Meu Psicopata de Estimação escrita por Felipe Araújo


Capítulo 20
Capítulo Final - Parte um: Ressurreição


Notas iniciais do capítulo

Acharam que eu tinha morrido? HOHOHO! Não meus queridos estou bem vivo assim como Edgar está o/ Demorei para voltar por problemas na minha vida pessoal. Mas isso não me impediu de vir aqui e terminar essa original. Quero pedir primeiramente desculpas pela demora e esclarecer o motivo de eu dividir em duas partes.

A média de cada capítulo é no máximo 3 mil palavras. E queiram saber que o ultimo já está com quase 6 mil palavras e tem coisa para escrever. Logo estou dividindo em duas partes para vocês não cansarem a leitura. Espero que entendam e que voltem para ler o final dessa história. Tá legal! Ta muito legal e estou com dó de terminar.. Mas vamos lá.

O titulo deste capítulo é totalmente sugestivo a minha ressurreição para o Nyah, blz? Ninguém surge dos mortos na fic uahsuahs -q

CAPÍTULO DEDICADO PARA MINHAS NOVAS LEITORAS: ButterflyMK, S G Lucine, Nina, Senhorita Masen e todos os fantasminhas que sei que estão ai. Sou meio paranormal -q

BOA LEITURA ♥



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Os olhos ainda fechados dão a escuridão necessária para o rapaz deitado em um lugar desconfortável. Lucas abre as pálpebras de seus olhos devagar com a intenção de acabar com o escuro, e assim, descobrir onde encontra-se. Uma luz forte invade seus sentidos, com dificuldade e com a visão embaçada observa aflito tudo o que tem ao seu redor, percebe que está com uma agulha em seu braço e toma medicamentos pela veia. Agora lembra — talvez a desorientação vinha devido estar sedado —, ainda sente dores no corpo e percebe que os cortes fundos em seus pulsos estão cobertos por curativos e devidamente cuidados. Lucas permanece no hospital.

 

— Ainda estou no hospital? — Ele relaxa no travesseiro de sua cama, sem saber que está dividindo seu quarto com mais uma pessoa, que responde a pergunta solta ao ar.

— Sim, estamos você quis dizer, chato. — Lucas senta na cama quando escuta a voz fraca ao seu lado, leva sua mão a cortina branca e grossa que separam as camas e descobre quem é seu amigo de quarto. Seu irmão.

— Patrick, você está bem? Quando entramos no hospital fomos separados por causa de seus ferimentos serem mais graves, o que aconteceu?

— Oi mano, acho que você perdeu muito sangue e dormiu por várias horas. Nesse tempo, fiz uma cirurgia nas minhas costas para retirar não sei o que, e costuraram todos os meus machucados. — Ele olha animado para o irmão assustado, — você quer saber quantos pontos ao total eu tenho?

— Como pode falar assim, com um tom debochado? — Lucas vira seu peito para cima e acomoda-se.

— Mesmo não querendo saber, tenho setenta e seis pontos espalhados pelo meu corpo. Acho que estou mais costurado que o Chucky.

 

Lucas sabendo que seu irmão está bem, não tem mais aquela agonia em seu coração. Entretanto tem devaneios em lembrar de tudo que viveu neste curto período. Apaixonou-se por uma garota, em seguida descobre que ela é uma psicopata em um relacionamento amoroso com o próprio irmão, pior que ela. Sente uma pontada de angústia, o filme de terror se repete em sua consciência. As mortes brutais dos jovens que conhecera há pouco. Do sufoco que Patrick teve que passar, lágrimas caem de seus olhos ao imaginar a dor que o pequeno passou nas mãos de Ester, a garota que ele sentia um amor descontrolado e estranho. Teme por sua mãe, o trauma que viveram há alguns anos com a morte de seu pai já havia abalado a família. Mas nada se compara com o que aconteceu, nada fará ele esquecer dos olhos claros, pele branca e lábios vermelhos intensos. Um vermelho sangue, a mesma cor do que saia das vítimas dos Castrinni.

 

Alguém bate na porta e os pensamentos avoaçados de Lucas somem. Mira seus olhos fundos e sofridos para a visita. Anne entra com um sorriso evidente para o rapaz que retribui com o mesmo, a garota vai em direção da cama grande ao lado da janela de vidro que a cerca e dá um longo beijo nos lábios do amado. Por um instante os olhos dos dois se encontram e parecem conversar, uma longa conversa de tristeza e superação. Mas o diálogo é interrompida pelo desvio nos olhos de Anne, parece apreensiva. Lucas percebe e tenta entender o que a preocupa.

 

— O que foi Anne? Minha mãe está bem, é alguma coisa com ela?

— Não, Clara teve alta, e está aqui no hospital para te visitar. É outra coisa. — Patrick escuta a conversa e vocifera com um tom de medo.

— Edgar tá vivo? Ele não vai querer matar a gente, ou vai? — Anne levanta e senta na cama de Patrick abraçando o garotinho ela conclui.

— Não meu querido, Edgar morreu, porém Ester… — Lucas engole a seco o desconforto de escutar o nome dela, aperta o lençol da cama com ódio, gritando pronuncia.

— O que tem aquela maldita? Ela não morreu? — Antes de Anne terminar a conversa, Clara acompanhada de Mathias entram na sala.

A mãe desorientada e com lágrimas escorrendo dos olhos abraça forte Patrick levando o garoto a sentir dores. Ela beija o rosto do filho pequeno várias vezes e não acredita que está vendo seu filho sorrir novamente. Clara já havia visto os filhos, mas ambos estavam dormindo. A felicidade é evidente, sem palavras Lucas levanta e vai ao encontro da mãe que está com um de seus braços enfaixados até o ombro pelo tiro que Ester deu. Aquele momento foi o mais feliz entre aquela família desde o momento que tudo começou. Mathias abre um largo sorriso de satisfação, entretanto no mesmo instante muda para uma face duvidosa. Lucas encara o delegado e entende que a conversa será séria. Clara senta ao lado de Patrick, Anne dá uma de suas mãos para o rapaz ao seu lado e o delegado começa falar.

 

— Lucas, vou direto ao ponto. Ester está viva e de alguma forma conseguiu chegar até esse hospital. — Lucas arregala os olhos a ponto de saltarem de suas órbitas. Não entende o que Mathias acabara de falar e responde trêmulo.

— Como ela pode estar viva? Ela morreu queimada na fábrica, deixamos ela lá.

— Ela apareceu na porta do hospital, muito ferida, com praticamente cinquenta por cento do rosto queimado. Está neste mesmo corredor sendo cuidada por médicos. — Patrick esbraveja cortando a voz do delegado.

— Não, ela pode vir me pegar e me levar para aquela cabana…

— Não querido! — Clara conforta o filho. E Anne aperta ainda mais a mão de Lucas.

— Ela está sendo vigiada por um policial, assim que ficar boa vai direto para prisão. — Lucas pensa em Ester, imagina seu rosto delicado e belo agora marcado pelas chamas que ela mesmo criou.

— Sinto ódio de Ester, mas principalmente pena. Se ela não fosse perturbada poderia ter tudo que quisesse. — Lucas está inconsolado e Mathias termina.

— Como Anne disse, ela sairá do hospital diretamente para prisão. Graças ao pequeno Patrick que nos contou onde ficava seu cativeiro, temos provas suficientes para deixar Ester na cadeia para sempre, ou quase isso.

— Quase isso? — Clara grita, — vocês encontraram vários corpos em decomposição naquela cabana, meu filho foi submetido a traumas que deixarão cicatrizes em sua alma para o resto de sua vida, todos nós fomos feridos…

— Acalme-se Clara, Ester será julgada e se o juiz declarar ela incapaz de agir como uma pessoa normal será presa em uma clínica, de uma forma ou outra pagará pelos seus atos.

— É tudo que mais desejamos! — A porta do quarto onde a conversa ganha forças mais uma vez é batida, uma enfermeira entra segurando uma bandeja com alguns comprimidos.

 

Lucas ao ver aquela cena lembra do discurso de raiva e rancor do assassino. Lembra como ele gritava com Ester ao descobrir que ela não era sua irmã de verdade e que todos os comprimidos que Ester dava para ele tomar, significava o seu delírio. Talvez Lucas sente pena de Edgar, e sabe que se Ester não tivesse destruído sua vida ele estaria vivo e de uma maneira diferente, não um monstro sedento de sangue que foi moldado delicadamente por mãos magras e belas. A garota que um dia viu saindo descalça com um vestido simples de seda branco até os joelhos, ouvindo Jazz e indo buscar o jornal no portão de casa, sumira. E toda vez que ele fecha os olhos lembra do pesadelo chamado Ester Castrinni. Antes da enfermeira entregar o comprimido para ele tomar, o rapaz murmura em um tom desagradável.

 

— Enfermeira, em qual quarto Ester Castrinni está?

— Desculpe Lucas, mas essa informação é sigilosa, lembre-se que ela está sobre custódia da polícia. Agora tome seus anti-inflamatórios assim como seu irmão.

— Ela tem razão filho, esqueça Ester. — Clara sussurra e Anne completa.

— Vamos apenas cuidar para que saiam daqui logo.

— Sabe garotos, tivemos um trabalhão para cuidar de vocês, estão famosos na cidade. Mesmo que a fama seja dolorosa. — A enfermeira com olhos baixos indaga, Patrick arregala os olhos.

— Como assim tia? Eu to famoso? — Mathias sorri com a infantilidade do pequeno e abraça um lado do ombro do garoto dizendo:

— É rapaz, todas as redes de telejornais e jornais estavam na porta do hospital ontem para puder conversar com os sobreviventes do maior massacre que a região já registrou, sua mãe não gostou da ideia de expor vocês e por este motivo estão isolados no último andar do hospital. — Lucas não entende e questiona apreensivo.

— Como isolados? E os outros pacientes que precisam de ajuda, como tivemos um privilégio assim? — A enfermeira anotando algumas coisas em uma prancheta ia dizendo se afastando das camas em direção a porta.

— Não prejudicou nenhum paciente meu querido, esse andar ainda não foi inaugurado. É novinho! Apenas alguns quartos e consultórios estão terminados, inauguraremos em alguns dias e para segurança de vocês tivemos que colocá-los aqui, mas não se preocupem, amanhã cedo já terão alta e tudo voltará o normal. Tenho que ir, descansem. E vocês deixem os dois descansarem um pouco.

— Tudo bem enfermeira, muito obrigada. – Responde Clara, certa de suas emoções abraça Patrick e pede para Lucas aproximar-se dela, — eu estou agradecida, não perdi vocês. Amo muito os dois e são tudo que eu tenho de precioso, não saberia viver sem vocês.

— Amos você mãe! — Patrick beija a bochecha da mãe e Lucas faz o mesmo, Mathias sente-se aliviado por ter salvo todos e vocifera.

— Vamos, temos que ir, está tarde e os garotos precisam dormir para amanhã estarem fortes e voltarem para casa.

— Sim, vamos. — O pequeno garoto aperta um dos olhos e com um tom sarcástico vocifera apontando para o delegado.

— Cuidado senhor, você vai ficar sozinho com minha mãe, e ela precisa de um namorado, então seja gentil…

— Patrick! — Clara cora. Mathias gargalha e dá uma de suas mãos para a mulher que retribui e saem de mãos dadas. Parece que a mãe preocupada tem um certo receio de deixar os filhos no hospital, sente uma dor no peito ou algum tipo de intuição. Mas será o trauma que acabara de receber, não se importa com seu pensamento. Manda um beijo para Lucas e Patrick, antes de sair do quarto olha para Anne e ordena com um sorriso de canto. — Cuide do meu filho, Anne.

 

Anne cora e abraça Lucas. A garota tem um carinho gigante pelo rapaz que há pouco quase morreu em sua frente, por terem passado por tudo juntos o carinho pudera se tornar amor. E nada mais importa para a jovem, o que ela realmente quer é ficar com Lucas o tempo todo. Anne arruma a poltrona dobrável para dormir. Mas aquela noite não acabará tão cedo…

 

**

 

O vento sopra forte o sobretudo negro, sujo de sangue seco e queimado pelas chamas da fábrica. Sangrando pelas feridas em seu corpo, não se abala com a dor. A única coisa que deseja é esquartejar todos os que abriram seus olhos e fizeram sofrer ainda mais. A mascará de ferro marcada pelas vítimas parece flutuar e deslocar-se de seu corpo. Seus olhos da cor do medo transmitem um ódio exuberante, que ele não consegue controlar. Entre as folhas secas da floresta Edgar chega até o hospital central de Santa Monica. Que mesmo tendo este nome fica no fim da estrada norte, bem localizada na densa areá florestal que divide Santa Monica há outras cidades.

 

As luzes acesas do edifício de alguns andares chama sua atenção, o psicopata olha para todos os lados tentando achar um modo de entrar no lugar. Percebe de longe ainda sobre a escuridão da floresta que existe alguns carros de emissoras de televisão na frente do hospital. Alguns curiosos e um carro da polícia. Torce o lábio e continua com sua face fria de baixo da máscara. Dá um passo e pisa no chão de concreto saindo das trevas. O lado de trás do hospital é escuro e deserto, existem alguns carros estacionados, poderá ser de médicos ou pacientes, Edgar vai até um desses carros, sorrateiro pega um pedaço de arame que amarra uma placa de “estacionamento privado”, faz um pequeno gancho na ponta e estica o arame. Lembra que viu diversas vezes um filme que o ladrão roubava um carro dessa forma — tinha tempo o suficiente de aprender tudo que quisesse com a televisão, já que passou anos preso por Ester. Com cuidado joga o arame em uma fresta no vidro do carro em sua frente. Algumas tentativas depois e um pouco de cuidado o assassino consegue prender o gancho no pino da trava que tranca a porta, facilmente entra no veículo. O solo do estacionamento é íngreme facilitando o plano em sua mente perversa. Ele direciona o volante para a esquerda, abaixa o freio de mão e sai do carro. Porém aquilo poderia não chamar muita atenção, olha para os lados em busca de algo melhor, uma coisa que pudesse tremer tudo…

 

— É uma noite linda, mas acho que está um pouco fria. — Fala com uma voz rouca olhando com olhos tortos de raiva para um furgão branco que leva um símbolo de “inflamável”. Vai até ele e abre a porta de trás do furgão, dentro vários vidros de álcool, caixas de algodão, caixas com seringas e utensílios de higiene para médicos e enfermeiras. Edgar pega alguns vidros de álcool e volta para o carro que abriu. Abre os frascos e despeja por todos os bancos, vai até o porta-luvas — talvez, o demônio esteja ajudando o psicopata, — acha um maço de cigarros e um esqueiro. Ele gargalha estérico. Retira sua máscara, pega um cigarro acende e leva aos seus lábios. Traga algumas vezes… Joga o cigarro aceso no banco, o carro arde em chamas. Ele sorri.

 

Não satisfeito pega um pedaço de ferro ao chão e bate na tampa do tanque de gasolina, faz um buraco. Depois empurra o veículo em chamas até ele se mexer e logo pegar embalo. O carro em desce o estacionamento em alta velocidade e vai em direção a entrada do hospital. Edgar assiste tudo antes de entrar pela porta de funcionários do hospital.

****

 

— Deixem ela passar, Clara não quer dar nenhuma entrevista! — Mathias berra enquanto leva Clara tentando desviar de repórteres querendo alguma notícia relacionada ao massacre. Uma deles segurando um microfone entra na frente dos dois antes que consigam entrar no carro de Mathias e vocifera em alto tom.

 

— Clara Oliveira, sabemos que Ester Castrinni está internada em estado grave aqui mesmo, não tem medo de deixar seus filhos com ela? — Clara torce o lábio e vira com fúria seu rosto para a mulher e responde com todas as letras.

— Ester não fará nada com eles, está… — Antes de terminar Clara observa uma coisa estranha vindo em direção a eles. Grita — Mathias entre no carro, rápido.

 

O veículo em chamas descendo a rampa do estacionamento chega de surpresa e pela ironia do destino o carro onde a mãe de Lucas se encontra é o trajeto. A repórter por estar ao lado de Clara não consegue pular. O veículo pegando fogo atinge a mulher prensando-a no carro de Mathias. A batida é forte e a única coisa que Clara consegue ver é o vidro ao seu lado rachado com o rosto da repórter espremido e estourado. Seu sangue adentrando o carro e seu corpo pegando fogo.

 

Os câmeras da emissora caem no chão pelo impacto e as pessoas ao redor gritam desesperadas. As atendentes da recepção correm para fora e um tumulto é generalizado. Clara dentro do carro não entende o que está acontecendo, sua cabeça sangra e ela fica sonolenta. Cambaleando, Mathias abre a porta do carro amassado pelo outro em chamas e retira Clara do local. Pega a mulher no colo com muitas dores no corpo e consegue sair de perto. Avista que gasolina vaza do carro e grita com todas as forças.

 

— Corram, o carro vai explodir. — Mas não deu tempo. Uma explosão gigantesca atinge várias pessoas que estão no local. Mathias protege Clara com seu corpo, os dois caem longe com o impacto, entretanto não são pegos. O delegado tremendo de dor vira para ver o que a explosão havia atingido, e a cena era aterrorizante. Tinha pedaços de corpos por todos os lados e algumas pessoas pegando fogo, os que não morreram perderam membros do corpo e gritam de dor e desespero ao se verem mutilados.

 

— Meu Deus! O que foi isso? — Clara chora.

— Não sei, mas tenho que ajudar os feridos. — Por um instante Clara lembra do que a mulher com o microfone dissera, Ester poderia mesmo machucar seus filhos? Alguma coisa dizia que os Castrinni estavam por trás disso. A mãe determinada não deixaria seus filhos em perigo.

— Mathias tenho que subir e ficar com Lucas e Patrick, eles devem estar assustados.

— Tudo bem, mas se tiver algo de errado me ligue, estou com o celular.

— Obrigada! — Clara beija o delegado, que retribui em êxtase. Ambos correm em direção a explosão.


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Notas finais do capítulo

espero todos nos reviews quero ver o que estão achando