They do not know about us. escrita por BCarvalho


Capítulo 1
Capítulo 1 - Finished flames


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, primeiramente eu sei que sou péssima escritora porque a) eu raramente tenho tempo para escrever b) não sou muita boa em expressar meus sentimentos em palavras e c) eu demoro para atualizar por causa do a!
Então, eu sempre tive vontade de escrever um romance diferente, então #VaiTerYuriSim. E não é história dependente não, queridos! #VaiTerMaisPersonagensSim.
Obrigado por lerem.



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Em silêncio, testemunhávamos o termino de algo que nunca deveria ter começado. Os suspiros se perdiam em nossos pensamentos que tentavam falar o que nós não tínhamos coragem. Em seus olhos cinzentos, eu me perdia. As lembranças de um bom tempo que sinto saudades, voltavam como uma fita cassete em minha cabeça. Ainda consigo sentir o gosto do nosso primeiro beijo, e também do último. O cara sentado na minha frente, não é o mais Ben que conheci a dois anos atrás. E eu também não sou. Por mais que eu o ame, não me sinto completa ao seu lado, e nem com outro cara qualquer. E sinceramente, não quero ser a metade de alguém, não quero ser a tampa da panela, e nem a outra metade da laranja. Eu quero me sentir completa comigo mesma pela primeira vez.

Na segunda feira eu sabia que já estava na hora de nós terminarmos. Conversei com a minha mãe, e foi a pior coisa a fazer. Ela encheu minha cabeça, dizendo sobre o quão perfeito nós somos um para o outro, e como todos da escola torcem para nós ficarmos juntos para sempre. Então na terça-feira eu me convenci que seria a maior besteira terminar com o Ben, pois eu ainda o amava. Saímos para jantar e jogar boliche, e na quarta-feira de manhã eu voltei atrás e percebi o quão idiota ele é, e que eu não aguentava mais as besteiras que saia da sua boca. Quinta-feira foi o pior dia: descobri que Ben havia me traído por mais de dois meses com sua vizinha. Sexta-feira trocamos duas palavras e duas mensagens: “ Bom dia “ e “ Boa noite “. Sábado eu pude sentir que não havia mais nada entre nós, e ele também sabia disso. Então estava na hora de colocarmos o nosso ponto final e fechar o livro.

Hoje é domingo.

“ Você precisa dizer alguma coisa, Audrey “, sua voz ecoou pela minha cabeça, os seus olhos buscavam os meus e impacientemente ele enrolava uma mão na outra, suando em desespero.

“ Eu sei “, respondi baixo, desviando o olhar. “ Mas não consigo. ”

“ Se quiser, podemos tentar de novo e.... “, balancei minha cabeça quase de imediato, e ele se silenciou.

O barulho de notificação do seu celular apitou em cima da mesa. Nossos olhos correram imediatamente para o ecrã que se acendia. Estava em evidencia o desespero de Ben, quando seus dedos correram até o aparelho. Mas eu me precipitei, e peguei o seu celular, porque eu sabia exatamente do que se tratava. Era uma mensagem dela. Da vizinha loira de dezesseis anos.

“ Aquela tosca ainda não te liberou? Estou com saudades de você “.

Eu pensei que doeria mais. Eu fantasiei esse momento, em que eu faria um escândalo. Faria o papel de mulher traída. Meu rímel iria borrar, as lágrimas em meu rosto demonstrariam a quão fraca eu sou, e o tapa que eu daria em sua cara, o quão forte eu também sou. Optei por não fazer drama, porque é melhor não perguntar o porquê. Eu poderia sair mais humilhada ainda. Apesar de ainda gostar de Ben, não quero mais a chama de seu amor. O medo de se queimar, ainda é maior do que o amar novamente.

“ Audrey, eu sinto... “

“ Na verdade, você não sente. Porque se sentisse algo; amor, consideração, carinho, seja o que for, você não teria feito isso “, me reposicionei na cadeira, mantive uma postura firme e continuei “ E se me perguntarem se machuca, eu vou dizer que sim. Não sobre a sua vizinha, mas Ben, você me trai desde o momento que parou de se importar com nós”.

{ ---- }

Pela primeira vez eu ousei em fazer algo que eu realmente quisesse. Deixei o seu celular em cima da mesa, junto com o meu coração, e simplesmente sai. Alguma parte de mim esperava que ele viesse correndo me pedir desculpas, a outra parte gritava, ria, chorava, e se sentia livre de Ben Sylvester. Quando pude sentir o vento gelado em meu rosto, eu suspirei em liberdade. É claro que ainda temos o amor recíproco, de amigos. As mentiras, as traições, as aparências; finalmente tiveram um fim, e foram descartadas na primeira lixeira por onde eu passei.

Eu precisava ir para a minha casa, jogar nossas fotografias no lixo, riscar no meu caderno as vezes que marquei seu nome com um coração, e fazer o meu papel de adolescente que acaba de sair de um relacionamento. O único problema: terminar com Ben era mais fácil do que conseguir um táxi.

No meu papel de adolescente superstar, retirei os meus sapatos de saltos e mantive-os pendurados em meus dedos. O chão gelado já não me preocupava. Peguei um atalho para a minha casa, que passava por um beco isolado, e em compensação eu não tinha que atravessar a cidade inteira.

O que veio depois foi pior. O beco era escuro, e não se ouvia um barulho, a não ser os carros que passavam alguns metros de distância na avenida. O meu coração palpitava por medo justamente da escuridão: eu nunca suportei ficar em lugares extremamente pequenos e com pouca iluminação.

Então ouvi uns passos. Domingo, dez horas da noite e em uma das cidades mais perigosas dos Estados Unidos só resultada em uma coisa: a quão ingênua eu sou. Os calafrios aumentavam em meu corpo, e os passos atrás de mim continuavam. Os meus olhos rodeavam o beco à procura de um lugar para se esconder, e os meus dedos estremeciam dando suporte aos meus sapatos. Então os passos aceleraram, e eu também. Os meus pés movimentavam involuntariamente até um poste com iluminação no meio do beco. Já debaixo de sua luz, me virei para trás e já abri a boca para começar a gritar.

Mas não foi tempo suficiente. Atrás de mim estava uma mulher do meu tamanho, olhos azuis que congelavam de medo, e a boca recém-aberta para também gritar. E por um momento, eu soube que ela também estava feliz em me ver.


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