Era uma vez escrita por Kane Lahey


Capítulo 1
O começo




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Não! Acordei com meu próprio grito, esse era o quinto pesadelo em um mês. Não que eu seja o tipo de garota que sempre sonha com arco-íris, mas pesadelos não era o meu forte. Passei a mão no rosto, olhei no relógio faltava 30 minutos para ele despertar, travei-o, fui tomar banho e escovar os dentes, coloquei uma roupa qualquer e desci. A cozinha estava fria, fiz o café, escrevi o bilhete de sempre pra minha mãe, e sai. Minha mãe, eu e meu irmão Josh nós mudamos para Seattle há três anos logo que meu pai morreu. Minha mãe achava que mudar de cidade iria mudar o que aconteceu. Na verdade ela queria esquecer que meu pai teve uma morte súbita, só isso. Eu acho isso errado, a morte deve ser superada, mas jamais esquecida. Comecei a contar os passos como de costume,e pensei em matar aula na biblioteca. Mas eu sabia que Peny meu professor de historia que da em cima da minha mãe iria ligar pra ela, mudei de ideia.

Cheguei à escola May e Fred estavam me esperando como de costume. Entramos na sala de aula, ela se sentou na minha direita, e ele na minha frente como era de costume. E atrás de mim a carteira vazia que nunca tinha ninguém sentado. Peny entrou na sala e começou a dar aula sobre a segunda Guerra Mundial. Em 5 minutos de aula um garoto entra interrompendo -a:

— Com licença ! Eu não queria atrapalhar, mas estava com a diretora. Ah! sou aluno novo.

— Aah claro entre, é, seu nome?!- Peny estendeu a mão.

— Alex Tanner. Prazer. - ele apertou a mão de Peny tão firme.

— Peny professor de historia. Pode-se sentar-se naquela mesa vazia. - Peny apontou para a cadeira atrás de mim.

Eu abaixei na minha mesa. " droga " pensei, olhei para May ela sorriu e pareceu dizer que ele era um gato, fiz cara feia pra ela. Qual é, não tinha outro lugar? Alex bateu no meu ombro:

— Oi aah, qual é o conteúdo?

— Ammh, é segunda guerra. Capitulo três do livro.

— Não tenho livro.

— Claro eu...

— Ana já que você e o Alex já estão de conversa sentam juntos, ele tem que acompanhar a matéria. - Peny disse ordenando.

Olhei para May que estava rindo da minha careta e bufei. Acenei para Alex se ajuntar a mim. Ele colou a mesa dele junta da minha, coloquei meu livro no meio e olhei fixamente para meu caderno.

— Então seu nome é Ana.

— É Ana Fray.

— Prazer em conhecê-la Ana Fray.

Ele sorriu, por um pequeno tempo pensei que ele era realmente bonito. Oh! Um menino gato está sentado ao meu lado. Respirei fundo, balancei a cabeça para afastar esse pensamento bobo e voltei a concentrar na aula.

— Ana - Chamou May - Ele não tira os olhos de você.

— May cala a boca..

Ela gargalhou e o sinal tocou, saímos e fomos para o intervalo, comprei o sanduíche de pasta de amendoim de sempre. Liguei para minha mãe do banheiro para ver se estava tudo bem e voltei para sala. Aula de Sociologia não era minha preferida, mais o professor ensinava com muita paixão então cativava a qualquer um.

— Pessoal sentem-se, preciso falar serio com vocês.

— O senhor sempre fala serio Sr. Travis. - Fred sorriu para o professor.

— Tenho que admitir isso Fred - O professor sorriu - aah vou passar um trabalho para vocês apresentarem em sala então não quero brincadeiras quanto a isso. Vai ser dupla e já vou avisando, eu mesmo vou escolher as duplas porque francamente o trabalho do semestre passado foi um verdadeiro vexame tanto para mim quanto pra vocês. Lógico tem alguns que ficaram bons mais posso dizer que foi a minoria da minoria, então eu falo e vocês obedecem.

Ele foi até a lousa e escreveu o tema " desaparecidos " pegou a lista de presença e foi falando os nomes aleatórios.

— Elis e Darsi... Emma e Rob...., Fred e May...., - Ele olhou entre os óculos pra Fred e May - Não me decepcionem, são os únicos que vão fazer juntos. Ei sem reclamações, eu falo e vocês obedecem. - Ele olhou para a sala e continuou. - Bárbara e Keian... Ana e aaaah Alex você é aluno novo?

— Sim.

— Bem vindo. E Ana sei que deve estar me odiando mais o trabalho é em dupla não em trio então.... Sinto muito... - Ele voltou a atenção para as chamadas.

Olhei para Fred e May que estavam me olhando com a mesma cara que eu estava olhando para eles. Decepcionada com a situação escrevi em um pedaço de papel meu endereço e joguei para Alex.

— Ta ai. - Falei guardando minhas coisas.

O sinal tocou todo mundo se levantou e eu sai o mais rápido que pude e fiquei esperando May e Fred debaixo da árvore do outro lado da rua. Vi os dois saindo, Alex atrás deles, ele acenou se despedindo e entrou em um SUV preto. :

— Ate que ele é simpático. - May disse entrando na minha casa.

— É o Fred é... Pense que você já tinha reparado May...

— Bom ele é mais, não estava falando dele.

— O que você achou de tão bom nele que você não para de falar dele?

— Amiga, ele é o primeiro gato em anos que entra na nossa sala. E ele é o único da sala.

— Não é verdade, o Fred é.

Olhei pra ele, que não estava com cara de quem tinha aceitado aquilo como brincadeira de May. Aliás, ele gostava dele e eu sabia por que em uma tentativa de ir a uma festa e se divertir ele me contou após ter enchido a cara. Não gostava de quando a May falava assim, eu sabia o quanto ela era importante pra ele e queria que ela visse isso,mais estava tão difícil que já podia ate pensar em desistir. Sorri para ele, e voltei a fazer o dever de matemática. May foi fazer um sanduba pra gente. Terminamos o dever, Josh chegou da escola meus amigos já.tinham ido embora, fiz um sanduíche para e ele e subi para o meu quarto, que aos olhos dos outros nem parecia um quarto de uma garota. A ele não tinha nada de mais, as paredes são cheias de prateleiras de livros, meu guarda roupa não é do tipo que ocupa uma parede inteira então, meu quarto acaba sendo um quarto normal. Josh interrompeu meus pensamentos.

— Seu namorado esta lá na sala.

— Não tenho namorado Josh.

— Bom você só tem um amigo, e não é esse que está aqui em casa.

Olhei seriamente para meu irmão e desci para a sala, Alex estava parado entre um sofá e a mesa de centro.

— Oi - ele sorriu docemente. - Você deu seu endereço então eu vim, fiz mal já vim logo de cara?

— Você diz por eu não te conhecer e já estar aqui na minha sala, mais tudo bem temos esse trabalho idiota pra fazer. Já pensou em alguma coisa?

— Bom eu fiz umas pesquisas e acho que podemos partir dai.

— Ta me deixa ver essas pesquisas. - Apontei pro sofá - Senta.

Ele se sentou no sofá eu no chão como de costume, peguei meu notebook, e ele o dele e começamos a montar e ver o que iríamos colocar no trabalho. A pesquisa dele estava muito boa, eu fui montando enquanto ele ia revisando.

— To indo na casa do Leary. - Josh disse passando pela porta e saindo.

— Volta antes do jantar - Gritei. - Ta com fome? - Perguntei para Alex.

— Sinceramente? Sim.

Rimos, era bom escutar a risada dele. Olhei para a tela no notebook aterrorizada pelo pensamento que veio na cabeça. Qual é conheci ele em menos de 24 horas.

Ele continuou a fazer o trabalho enquanto eu fazia nosso lanche e levava até a sala, enquanto ele comia eu fiz minha parte do trabalho finalizando-o.

— Veio de onde? - Perguntei para ele.

— Chicago. Meu pai recebeu uma oferta de trabalho aqui.

— O que ele faz?

— Ele é médico. Neurocirurgião e minha mãe cirurgiã ortopédica. Um completa o outro. E os seus pais o que fazem?

— Aah minha mãe é pediatra na clinica da cidade e meu pai - Engoli em seco - Era bibliotecário.

— Era? Por que ele trocou de trabalho?

— Não ele morreu há três anos.

— Nossa Ana eu sinto muito.

Ele colocou a mão no meu ombro.

— Tudo bem ah eu meio que já me acostumei a falar sabe, as pessoas perguntam então o único modo é falar.

— Não me imagino sem meu pai, ainda bem que você tem sua mãe.

— Vai fazer medicina assim como seus pais? - Perguntei querendo mudar de assunto.

— Então vai parecer clichê isso mais sim quer ser cirurgião cardíaco, mais fazer o que me apaixonei pela profissão assim como... - Ele parou de falar por um instante - Mais e você quer ser o que?

— Bom eu poderia ser qualquer coisa mais eu estava pensando em me tornar bibliotecária sabe, abrir uma biblioteca e mexer com os livros. Meu pai me ensinou a amar a leitura então não sei o que fazer.

— Claro, bom tem tempo ainda certo, você tem alguns meses para pensar.

Sorrimos com isso, era bom ter a companhia dele ta eu sei a gente nem se conhece mais era bom, bom mesmo.

— Você poderia me mostrar à cidade.

— Alex não. Eu acho que você já conhece a cidade.

— Ah, por favor. Já acabamos o trabalho, não custa nada você me acompanhar em um passeio.

— Ta vamos logo antes que eu mude de ideia.

Levantei-me do chão apontando para a porta, ele se levantou e saímos. Eu estava com o cara mais palhaço que já conheci. Era bom rir, fazia tanto tempo que eu não gargalhava que ate tinha me esquecidas como era. Não que depois que meu pai se foi eu tinha parado de ser a garota sorridente, Eu só não ria mais como de costume não via tanta graça em tudo, mais agora nesse exato momento eu estava rindo de uma piada sem graça nenhuma, Alex me fazia rir e isso era bom. Mais não durável. Ele só estava ali por causa do trabalho e porque falei do pai morto. Afffs bufei e chutei a primeira pedra que vi no chão.

— O que foi? - Alex me perguntou vendo minha mudança de humor.

— Por que você esta aqui andando comigo?

— Ah como assim?

— Alex você poderia muito bem estar agora com qualquer outra pessoa mais esta aqui.

— Gosto de falar com você.

Eu parei no meio da calçada.

— Não, você nem me conhece.

Ele parou na minha frente, e ficou me olhando era estranho ser olhada assim, ele sorriu docemente. :

— Conheço o bastante para eu gostar de falar com você. Gosto mesmo. Sei que você infelizmente teve uma vida sofrida e que ainda tem. E que é bastante fechada.

Olhei para outro lugar, respirei fundo e desejei não estar ali, desejei a morte de Peny. Ficamos mais uns minutos ali andando em círculos e logo depois das 18h00min fui para casa. Desejando que minha mãe já tivesse feito o jantar meu estômago estava doendo de fome. Entrei em casa e meu pedido foi concedido, minha mãe estava terminando de colocar a mesa, meu irmão estava brincando com o prato.

— Cheguei to morta de fome.

— Que bom fiz sua comida preferida.

Sorri para ela, beijei a cabeça do meu irmão e já fui comer. Certamente, era minha comida preferida. Comi e subi para o quarto arrumei umas coisas e fui tomar um banho. Conversei ate pegar no sono com May e Fred como de costume. No outro dia acordei com o despertador tocando. " Nossa, não tive pesadelos esta noite." Suspirei e fui me arrumar. Tomei banho me troquei e desci, fiz o que de costume sempre faço. Tomei meu café escrevi o bilhete para minha mãe e fui para aula. Cheguei à escola minha turma estava me esperando. Fred e May estavam rindo sobre uma piada idiota suponho, cheguei junto à eles e fomos para sala.

Alex estava sentado atrás de mim, sorriu quando me viu retribui o sorriso e logo me sentei. A Senhora Brandielly professora de português chegou e já foi passando dever, a aula dela era um verdadeiro porre. Não que não fosse boa, ate era mais ela fazia a aula ser um saco. Alex me cutucou, olhei para trás e ele me entregou um papel. Abri e li.

" Sorriso bonito Ana. Sorria mais vezes que posso me apaixonar pelo seu sorriso.

A aula dela é sempre assim? Tão entediante?"

Respondi a pergunta dele ignorando o que ele tinha dito antes.

" Bom é uma ótima professora só a matéria que é muito teórica. "

Entreguei o bilhete e logo ele me entregou de volta.

" Quem é esse tal de Philippe Alguma coisa? "

Li a pergunta e revirei os olhos

" Escritor de Era uma Vez. Você deveria ler sempre cai citações nas provas. "

Entreguei o papel e logo o recebi.

" Não tenho esse livro. Aqui pode pegar? "

Li a pergunta e vi que a professora estava me olhando atentamente e escrevi rápido uma resposta.

" Eu tenho, te empresto o livro. "

Eu ia passar o papel para trás quando ela chegou na minha mesa.

— Senhorita Frey pode me dizer o que você e o senhor Tanner tanto conversam por esse papel.

Olhei para ela e logo para o papel na minha Mao.

— Desculpa Senhora Brandielly o Alex estava me perguntando sobre o livro Era uma Vez, ele não tem e gostaria que eu emprestasse o livro a ele.

— OOh ! Nunca ouviu falar do livro senhor Tanner. - Perguntou ela.

— Sinceramente Senhora Brandielly não eu nunca ouvi falar. Ana estava me dizendo,que é melhor eu me manter informado sobre o livro então perguntei se ela poderia me emprestar.

— Entendo... Bom se mantenha informado então.

Ela voltou para frente da sala May me olhou eu revirei os olhos para ela. Já estava ficando chato ela fazer isso. A senhora Brandielly começou a escrever na lousa umas citações de Era Uma Vez.

— Quem pode me falar o restante dessa citação.? - Perguntou ela.

Olhei em volta todo mundo abaixou a cabeça.

— Ela dormia. - Falei olhando para o meu caderno. - Pude ver o quão serena ela era. Uma doce mulher dormia ali ao meu lado tranquilamente. Depois de tudo que passei pensei que nunca iria me sentir tão seguro em relação à uma outra pessoa. Mais com ela tudo é exatamente perfeito. Sei que parece clichê eu falando isso mais um dia você ira encontrar alguém que se sentira assim como eu me sinto em relação a ela. Morte nenhuma separa o que sinto. Problema nenhum. O que era uma vez se tornou realidade. - Acabei de citar.

— Ana parabéns tenho certeza que deve ser uma das partes que você mais gosta.

Ela sorriu, contribui o sorriso com outro. Alex se aproximou de mim.

— Era disso que eu estava falando.

Sorri com aquilo e pedi a Deus que o sinal tocasse, e graças ele me ouviu o sinal tocou e eu saio junto com Fred que estava comentando sobre a aula de matemática.

— Ana passo na sua casa para pegar o livro pode ser.?

— Ta pode.

Alex entrou no SUV preto e bastou isso para May começar.

— Ai meu Deus ele vai à sua casa. Tenho certeza que ele esta afim de você. Tenho certeza absoluta agora depois disso aqui.

— Já chega May. Ele só é um cara rico que está fazendo o trabalho de Sociologia comigo só isso nada demais. Já chega dessa coisa dele estar a fim ou não. Não quero saber.

— Tudo bem, se isso te incomoda tanto.

Ela jogou as mãos para o céu, não gostava de falar assim com a minha melhor amiga mais era preciso as vezes ela extrapolava. Ficamos em silêncio por um bom tempo. Fred interrompeu meus pensamentos sobre alguma coisa relacionada à elefantes.

— Hoje a noite tem Festa na casa da Bethynne alguém vai?

— Só irei se vocês forem. - May disse chutando uma pedra para Fred que a chutou para mim.

— Vamos Ana, faça isso por mim. Sou seu amigo à três anos e mereço algo vindo de você.

— Por que quer ir nessa festa? Bethynne nunca foi seu tipo.

— Quem disse que eu quero ir por causa dela?

Quero ir por causa de mim mesmo. Talvez por causa de uma pessoa.

Balancei a cabeça, eu sabia que essa pessoa seria May.

— Okay, a gente vai. Mais nada de sair bêbado de lá entendido. -Falei virando a esquina de casa.

— Combinado.

Paramos na porta da minha casa, May não quis ficar para almoçar comigo, e Fred tinha assuntos a resolver. Entrei minha mãe tinha deixado o prato pronto no micro-ondas para mim e Josh. Resolvi deixar tudo pra ele. Peguei um pacote de biscoito de chocolate deixei minha mochila no chão da sala e me joguei no sofá. Liguei a TV estava passando um filme qualquer, em menos de 5 minutos o pacote de biscoito tinha acabado, me deitei direito no sofá, Josh chegou esquentou seu almoço e saiu. A ultima coisa que eu escutei foi que ele ia para casa do seu melhor amigo. Nem mesmo respondi, estava ocupada demais em me manter quase dormindo.

Acordei com meu celular tocando feito doido. Alguém estava me ligando, tentei ler o nome na tela mais minhas vistas ainda estão embaçadas, atendi a cegas.

— Alô.

— Abre a porta.

A voz de Alex ecoou ali pela sala. Droga eu tinha esquecido ele. Fui a te a porta e abri.

— Ate que enfim bela adormecida.

— Desculpa acabei pegando no sono. Entra.

Esperei ele entrar e fechei a porta.

— Senta ai, vou pegar o livro.

Apontei para o sofá e fui para meu quarto. Peguei o livro em cima da cama. Ele era o único que não saia de perto de mim, sempre estava em minhas mãos. Não me cansava de ler ele. Voltei para sala.

— Toma. Por favor, cuidado.

— Pode deixar. Vai à festa hoje?

— Me deixa adivinhar foi, convidado?

— Pode apostar que sim.

Eu sorri para isso. Para mim era estranho ver Alex ali parado em minha frente. Na verdade era tudo muito estranho.

— Te devolvo em três dias. - Ele disse levantando o livro.

— Ok.

— Então ta, já estou indo. Te vejo por ai.

Ele foi sozinho ate a porta, só fui ate lá para fechá-la. Droga! Pensei. Eu não poderia ir à festa. Na verdade não quero mais ir a essa festa idiota. Fred me mandou um SMS dizendo que me buscaria as 20h00min. Droga! Pensei de novo. Não gostava de quebrar minhas promessas. Joguei-me no sofá e coloquei meu celular para despertar às 19h15min. E apenas dormi. Acordei com meu celular tocando e minha mãe cantarolando uma música dos anos 90. Meu irmão provavelmente estava lá em seu quarto fazendo o dever de casa.

— Mãe... Tem festa hoje e eu irei com Fred e May ta bem?

Ela jogou a cabeça para trás:

— Não chegue bêbada e nem em um carro de policia.

— Pode deixar mãe.

Minha mãe sempre fora assim, para ela eu e meu irmão poderíamos fazer de tudo menos chegar drogada, bêbada e em um carro de polícia, para ela se isso acontecesse era a morte. Fui para meu quarto tomei banho e fiquei sentada na cama enrolada na toalha pensando que roupa ir nessa festa. Fiquei olhando para o guarda roupa aberto ate decidir. Coloquei uma calça jeans com, uma blusa branca e uma camisa preta por cima. Coloquei meu tênis de sempre e me olhei no espelho.

Não estava ruim, não a meu ver. Passei a mão no meu cabelo e pronto. Eu estava pronta. Fiquei no quarto ate ouvir Fred tocar a campainha. Sai de casa minha mãe estava servindo o jantar.

— Algum plano para hoje? - Perguntei para ele antes de bater na porta de May.

— Se eu tomar coragem quem sabe.

Sorri para ele, Fred bateu na porta e logo May saiu toda arrumada.

— Uau, quer parar o trânsito é? Fred perguntou apontando para ela.

— Não só deixar você babando.

May respondeu passando por ele e indo ate mim.

Fomos para festa. Antes que nós chegássemos na casa da Bethynne pensei duas vezes em dar a meia volta e voltar para casa. Eu não gostava de festas não mesmo. Sempre tinha muita gente bêbada, se pegando e sempre acabava em briga. Era isso que as festas tinham. Entramos para a festa. Nossa Bethynne sabia mesmo dar uma festa. Muita bebida, música e muita gente. Fred e May começaram a dançar em um canto e eu fui para outro canto que tinha pouca gente e fiquei ali vendo eles se divertirem.

— Tentando se esconder.

Alex estava bem ali parado do meu lado.

— Talvez.

Respondi sorrindo para ele.

— Aleeeeex - Gritou Bethynne vindo ao nosso encontro. - Você veio. - Ela o abraçou-o e levou ele pra pista de dança.

Meio óbvio que isso iria acontecer. Era Bethynne. Fiquei vendo eles dançarem e ao mesmo tempo desejando não estar ali.

— Não tive coragem, May está dançando com Erik agora.

Olhei era Fred, ele estava escorado no portal olhando para pista de dança.

— Fred, pelo que eu conheço em três anos, você vai ter que chegar nela. Chegando.

— Estilo Erik?

— Sim estilo Erik, e é melhor você fazer logo antes que ele faça.

Fred olhou para mim implorando ajuda, empurrei ele pra pista. Qual é desde que eu o conheço ele é apaixonado pela May e nunca falou nada. Já estava mais do que na hora de ele criar coragem e fazer algo.

Ele parou atrás de Erik que provavelmente iria beijar May em alguns minutos se Fred não andasse logo. Fiz cara feia pra ele.

— Anda logo. - Gritei por causa da música.

Ele entrou no meio de May e Erik e a beijou.

Uau Fred sabia o que estava fazendo. May retribuiu e isso era bom por que o que eu tinha em mente era bem diferente. Eu pensava que ela iria empurrá-lo e dar um tapa na cara dele. Mais nada disso aconteceu. Bom ainda bem. Erik pareceu não gostar mais nem mesmo interrompeu. Eles ficaram se beijando por mais alguns segundos e logo depois saíram dali. Que Deus de juízo a eles. Pensei. Pronto lá estava eu no meio de pessoas que não nunca tinha se quer falado algum dia. Alex continuava dançando e não seria eu a interromper. Dei meia volta e fui para varanda, onde eu tinha gente mais eles estavam ocupados demais se pegando. Me sentei na escada. E fiquei ali esperando passar mais um pouco de tempo para eu poder ir para casa. Alex apareceu do meu lado.

— Ai esta você. Onde estão Fred e May? - Ele olhou em volta.

— Provavelmente se pegando em algum canto. Bethynne cansou de você. ?

— Não, ela só foi retocar a maquiagem com uma menina que não me lembro o nome.

— Oh Deus.

Não era para eu ter dito isso em voz alta mas não fiz nada para consertar. Fiquei em silêncio, era a melhor coisa a fazer naquele momento. Alex não disse nada pra acabar com o silêncio.

— Pronto gato vem. - Bethynne chegou puxando ele.

Nem virei o rosto para vê-lo entrar. Fiquei mais uns minutos sentada ali na varanda e fui pra casa. Nem me importei em achar May e Fred. Parei no Big's Burguer comprei três hambúrgueres e fui para casa. Minha mãe estava fazendo o turno da 20h00min então ela iria ate as 02h00min da madrugada. Deixei um hambúrguer no micro-ondas para ela e levei um para Josh que estava no quarto.

— Já chegou? Pensei que você fosse a uma festa.

— Eu fui já voltei e trouxe hambúrguer.

— Que bom por que eu já estava com fome.

Me sentei ali com ele e comemos. Josh voltou a fazer seu dever e eu fui para meu quarto. Coloquei meu velho e confortável pijama e me deitei. Fiquei olhando o teto e pensando em tudo que tinha acontecido hoje. Fred e May, Bethynne e Alex. Senti um aperto no perto quando me veio na memória Alex dançando com Bethynne. Droga não era para mim me sentir assim não mesmo. May estava errada ele não estava afim de mim. E doía saber que ela estava errada. Respirei fundo e comecei a contar minha respiração e dormi.

Nããããão! Acordei com o meu próprio grito. De novo não. Mais um pesadelo. Sentei na cama, ofegante e toda suada. Minha mãe abriu a porta e veio até mim se sentando do meu lado. Ela ficou comigo até que eu me acalmasse, ate que tudo voltasse ao normal. Senti ela saindo do meu abraço depois de uma hora. Eu odiava tudo isso. Odiava ter pesadelos. Rolei pela cama, era impossível eu dormir agora, me sentei novamente liguei a luz do abajur e fui pegar um livro, peguei o Morro dos Ventos Uivantes, sentei na poltrona e fiquei lendo ate o despertador tocar. Fechei o livro guardei na estante e fui tomar banho coloquei a roupa mais confortável que eu tinha isso é uma calça jeans qualquer uma blusa normal e o meu velho moletom. Fiz um nó no cabelo e desci fiz o que tinha que ser feito em casa e fui para escola.

Nem esperei Fred e May como de costume fui direto pra sala, sentei abri meu caderno de Matemática e esperei. Fiquei ali simplesmente olhando para meu caderno. O sinal de entrada tocou e começou a encher a sala, Fred e May entraram na sala de aula de mãos dadas, sorri para isso era bom ver que tinha dado certo entre eles.

— Não esperou a gente. - May disse se sentando do meu lado.

— Pois é, desculpe estava cansada de ficar em pé. E ai Fred.

— Não ficou na festa ontem. Perdeu a melhor parte.

— Teve melhor parte? - Perguntei.

— Bethynne beijou Alex. - May disse olhando para porta que agora Alex estava entrando.

Ótimo. Pensei. Fiquei olhando para ela e por um minuto não queria estar ali. Droga. Pensei de novo. Não era pra nada disso estar acontecendo nada disso. Levantei o olhar e vi que o professor de matemática estava entrando na sala. Queria sair dali, mais era como se eu estivesse congelada no lugar. Respirei fundo e tentei ignorar o que May tinha dito e ignorar o fato de que Alex estava bem atrás de mim.

O professor começou a passar duas equações na lousa, copiei e esperei May e Fred acabarem de copiar para que a gente começasse a fazer. Fred terminou primeiro e começamos a fazer, era chato mais dava pra passar o tempo.

— Vamos sair hoje? - Fred disse olhando pra mim e para May.

— Não.

— Por que não? - Perguntou May.

— Ficar de vela não é o que eu gostaria de fazer em plena sexta à noite. - Falei rindo - E além disso onde mais a gente iria ?

— Big's Burguer - Sugeriu May. - Estou com saudades da batata frita de lá. Vamos Ana por favorzinho.

— É tão engraçado ver você implorando. Eu vou mais nada de super beijo em. - Apontei para os dois - Vamos focar em 2z - π +134 ÷ z² =0 - Olhei para o caderno, e voltamos para a equação.

— Sabe a resposta da 2 ? - Alex me perguntou.

— Não. - Respondi olhando pra resposta no meu caderno.

— 75 - Falou Fred.

Não olhei para trás para ver a cara de Alex, Fred fez cara feia pra mim, eu revirei os olhos para ele e esperei o sinal tocar. Quando tocou simplesmente guardei minhas coisas e sai.

— ONDE. VOCÊ. VAI - May gritou atrás de mim no corredor.

— Embora, não estou bem.

— Serio Ana? Deixa disso e volta pra sala.

— May irei para casa você me empresta o caderno ok? E outra mais tarde a gente se vê. As 20h00min lá em casa.

— Ana.

— Tchau May.

Balancei a mão no ar fazendo tchau pra ela, e sai da escola. Pensando em ir pra algum lugar qualquer. Pensei em ir pra Biblioteca mais provavelmente eu iria dormir em cima dos livros, então fui direto pra casa, minha mãe tinha saído e meu irmão estava na escola. Ótimo a casa só pra mim. Pensei comigo mesma, passei pela sala e fui direto para meu quarto onde eu só tirei meu tênis, puxei as cobertas e me deitei. A cama estava fria, coloquei o celular da mesinha de cabeceira, e fechei os olhos. Só queria ficar ali, queria poder parar no tempo. Passei a mão debaixo do travesseiro procurando Era uma Vez e não encontrei. Droga! Pensei. Tinha esquecido que estava com Alex. Meu livro preferido estava com ele. Mais que droga! Peguei meu celular enviei uma mensagem de texto para ele.

" Favor devolver meu livro. Se não leu então você tem até as 21h00min para ler."

Não esperei resposta coloquei o celular no silencioso e fechei os olhos tentando pegar no sono contando minha respiração. Fui acordar só às 19h30min com minha mãe me chamando para jantar. Respirei fundo me sentei na cama, peguei meu celular e vi que tinha 10 ligações de May. Mandei uma mensagem a ela dizendo que já estava esperando e fui tomar um banho. Coloquei um short jeans uma blusa normal e desci.

— Vai sair? - Perguntou minha mãe.

— Vou ao Big's Burguer com May e Fred, volto cedo.

— Tudo bem.

Sai de casa e fiquei sentada lá fora esperando eles que já estavam atrasados 10 minutos. Fiquei cantarolando a música Lego House do Ed Sheeron que era um dos meus cantores preferidos. E quando eu estava chegando quase no final May e Fred chegaram.

May ainda estava de cara fechada comigo por eu ter ido embora da aula hoje.

— Ainda não entendi o porquê você foi embora. - May disse passando pelo Fred e pegando no meu braço.

— Tive pesadelo essa madrugada May. Eu estava cansada. Me desculpe mais não iria aguentar ficar na escola hoje.

— Sério que é foi só por causa disso, nada mais?

— May! – Fred disse repreendendo-a.

Eu sabia onde ela queria chegar então simplesmente concordei.

— Sim May, é só por causa disso. Agora vamos comer. – Falei antes que ela dissesse mais alguma coisa.

Fomos andando pela rua fria e escura, chutando as pequenas pedras que tinham nas calçadas até chegarmos. Ed o dono da lanchonete nós viu e já gritou “- Vai o de sempre”. Apenas confirmamos coma cabeça. Sentamos na mesa de sempre lá no fundo do lado esquerdo e lá ficamos ate vir nossos pedidos. Comemos, e ficamos ali conversando, era bom conversar com eles. Fred e May me entendiam como ninguém.

— Amiga, não é feio você admitir. – May disse me olhando para mim de forma cuidadosa.

— Admitir o que? – Perguntei já sabendo a resposta.

— Admitir que ficou triste sabendo que a Bethynne beijou o Alex.

— May sabe que não foi bem assim. – Fred disse tentando mudar a situação.

— Okay quer que eu admita? – Falei me levantando da mesa. – Fiquei sim triste e não quero mais tocar no assunto entendeu. Não quero mais saber do Alex. Fred paga para mim. – Entreguei o dinheiro para ele.

— Aonde você vai? – May perguntou

— Para casa, até amanha namorados. – Respondi já saindo antes que ela dissesse algo.

“Droga! May tinha mesmo que fazer isso?” Pensei comigo mesma, só de tocar no assunto fez com que meu coração acelerasse mais que o normal. Respirei fundo e segurei as lágrimas que estavam em meus olhos. Eu não chorava desde o funeral de meu pai e queria continuar assim sem choro. Decidi passar na praça para apenas ficar sozinha um pouco. Às vezes fazia falta ficar sozinha. Eu tinha que colocar minha cabeça no lugar. Sentei em um banquinho e fiquei olhando o céu que estava escuro e a lua que estava bem apagada. Fiquei um bom tempo observando aquela maravilha.

— Posso dizer que esta me perseguindo.

Ouvi a voz. Eu conhecia essa voz. Olhei para o lado vi Alex em pé encostado na arvore.

— Acho que posso dizer isso de você. Qual é o que faz aqui? – Falei secamente.

— Gosto de observar a lua, assim como você. E antes que diga que eu estou aqui por você à praça é publica. – Ele sorriu após acabar de falar.

— Infelizmente ela é publica.

Me levantei para ir embora mais antes que isso acontecesse Alex parou na minha frente.

— Sai da frente. – Disse tentando passar por ele. – Anda Alex sai da minha frente.

— Não até você dizer o que esta acontecendo.

— Vai chover Alex, eu não estou a fim de me molhar.

— E eu não estou a fim de sair da sua frente, enquanto você não me dizer o que esta acontecendo. Fala logo, ou a gente vai se molhar todo. – Ele olhou para o céu, e olhou para mim em seguida. – Sei que não esta normal, me fala, vai começar a chover.

— Esta normal. – Respondi desviando o olhar.

— Ana não esta. Você sabe disso, desde a festa não esta nada bem. – Ele se aproximou de mim.

— Você beijou Bethynne. – Falei olhando para meus pés.

— Foi o que a May te disse? – Perguntou ele se aproximando mais de mim.

— Foi. – Respondi paralisada por ele estar tão perto de mim.

— Talvez se você tivesse perguntado para mim a verdade, não estaríamos aqui agora.

— Esta dizendo que Você não a beijou.

— Estou dizendo, que eu não a beijei. Por que foi ela que me beijou. E se você tivesse visto saberia que é verdade o que estou falando. Só tinha uma garota que eu queria beijar naquela festa e não era a Bethynne. – Ele ficou mais perto.

— Se não era ela, era quem então? – Perguntei com medo da resposta.

— Você Ana. – Ele levantou meu queixo. – Você é a única garota.

Não tinha palavra nenhuma para dizer depois do que ele falou. Olhei para Alex, era a única coisa que eu poderia fazer naquele momento, olhar para ele. Eu estava ofegante, minha respiração totalmente irregular. O coração parecia que iria explodir de tão acelerado que estava.

— Alex. – foi à única coisa que eu consegui falar.

— Ana. – Disse ele com a voz baixa e irregular.

Ele segurou minhas costas com uma das mãos e a outra em minha nuca. Respirei fundo, minhas mãos foram para a nuca dele. Estremeci quando senti a chuva caindo sobre mim. Alex me beijou. No começo o beijo era tranquilo e calmo. Esquecemos que estávamos sob a chuva gelada. Era bom estar nos braços dele. Ele me trazia segurança. Eu sentia que era segura com ele. Nos assustamos com o trovão que ecoou no céu. Começamos a rir.

— É bom escutá-la rir. Isso faz bem. – Ele passou a mão na minha bochecha de forma carinhosa.

Dei dois passos para trás me afastando dele. – Alex, por que isso. Não esta certo.

— Ana por que não? Pensei que gostasse de mim.

— Esse é o problema Alex eu gosto, e é isso que não esta certo, a gente se conhece á uma semana

— Exato. Mas essa semana pra mim são apenas números. Por que não da uma chance. Eu quero, você quer.

Olhei para ele ali, e tudo que eu conhecia pareceu se definhar, sumiu. Tudo estava tão confuso. Fiquei em silencio, eu precisava pensar, precisava sair dali. A chuva começou a cair fortemente sob nós.

— Preciso ir para casa, a gente conversa depois. Isso não é um não Alex, só preciso pensar. Acho melhor você fazer o mesmo. Essa chuva vai acabar nós matando.

— A gente se vê Ana Fray. – Gritou ele por causa do barulho da chuva.

— A gente se vê Alex Tanner. – Respondi alto, me afastando.

A chuva não diminuiu de intensidade, andei o mais rápido que podia. Em 20 minutos estava em casa, minha mãe e Johs estavam na sala, deitados no sofá.

— Ana! – Minha mãe falou se levantando. – Não poderia ter esperado a chuva passar para vir para casa.

— É eu poderia mãe, mas estou com sono vou tomar um banho quente e cair na cama.

— Vou fazer algo quente para você beber.

Subi para meu quarto deixando um rastro de água pelo chão. Corri para o banheiro antes, que meu quarto ficasse cheio de água. Não me demorei no banho, coloquei meu velho e confortável pijama e desci para sala.

— Chocolate quente na cozinha. – Minha mãe falou sem me olhar.

Realmente era o melhor chocolate quente que eu já tinha tomado. Peguei um pacote de biscoito de chocolate e me sentei no chão da sala.

— Como foi no Big’s Burguer ? – Mamãe perguntou enquanto procurava algo para assistir na TV*

— Bem, Ed te mandou um abraço. – Respondi olhando para meu pacote de biscoitos.

— Faz tanto tempo que não vou lá. Bom vou dormir, entro amanhã cedo na clinica então boa noite. Josh já pra cama mocinho. E você senhorita - Mamãe apontou para mim – Vá dormir também.

Eu sorri. Tudo que eu queria agora era ler um bom livro menos dormir. Desliguei a TV* e subi logo em seguida. Seu celular estava tocando, May estava me ligando feito louca.

— Fala May! – Me sentei na cama – Não vive sem mim em garota.

— Pare de se achar, eu só queria saber como você esta?!

— Estou bem eu acho.

— Quer conversar, conversar ajuda e você sabe.

— Preciso pensar tudo esta acontecendo tão rápido que eu nem sei o que falar. Como foi com Fred? – Perguntei antes que ela viesse com suas perguntas.

— Eu não imaginava que eu gostasse tanto dele como gosto Ana. Eu nem me tocava que ele gostava de mim. – Ela fez uma pausa – Ta eu imaginava um pouquinho que ele era afim mais nunca pensei que nós iríamos ficar juntos e que eu iria me apaixonar pelo cara que não sai do meu lado. Esquisito isso. Mais mudando de assunto o que vai fazer amanhã?

— Bom respondendo tudo isso que você acabou de falar, Fred é louco por você mais o menos três anos. E não sei o que vou fazer. Tem alguma ideia?

— Noite de pijama? – Respondeu ela feliz.

— Pode ser, como sempre, você, Fred e Eu?

— Combinado na casa de quem? A ultima foi na minha.

— Ok aqui em casa. Que filme vamos ver?

— Não tenho ideia – Ela deu uma pausa – Podíamos ver “Eu sou o numero quatro” “ O melhor de mim” ...

— Ta vou ver um filme aqui. Amanha então as 19 hrs combinado ?

— Combinado. Boa noite.

— Boa noite May.

Desliguei o celular, me deitei nem era 23h00min para eu ir dormir, embora eu estivesse um pouco cansada não estava com sono. Fiquei olhando pra o teto, eu queria ler. Queria pensar. Queria uma solução. Era uma vez não estava comigo para me ajudar então, eu teria que arrumar outro livro. Me levantei fui até a estante, peguei A Escolha – Nicholas Spark, me sentei na poltrona e comecei a ler. Me apeguei ao livro e quando fui ver já estava na metade torcendo para que Gabby ficasse junto com Travis. Meus olhos já estavam ficando pesados então decidi ir dormir antes que eu dormisse encima do livro. Me deitei e fiquei olhando para o teto contando a minha respiração até que dormi.

Sonhei desta vez com a noite que levamos meu pai para o hospital, o sonho foi diferente, mas mesmo assim aterrorizante, eu não queria estar ali. Queria acordar, queria sair dali. Apenas abri os olhos e lá estava eu no escuro do quarto. Respirei fundo. Olhei no relógio era 02h00min da madrugada. Revirei os olhos e me levantei, tinha perdido o sono mesmo, desci para a sala liguei a TV*, de madrugada passa os melhores filmes, meu estômago roncou de fome, fiz um sanduíche de queijo e fui ver o filme. Era estranho ficar ali vendo um filme que não era relativamente do gênero que eu gostava o invés de estar dormindo. O filme acabou e começou a passar uma serie americana que me chamou atenção Sense8 esse era o nome. Acabei assistindo 4 episódios dela e cai no sono, isso já era quase de manhã.

Acordei com minha mãe falando alguma coisa sobre ir ao supermercado, passei a mão do rosto e me levantei do sofá.

— Bom dia, espero que tenha dormido bem. – Falou ela passando manteiga no pão.

— Bom dia mãe. Bom dia Josh. – Dei um beijo em ambos e me sentei – Perdi o sono e vim assistir um filme mais acabei dormindo. – Apontei para o suco- Passa pra mim Josh.

Ele me entregou o suco, o café da manhã foi tranquilo, como sempre era pouca conversa enquanto tomávamos café. Subi para meu quarto me troquei, e desci novamente.

— Vou com vocês. – Gritei para minha mãe e meu irmão que estavam saindo. – Espera ai.

Sai correndo até o carro.

— Ok, anda logo antes que o supermercado fique cheio.

O transito de Seattle, não era tão intenso então não demorou muito, para chegarmos no supermercado. Josh e eu fomos por um corredor e mamãe por outro. Era bem mais rápido se nós separarmos. Peguei as frutas que ela tinha pedido e meu irmão os legumes.

— Mãe, hoje tem noite do filme lá em casa. May e Fred vão. – Falei colocando as frutas dentro do carrinho.

— Pega então, alguma coisa pra fazer no jantar e pra vocês comerem depois. – Ela falou indo para outro corredor.

Sai com o Josh atrás de mim, pedi para ele pegar massa de macarrão e fui pegar o molho e o queijo. Serio macarrão com queijo simplesmente era o melhor. Josh voltou com duas massas. Levamos para o carrinho e fomos para a parte dos doces, a parte preferida dele. Alcaçuz, chocolate, marshmallow, pasta de amendoim, não faltava nada. Minha mãe já tinha pegado tudo então, fomos para o caixa. Minha mãe pagou, guardamos tudo no carro e voltamos para casa. O dia estava quente, isso era raro já que só chovia ou fazia frio em Seattle. Sábado era dia de faxina, já que minha mãe não ia para clinica antes das 08h00min da noite. Se bem que a clinica nem pode ser chamada de clinica, já que é mais um hospital. Peguei os produtos de limpeza e subi para meu quarto, tirei pó das prateleiras, do guarda- roupa lavei o banheiro e por ultimo limpei meu quarto. Meu irmão tinha só tirado pó das coisas dele então limpei o quarto dele e em seguida, o da minha mãe. Como ela estava limpando a sala e a cozinha, os quartos ficaram para mim. Terminei de arrumar e desci para arrumar a sala. Limpar minha mãe limpava mais organizar era comigo. Organizei as almofada em cima do sofá, arrumei os CDs e DVDs que estavam espalhados pela mesa de centro. Levei as coisas que usei de volta para a lavanderia. A casa estava em ordem.

Me joguei no sofá, com um saco de biscoitos de chocolate no colo, meu notebook estava ligado no chão, recebi um e-mail. Peguei-o do chão, e fui checar minha caixa de entrada.

De: Alex Tanner

Assunto: Hoje.

18, Abril, 2015 09h37min

Para: Ana Fray

Planos pra hoje?

Li a pergunta dele e pensei duas vezes antes de responder. Respirei fundo e digitei

De: Ana Fray

Assunto: Hoje.

18, Abril, 2015 09h39min

Para: Alex Tanner

Noite do filme... Quer participar?

De: Alex Tanner

Assunto: Hoje.

18, Abril, 2015 09h40min

Para: Ana Fray

Isso é um convite Ana Fray?

.

De: Ana Fray

Assunto: Hoje.

18, Abril, 2015 09h41min

Para: Alex Tanner

Pode se disser que sim.

De: Alex Tanner

Assunto: Aceito.

18, Abril, 2015 09h42min

Para: Ana Fray

Convite aceito com sucesso.

Que horas?

De: Ana Fray

Assunto: Hoje.

18, Abril, 2015 09h43min

Para: Alex Tanner

19h00min.

Enviei, e fechei minha caixa de e-mails. O que eu fiz, pensei. Droga! Ele não poderia vir aqui. Não hoje.

Olhei para minha mãe que estava parada perto do sofá me olhando, como se soubesse de algo.

— O que foi? – Perguntei

— Nada, me diga você.

— Acho que fiz uma coisa errada mãe.

— Calma tudo se ajeita.

Eu sorri. Não era tão simples assim. Desliguei a TV* e fui par meu quarto. Peguei o livro que estava lendo a noite passada, e continuei a ler. Ouvi minha mãe chamar Josh para ajudá-la com alguma coisa, em menos de meia hora terminei o livro, já que eu tinha parado na metade dele noite passada. Escutei Josh gritando que iria ao Leary e voltava antes do jantar. Olhei no relógio era 11h00min agora. Meu irmão tinha só o Leary de amigo eles eram tipo eu com Fred e May. Dupla implacável. Coloquei o livro de volta no lugar e peguei outro livro dessa vez A Promessa um dos melhores livros que eu já tinha lido, me sente de volta na poltrona e comecei a ler. Eu estava na parte em que Beth aceita sair com Matheew quando minha mãe me chamou lá em baixo. Desci ela estava acabando de fazer o suco.

— Sanduíche, pode ser? – Ela apontou para os pratos- Não estava a fim de cozinhar.

— Sanduíche é uma boa idéia mãe.

Sorri para ela, peguei meu lanche e fui para o sofá. Sábado era assim, a gente chamava de dia preguiçoso, por que preguiça não faltava. Passei o resto do dia ali. Uma hora no sofá outra na minha cama. O dia passou rápido, mesmo que eu não tenha percebido. Era exatamente 18h00min horas quando subi para meu quarto, afinal May e Fred e possivelmente Alex. Peguei o colchão reserva e joguei-o no chão do quarto. Peguei lençol, travesseiro e a coberta. Possivelmente Fred e May iriam dormir juntos, deixei tudo organizado e fui tomar banho. Coloquei uma roupa qualquer e esperei. Minha mãe estava começando a preparar o jantar, fiquei olhando pela janela, o pai de May parou o carro na frente de casa, Fred e ela desceram e foram para a porta de casa. Escutei minha mãe abrindo a porta para eles, desci. May estava com o travesseiro dela debaixo do braço e a mochila presa e, seu punho. Frey com a mochila nas costas e seu edredom.

— Até que em fim em. Demoraram muito. – Falei descendo as escadas e chegando na sala.

— Culpe meu pai. Oi senhora Fray. – May disse colocando a mochila e o travesseiro em cima do sofá. – Oi Josh.

— Senhora Fray, Josh. – Fred disse acenando para eles.

— Olá. Bom eu estou acabando de fazer o jantar. – Minha mãe falou voltando para a cozinha. – Entro na clinica ás 20:00hs hoje, só irei chegar de madrugada, então vou adiantar alguma coisa para vocês comerem. Não quero que ninguém morra de fome na minha casa.

— Longe disso. – Fred, falou se sentando. – O que tem pra hoje Ana, nenhum filme chato eu espero. Estou apaixonado, mais não quero ver romance agua com açúcar não.

— Relaxa. Eu separei Eu sou o numero 4” pra gente ver. Alex não vai gostar de filme agua e açúcar também então. – Falei pegando o notebook.

— COMO.ASSIM.? – May gritou me perguntando.

— Como assim o que ? – Fiz uma pausa olhando para ela. – Ok eu chamei o Alex para vir assistir o filme com gente. E May nenhum pio sobre isso.

— Está bem. Não esta aqui quem iria perguntar o por que ?

Eu sorri para ela. E me sentei no chão como costume.

— E ai que filme vai ser ?

— Eu estava vendo aqui na lista de lançamento. – Fred disse me passando o notebook. – Poderíamos ver O sétimo filho, A força, e ou O exterminador do futuro: Gênesis.

— Eu passo o exterminador do futuro. E descarto a força, é de terror estou fora.- Falei passando o notebook pra May.

— O sétimo filho então ? – Ela perguntou

— Fechado.

Peguei o cabo HDMI que ficava na gaveta esquerda da estante da TV e fomos para a cozinha. Minha mãe tinha preparado, macarrão com molho branco com queijo. E suco de abacaxi com hortelã e gengibre. Nós estávamos guardando a lousa quando a campainha tocou. Minha mãe que estava na sala com Johs atendeu a porta.

— Ela esta sim, fica a vontade.

Escutei alguém entrar. Meu coração bateu mais forte. Eu senti o perfume madeirado que vinha da sala eu sabia muito bem de quem era aquele perfume. Olhei para May ela estava sorrindo. Eu deixei o pano de prato em cima do balcão e fui para sala. Fred e May estavam bem atrás de mim. Lá estava ele com seu enorme sorriso.

— Espero não incomodar. – ele me viu – Ana. !

— Oi. – Eu falei caminhando para ele.

Ta confesso que o clima de pós beijo ficou estranho. May teve que quebrar o silencio.

— Não sabia que iria vir Alex. O que tem ai. – Ela apontou para as mãos ocupadas dele.

— Aah o livro. – Ele me entregou. – Obrigado o livro é ótimo.

— Por nada. Senta ai – Falei morrendo de vergonha dele.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem. Logo postarei o próximo capitulo. para melhor visualizarem os personagem a historia possui um tumblr. history-eraumavez.tumblr.com
Boa leitura!



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