Only Hope escrita por Bêe Rodrigues
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura.
Pov: Isabella
Sexta-feira 14:30
Depois daquela noite, Gabriel me evitou ainda mais, talvez com medo que eu insistisse no assunto. Mas não, sabia que poderia irritá-lo, e não queria deixá-lo estressado.
Agora eu me encontrava dentro do ônibus com destino a Clínica Hemodiagnóstico. Era uma clínica bem chique, e eu tinha dinheiro guardado exatamente para o bem do meu bebê.
O ônibus para em mais uma de suas paradas, e vejo Ronan, melhor amigo de Gabriel entrar e passar pela catraca que o ônibus possui. Nos falamos poucos vezes nesses três meses, ele fora testemunha em meu casamento com Gabriel, sempre muito simpático, sorri pra mim e senta no banco vazio que há em meu lado.
– Bella! - Ele me sauda, e beija uma de minhas bochechas.Tenho certeza que ele não faz idéia o quanto que gosto quando me chamam assim.
– Ronan, tudo bem? - Pergunto olhando o loiro à minha frente.
– Tudo sim, e você?
– Estou bem. - Ele me analisa e pergunta:
– Está indo pra onde?
– A minha primeira ultrassom é hoje. 15:00 na verdade.
– A claro! Vai ver como tá esse muleque! - Ele ri com vontade, assim como eu, e me pergunto quando foi a última vez que pude rir assim tão livremente.
– Vou sim, mas como você sabe se é um menino? - Pergunto brincando por que sei que é apenas um palpite.
– Sexto sentindo de tio não falha! - Ele diz rindo e inevitavelmente eu rio também.
– Espero que não. - Respondo sorrindo.
– Quer que seja um menino? - Ele pergunta interessado.
– Sim, mas se for menina vou amar do mesmo jeito. Só quero que seja saúdavel. - Afirmo, e não minto. Não me importava com o sexo.
– Concordo com você Bellinha. Mas e o Gabriel? Já está na clínica te esperado? - Sua pergunta me pega de surpresa, e meu sorriso se desfaz rapidamente.
– Não, ele não pode ir, tem uma aula muito importante hoje e não podia faltar. - Sorrio forçado.
– Aula importante? - Ele parece surpreso, ou chocado com o que digo, mas eu ignoro.
– Sim, sabe como é a faculdade de arquitetura, bem difícil.
– Ah claro, sei como é. - Ele responde, mas soa bem estranho. - Mas... você vai sozinha? Por que não chamou dona Nete, ou alguma das meninas? - Ele parecia preocupado.
– Não quis incomodar, posso ir sozinha. - Digo, mas não é totalmente verdade, não queria ir sozinha. Mas sabia que dona Nete nunca iria aceitar vir comigo, e as meninas eram ocupadas, Mirly tinha Arthur para cuidar e Mirlene estava grávida.
– Posso ir com você? - Ele pergunta tão rápido que quase não entendo.
Sorrio e digo:
– Eu vou adorar sua companhia. Sinceramente eu não gostaria de ir sozinha.
Ele ri aliviado e eu me recosto na cadeira.
Pelo menos agora tenho companhia.
Na clínica:
Quando nós chegamos, haviam dois casais na nossa frente, e para a minha total tristeza, os pais sempre acariciavam ou apenas mantinham a mão na barriga das esposas.
Ronan evitava me encarar, sabia que eu estava tão desconfortável quanto ele pela situação que estavamos presenciando. Naquele momento me pareceu até boa a idéia de vir sozinha.
Um tempinho depois, a recepcionista chamou meu nome e disse que eu poderia entrar.
Dr. Alex Bravo com seus 1,85 de altura, pardo, com olhos escuros e cabelos grisalhos aparentava ter por volta de 40 e poucos anos. Não sei porque, mas senti que o médico que cuidaria do meu pré-natal me ajudaria mais do que o o habitual.
– Isabella Rodrigues, 18 anos, certo? - Ele pergunta casualmente.
– Certo doutor.
– Vamos logo ao ultrassom, você parece muito ansiosa, e pra mim tirar algumas dúvidas. Vá naquela sala e troque de roupa.
Assenti, e depois olhei para Ronan, ele parecia mais nervoso que eu, me fazendo soltar um risinho abafado.
Vou até a pequena sala e me troco, colocando uma roupa que tinha um "buraco" no meio, dando pra ver uma parte rendonda da minha barriga, já um pouquinho elevada.
Vejo Ronan e o doutor em silêncio, sei que ele se sentiu meio obrigado a vir por causa de Gabriel, mas o indagarei mais tarde.
– Por aqui por favor. - Dr. Alex diz se levantando e eu o sigo juntamente com Ronan.
Me deito sobre a maca e vejo Ronan se sentar em uma cadeira ao meu lado, e o doutor do outro lado.
Logo sinto um líquido gelado em minha barriga, e o Dr. vai passado um aparelho ao redor dela. Olho o monitor ou mini televisão que ele também olha, e vejo um imagem embaçada. E tão logo que ele o passa a mexer ainda mas o aparelho em minha barriga eu escuto um som rápido, forte. Sei que é o coraçaõ do meu bebê, do meu filho e meus olhos se enchem de lágrimas de felicidade, pois agora mais do que nunca eu sei que independentemente das dificuldades e decepções que eu posso vir à passar, ou das escolhas erradas que fiz ou irei fazer, Ele é meu maior acerto. E eu irei lutar com todas minhas forças para protegê-lo e fazê-lo feliz!
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Capítulo grande em.