Proprietário escrita por Chiyuu


Capítulo 25
Bolinhos Caseiros


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoazinhas fofas *-*

Tal como prometi (e desta vez foi a sério) este cap explica a história por trás do ódio dos pais do Youngjae com o Jaebum. Espero que gostem e que não esteja maçante por ser focado neles os dois ^^" Eu pessoalmente gostei muito de o escrever

Boa leitura o/



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– Jaebum oppa! - Gritou uma jovem enquanto corria pelos corredores da escola.

Jaebum parou de andar e olhou para a jovem, assim como os seus amigos. A rapariga era morena e tinha o cabelo muito cumprido e liso, preso num enorme rabo de cavalo. Mas o que chamava mais a atenção nela era o facto de ter uma enorme embalagem nas mãos e um sorriso tímido.

– Eu conheço-te…? - Murmurou JB olhando para a jovem.

Ela respondeu com um abanar negativo de cabeça e entregou-lhe a embalagem recheada de bolinhos caseiros.

– Vamos sair um dia destes, sim? - Disse a jovem assim que Jaebum aceitou a embalagem. Ela correu de volta pelo corredor antes mesmo de ouvir a resposta de JB, devia estar com muita vergonha naquele momento.

– Uuuh! O JB tem uma namorada! - Ria-se Jinyoung com voz infantil e começando uma dança ridícula, sendo logo acompanhado por Jackson.

Youngjae lançou um olhar irritado para o corredor onde a jovem tinha desaparecido.

– Que descaramento. - Murmurou azedo, voltando a fazer o seu caminho para a sala de aula.

Jaebum ficou com a embalagem nas mãos durante algum tempo, sem saber bem como reagir. Ignorou os amigos infantis que faziam piadas a seu respeito e seguiu Youngjae para a sala. Pelo menos teria comida para passar aquela aula entediante…

Sentou-se ao lado de Youngjae, como sempre, mas o rapaz ignorou-o o tempo todo. Nem sequer aceitou um dos biscoitos caseiros que Jaebum lhe oferecia.

– Estás bem? - Perguntou num sussurro, para o professor não lhe ouvir.

– Porque não haveria de estar? - Responde seco, sem encara-lo.

Jaebum deixou o rapaz sossegado o resto da aula.

“Deve estar com sono” Pensava.

No intervalo, voltou a tentar falar com ele mas Youngjae simplesmente ignorou-o. Percebeu que o problema do amigo era mesmo com ele pois Jae falava normalmente com Jackson e Junior.

– Olha lá, estás chateado comigo? - Perguntou Jaebum, durante o almoço, sem rodeios.

Jackson e Junior pararam de comer para observar a tenção entre os rapazes. Nenhum deles tinha sequer reparado que Jae ignorava o mais velho.

– Porque dizes isso? - Disse em resposta, continuando a comer sem olha-lo.

– Estás a ignorar-me desde… - Jaebum parou de falar e franziu as sobrancelhas. Youngjae olhou-o de olhos arregalados com medo que o rapaz tivesse percebido. - Estás assim porque também querias receber biscoitos caseiros de uma rapariga…? Eu juro que nunca a tinha visto na vida, não fiz nada para ela me dar aquilo!

Jae revirou os olhos bufando.

– Óptimo, então podes aceitar o encontro dela. - Sem esperar resposta, o rapaz levantou-se com o tabuleiro do almoço nas mãos e foi-se embora, após arruma-lo.

– Acho que ele está com ciúmes… - Risse Jackson.

– Não percebo porquê. Ele também tem um monte de raparigas atrás dele. - Responde Jaebum realmente confuso.

– Eu não falava de raparigas… - Murmura com um sorriso travesso.

Jaebum arregala os olhos para o amigo e olha na direção em que Youngjae tinha saído.

– Achas mesmo?!

– O quê? - Pergunta Junior confuso, enchendo a boca de comida.

– Tenho a certeza. - Confirma Jackson sorrindo mais.

Jaebum ficou com um olhar preocupado o resto do dia, principalmente porque Youngjae desapareceu da escola.

A hora de jantar finalmente chegou e Youngjae remexia a comida no prato sobre o olhar atento e carinhoso dos pais.

– Está tudo bem, filho? - Perguntou a senhora Choi com um sorriso sincero.

– Acho que estou apaixonado. - Disse diretamente.

O senhor Choi engasgou-se com o chá e tossiu compulsivamente, muito diferente da senhora Choi que mostrou o seu melhor sorriso.

– Isso é uma coisa boa! Porquê essa cara? - Insiste a mãe.

– Essa pessoa recebeu uma declaração de outra pessoa.

– Ah… Estás com ciúmes! - Risse o senhor Park. - Só tens de chegar perto dessa rapariga e dizer-lhe que gostas dela. Se ela não for cega vai retribuir o sentimento!

Youngjae sorriu e continuou a brincar com a comida enquanto os pais voltaram a comer descontraídos e felizes pelo filho estar a crescer.

– O que vocês fariam se tivessem um filho gay?

Desta vez ambos se engasgaram com a comida e encararam o filho de olhos arregalados. Youngjae tinha um olhar curioso genuíno e ingênuo.

– Bem… - Começou o senhor, coçando a garganta nervoso.

– Hipoteticamente falando? - Questionou a senhora Choi.

Youngjae assentiu com a cabeça e ambos suspiraram um pouco aliviados.

– Claro que o íamos amar na mesma e apoiar a sua decisão. - Responde o senhor com um sorriso orgulho, por tomar a decisão certa.

– Ainda bem! - Sorriu Youngjae. - É que eu gosto do meu amigo Jaebum.

Os pais de Youngjae ficaram bastante chocados com a revelação do filho, mas ao ver o seu sorriso tímido e ingênuo e a confiança que ele tinha neles ao ponto de lhes contar algo assim com tanta naturalidade, não conseguiram fazer nada a não ser apoia-lo e incentiva-lo a falar com o rapaz em questão.

Youngjae assim fez. No dia seguinte, logo que viu Jaebum sozinho nos corredores da escola, declarou-se rapidamente e beijou-o. Jaebum tinha ficado meio atordoado no inicio mas acabou por se deixar levar pelo beijo do amigo. Separaram-se quando ouviram um gritinho agudo e viram a rapariga que se tinha declarado a Jaebum sair a correr.

– Jae… - Chamou Jaebum confuso, ignorando completamente a rapariga.

– Eu gosto de ti. - Respondeu sorridente, abraçando o rapaz mas não sendo correspondido. - O que se passa…? Tu correspondeste ao beijo…

– Jae… - Murmurou JB afastando o rapaz com carinho. - Nós não podemos…

– Porque não? Gostas dela? - Acusou com um olhar desconfiado.

Jaebum riu e acariciou-lhe a bochecha para suavizar a sua expressão raivosa.

– Somos dois rapazes, Jae. - Disse Jaebum com um pequeno sorriso, como se explicasse algo óbvio a uma criança.

– E? - Perguntou inocentemente.

– Desculpa… - Jaebum beijou a testa de Youngjae e abandonou o local deixando o mais novo arrasado para trás.

Após esse trágico momento, Youngjae voltou para casa, ignorando todas as suas aulas, tal como ignorou as chamadas e mensagens dos amigos durante o dia, principalmente as de Jaebum que estava preocupado com o seu desaparecimento.

Durante o jantar, Youngjae apenas brincou tristemente com a comida no seu prato. Os seus pais estavam preocupados mas tinham uma leva suspeita da razão da sua tristeza, devido à conversa da noite anterior.

– A comida está boa, Youngjae? - Perguntou a senhora Choi, tentando trazer o assunto principal à tona.

– Não tenho fome…

– Mas tu não lanchas-te, filho.

Youngjae encolheu os ombros em resposta.

– Falas-te com o Jaebum? - Perguntou o senhor Choi. Ele não tinha tanta calma para estes assuntos como a sua esposa.

– Sim… - Murmurou baixinho, sem encarar ninguém.

– E o que ele te disse? - Insistiu o homem, recebendo um olhar de censura da mulher por estar a ser muito brusco.

– Disse que somos dois rapazes e…

– Ele gozou contigo, meu filho?! - Interrompeu a mãe de Youngjae.

– Ele… - Tentou recomeçar Jae.

– Recusou-te por seres homem, não foi? - Disse o senhor Choi irritado. - Disse-te coisas feias, não foi? - Youngjae ia responder mas o seu pai estava consumido pela raiva, ao imaginar que tinham gozado e brincado com os sentimentos tão inocentes do seu precioso filho. - Aquele monstro não te merece Youngjae! Se ele voltar a falar contigo, ignora-o! Ou melhor, fala com o Jackson que é forte, para ele te defender. Ouviste bem, filho?

Youngjae apenas ficou parado a olhar para o seu pai, sem qualquer tipo de reação. Estava perdido nas suas memórias. Agora que os seus pais diziam tudo aquilo, ele percebeu que a reação de Jaebum até foi bastante calma e carinhosa. Ele não o ridicularizou nem teve nojo de si, como os seus pais estavam a insinuar.

Estava tudo tão confuso na sua cabeça que perdeu mais de metade dos monólogos irritados dos seus pais. Só voltou a si quando a sua mãe lhe tocou no braço e disse carinhosamente que podia voltar para o quarto se quisesse.

No dia seguinte, Youngjae foi obrigada a voltar a escola e a ficar lá até as aulas acabarem, não podia estar sempre a faltar, mesmo que os pais tenham ligado para a escola a dizer que no dia anterior tinha ficado doente.

Foi às aulas normalmente, evitando o máximo possível ficar perto de Jaebum, mesmo que o rapaz parecesse mais apegado a si do que nunca.

Agora que Youngjae se tinha confessado, Jaebum tinha a necessidade de proteger aquele ser que ele tinha magoado. Jaebum sentia-se mais chegado a Jae e ver que ele o evitava estava a magoa-lo. Nunca tinha estado tão separado do rapaz como agora, eram amigos desde que se conheciam como gente. Tinham frequentado o mesmo jardim de infância e estavam juntos até agora. Só tinha passado um dia mas Jaebum já tinha a certeza que não queria estar assim com Youngjae, só queria protege-lo e não voltar a ver aquele olhar tão puro magoado.

Quando a última aula terminou, Jaebum estava decidido a falar com Youngjae e tentar resolver aquela situação. Levantou-se do seu lugar e começou a seguir o mais novo para fora da sala até Jinyoung lhe puxar o braço.

– Onde vais? Prometes-te ficar a ajudar-me com a matéria no final da aula. - Reclamou o rapaz, começando a espalhar os seus cadernos pela mesa vazia.

Jaebum olhou para a porta apreensivo mas acabou por ceder. Iam ter teste amanhã e não podia deixar o amigo ficar mal. Falaria com Youngjae depois.

Enquanto isso, Youngjae saía da escola perdido em pensamentos. Estava triste por não poder ficar perto de Jaebum como antes, e por não poder falar abertamente com os seus amigos sobre o que se passava. Os seus amigos eram amigos de Jaebum e isso dificultava bastante as coisas para si. Já tinha tentado puxar conversa subtilmente com Jinyoung, mas bastou trocarem poucas palavras para perceber que o amigo era homofónico. Só lhe restava ficar sozinho mesmo.

– Oppa! Era aquela rapaz! - Dizia uma voz aguda e chorona atrás de si. - Foi ele que roubou o meu Jaebum!

Youngjae virou o rosto vagarosamente, com as sobrancelhas franzidas e só teve tempo de ver a rapariga que se declarara a Jaebum antes de um forte muro lhe atingir o olho e fazendo-o cair.

– Então é este o nojentinho que roubou o namorado da minha irmã. - Riu com desprezo o rapaz que o acertara. Era mais alto e mais forte que Youngjae, na verdade, parecia até muito mais velho e Jae ficou assustado quando viu que ele lhe ia bater novamente.

Youngjae só conseguia se encolher e tentar proteger a cabeça e a barriga das agressões daquele bruta-montes. Não soube ao certo quanto tempo passou, sentia-se meio zonzo e bastante dorido.

Jaebum e Junior acabaram os estudos e estavam a sair da escola quando viram um aglomerado de pessoas em circulo. Curiosos, aproximaram-se até que os seus olhos se arregalaram ao ver Youngjae ser agredido por um tipo com o triplo do seu tamanho.

Nenhum dos dois pensou duas vezes para empurrarem aquelas pessoas e chegarem à cena da luta, separando aquele animal gigante do amigo.

Jaebum segurava o rapaz fortemente, com um olhar mortal e Jinyoung ajudava Youngjae a levantar-se do chão. O rapaz estava muito dorido mas conseguia ficar de pé com a ajuda do amigo, que também encarava mortalmente o rapaz que o agredira.

O rapaz era mais forte que todos eles, mas ao dar-se conta que havia muitas pessoas à sua volta, percebeu que em pouco tempo os professores daquela escola ou até mesmo a policia estariam ali e ele não queria problemas. Só queria ajudar a sua irmazinha a vingar-se e esse trabalho já estava completo. Afastou bruscamente o aperto de Jaebum e abandonou o local o mais rápido que pode, sendo seguido pela irmã. Jaebum reconheceu a rapariga e só conseguiu odia-la naquele momento e sentir-se enjoado por ter comido os bolinhos que ela lhe oferecera. Tinha vontade de vomitar.

Junior mandou todos afastarem-se bruscamente enquanto levava Youngjae para um banco do recreio. Jaebum correu para junto dos amigos e tentou ajudar Jae a andar mas ele apenas empurrou-o fracamente.

– O que aquele tipo queria contigo? - Perguntou Jinyoung, enquanto ajudava o amigo a sentar-se com calma.

– Não importa… - Respondeu baixinho, contendo-se para não chorar de dor. Claro que isso tornou-se impossível quando Junior sentou-se ao seu lado e abraçou-o carinhosamente.

Jaebum sentia os olhos a arderem só de ouvir o choro do rapaz. Se tinha percebido bem a situação, a culpa tinha sido daquela miúda, e se ela viu o beijo… A culpa também era sua então. A culpa era sua por ter rejeitado o amigo e deixado-o desprotegido para momentos como estes.

Aproximou-se dos amigos, sentando-se ao lado de Youngjae e juntou-se ao abraço dos dois. Tinha medo de ser rejeitado mas isso não aconteceu. Apenas ficaram ali num abraço a três até Youngjae parar de chorar e desculpar-se imensas vezes por ter chorado na frente deles.

– Não te preocupes. Seja lá o que tenhas com aquele tipo, não te vamos deixar sozinho outra vez. - Sorriu Jinyoung.

– Nunca mais te vou deixar sozinho, Jae. - Completou Jaebum, apertando a perna do rapaz.

– Obrigado malta… - Agradeceu timidamente, tentando ignorar o calor que as palavras de Jaebum tinham provocado.

– Queres que te levemos a casa? Já está a ficar tarde. - Pergunta Jinyoung, levantando-se do banco ao ver as horas.

– Não é preciso. Posso ir bem sozinho. - Sorriu, também levantando-se mas com bastante dificuldade, tendo de ter a ajuda de Jaebum.

– Certeza?

– Eu estou bem, Junior. Podes ir descansado. - Forçou o seu melhor sorriso e viu o rapaz afastar-se, enquanto olhava para trás apreensivo por deixar Jae sozinho.

– Até amanhã, Jaebum. - Disse Youngjae, também começando a andar, sem olhar para o rapaz.

Jaebum agarrou na mochila de Youngjae e colocou-a sobre o seu próprio ombro, começando a fazer o caminho para casa do mais novo.

– Eu disse que nunca mais te ia deixar sozinho.

Youngjae não tinha forças nem vontade de reclamar então deixou-se ser ajudado por Jaebum.

– Ainda estás muito magoado comigo? - Perguntou Jaebum a meio do caminho, quebrando o silêncio que os rodeava.

– Fisica ou psicológicamente?

Jaebum olhou para o mais novo e viu um olhar frio e distante que o assustou e fez parar de andar.

– Eu não quero que as coisas fiquem assim entre nós, Jae… - Disse quase que implorando.

Youngjae também parou de andar e olhou tristemente para o rapaz. Tinha o rosto ainda mais abatido que antes e parecia que ia desmoronar a qualquer momento.

– Não queres ser mais meu amigo? - Perguntou com o lábio inferior a tremer e os olhos molhados.

Jaebum sentiu que o seu coração deixou de bater ao ver aquela expressão no rosto sempre tão feliz e ingénuo como o de uma criança. Aproximou-se lentamente de Jae para não assusta-lo e junto os seus lábios aos dele. Ainda sentiu o lábio inferior de Youngjae tremer mais e algumas lágrimas adoçarem o sabor do beijo.

– Eu… - Disse Jaebum separando calmamente o beijo mas abraçando a cintura do rapaz com um pequeno sorriso de lado. - Acho que não quero mais ser teu amigo. - Viu o rosto do mais novo ficar confuso e para impedir que ele tentasse fugir, deu-lhe um rápido selinho nos lábios. - Podemos ser mais do que amigos?

Youngjae ficou parado durante algum tempo com cara de peixe fora de água a olhar para Jaebum, como se ele estivesse louco.

– Estás… a gozar comigo? - Perguntou por fim, ainda demasiado confuso.

– Claro que não! Eu quero ficar contigo e proteger-te!

Youngjae franziu as sobrancelhas.

– Então tens pena de mim. - Concluiu.

– Youngjae! - Gritou indignado. - Estou a dizer-te que quero ficar contigo! É preciso fazer um desenho? Eu não tenho pena de ti, apenas quero proteger aquilo que amo!

Youngjae baixou o olhar timidamente e quando o voltou a erguer, foi para beijar Jaebum de novo. Não ficaram assim por muito tempo porque estavam numa rua pública e Jaebum não queria que a relação se tornasse pública, pelo menos para já. Youngjae não hesitou em concordar sobre ter uma relação às escondidas, estava bastante empolgado na verdade. Só não gostou do facto de não poder contar aos seus pais e aos seus amigos, mas depois de conversarem durante algum tempo, perceberam que assim era melhor e mais seguro.

Jaebum acompanhou Jae até à porta de casa e viu-o entrar antes de seguir para o seu próprio lar. Youngjae entrou em casa com um enorme sorriso no rosto, mas esse sorriso e boa disposição duraram pouco tempo quando teve os seus pais a correrem na sua direção.

– O que te aconteceu!? Quem te fez isto!? - Perguntavam em pânico ao ver o filho magoado.

Youngjae ficou sem saber o que dizer. Estava tão feliz que por momentos se tinha esquecido das horríveis dores que tinha. Não se tinha visto ao espelho mas imaginava que estava com uma aparência horrível para ter deixado os pais apreensivos daquele jeito.

– Não foi…

– O Jaebum teve alguma coisa a ver com isto!? - Perguntou o senhor Choi muito irritado.

– Mais ou menos, ele… - Começou Youngjae.

– Eu vou matar aquela criança! - Gritou o homem, com o rosto vermelho.

– O meu menino… - Choramingava a senhora Choi enquanto puxava o rosto de Youngjae em vários ângulos para o ver melhor. - Por favor diz-me que já não és amigo desse rapaz. Não depois de tudo isto.

– Bem, nós já não somos amigos… - Murmurou, lembrando-se que não podia revelar que estavam numa relação. - Posso ir tomar um banho? Estou muito dorido…

– Claro que sim! Vai lá, meu querido. Se precisares de alguma coisa chama!

Youngjae concordou com a cabeça meio desnorteado pelas reações estranhas dos pais. Decidiu ignorar. Subiu as escadas para o andar de cima com um enorme sorriso no rosto ao ler uma mensagem de Jaebum a manda-lo desinfetar bem todas as feridas e ficar a descansar amanhã. Ele estava preocupado.

J❦B

Youngjae sorriu amarelo assim que terminou a sua história. Todos na mesa estavam chocados e sem palavras. O seu pai parecia que ia ter um ataque pela maneira que respirava pesadamente. Jaebum tinha os olhos arregalados sobre si, como se fosse um alien e a sua mãe tinha uma expressão confusa e chocada.

– Porque não disseste logo, Choi Youngjae?! - Gritou por fim a mulher. - Fazes ideia quantas vezes expulsei esse rapaz cá de casa sempre que ele te queria visitar?!

Youngjae piscou os olhos confuso. Não sabia que Jaebum estava proibido de entrar em sua casa.

– Eu não podia contar nada…

– Nessas circunstancias devias ter contado! - Interrompe Jaebum, chateado por ter passado por aquelas situações desagradáveis. - Ou então falavas comigo e explicavas-me a situação! Já cá deveríamos ter vindo há muito tempo!

– Não te chateeis comigo… - Murmurou com um beicinho.

– Ele tem razão! - Diz o senhor Choi. - Não devias ter deixado que isto durasse dois anos!

– Desculpem… - Youngjae olhou para o prato à sua frente medrosamente. Sempre tinha medo quando o seu pai gritava consigo. Podia ser o pai mais querido do mundo, mas também era o pai mais assustador.

– Foram dois anos a odiar um rapaz inocente, Choi Youngjae! - Continuou o homem. - Naquela altura eu queria ter ido atrás dele e espancado-o se a tua mãe não me tivesse impedido! Eu podia o ter matado!

Youngjae levantou bruscamente a cabeça com os olhos arregalados. Olhou para a mãe que não negou o que o pai dissera. Olhou para o namorado e viu-o quase a fundir-se à cadeira, pálido como um fantasma.

– Foi apenas uma mal entendido… - Murmura Youngjae, tentando defender-se.

– Um mal entendido? - Ri Jaebum descrente. - Porque não falas-te logo comigo? Não confias em mim?

– Não achei que fosse importante. - Responde dando de ombros.

A sua mãe, que estava ao seu lado, bate-lhe fortemente no braço, quase que fazendo Youngjae saltar do local.

– Não achas-te importante?! - Grita a senhora. - Eu parti uma vassoura na cabeça dele! - Grita apontando para Jaebum.

Youngjae volta a arregalar os olhos e olha repentinamente para o namorado.

– Não me disseste nada disso! - Acusa.

– Não te ia dizer que a tua mãe me bateu! - Defende-se, cruzando os braços e virando o rosto para o lado.

– Bem… - Suspirou a senhora Choi. - O que interessa é que já está tudo esclarecido agora… Devo-te um pedido de desculpas Jaebum. - Diz a senhora, curvando ligeiramente a cabeça.

Jaebum assustasse e curva-se também repentinamente. Não estava a espera daquilo.

– Está tudo bem. - Diz sorrindo. O senhor Choi imita o gesto da esposa e Jaebum repete o movimento. Olhou para Youngjae que tinha os ombros encolhidos e o olhar cabisbaixo. Despenteou-lhe os cabelos com uma mão e quanto Youngjae levantou o rosto, Jaebum sorriu-lhe carinhosamente. - Está tudo bem.

Youngjae sorriu de volta. Olhou para os pais e também os viu a sorrir. Voltou a olhar para o namorado e saltou da sua cadeira para o abraçar. Jaebum ficou constrangido quando Youngjae se sentou ao seu colo mas conseguiu ver pelo canto dos olhos que os seus “sogros” estavam sorridentes e por isso não teve medo em retribuir o abraço de Youngjae até ele voltar para o seu lugar para finalmente começarem a comer.

– Jaebum. - Chamou o senhor Choi a meio da refeição. - Se és mesmo homem para o meu filho, vamos beber.

Continua...


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Muito maçador?
Sentiram falta do Mark, Bambam, Yugy, Yuri e Coco como eu senti? XD Eles vão voltar não se preocupem!

Como puderam ver, se eu tivesse posto isto no cap anterior ele nunca mais acabava! Tive mesmo que separar, espero que agora esteja desculpada '-'

E claro, como fã de doramas que sou, tive que fazer o confronto do pai com o namorado d@ filh@ com alcool xD O que será que vai sair dali? O JB sabe beber? ihihihihi

Até ao próximo cap, kissuuuus o/



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