Observações escrita por Mayumi Sato


Capítulo 1
Observações


Notas iniciais do capítulo

Essa fic é dedicada à Paula - conforme eu prometi - que foi uma das poucas que conseguiu enxergar que o Koizumi seria um bom partido para a Haruhi. Essa fic não é "Harukyon". Ela apresenta um triângulo amoroso entre o Kyon, a Haruhi e o Koizumi sob a óptica do Koizumi. Espero que ela esteja sendo suficientemente realista. Drama, huh? Não combina comigo, mas vamos lá!
Por favor, façam comentários!



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OBSERVAÇÕES

 

O que é o mundo?

Para alguns, a nossa origem. Para outros, onde vivemos. De qualquer modo, o mundo parece algo amplo e decrépito para todos. Na minha visão, não. Para mim, o mundo é jovem, pequeno e efêmero. Se algumas pessoas soubessem quantas vezes ele esteve próximo a se extinguir ou a renascer, ficariam apavoradas, mas, por alguma razão, eu simplesmente consigo conviver com isso. Foi esse o motivo pelo qual eu fui escolhido? Por conseguir me fascinar, mas não me apavorar perante tudo isso? Eu espero sinceramente que sim. Quero imaginar que, talvez, eu não tenha sido uma escolha amplamente aleatória. Afinal, os escolhidos por ela são poucos. Alguns ela nem sequer conhece. Pessoas com quem ela compartilha uma invisível, mas forte conexão. Todos nós. Entretanto, há uma pessoa que realmente é a escolhida. Ao contrário de todos nós, o motivo pelo qual ela foi seleta, é bastante óbvio.

Naquela tarde, a pessoa escolhida entrou na sala. Ela estava aborrecida como o usual. Apesar do enlace que ele possuía com a Suzumiya-san era visível que lhe faltava maturidade e percepção para lidar com ela. Começamos a jogar um pequeno jogo, como o usual, enquanto esperávamos a chegada da chefe de brigada.

Em um momento, ele me fez uma pergunta.

- Ei, Koizumi. Você se lembra quando eu fiquei em coma, durante o natal?

- A minha memória não apagaria tão facilmente tal fato.

-... Você sabe, aconteceu algo estranho naquela época.

- Sim.

-...Um outro mundo, onde tudo era diferente. A Haruhi estava em outro colégio. A Nagato estava agindo de um jeito estranho, ainda usava óculos e era do clube de literatura e a Asahina-san não me conhecia.

- Sim, eu sei.

- Eu gostaria de entender uma coisa.

- O quê?- perguntei, sorrindo.

- Por que você continuou com a Haruhi?

Eu ri. Achei que ele estava brincando. Ou pelo menos, que estava agindo de uma maneira confusa. Ele sempre era confuso.

- Como?

- Você não tinha poderes. Não havia motivos para você continuar do lado da Haruhi. Entretanto, você estava com ela. Você era o único... - ele fez uma pausa, parecendo ferido, ele provavelmente estava se sentindo excluído -...que continuava com ela.

- Você está com ciúmes porque a Suzumiya-san não escolheria você, naquelas circunstâncias?

Ele imediatamente mudou sua postura e tornou a agir como sempre ditava seu orgulho, quando se tratava da Suzumiya-san.

- Quem gastaria energia com algo tão sem sentido?

- Haveria outro além de você?

- Perseu sentiu ciúmes de Medusa por ela ter tentado matar outros homens?

- Você seria Perseu e a Suzumiya-san, a medusa? Essa é uma comparação realmente arrogante, sabia?- disse, sorrindo, mas vagamente aborrecido com a forma como ele agia de maneira imatura quando se tratava de Suzumiya-san. Era ele, o escolhido. A única pessoa que poderia influenciar diretamente nos sentimentos de Suzumiya-san. A única pessoa que poderia agir de forma sincera e espontânea em relação a ela. E ele desperdiçava tudo isso, agindo como um estúpido na maior parte das vezes.

- Não ignore a minha pergunta. Por que você permaneceu ao lado da Haruhi? Você me chama de escolhido, mas, já que ela estava com você, mesmo naquelas circunstâncias, você não representaria muito mais para ela?

Eu ri, novamente. Como ele era ingênuo. Mesmo não tendo participado conscientemente daquela realidade, eu conseguia compreendê-la inteiramente.

- Não deve ter sido a Suzumiya-san que deve ter ido atrás de mim. Eu devo tê-la seguido.

-...Por quê?

Ele parecia confuso. Aproveitei-me disso, para ser sincero.

- Se não houvesse uma conexão entre os poderes da Suzumiya-san e os meus, eu a seguiria sem hesitar e modo mais intenso do que faço no presente.

- Do que você está falando?

- Abraçar a Suzumiya-san por trás e sussurrar “Eu te amo” no ouvido dela... Você realmente acreditou que eu havia pensado nessa idéia por sua causa? Você é bastante inocente, não?

Tudo o que precisaria ser dito sobre os sentimentos dele, estava no rosto dele, naquele momento. Aquela era uma expressão espontânea que dizia exatamente o que o lado racional dele não confessava. Eu havia visto aquele mesmo rosto, quando disse que eu tentaria algo com a Suzumiya-san. Que pessoa simples.

- Você está fazendo uma brincadeira como a que você fez durante o loop, não é?

- Exatamente.

- Você é bastante previsível. As suas piadas estão ficando cada vez mais bizarras. Antigamente, nós pelo menos podíamos compreender porque elas eram sem-graça...

- Algum dia, uma pessoa falará sério em relação ao que sente pela Suzumiya-san.

-...

- E se você não for rápido, essa pessoa não será você.

-...

- Está tudo bem, por você?

Ele se levantou, irritado, abrindo a porta para sair. No mesmo instante, ele e a Suzumiya-san se depararam. Ao contrário dele, para ela, algumas coisas eram óbvias, embora inadmissíveis, portanto, algo no olhar dele a petrificou por um momento, e algo na existência dela, fez o mesmo com ele. Eles se encararam, perplexos. Obviamente, por motivos diferentes.

- Ah...Kyon! O que você está...!?!

Antes que ela completasse a frase, ele saiu, apressado, escondendo o rosto e, conseqüentemente, o constrangimento. Se o meu coração disparasse daquela maneira, eu não gostaria que a Suzumiya-san visse-me assim. Naquele ponto, eu o entendia. E naquele ponto, simpatizava com ele. Pois conseguia entender sua covardia tão bem quanto entendia a minha.

Ela entrou na sala. Tive medo de que ela criasse espaços restritos, mas não era apenas isso. Tive medo de que ela estivesse triste. Aborrecida. Porque quase sempre, ela não sabia expressar o que sentia, e por isso, frustrava-se, aparentava ser uma vilã e sofria sozinha.

Aquele era o escolhido dela. A pessoa que ela amava. Eu não suportava saber que tal pessoa sempre a magoava. Era por isso que eu intervinha. Para fazê-lo agir. Às vezes, eu perdia a cabeça e intervinha mais do que previa. Quando vi o punho dele, avançando contra ela, durante a filmagem, eu o detive quase por reflexo. E por alguns momentos, o detestei.

Entretanto, de modo geral, eu o via como um amigo. Ele era uma boa pessoa. Alguém com quem eu poderia conversar e contar. Eu me sentia confortável em relação a isso.

Os meus sentimentos só se modificavam quando se tratava dela, diretamente. Não como a deusa, mas simplesmente como a Suzumiya-san.

- Koizumi-kun!

- Sim, Suzumiya-san?

- O que há com o Kyon!?! Por que ele estava fazendo uma cara tão estranha!?! A Mikuru-chan fez algo!?!

- Eu não percebi, Suzumiya-san.

- Ah, Koizumi-kun! O que houve com o site!?! Ele está tão incrível! A Yuki...!

- Eu resolvi melhorar um pouco a aparência dele. Achei que o tornaria mais agradável. Você gostou?

- Ficou incrível, Koizumi-kun! Ótimo trabalho! Mil pontos!

- Eu agradeço.

Após os agradecimentos, ela ficou calada, olhando para a tela, melancolicamente. Quantas vezes eu havia enxergado e quantas vezes ainda enxergaria aquela expressão em seu rosto?

- Suzumiya-san...

- Sim?

- Ele não está chateado com você e a Asahina-san não fez nada. Eu tive uma pequena discussão com ele. Foi apenas isso.

- Foi apenas isso!?! A expressão dele estava tão estranha...!

- Não me cabe lhe contar o assunto da discussão.

-...Então, por que você me diz isso?

- Eu estou apenas relatando os fatos à minha chefe de brigada.

Ela sorriu. Seria pela minha missão? Por que eu havia adquirido o hábito de tentar sempre fazê-la sorrir? E por que eu ficava feliz mesmo sabendo que esse sorriso nunca era verdadeiramente por minha causa?

Eu não poderia interferir diretamente nos seus sentimentos. Somente poderia fazê-la feliz como um membro de brigada e, por isso, seria o melhor possível. Eu ajudaria ao máximo que a pessoa escolhida por ela, pudesse estar ao seu lado.

Afinal, eu nunca seria aquele que poderia abraçá-la por trás e sussurrar o que sinto.

Essas são apenas observações.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FIM


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem esta one-shot! Por favor, deixem comentários e não me apedrejem somente porque coloquei um casal inusitado!