Kamen Rider Jikan escrita por FanficMaster


Capítulo 2
O Garoto Delinquente e a Presidente de Classe - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Anteriormente em Kamen Rider Jikan:

Shigeru, um rapaz perseguido por um passado mal interpretado, inicia o ano em uma nova escola. Ele acaba conhecendo Nana, uma garota insuportável que começa a persegui-lo pelo colégio para conseguir o voto dele e se tornar a presidente de classe. Enquanto isso, o rapaz parece ser perseguido por um estranho vulto que é expulso do local por uma energia de luz, o vulto entra no corpo de alguém que parecia odiar muito Shigeru, também conhecido como “A Lenda das Ruas”.



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Era um novo dia, Shigeru matava um tempo na cobertura do Shinagawa High como de costume quando Nana se aproxima repentinamente. Ele olha pra ela que sorria igual uma idiota.

– Senhor!!! - diz ele tomando um susto – Porque você tem que chegar assim, hein?! O que você quer agora?

– Ei, Oiasawa-san... - diz ela se aproximando ainda mais dele, agora com as mãos no próprio queixo – Você é bom em artes?

– Mas hein?

– Sabe... Tipo, produzir murais, maquetes, essas coisas...- Nana se deita do lado dele e encosta a cabeça no ombro do rapaz – Ou quem sabe pintar paredes...

– Tipo pichação? - diz ele se tocando na folga da garota logo em seguida – QUE FOLGA É ESSA?! DESENCOSTA, ENCOSTO!!!

Os dois saltam do banco no mesmo instante e ajeitam os uniformes, um tanto corados de vergonha.

– Bom... - diz Shigeru pigarreando – Pra que quer saber?

– Como presidente de classe, eu propus na aula de hoje... Que aliás, vamos conversar depois sobre essa sua mania de ficar matando aula e...

– Ei, ei... Quer, por favor, manter o foco? - reclama o rapaz.

– Tá, tá! - diz ela alisando as chiquinhas – Bom, como eu ia dizendo, eu estava propondo hoje em sala de criarmos um lindo mural pra escola! Quero que nossa sala seja o destaque do ano no colégio Shinagawa High!

– Ah, sim! - diz Shigeru olhando para baixo do prédio – Boa sorte com isso...

Nana puxa Shigeru pela gola do paletó e começa a arrastar o rapaz.

– Boa sorte nada!!! Você vai ajudar como todo mundo!!!

– Quê?! Larga do meu pé, chulé!!! Socorro! SOCORROO!!!

[Algum tempo depois...]

– Que saco... - diz Shigeru enquanto passava o pincel com tinta em uma parede branca do colégio.

– Ei... - diz um rapaz com cabelo curto e castanho escuro, meio jogado na cara – Você tá fazendo errado.

– Hã?

– Essa pintura deveria ser mais alegre, isso aí tá mais pra pichação de, daquelas de delinquentes que só servem pra depreciar o ambiente.

– Oh... - diz Shigeru – Que seja...

– Pinte de novo. - insistia o rapaz.

Shigeru larga o pincel e se vira pro rapaz.

– E se eu não quiser, vai fazer o que?

– Hm? Você é bem esquentadinho, né?

– Ei, ei! - diz Nana se pondo entre os dois – O que está havendo?

– O que está havendo é que você veio me encher a paciência, de novo. - dizia Shigeru irritado – Me obrigou a fazer algo que eu não queria e agora eu tenho que aguentar esse mané me incomodando porque eu não sou nenhum Picasso.

– Desculpa, mas...

– Não! - grita o rapaz – Chega de desculpas, a próxima vez que você pensar em me incomodar vê se usa essa cabeça pra algo além de alimentar esse seu ego e não me enche, entendeu? Para de se meter na vida dos outros e de me empurrar pras suas invenções!

–Oh... - Nana fica com lágrimas nos olhos. Todos olhavam para eles naquele momento e uma sensação de constrangimento lhe abatia – De-Desculpa.

– Ei! - diz o outro rapaz – Você não pode falar assim com ela!

– É? - diz Shigeru olhando pra ele de forma invocada – Dai, não é? Vai fazer o quê a respeito, Dai?

– Tudo pra você se resume a resolver no braço, não é? - dizia Dai encarando Shigeru – Você pode ser chamado de "Lenda das Ruas", mas aqui você não passa de um delinquente imbecil.

Shigeru se aproxima de Dai como se fosse dar um soco no mesmo e então para com o punho na frente do rapaz, que parecia nem mesmo piscar os olhos.

– Hunf... Não vale a pena.

Ele se vira pegando suas coisas e vai embora do colégio. Nana corre atrás do rapaz.

– Espera! - insiste ela – Oiasawa-san, me diz, por que você se irrita tão fácil?

– Olha... - Shigeru respira fundo na tentativa de se acalmar – Eu não sei qual a sua sina comigo, mas eu agradeço a tentativa, ok? Essas pessoas, aliás, até você nunca vai conseguir entender, certo? - Ele toca no ombro dela ao dizer isso e então se vira para que ela não visse os olhos lacrimejando – Voltar a estudar depois de tudo o que aconteceu foi um erro, talvez... Talvez o melhor mesmo seja abandonar os estudos.

Ele então sai de lá o mais rápido o possível deixando a garota confusa.

– Abandonar... Os estudos? - diz a garota pensativa e de forma preocupada.

O dia passa e logo chega a noite. Shigeru andava por ai ainda de uniforme, demonstrando que ele não havia voltado pra casa o dia todo. Ele então leva um esbarrão de um grupo de rapazes que passavam por ele.

– Ei! - diz o rapaz que esbarrou nele – Calma aí! - Shigeru ignora completamente ele, mas acaba sendo cercado e a provocação continua – Eu disse pra esperar!

Shigeru responde com um soco na cara do rapaz e os outros partem pra cima dele. Desequilibrado emocionalmente, ele acaba apanhando do grupo e ficando muito machucado, mas os vence mesmo assim.

– Como vocês são chatos... - diz Shigeru pegando sua maleta de estudos novamente.

Naquele instante, aparece diante dele um rapaz de cabelos castanhos onde era liso na frente e cacheado atrás. Junto dele haviam mais 3 caras.

– Finalmente te encontrei... Lenda das Ruas.

– Você é...

Os olhos do rapaz brilham em vermelho e então Shigeru solta um grito. O dia passa, Nana decide ir até a casa de Oiasawa para convencê-lo a voltar pro colégio. Ela se surpreende ao ver uma casa bonita e de padrão bom.

– Oiasawa-san! - gritava ela enquanto tocava a campainha – Oiasawa-san!! - continuava ela, porém sem resposta alguma.

Um homem abre a porta e olha pra ela. Aparentava já ter seus 40 anos e estava muito bem vestido, com um terno de corte impecável, trajando óculos de grau.

– Sim? - pergunta ele – O que deseja?

– Oh... - ela ajeita o uniforme e alisa as chiquinhas pigarreando logo em seguida – Sim! Me chamo Nagisa Nao! Estou procurando Oiasawa Shigeru-san!

– Oh... - o homem a olha de cima a abaixo e então muda o tom simpático de sua voz para um tom mais sério e frio – O que esse garoto aprontou agora?

Sentindo uma certa rispidez Nana decide não tocar muito bem no assunto.

– Oh, nada, senhor! Quero apenas conversar com ele sobre um trabalho de estudos enquanto vamos pra escola!

O homem dá um risada de deboche e então caminha até o carro.

– Você está perdendo seu tempo aqui. Ainda mais mentindo dessa forma. Vá embora, odeio mentirosos.

– Não, mas, eu...

– Não me faça chamar a polícia! "Trabalho de estudos", faça-me o favor! - diz o homem entrando no carro. Ele então abre a janela e poe a cabeça para fora – Ah, sim! Mais uma coisa, diga para Shigeru que se ele quer continuar nessa vida que ele não precisa voltar pra casa mesmo!

– Nossa... Não é atoa que ele é daquele jeito... - pensa Nana ao ver o homem saindo dali com o carro.

– Er... - alguém que se aproximava chama a atenção da garota – Você está procurando Shi-kun?

– Oh... Sim... - diz ela ainda tentando entender o que estava acontecendo ali.

Os dois saem dali e começam a conversar. O rapaz em questão era o primo de Shigeru, que começa a contar a história do mesmo.

– Meu primo nem sempre foi esse cara irritadinho que sempre acaba numa briga. Meu tio, que você conheceu ali é dono de um dos maiores hospitais do bairro. Antigamente, Shigeru sonhava em ser um médico, dar continuidade ao negócio da família.

– Mas, então, o que houve? - pergunta Nana intrigada.

[FlashBack]

– Rápido! Rápido! - dizia Koma.

– Espera aí, Koma! - dizia Shigeru, que ali ainda usava seu cabelo de cor natural.

Os dois param em uma lista que se encontrava no mural do colégio. Eles pareciam procurar por algo e então ambos avistam.

– Ohhh hohoho! - Koma abraçava Shigeru e os dois comemoravam – Incrível, Shigeru-kun! Essa nota é incrível!

– Não é? Hahahahah!

– Sim! Com uma nota dessas eu tenho certeza que você vai entrar fácil, fácil na faculdade de medicina! Hahhahaha!

– Pois é! Isso com certeza vai fazer meu pai sentir orgulho! Eu sei disso! - dizia Shigeru esperançoso.

Shigeru corre com o resultado em mãos até o escritório do pai com um super sorriso em seu rosto. Quando ele estava para abrir a porta do consultório, o rapaz escuta a voz do pai toda animada.

– Oh! É mesmo?! - dizia o pai para alguém – Então você foi aceito?! Parabéns!

Shigeru abre uma fresta e vê o pai conversando com seu irmão.

– Obrigado, meu pai! - dizia o irmão de Shigeru – Eu sabia que o senhor ficaria feliz! Entrar na faculdade de medicina era o mínimo que eu poderia fazer!

– Sim, sim. Eu sinto muito orgulho de você!

– Eu não poderia deixar isso nas mãos de Shigeru, certo? Ele é muito estabanado! Não tem a menor condição de dar sequencia com o hospital da família! - dizia o irmão de forma arrogante.

– Ossu! - diz o pai se levantando – Agora posso ficar tranquilo com o futuro do hospital!

– Sim! Hahahaha.

[FlashBack]

– Desde então... - dizia Ota – Meu primo começou a se afastar da família dele. E ainda teve aquele outro episódio...

– Hm? - dizia Nana já com os olhos cheios de lágrimas – Outro episódio?

– Sim...

[Flashback]

Shigeru abre a porta do que seria o ginásio de um colégio abandonado e vê seu amigo Koma acorrentado e sangrando, ele estava morto. Algo se movimenta do lado de Shigeru chamando sua atenção.

– Mas, o quê...?!

Diante dele estava um monstro que lembrava uma formiga em forma humanoide, de cor negra e olhos vermelhos, era uma visão medonha. O monstro sangrava e parecia se desfazer aos poucos.

– M-Maldito... – dizia o monstro com dificuldade - É a Le-Lenda!

Logo em seguida, o monstro se desfaz por completo.

– Quando o meu primo chegou lá, Koma-chan já estava morto e os outros haviam sido derrotados por alguém. – dizia Ota enquanto o flashback passava – E de alguma forma, Shi-kun acabou ficando conhecido como a suposta “Lenda das Ruas”...

[Flashback]

– ... Shigeru nunca superou a morte do melhor amigo. - Continuava Ota – Dali em diante, meu primo foi decaindo cada vez mais. Eu sei que ele não teve culpa, pois ele me procurou, mas infelizmente meus tios e o irmão dele ficaram ainda mais descrentes com ele. Simplesmente o abandonaram de vez. Por isso, eu te peço, não o abandone também!

Ota segura a mão de Nana e a olha com uma expressão de socorro. Comovida, Nana promete pois ela sabia que ele não era uma má pessoa. Ela sabia que alguém que a ajudara sem mesmo a conhecer não poderia ser tão ruim assim.

A garota então começa a procurar por Shigeru por todos os lados, pedindo informação a todos, mas o rapaz parecia ter simplesmente sumido. Já era próximo do por do sol quando ela acaba esbarrando com Dai.

– Como é? - diz ela preocupada.

– É, eu tava indo entregar esse bilhete na casa dos pais dele. Um bando de caras cheios de marra me pararam e disseram pra eu entregar esse bilhete.

– Deixa eu ver esse bilhete.

Nana pega o bilhete e o lê. Se tratava de um bilhete suicida, cheio de erros de ortografia e gramática. A garota começava a chorar sem parar, ela não podia acreditar naquilo.

– É um bilhete suicida. - dizia ela.

– Eu sei, eu acabei lendo. - diz Dai – Mas eu tenho certeza que esse bilhete é falso.

– Como é? - diz Nana – Porque diz isso?

– Olha, Shigeru pode ser um delinquente, mas ele é inteligente, isso eu posso dizer. Está vendo esses erros grotescos de ortografia e gramática?

– Hm... - Nana não havia reparado antes, mas Dai tinha razão, ele nem falar errado, falava. - Pensando bem, essa letra não é dele, eu lembro quando ele participou da votação pra Presidente de Classe.

– Eu acho que esses caras pegaram Shigeru e querem matá-lo.

– Não, isso não! - diz Nana – Eu não vou permitir!

– Ei, onde você vai sua louca?! - perguntava Dai segurando ela.

– Dar um fim nessa babaquice de uma vez!

– Espera, eu acho que sei onde esses caras se escondem!

Dai e Nana então correm dali na esperança de encontrar Shigeru. Enquanto isso, Shigeru era espancado pelos bandidos que o sequestraram.

– E-Eu já disse... Vocês se enganaram... - insistia ele – Eu não sou essa tal “Lenda das Ruas”.

– Oh... É mesmo?! - diz o rapaz – Todo mundo sabe da história em que você matou toda uma raça! A minha raça!

– Grrr... Eu já disse que naquela ocasião já estavam todos mortos! Me solte, por favor!!! - Shigeru parecia tremer de pavor pela primeira vez.

Dai e Nana chegam a um armazém abandonado e então chutam a porta dele. A menina começa a gritar pelo nome do rapaz, chamando a atenção dos bandidos. Os dois correm ainda mais e então encontram o grupo e vem Shigeru acorrentado e todo machucado.

– Oiasawa-san. - diz Nana.

– Garota irritante? - diz o rapaz – E esse outro... O qu-que fazem aqui?

– Ora, ora, ora... - diz o líder da gangue tirando os outros da sua frente – Então você tem novos amiguinhos, huh? - ele se aproxima da garota e aproxima o rosto dela – Essa aqui possui uma energia negativa que parece apetitosa.

Nana empurra o cara e corre pra trás de Dai que olhava para ele com um olhar frio e sério.

– Saia daqui. - diz Dai encarando o cara.

– Você o ouviu, garotinha. - diz o rapaz – é melhor fazer o que ele pediu.

– Isso não foi pra ela, foi pra você. - insistia Dai se mostrando cada vez mais diferente.

Os capangas do homem partem pra cima de Dai que empurra a garota e começa a desviar dos golpes, em seguida, ele dá socos e chutes em cada um avançando cada vez mais. Ele para então de frente pra Shigeru.

– Sabe rapaz... - diz ele livrando Shigeru das correntes – Eu tenho que te pedir desculpas.

Mais homens partem pra cima de Dai e de Shigeru, os dois desviam e dão um soco na boca do estomago dos dois. Em seguida, seguram os braços de outros dois e param de costas um para o outro.

– É? Pela provocação de antes? - pergunta Shigeru.

– Não... - Dai empurra o capanga que segurava e dá um chute no cara enquanto Shigeru lançava o outro contra uma viga - … Eu fiz isso para ter certeza de que o Janpujin ali não estava na sua cola ainda.

– Espera... - diz Shigeru surpreso – Você sabe o que ele é?

– Hm? Você viu a verdadeira face dele?

– Si-Sim... Quero dizer, mais ou menos, ele ficou emitindo uma espécie de sombra negra com olhos vermelhos.

– Sim, essa é a primeira fase de um Janpujin.

– E o que diabos são esses Janpujins?

– Os Janpujins são seres que vivem no campo de aceleração. O universo inteiro é coberto pelo campo de aceleração, uma espécie de universo paralelo incapaz de existir fora de uma velocidade superior à da luz. Isso faz com que a raça humana não consiga enxergar sua barreira e seus habitantes.

– Campo de Aceleração? - dizia Shigeru socando outro bandido – Acho que já estudei isso pro vestibular! Isso é física, né?

– Vocês humanos tem a mania de darem nomes pra tudo... - Dai chuta outro bandido – Os Janpujins buscam desacelerar, para que possam ter uma vida maior, eles são seres terríveis que não se importam com outras vidas, apenas as deles.

– E porque deveríamos? - diz o líder da gangue – Somos uma raça superior, sobrevivemos desde o início dos tempos, é nosso direito!

O líder então emana uma sombra poderosa que começa a dominar seu corpo.

– O que é isso? O que ele está fazendo?! - diz Shigeru assustado.

– Se alimentando... - explicava Dai.

– Como é?

– Os Janpujins precisam de energia negativa para desacelerar, quando eles estão próximos a seres com energia negativa, eles conseguem romper a barreira do campo de aceleração e adentrar outras dimensões, eles tomam conta de suas presas e vão se alimentando da energia negativa delas.

– Então, ele está se alimentando do ódio que esse cara sente por ter achado que eu havia matado o líder da gangue que ele fazia parte.

– Exatamente. - confirma Dai – Só que na verdade a culpa é minha.

– Sua?

– Sim. A tal Lenda que o Janpujin disse naquele dia, sou eu.

A sombra que envolvia o rapaz se dissipa como vento e no lugar surge um monstro de pele amarelada e olhos vermelhos que lembrava um canguru. Em suas mãos haviam duas luvas vermelhas.

– Então é você! A entidade criada para destruir minha raça... Jikan!

– É... Acho que meu disfarce já não é mais necessário... - diz Dai tirando do bolso de trás uma ampulheta. Em sua cintura surge um cinto com dois puxadores de mãos.

– Hã?! - Shigeru se assusta com aquilo – Um cinto apareceu na sua cintura de repente?! Que diabos está havendo aqui?!

– Oiasawa-san... - diz Dai – Eu cuido disso agora, pegue Nana e saia daqui.

– Ce-Certo... - concorda Shigeru tentanto entender tudo aquilo.

Shigeru corre puxando Nana pelo braço. A garota gritava dizendo que não queria e olhando pra Dai que encaixava a ampulheta de cor lilás no cinto.

– OK! IT'S...

– Henshin...

– TIME!

Uma onda forte de vento bate em Dai seguido de um campo de energia. Nana via tudo passando acelerado dentro do campo, como uma espécie de borrão. O corpo de Dai é tomado por uma luz e começa a mudar de forma. A imagem de um relógio girando seus ponteiros rapidamente aparece. Eles param numa posição na cabeça do rapaz e então o corpo todo brilha fazendo o campo desaparecer criando um vento forte e levantando um pouco de poeira.

O corpo do rapaz agora estava protegido com uma espécie de armadura prateada com detalhes lilazes que agora estavam brilhando. Sua cabeça estava protegida por uma capacete que lembrava um relógio, o visor era lilás também.

– Me solta! Me solta! - gritava Nana.

– De jeito nenhum! - insistia Shigeru – Esse lugar ficou perigoso demais até pra mim!

– Mas...

– Olha, isso agora é com o Dai... Jikan... Seja lá quem ele for, beleza?

O Janpujin Canguru parte pra cima de Jikan que apenas desviava. O misterioso guerreiro pegava pedaços de ferro que estavam no chão e jogava contra o monstro que dava socos sem parar.

– O que houve, Jikan?! Será que tudo não passa de uma lenda mesmo?! Pare de fugir e me enfrente como uma verdadeira entidade!!!

– Janpujin, eu te dei a chance de desistir e ir embora naquela hora... - Dizia o guerreiro se referindo ao momento que a criatura tentara atacar Shigeru e fora expulso pela bola de luz – Mas você não quis me dar ouvidos, procurou outro e tentou se vingar... Pois bem... – ele então mostra outra ampulheta, essa de cor verde e puxa a que estava em seu cinto, a fazendo ficar em pé.

– OK! IT'S... -

– Punch...

– TIME! -

O relógio no rosto de Jikan começa a girar rápido e então o corpo dele começa a mudar e brilhar rapidamente, tudo ao seu redor parecia mais lento. A imagem da ampulheta em seu peito se torna verde assim como seu peitoral, os traços que antes eram lilás se tornam prateados e mudam de posição. Suas pernas e joelhos também se tornam verdes e suas mãos ganham duas luvas de boxe na cor vermelha. Os ponteiros param e então tudo parece correr em sua velocidade normal. Jikan começa a trocar socos e chutes com o Janpujin que parecia em pé de igualdade com ele.

– Porque? Porque você nos enfrenta? Esses humanos carregados de energia negativa, eles fazem mal a tudo e todos que tocam!

– Não. Você está errado. – responde Jikan – Os humanos podem mudar. Esses de agora mesmo sofreram por toda a vida. A presidente de classe que busca sempre se dar bem com os outros, se esforça tanto que acaba afastando eles. O delinquente que é desacreditado em sua própria casa, mas nunca foge de uma briga... Se quiserem, eles podem mudar! Porque ainda há esperança em um deles e a esperança... Ela é capaz de trazer milagres, é nisso que eu acredito!

Jikan empurra o monstro e o encara. Em seguida ele corre na direção do monstro enquanto encaixava uma ampulheta vermelha no cinto.

– OK! IT'S...

– Kick...

– TIME!

Rapidamente o relógio de Jikan gira e o corpo dele muda de cor novamente. Algumas partes de seu corpo se tornam vermelhas, as pernas ficam completamente nessa cor. Ele para no ar e dá uma sequencia de chutes no peito do Janpujin que chega para trás. Jikan cai no chão em posição se concentrando. A ampulheta que antes era vermelha se torna dourada.

– IT'S HISSATSU TIME!

O corpo de Jikan se torna todo vermelho e é envolto por uma aura de mesma cor. A ampulheta em seu peitoral se apaga e as linhas ligadas a ela se tornam douradas assim como alguns detalhes. Duas placas se desprendem se seu ombro revelando pequenas turbinas que se ligam automaticamente. Em seguida, elas impulsionam o guerreiro para o alto que para em posição de voadora. Elas então o impulsionam novamente contra o monstro que é empurrado em alta velocidade. Jikan então dá um último chute lançando o monstro para o alto.

– NÃO PODE SER!!!!!

O monstro voa o mais alto no céu e explode logo em seguida, Jikan cai agachado em sequência e então se levanta e caminha desaparecendo dali. Shigeru e Nana param de correr e se sentam em um banco, cansados. A garota o olha, deixando Shigeru incomodado novamente.

– O que foi agora? - diz Shigeru com seu jeito marrento.

– É que...

– Ah, fala logo!

– Oiasawa-san... No passado eu... - Nana respira fundo e o olha com um olhar sério e totalmente diferente do de costume – Eu também fui boa em lutar. - diz ela surpreendendo o rapaz – E por muito tempo, me chamavam de delinquente. Os garotos nunca olhavam pra mim.

– Oh?

– Oh... - ela sorri e balança a cabeça em negação – Eu não dava a mínima na época e era muito teimosa.

– ”Era”?

– Cala a boca! - diz ela dando um pequeno empurrão no rapaz – Sabe... Antes do meu pai morrer, ele me disse: “A escola é um lugar pra alegria, pra se divertir. Nessa grande viagem chamada vida, o tempo de escola é muito pequeno. O que vai ser dos momentos que vivemos se não o aproveitarmos da melhor forma?”

Shigeru continuava a olhar o céu, ele se deita.

– E então? - diz ele interessado.

– Nós discutimos e eu fugi de casa. Por causa disso, ele acabou sendo atropelado por um carro e morreu. Aquilo mexeu comigo e eu decidi mudar de vida, me tornar uma garota normal e fui estudar na Shinagawa High. - ela se vira pra Shigeru e para com a cara de frente para a dele – Por isso eu quis ser a Presidente de Classe. Mas, as pessoas parecem não gostar de mim, mesmo assim. No fim das contas, acho que somos parecidos, Shigeru-kun.

Nana arregala os olhos naquele momento e se afasta balançando os braços e pedindo desculpas enquanto Shigeru se levantava e ia na direção dela. No entanto, o rapaz não faz nada, apenas passa por ela e vai embora. A garota faz uma expressão de tristeza enquanto suspira e vai embora pelo outro lado.

Na manhã seguinte, Nana entra no colégio e passa pelo pátio onde ficava o mural. Ela olha atentamente e vê alguém lá, pintando e fica surpresa. Ela se aproxima e confirma que era mesmo Shigeru. Ele havia feito uma linda pintura por cima da pichação de outrora. Ela para o olhando sem jeito e então o rapaz, pela primeira vez, sorri.

– Olha, se vai chegar atrasada e ficar aí olhando feito um dois de paus acho que eu tomei a decisão errada em voltar pra escola.

– Você... Voltou mesmo? - diz ela surpresa.

– É claro... Como eu vou me tornar um médico de verdade sem estudar?

Nana enche os olhos de lágrimas, dessa vez, lágrimas de alegria e se junta a Shigeru. Uma luz passa pelos dois e para na cobertura do colégio tomando a forma humana de Dai. Em seguida uma bola de luz surge flutuando do seu lado.

– Então, você vai mesmo ficar aqui observando os humanos?

– É claro. - diz Dai – Eles são fascinantes, não acha?

Continua...


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Notas finais do capítulo

No próximo Kamen Rider Jikan:

Nana e Shigeru jantam com Ota que conta a história de um homem na internet que conhecera uma linda mulher no metrô, mas que tinha medo dela descobrir que ele era um nerd fã de cosplays. Nana acha aquilo bonitinho e topa ir conhecer o cara em um evento, porém, as coisas pareciam não se sair tão bem assim.



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