é um humano, ia ser hilário. Mas de qualquer forma a professora quase não conseguiu dar aula com tanta gente murmurando. No caminho de volta para o meu quarto eu continuei ouvindo as garotas falando do Arthur.

Quando eu cheguei no meu quarto me deparei com o Arthur sentado no sofá fumando um cigarro, olhando para o nada. Andei até ele e arranquei o cigarro de sua mão.

“EI! Me devolve isso! ”

“Não, é terminantemente proibido fumar no meu quarto. ”

Quando vou jogar o cigarro fora percebo que tem uns 15 cigarros usados na lixeira, como é que ele é tão rápido se fuma tanto? Antes de eu poder perguntar o porquê de ele ter tanta disposição fumando tanto assim bateram na porta e eu tiver que ir atender, quando abro a porta me deparo com um dos inspetores da escola, o senhor Nurius. Não sei por quê, mas ele está sempre muito bronzeado, e os alunos chamam ele de Sr. Bronzão.

“Olá Senhor Nurius, como posso ajudá-lo? ”

“O Diretor requisitou a presença de você o do seu servo na sala dele. ”

“Obrigado, daqui a pouco eu vou”

“Por favor não demore senhorita Chevalier ”

Após Nurius ir embora fui ao banheiro encher a banheira com agua quente, enquanto a banheira enchia fui escolher com qual roupa eu ia.

“Estranho você não ter reclamado quando o Sr. Nurius falou que você era o meu servo”

“Eu sei que para ficar aqui só sendo de uma família nobre ou servindo a uma, então vou ter que engolir essa de servo/guarda-costas por um tempo ”

Depois de escolher a minha roupa vou tomar banho.

“Arthur, tem alguns uniformes masculinos no armário ao lado do meu, por que os dormitórios são mistos, mas como ninguém quis ficar no mesmo quarto que eu, então acabou sobrando. Tem no mínimo três peças de roupa de cada tamanho, tem até cueca".

X

Vou em direção ao armário pegar o uniforme do meu tamanho para vestir e tenho uma surpresa, o uniforme masculino é igual ao que eu já estou vestindo, só não tem o colete preto. Acho o uniforme do meu número e alguns minutos depois Louise sai do banho de toalha e nossa, que curvas hein.

“Está olhando o que? ”

“Ahn? Nada, só achei que você ia se trocar lá dentro. ”, sinto o meu rosto corar um pouco.

“Ah não, eu me troco aqui fora enquanto você toma banho. ”

“Ué, achei que iria pelo menos trocar a água ”

“Desperdiçar água para que? ”

“É que...-”

“Vai logo! ”

“Calma, já to indo. ”

E lá fui eu para a banheira.

X

Caramba, estou com pressa e o Arthur fica nessa enrolação, eu não posso chegar muito atrasada na sala do diretor, eles já não gostam de eu estar estudando aqui, não posso dar motivos para eles me tirarem daqui. Após vestir a roupa que eu tinha separado, um vestido preto com um bordado abaixo do seio e um salto plataforma de mesma cor, e também estava levando uma bolsa preta para carregar o livro que eu estava lendo, sai do quarto e fiquei esperando o Arthur no corredor. Algum tempo depois o Arthur já tinha saído do quarto também e estava usando o uniforme, dava a impressão que ele estava usando a mesma roupa, só que que agora ele está sem colete. Depois de ter trancado o quarto fomos rumo a sala do diretor.

Chegando na sala do diretor encontramos Nurius usando uma armadura simples de couro e com uma pequena espada presa na cintura, não sei por quê chamam eles de inspetores, se parecem mais com guardas.

Entrando na sala vemos o diretor sentado atrás de uma mesa de marfim mexendo em alguns papeis. Parecia ser a ficha de algum aluno.

“Podem se sentar. ”, disse o diretor com um sorriso convidativo no rosto.

Após sentarmos nas cadeiras de veludo o diretor entregou a ficha na qual estava mexendo na mão de Arthur.

“Essa é a sua ficha de inscrição, assine aqui, aqui e aqui. Quando sair daqui vá até a enfermaria para eles tirarem as suas medidas, fazerem os exames e essas coisas, depois só vai faltar uma pintura de referência.

“Mas qual vai ser a justificativa para colocar ele aqui dentro? ”

“Só fala que o seu pai mandou ele para cá ser o seu guarda-costas ou algo assim, isso já aconteceu antes. Ele irá morar no seu quarto Louise, já que vocês já se conhecem. ”

O diretor era loiro e tinha o cabelo bem longo, como é de costume dos magos, sim existem homens que manipulam magia, são bem raros, mas os poucos que existem são muito respeitados e bem poderosos. O diretor aparenta ter uns 29 anos, mas na verdade ele é mais velho que todos aqui na escola, tanto professores quanto inspetores entre outros, ninguém sabe qual é a verdadeira idade dele.

O diretor se levantou e disse:

“Desculpe por não ter me apresentado devidamente, o meu nome é Tauni Gan. ” Tauni estendeu a mão a Arthur.

“O meu nome é Arthur, mas mudando de assunto, aonde fica a enfermaria? ”

“Fica do lado de fora do prédio da /escola, uma casa que fica ao sul do jardim central. Falando nisso Louise, eu acho que você também deve tirar suas medidas de novo, já que que você ‘cresceu’ bastante nos últimos meses. ”

“Melhor eu levar ele lá. ”, digo enquanto pego Arthur pelo pulso e o tiro dali a força.

X

Enquanto a Louise me puxava pelos corredores da escola ela ficou resmungando coisas como “velho pervertido tomara que morra” e coisas do tipo. Depois de ter passado pelo jardim encontramos a casa que o diretor estava falando, ela era cinza, tinha dois andares uma cruz vermelha bem grande ao lado da porta.

“É só entrar naquela casa ali, vou te esperar aqui. ”

Chegando na enfermaria bati na porta, mas ninguém atendeu. Percebo que a porta está encostada, abro e vejo que a sala está vazia

“Tem alguém aí? ”, Grito para ver se tem alguém no 2° andar.

Ouço uma voz feminina sonolenta vinda do segundo andar:

“Ahn? Sim, já estou descendo, espera um pouquinho. ”

Poucos segundos depois uma mulher de cabelos castanhos claros vem descendo as escadas de camisola e com uma das alças caindo, ela esfregou os olhos e disse

“Que fofo! Você está corando! ”

“É por que você está só de camisola. ”, digo enquanto desvio o olhar.

“Ah! Nem tinha percebido, vou me trocar lá em cima e já volto. ”

Depois de alguns minutos ela desceu usando uma camisa vermelha, uma saia social preta, salto alto, jaleco e um rabo de cavalo médio.

“Como um humano conseguiu se matricular nessa escola? Sem querer ofender. Não acho que os humanos sejam inferiores por não conseguirem usar magia, eles são bons em muitas outras coisas, como arquitetura, engenharia, agropecuária até na criação de roupas.

“Então quer dizer que tudo nesse reino é feito por humanos? ”

“Quase tudo, mas os humanos que fazem isso são escravos então o lucro fica todo com o “dono” dele, não é justo, mas é assim que o mundo funciona, porém você ainda não respondeu a minha pergunta. ”

“É mesmo, eu fui mandado para cá pelo Sr. Ayden Erwin para ser guarda-costas/servo da sua filha, a Srta. Louise Chevalier. ”

Quando eu disse isso ela ficou com uma expressão de tristeza, mas logo voltou a sorrir dizendo:

“Vamos logo fazer esses exames? ”

X

Depois de um tempo esperando o Arthur em um banco perto da enfermaria tirei o livro que estava na minha bolsa e comecei a ler.

Algum tempo depois de eu ter começado a ler alguém deu um tapa no livro jogando ele para o alto e fazendo o livro cair de cabeça pra baixo. Quando olho para cima vejo Wyrna com aquele sorriso arrogante. Ela tinha cabelos roxos e um corpo escultural e é bem popular com os garotos.

“Gostou da obra de arte que fizemos no seu quarto? ”

“Na verdade, fico até triste de saber que aquele é o xingamento mais criativo que você conseguiu pensar.

“Engraçadinha, quero ver você continuar com esse sorrisinho depois que eu arruinar com esse seu vestido. ”

Ela estava com as mãos atrás e de repente sinto um forte cheiro de tinta, quando me dei por mim Wyrna estava jogando um pote cheio de tinta branca em cima de min, mas uma coisa surpreendente aconteceu, uma lufada de vento muito forte jogou a tinta e o pote contra ela, ao mesmo tempo que a rajada de vento surge eu sinto uma parte do meu mana sendo gasto, quando olho para o lado vejo Arthur sem camisa, segurando aquela espada estranha com a mão esquerda, com braço direito esticado e de mão aberta com uma tatuagem tribal brilhando no antebraço. Parecia até que ele estava lançando um feitiço.

Enquanto isso a Wyrna estava toda suja de tinta branca, sem entender nada, na verdade até estava muito confusa. Ela dá um berro e sai correndo gritando “ Vocês vão pagar por isso! ”

“O que acabou de acontecer aqui Arthur? Você usou magia? E por que está sem camisa? “

“Muita pergunta de uma vez só. ”

“Por que você está sem camisa? ”

“Sério que essa é a sua maior preocupação no momento? ”

“Só coloca logo essa camisa por favor. ”

Após ele colocar a camisa percebo que aquela marca brilhante sumiu do braço dele.

“O que era aquilo no seu braço. ”

“Não sei, mas parece que sempre que eu manipulo o vento aquela marca aparece. ”

“Com manipular o vento você quer dizer usar magia? ”

Ele dá ombros

“Acho que sim. "

“Mas humanos normais não conseguem usar magia... Arthur, use magia de novo. ”

“Ok.”

Arthur desembainhou a espada e jogou ela para cima, enquanto a arma estava subindo Arthur levanta a mão deixando a palma para cima, quando a lamina ia cair perfurando a mão dele aquela marca reapareceu no antebraço direito do Arthur e a espada começou a girar no ar feito uma serra redonda, Arthur fez um movimento brusco com a mão e direção ao chão que não estava cimentado e a espada seguiu o movimento dele e se fincou na terra. Enquanto ele faz isso eu sinto o meu mana ser usado novamente e quando a marca some do antebraço dele sinto que o meu mana deixou de ser gasto.

“Entendi o que está acontecendo, você está usando o meu mana para manipular o vento. ”

“Ah, me desculpe, não farei mais isso. ”

“Não tem problema, é até bom, pessoas com grande aptidão para a magia como eu acabam por involuntariamente absorvendo o mana do ar, se não usarmos esse mana absorvido, ficamos com o nosso corpo sobrecarregado, com isso o nosso corpo usa o calor para usar esse mana sobressalente, resultante em uma febre muito alta, então agora não tenho que me preocupar muito com isso e quando eu estiver com pouco mana te aviso. ”

“Vamos voltar para casa? ”

Eu não pensava naquele quarto como casa, mas apenas respondi:

“Vamos sim. ”

Deve ser bom ter um lugar para chamar de lar...


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Notas finais do capítulo

Essa katana no inicio é a "espada estranha" que o Arthur usa, sério gente comentem, digam o que estão achando da fic, se gostaram desse tipo de capitulo mais explicativo, deem a sua opinião e critica construtiva.



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