Heroes. escrita por Lord


Capítulo 8
Olá, Kyle.


Notas iniciais do capítulo

Oi menines.
Gente, pra quem não sabe eu tenho outra Fic chamada "Por onde você andou, Miles Foxx?" e eu amo meus personagens, é lógico, mas eu tenho três favoritos e eu precisava juntar eles. Esses personagens vão aparecer por mais uns dois ou três capítulos, eles não vão ser realmente relevantes, mas se vocês quiserem conhecer algum deles melhor é só dar uma olhadinha na outra Fic.
Amo vocês.



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– O azul está desbotando. – Theo falou passando a mão em meus cabelos.

– É. – respondi sem dar atenção.

Sabe quando você é criança e quer muito ter um brinquedo? Você faz de tudo para ter o tal brinquedo, então seus pais acabam comprando o brinquedo, pois estão de saco cheio de toda a falação sobre tudo que o brinquedo pode fazer e como é legal. Mas depois de uma hora você enjoa do seu brinquedo e deixa ele jogado.

Basicamente foi o que aconteceu com Theo. Foi um dos melhores beijos da minha, um dos melhores toques e tudo mais, porém acabou. Você pode pensar “Max, sua vadia sem coração, ele seu melhor amigo, se ele fez isso é porque ele gosta de você. Qual é o seu problema?”, eu não tenho problema nenhum. Provavelmente Theo também não vai ter nenhum problema, e se houver algum problema é só resolver. É como minha abuelita dizia “Si tus problemas tienen solución no te preocupes, y si no la tienen para qué te vas a preocupar.” Nunca entendi o que isso quer dizer, mas eu finjo que faz sentido, a vida tem dessas.

– Você falou com a sua tia? – Aimée perguntou colocando a cabeça entre os bancos dianteiros. – Sobre eu e o Boris.

– Tia Vera e veterinária, ela não vai ter nenhum problema com o Boris, nem com você, ela adora uma bagunça. – Theo respondeu.

Tia Vera era a melhor tia postiça do mundo. Eu adorava ela quando era pequeno, porém, havia o pequeno Leonard. Ah, o pequeno Leonard. Eu sempre tive vontade de dar uns beijos nele depois enterrar a cabeça daquele garotinho no concreto. Ele tinha dois melhores amigos, Theo e um garoto estranho que eu nem lembro o nome. Porém, Theo era o meu melhor amigo e tem momentos da vida que não se pode competir com sangue. Leonard sabia disso, ele era legal, porém sabia ser chato.

– Max, você está meio calado. – Aimée bagunçou meu cabelo.

– Ele tem dessas. – Theo respondeu por mim. – Quando você menos esperar ele vai se transformar em um coelho e você vai querer com todas as suas forças que ele fique calado outra vez.

– Falta muito? – Perguntei.

– Uma hora e meia ou duas horas. – Theo respondeu.

Deitei o banco o suficiente para que eu ficasse confortável e ainda assim desse para eu olhar pela janela. Theo tinha razão, eu acabaria quebrando meu silêncio e falaria pelos cotovelos por uma ou duas horas, sempre foi assim.

Enquanto eu olhava a paisagem eu parei para pensar no que eu estava fazendo. Eu estava indo para o outro lado do país com a ex-namorada do meu irmão morto e com o cachorro dela. Tudo poderia dar errado, mas as coisas também poderiam dar certo, isso me deixava confuso. Por um segundo eu pensei em realmente ir para a faculdade e dar a caminhonete para que Aimée pudesse voltar para casa. Mas o pensamento fugiu antes mesmo que pudesse se tornar algo aceitável. Eu não iria para a faculdade, não cursaria direito nem que eu fosse obrigado.

Em algum momento eu acabei me perdendo nos meus pensamentos e caindo no sono.

***

Afastei Boris com o braço. O cachorro era mais pesado do que parecia e por algum motivo ele criou o habito de lamber o meu rosto para me acordar todos os dias. Fiquei um pouco surpreso com toda a falação.

Porém fiquei surpreso ao ver que apenas Leonard, o primo insuportável, porém lindo, estava parado na porta segurando um gato preto.

Desci do carro e fui comprometa-lo, talvez depois de todos esses anos o garoto tenha mudado e se tornado um pouco menos chato. A parecia continuava igual, pele bronzeada, cabelo castanho bagunçado e os olhos que tiravam o meu ar.

– Max? – Leonard sorriu. – É bom ver você, gostei do seu cabelo.

– Olá. – Sorri, um sorriso parcialmente verdadeiro. – Gostei do seu gato.

– Essa é a Fiona. – O garoto largou a gata. – Bem, como eu estava dizendo, meu pai está em um congresso e minha mãe teve que viajar para cuidar de alguns cavalos. Ou seja, vamos ter uma pequena festinha.

– Leo, eu não quero cortar o barato, mas estamos viajando já faz algum tempo, hoje ficamos umas cinco horas dentro do carro. – Theo disse. – Pode ser uma coisa realmente pequena.

Leonard deu de ombros.

– Seu pedido é uma ordem. – Ele sorriu para mim. – Agora entrem.

A casa era muito bonita por dentro, as paredes eram pintadas em um tom muito claro de amarelo, os móveis se dividiam entre o rustico e o moderno, vários livros decoravam uma estante e um pequeno bonsai ficava na mesa de centro. Estranhamente lembrava a minha casa.

Minha admiração pela casa foi quebrada por alguém.

– Puta que me pariu, eu estou te ligando faz quase uma hora. – Um garoto entrou na sala. – Quem é essa gente?

O garoto tinha pele pálida e cabelo muito escuro, seus olhos eram verdes e inteligentes, ele usava uma camiseta de banda e jeans surrados. Provavelmente o amigo estranho de Leonard ainda continuava com ele.

– Miles? – Theo perguntou confuso.

– Está estacionando o carro. – O garoto disse confuso. – Eu sou Kyle e estou faminto.

– Kyle, você passa mais tempo nessa casa do que na sua, você nem bate para entrar, você tem uma chave. – Leonard disse. – Mas por que você não abre a geladeira?

– Não sei. – O garoto se jogou no sofá. – Você me confundiu com o Miles, então você conheceu o meu irmão quando ele era criança?

– Sim. – Theo respondeu. – Mas eu não lembro de um irmão.

– Meu pai casou com a mãe dele. – Kyle disse. – Somos irmãos desde então, vocês ainda não se apresentaram.

– Eu sou o Max, esse é o Theo e aquela é Aimée. – Boris latiu. – Esse é o Boris.

– Olá, Max. – Kyle sorriu ignorando completamente os outros dois.

Quando as pessoas dizem que o preto atrai calor elas não estão brincando.

– Aqui. – Leonard entrou na sala e jogou alguma coisa para Kyle. – Onde está o traste do seu irmão?

– Estou aqui.

Outro garoto entrou na sala e se jogou no mesmo sofá que Kyle, o moreno soltou um gemido de dor, mas não reclamou de ter alguém deitado nele. Aquele provavelmente devia ser Miles, o tal amigo estranho do Leonard.

– Faz muito tempo que eu não vejo vocês. - Miles sorriu de maneira simpática. – Acho que eu não te conheço.

– Sou Aimée.

É incrível como o tempo muda as pessoas. Leonard havia se tornado uma pessoa agradável e menos chata, Miles já não era o garotinho estranho. Eu não conhecia Kyle antes, mas meu corpo queria muito conhecer ele agora.

– Estamos aqui para uma festa, não estamos? – Miles perguntou. – Vou chamar reforço.

– Quem? – Leonard perguntou sorrindo.

– Ela é loira, russa e sabe agitar as coisas.


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