Só a Verdade escrita por Sereny Kyle
Notas iniciais do capítulo
essa é a 24ª fanfic da série. A anterior a essa se chama "Hajime no Uta"
– Estamos aqui, neste domingo, caros telespectadores, pra mais um “Só a Verdade”! Os convidados desta noite são, ninguém menos que, a banda the GazettE!
Os cinco músicos entram no palco sorridente, acenando tranquila e timidamente pra plateia e se sentaram nas cadeiras posicionadas diante do apresentador.
– Como todos sabem, as regras do jogo são simples: eu faço as perguntas e vocês têm de respondê-las independente do seu constrangimento – todos riram. – Não vale evasivas, respostas misteriosas e nem fugir do assunto.
Os cinco acenavam com a cabeça ao mesmo tempo e o apresentador sacou alegremente suas fichas de perguntas.
– Qual de vocês está mais incomodado com essa situação?
– Uruha – Aoi respondeu, rindo.
– Uruha – Reita concordou.
– Uruha – Ruki declarou.
– Uruha – Kai sorriu.
– Com certeza, sou eu - o guitarrista disse, sem jeito, mexendo com as mãos.
– Por quê? - o apresentador perguntou, diretamente ao loiro.
– Não gosto de ter os holofotes todos em mim...
– Mas, durante os lives isso não o incomoda...
– Mas os lives são pra isso mesmo! E eu não tenho que dizer nada... – todos riram.
– Está certo. Bom, além do óbvio, é claro, por que vocês guardam e protegem tão bem suas vidas pessoais?
– Pra incitar a imaginação das fãs – Aoi respondeu, com um pequeno sorriso malicioso no rosto.
– Pra não facilitar o trabalho dos jornalistas – Reita disse, brincalhão.
– Pra garantir o nosso foco – Ruki respondeu.
– Pra não perdermos o controle da situação – disse Kai.
– Pra que nos deem ouvidos – respondeu Uruha.
– Mas até mesmo seus relacionamentos são cautelosos. Como conseguem?
– Não sem esforço – disse Aoi.
– E cuidado – completou Reita.
– Mas também, nem temos tempo de ter muitos relacionamentos – respondeu Ruki.
– Casos esporádicos ou, quem sabe, relacionamentos mais sérios são mais fáceis de controlar e cuidar – disse Kai.
– Aprendemos que é melhor não provocar o interesse nem dos fãs, nem dos repórteres pra nossa vida pessoal – finalizou Uruha.
– Mas, vocês costumam ficar com fãs?
– Meu amigo, se você tem como objetivo se manter são e não se relacionar com os membros da banda, não tem como não ficar com fãs – Aoi declarou, entre risadas.
– É isso aí – Reita riu.
– Por que não? – Ruki disse e todos eles riram.
– Faz um tempo que eu não faço isso... – disse Kai.
– Está namorando sério, então? – provocou o apresentador.
– É... Estou... – Kai sorriu, corando e a plateia se agitou.
– Há quanto tempo?
– Uns meses... – o baterista respondeu, envergonhado e seus companheiros riram.
– Com uma fã?
– Não... – disse Kai.
– Uma amiga de infância?
– Não... – ele deu seu lindo sorriso de covinhas, extremamente constrangido.
– Alguém dos staffs?
– É... – ele assentiu, rindo e a plateia urrou.
– Certo, certo. Uruha?
– Sim? – perguntou o guitarrista, desviando o olhar do baterista e olhando o apresentador.
– Sua resposta.
– Eu esqueci qual era a pergunta – o loiro riu, fazendo-se de desentendido.
– Você costuma ficar com fãs?
– Ah... – Uruha riu, dando uma longa pausa.
– Nada de ser evasivo...
– Minha namorada não ia gostar muito se eu fizesse isso... – ele deu risada.
– Ah, parece que temos mais um comprometido...
– Sim.
– Há quanto tempo?
– Um tempinho...
– Com uma fã?
– Yep!
– E ela está aqui hoje?
– Não. Mas, com certeza, está assistindo isso...
Todos riram e concordaram.
– Certo, certo. Agora sobre a banda... O que cada um detesta mais nos outros membros da banda?
Os cinco se entreolharam, sérios.
– Aoi? – o apresentador incentivou.
– Bom... – o guitarrista inspirou, preocupado. – O que eu menos gosto nos outros? – ele perguntou e o apresentador confirmou. – Em cada um deles?
– É – o apresentador disse, divertido com a hesitação do moreno.
– No Reita... Deve ser... Quando ele se irrita facilmente...
Aoi olhou apreensivo para Reita, que sorriu.
– No Ruki... Ele também se irrita por qualquer coisa e fica mal humorado... – Ruki fez cara de emburrado, mas consentiu. – Kai é extremamente exigente e Uruha é desatento... – o guitarrista moreno terminou, temeroso.
– Viu? Você conseguiu – o apresentador riu. – Reita?
– Aoi é um “workholic”, Ruki é estressado, Kai é exigente e Uruha é estúpido.
– Estúpido? – Uruha repetiu, ofendido.
– É, que age com estupidez, não que é idiota!
– Ah, bom – riu o guitarrista loiro, concordando com a cabeça.
– Ruki?
– Hmmm... Aoi é mesmo “workholic”, odeio a maneira tranquila com que Reita diz o que mais detesta em nós – os cinco riram e Reita deu de ombros. – Detesto quando eu tenho que fazer uma coisa, como uma nova letra, ou checar os efeitos especiais e o Kai fica me apressando e, no Uruha, eu detesto a falta de tato dele.
– Certo – o apresentador riu da expressão de Uruha. – Kai?
– Aoi é muito concentrado, mas nunca sabe nos dizer exatamente o que estava fazendo... Reita, muitas vezes, não sabe quando parar de brincar, Ruki gosta de acumular trabalho só pra me deixar louco! – eles riram. – E o Uruha nunca faz o que precisa, mas quando eu vou falar com ele, já está feito!
– Ele foge da bronca? – o apresentador brincou e Kai consentiu. – Uruha?
– Posso dizer que não tem nada que detesto neles? – o guitarrista loiro perguntou, sorrindo brincalhão.
– Quer abrir mão da oportunidade de rebater coisas como desatento e estúpido?
– Você gosta de ver o circo pegar fogo, né? – Reita observou e o apresentador riu.
– Uruha? – o loiro mordeu seu lábio inferior, ponderando.
– Aoi nunca diz nada! Não importa o que tenha acontecido, ele prefere amargurar sozinho e em silêncio. Reita é um perturbador da paz! Ruki é um baixinho invocado. E o Kai, com certeza, adora pegar no meu pé!
– Viram? Mas vocês não parecem ter problemas de dizer isso uns pros outros.
– Você que pensa. Quero ver lá nos bastidores – Ruki riu e foi acompanhado pelos amigos.
– Então, já tiveram alguma briga séria?
– Já – Kai respondeu sério, franzindo o cenho, como se fosse óbvio.
– E foi há muito tempo?
– Na verdade não – Ruki respondeu.
– Foi durante a turnê mundial... – disse Reita.
– E o que aconteceu?
– Brigamos e decidimos acabar a banda... Era o meio da turnê e nós conversamos sobre fazer todas as apresentações e anunciar a separação da banda na última – Kai contou.
– E depois?
– Cada um foi pro seu canto... Precisávamos nos acalmar – Aoi continuou.
– No fundo, estávamos todos com um profundo sentimento de alívio... – Reita completou.
– Mas, passada a raiva, acho que começamos a pensar direito sobre isso, sobre acabar o the GazettE e como seria depois. O sentimento de alívio e liberdade passou logo e dele ficou um profundo vazio – disse Ruki.
– Nós nos encontramos depois de dez horas no estúdio antes do próximo show e conversamos novamente sobre a separação, todos muito mais calmos, e vimos que nenhum de nós queria isso – terminou Uruha.
– Puxa! Quantas pessoas sabem dessa história?
– Bem poucas até alguns segundos atrás – Aoi riu e depois indicou as câmeras e a plateia. – Agora, já perdemos a conta...
– É bem verdade. Antes dessa experiência no meu programa, qual foi a pior coisa que já perguntaram a vocês? – o apresentador perguntou, rindo. – Fãs ou repórteres, ta?
– As fãs vivem perguntando se eu namoro Uruha – Aoi respondeu, incomodado.
– Um jornalista perguntou se eu tentava ser engraçado com a faixa no nariz!
– Perguntaram se não me incomodava ser muito menos que os outros da banda – Ruki bufou.
– Sobre meu despertador – Kai respondeu, corando.
– Se eu me vestia com as roupas da minha mãe quando criança – Uruha resmungou.
– Ah! E o que vocês responderam?
– Ora, mas é claro que não! – Aoi respondeu, ofendido.
– Eu não tento ser engraçado!
– Eu tento não me incomodar, mas ainda sou humano, né? – Ruki disse, bravo.
– Eu acordo com o celular no vibra call... Por que é um problema? – Kai disse, envergonhado.
– Não, não me vestia – Uruha disse, bravo.
Todos na plateia riram.
– Quando foi a primeira vez de cada um?
Os cinco músicos coraram instantaneamente.
– Primeira vez de quê? – Uruha perguntou, novamente se fazendo de desentendido.
– Ah, vocês cinco entenderam muito bem o que eu quis dizer... – riu o apresentador
– Aos 13 anos – Aoi confessou e a plateia explodiu em balburdia.
– Tão jovem? – o apresentador se surpreendeu.
– Sim – o guitarrista moreno respondeu, envergonhado.
– Reita?
– 14...
– Ruki?
– 16...
– Kai?
– 18...
– Uruha?
– 14...
– E aonde foram?
Os músicos arregalaram os olhos, surpresos.
– Não me olhem com essas caras! – o apresentador brincou.
– Na praia... – disse Aoi. O apresentador abriu a boca, mas Aoi sacudiu a cabeça. – Não comente...
– Ta bem... Reita?
– Num carro...
– Ruki?
– No banheiro de uma boate...
O apresentador se espantou, enquanto o vocalista desviava o rosto, constrangido.
– Kai?
– Numa pousada...
– Uruha?
– Na viagem da escola pra Kawasaki¹
– Onde? – o guitarrista fez uma careta contrariada.
– No ônibus da excursão...
– Okay... – o apresentador tentou controlar-se. – E quando foi a última vez que vocês fizeram?
– Mano... – Aoi disse, pesaroso, escondendo o rosto nas mãos.
– Aoi quer começar? – o apresentador riu.
– Uruha começa dessa vez...
– Vai ter que responder de qualquer jeito.
– Eu sei, mas deixe-o começar...
– Uruha? – o apresentador virou-se para o guitarrista loiro, que parecia a ponto de explodir.
– Aoi, seu maldito egoísta! – Aoi se encolheu em sua cadeira, grato por estar bem longe do outro.
– Então, Uruha? Quando foi a última vez?
Uruha piscou constrangido e segurou o rosto corado com a mão no queixo e o cotovelo apoiado na perna.
– Hoje de manhã... – ele disse, baixo, desviando os olhos para o chão.
A plateia toda exclamou um ‘oh’.
– Certo. Kai?
– Ontem à tarde... – o baterista respondeu, constrangido, arrancando risadinhas dos colegas.
– Ruki?
– Ontem à noite – o vocalista respondeu, menos constrangido e até um pouco orgulhoso.
– Reita?
– Depois do último live...
– Aoi?
– Sábado passado...
– Ontem? – o apresentador perguntou.
– Ah, hoje é domingo, né? – Aoi coçou a cabeça. – Não, não ontem. No outro sábado. Ontem eu fui a uma exposição de História Natural...
– Certo. Qual foi a coisa mais idiota que fizeram quando tinham bebido?
– Isso foi algum tipo de indireta? – Uruha brincou.
– Não, é claro que não. Você começa?
– A coisa mais idiota que eu fiz... – Uruha disse, pensativo. – Eu cantei “I’ll survival” num karaokê completamente lotado...
– Kai? – o apresentador ria.
– Eu acordei numa lixeira...
– Numa lixeira?
– É...
– E como você foi parar lá?
– Eu não sei... – o baterista riu.
– Ruki?
– Saí do quarto pela janela e dormi no telhado – ele disse, rindo e os outros demonstraram que conheciam bem a história.
– Dormir no telhado? É bem incomum...
– Era uma noite quente... – o vocalista deu de ombros.
– Reita?
– Gritei com meu chefe...
– E o que ele fez?
– Disse que eu não precisava mais voltar...
– Aoi?
– Entrei no mar sem roupa... – as garotas da plateia soltaram gritinhos de excitação, deixando o guitarrista moreno sem jeito. – Quase fui pra cadeia por isso – ele disse a elas.
– E como saiu de lá?
– Meu amigo jogou uma toalha pra mim...
– E qual foi a coisa mais idiota que já fizeram sóbrios?
– Pergunta difícil... – Kai ponderou.
– Nunca fizeram nada idiota sem ter bebido?
– Quem dera fosse essa a situação... – Reita disse.
– Fumei escondido perto da saída de gás... – Aoi sacudiu a cabeça com a lembrança.
– Namorei duas garotas ao mesmo tempo – Reita confessou.
– Roubei o carro do meu pai pra ir num show de rock – contou Ruki.
– Aceitei ser o líder da banda – os cinco riram. – Brincadeira! Tatuei o nome de uma namorada...
– Você ainda tem a tatuagem?
– Não. Era pequena, graças a Deus, removi toda.
– Uruha?
– Quebrei minha primeira guitarra...
– Por que fez isso?
– Eu tinha brigado com a pessoa que me deu... Nunca mais nos falamos depois disso...
– Eu me lembro disso – Reita disse – ele queria morrer depois que recobrou a consciência!
– Era um ótimo instrumento... – Uruha lamentou.
– Quem é a pessoa que vocês mais admiram e por quê?
– Meu irmão, porque não deve ter sido fácil viver comigo copiando tudo o que ele fazia – Aoi riu.
– Minha irmã, porque ela é muito corajosa! – Reita sorriu.
– Minha namorada – Ruki disse.
– Você também está namorando? – o apresentador perguntou, surpreso.
– É... – ele respondeu, com simplicidade.
– E o que mais admira nela?
– Ela é mais nova, mas é muito mais madura que eu...
– Kai?
– Minha mãe, porque ela é uma pessoa incrível!
– Uruha?
– Meus pais, porque eles realmente souberam o que fazer quando eu decidi jogar tudo pro alto e correr o risco de ser músico – o guitarrista respondeu, constrangido.
– Faltam só mais duas perguntas. Qual é a coisa que lhes vêm à cabeça?
– Que podia ter sido pior – disse Aoi.
– Eu espero que meus pais não tenham visto... – disse Reita.
– Já vou embora – riu Ruki.
– Foi constrangedor... – disse Kai.
– Foi bem ruim... – disse Uruha.
– E a última coisa que lhes vêm à cabeça?
– Matar quem inventou isso – Aoi riu.
– Eu podia ter mentido alguma coisa – Reita riu.
– A próxima vez que eu vou aparecer num talk show – disse Ruki.
– O trabalho que tenho que fazer amanhã – declarou Kai.
– O que eu poderia estar fazendo se não estivesse aqui – disse Uruha.
O apresentador sorriu e guardou as fichas.
– Domo arigato pela participação de vocês! Foi um enorme prazer recebê-los!
– Não podemos dizer o mesmo – riu Kai.
– Na próxima semana, L’arc~en~ciel!
¹ cidade localizada em Kanagawa, entre Tókio e Yokohama. Tem a 9ª maior população do Japão.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
mereço reviews?
a próxima fanfic se chama "O Primeiro Presente"