Fabulosa Inconsistência escrita por Something Ville Citizen, Hope


Capítulo 13
R: A New Dawn


Notas iniciais do capítulo

VOCÊS PENSARAM QUE EU NÃO IA MAIS DAR ALOKA AQUI NESSA FIC, NÉ KIRIDAS?? POIS AQUI ESTOU (parey)
Não vou entregar o capítulo inteiro aqui nas notas iniciais, PORÉM, pra alegria geral (ou não), alguém ~finalmente~ vai se dar bem nessa história.
É isso aí, cositas lindas do meu coração - boa leitura :V



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* Daniel’s POV *

Lana parecia pálida quando a encontrei no pátio do colégio.

— Tudo bem aí?

— Nada demais. – ela respondeu, vagamente, enquanto puxava uma mecha acobreada para trás da orelha. – Devo ter tomado o remédio errado essa manhã.

— Então cuidado, mocinha. – avisei, enquanto sentava ao lado dela. Olhei em volta. – A Sofia não chegou, não?

— Aparentemente...

— Ou sumiu, ou vai se atrasar.

— Das duas, uma. – ela concluiu.

Faltavam ainda uns 10 minutos para que o sinal de início das aulas tocasse, logo, de fato, não era tão inesperado não encontrá-la na escola ainda. O professor Josué, com um turbante dourado que deixava alguns cachos de seu cabelo caírem sobre os ombros e brincos de argola, passou acenando, enquanto se dirigia à sua sala. Me desculpem pelo momento fangirl-menino, mas, a cada vez que eu via ele, ficava pensando: “Forças cósmicas, me sinto eternamente agradecido pela existência desse ser humano. Só um professor desses pra me animar a assistir aulas de História na sexta-feira”.

— Babadeiro, né? – observou Lana, lendo meus pensamentos.

— Lacrador.

Resolvemos então dar algumas voltas pelos corredores da vida. Agora eu já não tinha mais a gagueira para me tirar a coragem de conversar (sério, pessoas, ela não deu mais nenhum sinal!) e me sentia quase aliviado da minha costumeira ansiedade. Que menina seria aquela que conversou comigo na calçada? Uma entidade mágica? Uma mensageira do destino? Reflitão. Só me faltava superar aquela noite sangrenta naquela casa onde eu já não me atrevia a entrar. As lembranças continuavam a arder; tanto em sua forma metafísica quanto sob o moletom, cobertas por ataduras.

Para interromper o momento de filosofia, um garoto (do primeiro ano, creio eu, apesar do físico à la Kléber Bam Bam) pareceu nos reconhecer e nos parou no meio do corredor.

— Ei, vocês andam sempre com a Sofia, não andam? – indagou ele, parecendo ofegante.

— Sim, por quê? – rebateu Lana, notando a minha confusão.

— Olha, eu preciso falar com vocês. Estudo no 1º “B”, mas gostaria de encontrar os dois na hora da saída, na quadra. Eu juro que é importante.

— T-tudo bem, então. – confirmamos quase em uníssono, com acenos de cabeça. Ele se despediu com dois tapinhas atrás das minhas costelas (creio que a intenção era alcançar um ombro, mas minha altura avantajada não permitiu que isso acontecesse) e desapareceu de onde veio.

Okay; caros leitores, ignorem aquela parte em que eu disse que me sentia quase aliviado da ansiedade. Ela voltou com todo o seu contingente de sintomas físicos e psicológicos.

*     *     *     *     *

Após um dia de aula especialmente desatento da minha parte, saí da sala junto a Lana, pronto para — FINALMENTE— entender o que raios o menino do primeiro ano queria nos dizer sobre a Sofia. Acontece que, nos primeiros três metros percorridos ao longo do corredor, a coordenadora me parou (até quando vão me parar? Só quero continuar meu caminho!), dizendo que um advogado (???) queria falar comigo. Era só o que me faltava.

— Se vir a Malu, avise que eu apareço mais tarde – avisei, apressadamente, à ruiva. – E me passe o conteúdo da conversa...

— Okay, okay. Já estou indo direto pra lá. Até mais – despediu-se ela.

Segui com a moça até a sala da coordenação, me roendo de curiosidade para saber o que o menino queria nos dizer, e, além disso, o que o tal advogado queria falar comigo. Socorro.

— Daniel Costa? – quis confirmar o dito-cujo. O famigerado agente da lei aparentava ter quarenta e poucos anos, munido de uma barba castanha bem aparada e uma camisa social de quem passa o dia no escritório.

— Sou eu mesmo. Você é?...

— Henrique Borges, advogado – respondeu, me cumprimentando com um aperto de mão. – Você já deve imaginar do que eu vim tratar aqui. Não te encontrei em casa, então entrei em contato com o colégio... Eu lhe dou carona – acrescentou ele, ao perceber o olhar curioso da coordenadora e notar que aquele não era o lugar mais reservado para discutir o que quer que ele pretendesse discutir.

Entrei no carro, lutando com minha mochila por espaço no banco ao lado do motorista. Henrique me conduziu, praticamente em silêncio, até a casa que eu menos almejava visitar no dia. Agora, sua fachada já não exibia as faixas amarelas da polícia, alertando os pedestres para manterem distância da cena do crime. Parecia tudo limpo e normal novamente, com exceção do calafrio que me percorreu a espinha ao cruzar o portão da entrada.

— Os exames balísticos já foram concluídos. A perícia também já terminou as investigações e concordou com o seu depoimento: Aurélio teria realmente assassinado a mulher e depois cometido suicídio. Você está completamente isento de culpa, Daniel.

Não consegui conter um suspiro de alívio ao ouvir aquilo dele. Consenti e ele continuou, enquanto sentávamos num sofá.

— O que realmente me trouxe aqui foi a questão da herança que seu pai deixou. Não houve testamento nem nenhum outro documento escrito a respeito disso, mas, como você é o parente mais próximo do Aurélio e não tem irmãos – “Pelo menos que eu conheça”, pensei. -, todos os bens do falecido irão passar para o seu nome.

— Mas... por enquanto eles vão ficar no inventário, não?

— Pelo que consta nos seus documentos, você completa 18 anos em novembro, não é mesmo? Falta menos de um ano. Por isso, o juiz decidiu que você deve receber tudo ao que tem direito imediatamente, pois, na ausência de um responsável financeiro, precisará se auto gerir.

O advogado me passou uma lista com os bens que seriam meus a partir de agora: a casa onde estávamos, outra que estava alugada, a Hilux prateada, uma chácara, outros dois carros cuja existência não me era conhecida até o momento, além da fortuna milionária (!) que ele tinha no banco. Eu tinha ainda direito a uma pensão (equivalente ao salário de pastor dele) até os 23 anos, para possíveis gastos com a faculdade. Senhoras e senhores, eu tinha ficado podre de rico da noite pro dia, literalmente.

*     *     *     *     *

Horas de reflexão e um almoço improvisado depois, resolvi ir até a casa de Malu explicar o motivo do meu sumiço e agradecer pela hospitalidade por parte dela e da dona Estela no tempo que passei por lá. Fomos conversar no quarto onde eu estava hospedado; ela deitou na cama e eu fiz o mesmo, paralelamente.

— Então agora você vai voltar pra sua casa de sempre? – perguntou Malu, com um ar levemente melancólico.

— É a intenção – disse, com uma risadinha. – Mas, não é que eu queira...

— É o quê, então?

— Sei lá, minhas coisas continuam lá... e eu não quero mais dar trabalho pra vocês, sabe? Prefiro ter minhas crises psicóticas sem incomodar mais ninguém. – inclusive, eu já estava imaginando o que me esperaria nessa primeira noite de volta àquela casa...

— Que nada, Dan. Você não foi um incômodo, de jeito nenhum.

— Vou tomar isso como um elogio. – respondi, sorrindo. – Vocês que foram pacientes comigo, nessa situação onde eu vim parar.

— Ai, não quer provar mais da minha paciência?... – murmurou ela, enrubescendo em seguida.

— O quê?

— Nada não, esquece.

— Mas...

— Tudo bem, Dan... é que hoje já é sexta e eu tenho certeza de que vou me arrepender se não fizer isso.

Não lembro como aconteceu, mas, de repente, nossos lábios se encontraram. No primeiro contato, ela hesitou; porém, apesar da minha completa confusão inicial, dei continuidade ao ato que estava sendo ali praticado. Ela ficou por cima de mim, me beijando como se nunca mais fosse ter uma oportunidade parecida novamente; eu, com as mãos deslizando por suas costas, como quem nunca a tivera. Pode ter sido o choque ou a sensação de que realmente deveríamos aproveitar o momento, mas, ali estávamos, sem sequer lembrar de Alan, o garoto com quem ela tinha um rolo.

Seriam esses dois últimos acontecimentos os “babados” anunciados pela menina desconhecida aquele dia? Se sim, pensei, parece que, até quem enfim, eu estou mudando de vida – pra melhor, é claro.

Uma coisa estava acordando dentro de mim (e dentro das minhas calças também, diga-se de passagem). Fiquei meio embaraçado na tentativa de esconder essa “coisa” do tato de Malu, mas, para a minha surpresa, ela pôs a mão justamente lá. Leitores, me ajudem a terminar de relatar isso aqui, não está sendo fácil. Ela fez uma menção de descer até lá para fazer “vocês-sabem-o-quê”.

— Tem certeza? – hesitei, arquejante.

Ela confirmou, e fez trabalhos que, vocês bem lembram, jamais haviam sido concluídos por seres do sexo feminino nesses 17 anos de vida no plano físico que habitamos. Dessa vez, não houve gagueira ou presenças inesperadas pra nos impedir – e, o restante, deixo a cabo da imaginação de vocês.

Senhoras e senhores, que dia pra se estar vivo. Que dia...


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Notas finais do capítulo

Eu tô sem palavras, e olha que fui eu que escrevi isso AHUAHAUHUAHAUHAUHAU ME SOCORRAM GENTE
Pras inimigas que duvidavam que o Daniel ia deixar de sofrer, parece que o jogo virou, não é meixmo?? rçrçrç (parey part. 2)
É isso aí, Brasil. Dúvidas, críticas, sugestões e tudo mais, são aceitas nos comentários. Estou meio que quase privada de internet esse fim de ano (por motivos de viagem), mas pretendo planejar o próximo capítulo e postar em menos de 1 mês (seria o meu sonho??). Até lá, beijos de luz! :3



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