Meu Psicopata de Estimação escrita por Felipe Araújo


Capítulo 12
O Jogo da Mentira


Notas iniciais do capítulo

OLÁ MEUS QUERIDOS! QUERO AGRADECER DE CORAÇÃO A JUBIRUBA E AO SR SHAO KAHN PELAS RECOMENDAÇÕES, AMO VOCÊS!!!!!!!

Segue agora mais um capítulo, espero que gostem. Boa leitura



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O olhar forte e penetrante do delegado invade o corpo de Ester fazendo a garota tremer. Por algum tempo o olhar do homem de camisa social azul escura percorreu o pequeno cômodo da delegacia que serve de local do interrogatório. Mas de uma hora e ainda não estava convencido de nada, Ester soa suspeita, mesmo Clara e Lucas afirmando que ela ficara com eles todo o momento do assassinado na fábrica. Pelo seu passado de terror e pela polícia conhecer o perfil do seu “falecido” irmão, ela tem que ser observada. E mais uma vez o jovem delegado encarando-a faz as mesmas perguntas.

— Você tem ódio de Samantha, Anne, Vitor, Érica e do falecido George?

— Não sinto ódio, não sinto nada. — Ela entrelaça os dedos sobre a mesa fria. O delegado levanta e anda de um lado a outro do cômodo.

— O que fez ameaçar George mais cedo?

— Como já disse mais de vezes, eles cometeram um crime contra minha pessoa, eu estava assustada e constrangida. Mas olhe para mim delegado, não conseguiria matar George dessa maneira brutal. — O delegado deixa exposta as fotos do corpo de George sobre a mesa. Ele senta novamente e faz outra pergunta.

— Me fale sobre seu irmão.

— E qual o motivo de falar sobre ele? Não quero falar sobre ele... — Ester muda seu olhar de assustada para raivosa, o Delegado com o distintivo levando o nome de Mathias vai além.

— Quando ocorreu a tragédia em sua família o caso não passou pelas minhas mãos, eu ainda não era o delegado de Santa Monica e não tinha esse poder. Digo, sempre achei esse incidente duvidoso, as imagens que temos do corpo queimado de seu irmão não bate muito bem com a fisionomia que ele tinha em vida, claro, não existe forma de afirmar que não era ele, já que seu rosto estava desfigurado e a perícia no dia não fez um trabalho competente de identificação. E você mesmo optou para que não passasse por autópsia...

— Já chega, onde quer chegar com tudo isso? Quer me deixar mais abalada do que estou?

— Essa não é minha intenção garota, mas saiba, tudo que aconteceu me fez enxergar o caso Castrinni já encerrado com outros olhos.

— Não tenho nada para esconder.

— Assim espero, está dispensada.

— Estava na hora, não?

Ester encara o homem alto, cabelo negro liso e sedoso. O olhar do delegado transborda desconfiança, mas o que resta é esperar. A garota deixa a sala, enquanto o homem a observa imaginando como resolverá o caso que acaba de cair em suas mãos. Coisas assim não acontecem com frequência na pequena cidade. Mas parece que Mathias está animado, pois seu sorriso sarcástico é de assustar.

No corredor da delegacia, Clara e Lucas esperam Ester ansiosos para saberem o que aconteceu. Os dois foram ouvidos pelo delegado Mathias antes mesmo da garota para saberem se Ester realmente estava com eles na hora do incidente. O relógio marca quase três da manhã quando Ester encontra seus vizinhos, e juntos caminham para a saída. Clara observa os traços de Ester, encabulada com o que Mathias contou sobre o passado da menina pergunta o que Lucas o tempo todo não teve coragem.

— Ester, me conte o que aconteceu na noite que seus pais foram assassinados. — Ester para no meio do corredor da delegacia, olha para Clara e responde.

— Vocês querem saber o que aconteceu com minha família? Bom, vamos entrar no carro que no caminho vou contar.

— Se não quiser contar não precisa! — Lucas exclama, mas ela calada já dá a resposta. Os três seguiram para o carro, entretanto antes de partirem Mathias vocifera.

— Clara não é?

— Sim! — A loura olha por cima do ombro.

— Vou deixar meu cartão com você, tudo que precisar pode ligar neste número.

— Obrigada Delegado.

— Me chame de Mathias.

— Então tudo bem, Mathias.

— Acho que nos veremos em breve. — Ele dá uma piscadela, enquanto todos entram no veículo. Clara por um segundo mede o homem alto de cabelo negro, até ele entrar na delegacia torcendo o lábio a mulher olha no retrovisor e vê o olhar distante da garota de cabelo vermelho. Liga o carro e segue para casa.

Por alguns metros o silêncio reina, mas é quebrado com o suspirar de Ester que parece decidida em contar tudo o que aconteceu com ela no passado para a família que recebera tão bem. Entretanto o jogo da mentira entra em cena. Forçando o choro, algumas lágrimas caem e sua voz de coitadinha inunda os ouvidos dos dois sentados no banco da frente.

— Não disse nada antes, pois não gosto de reviver meu passado. Meu irmão era muito mau.

— Já disse Ester, não force...

— Lucas quero contar. — Clara apenas observa os trejeitos da menina enquanto ela continua – meus pais tiveram que trancar Edgar quando ele passou dos limites. Ele me tocava, abusava de mim. — Naquele momento Lucas arregala os olhos e Clara arqueia uma sobrancelha e continua no silêncio mórbido.

— Que horror! — Lucas parece indignado, e a garota continua a estória.

— Quando contei para meus pais eles o trancaram no porão. Ed era doente, sofria de dupla personalidade, mas eu sempre amei ele como uma irmã. Meus pais erraram em trancá-lo, pois não sabíamos o grau de sua doença, foi quando ele surtou e matou meus pais a machadadas, em seguida ateou fogo em seu corpo.

— Que coisa terrível, você sofreu muito!

— Sim Lucas, mas graças a você hoje não sofro mais. — Clara não está convencida totalmente. Depois da conversa com Mathias e das coisas que escutou do delegado seu sentimento com a vizinha mudara. Não a vê mais como uma doce inocente, agora percebe o cinismo em suas palavras que antes não percebia. Logo o carro chega em frente a casa de Ester.

— Bom deixamos você aqui, deve estar exausta Ester! — Clara diz dando um sorriso aconchegante para ela, que retribuiu sorrindo e se despedindo.

O carro dá a partida em direção a garagem da residência dos Oliveira. Ester continua parada na calçada observando o veículo entrar na garagem. Um sorriso grande e próspero faz parte de sua expressão. Sabe que Edgar já fizera sua parte e que o garotinho deve estar longe. Não aguenta e gargalha sozinha, entrando em sua casa, sumindo na escuridão.

**

— Estão dormindo Lucas, não faça barulho já são quase quatro da manhã, graças a Deus que não trabalharei no domingo.

— Tudo bem mãe. — Lucas responde acendendo a luz da sala. Se joga no sofá e pega o celular que não tirou do bolso na delegacia, quando toca o sinal do Wi-Fi, dezenas de mensagens da Anne chegam. Todas perguntando se Lucas está bem, se ela poderia vê-lo e que ela precisava dele nesse momento. Lucas torce o lábio, mas sente por Anne ter perdido o amigo tão brutalmente. Decide responder as mensagens, porém é interrompido com um berro atormentador de sua mãe. Clara corre até a sala e grita desesperada.

— Lucas corre e veja se o Patrick está bem — ela tenta ligar no celular tremendo e histérica.

— O que foi mãe?

— Lusia... — Clara cambaleia para o lado quase desmaiando, Lucas salta do sofá e quando estica o pescoço vê sangue por todo o chão. Não pensa, só age. Corre para os degraus em busca de seu irmão. Em desespero empurra a porta do quarto e nada, Patrick não está na cama. Abre todas as portas e ele não se encontra em nenhum lugar, o pânico percorre seu corpo e ele não sabe o que fazer.

— Mãe o Patrick não está nos quartos.

— Não, meu filho não... — Lucas segura a mãe que desaba no chão. Tapa os olhos dela para não ver o que está na frente de ambos. O corpo de Lusia desfigurado com sua face esmagada, sem um braço e com sangue manchando o piso claro do lugar.

Com muita firmeza o rapaz se recompõe, pega o celular e liga para a delegacia. Mathias atende e com lágrimas misturadas com desespero ele cospe o que acabara de vivenciar. Sem entender direito o delegado afirma que em pouco tempo unidades da polícia e ele mesmo estará na casa. Enquanto isso, aconselhou que os dois fiquei na rua, saiam da casa pois o assassino ainda poderá estar lá. Se engana.

**

O ar frio percorre o cubículo apertado e podre. Patrick está amarrado e amordaçado em uma pequena jaula de arames farpados. Ele chora desesperado querendo entender por que foi levado para aquele lugar. Desorientado ele observa o ugar que se encontra. Muito barro no chão, aguá fria molha seus pés descalços, o mal cheiro é terrível, e ele sabe de onde vem. Ao seu lado existe uma mulher em estado de decomposição, um corpo mutilado, muito sangue misturado com sujeira. Tudo isso faz o garoto de doze anos entrar em um estado de devaneio. Patrick não sabe o que fazer, apenas espera, enquanto Edgar sentado sobre uma cadeira o observa entre sua máscara de ferro.

— Está com medo? — O assassino tira a mordaça do menino, que respira fundo e começa a berrar.

— Me tira daqui, mãe...

— Ninguém vai te escutar menininho.

— Por que me trouxe para cá, eu quero minha mãe! — Edgar começa a falar com um tom mais rouco do que antes.

— Eu tive uma mãe, ela era muito malvada comigo Me trancava do mesmo modo que está trancado. Ah! Eu tive uma tia também, e ela tá ai com você, morta. — Patrick chora ainda mais ficando vermelho. A conversa desagradável para quando um barulho faz Edgar ficar em alerta, ele pega seu facão e espera para ver. Porém não se impressiona com quem verá. Ester desce as escadas decrepitas do lugar.

— Então deu tudo certo?

— Sim, matei a velha e trouxe o pirralho. — Ela agacha na altura da jaula de arames farpados e sorri para Patrick, que se afasta em choque.

— Vamos ser grandes amigos Patrick. — Ester olha para irmão com um olhar tenebroso e antes de falar qualquer coisa ele entende e começa subir as escadas — mate todos, mas traga Samantha para mim!

**

Na maior casa da rua o grupo de jovens ainda tentam dormir depois de tudo o que aconteceu. Samantha dorme com Vitor, Anne com Érica que vira de um lado a outro na cama. Ela tenta entender, o irmão da amiga acaba de ser morto brutalmente. Tudo indica que a amiga não conseguirá dormir tão cedo. Anne se levanta e indaga passando a mão nos cachos de Érica.

— Vou te trazer um copo de água.

— Obrigada Anne — Érica levanta toda soada, — acha que Sam importará de eu tomar um banho? Estou com muito calor.

— Calor? Você deve estar com febre, tome um banho e relaxe, Sam não se importará. Volto logo.

A menina de cabelo castanho e de olhar fundo caminha sonolenta pela casa gigantesca de Samantha. Passa pelo quarto dos pais de Sam e é onde ela dorme com Vitor, não deixa de perceber os dois dormindo juntos na grande cama de casal, ambos nus. Anne revira os olhos e continua seu trajeto até a cozinha. Desce a escada de mármore branca e observa os quadros caros pendurados na parede cor marfim. Suspira e continua andando na escuridão até encontrar o interruptor que acende as luminárias do teto. Grandes luminárias de cristal enfeitam o ambiente. Tudo exagerado assim como a personalidade da filha dos donos da casa. Sente arrepios de estar sozinha, olha para os lados e nenhum sinal de vida, apenas a sensação pavorosa que não sai dela.

Passa pela sala de jantar e para quando esbarra em um piano branco. Seus olhos brilham, pois adora o instrumento divino. Não se distrai e segue até seu destino, quando liga a luz revela uma cozinha grande e toda em alumínio. Dá um passo para frente, se assustada com o telefone tocando. Mensagem de Lucas.

Lucas
Anne, pelo amor de Deus está tudo bem? Verifique se toda a casa de Sam está trancada, a polícia acha que existe um assassino trabalhando em matar as pessoas que estavam na festa.

4:21

Anne arregala os olhos, sem saber que o assassino está dentro da casa, observando os passos tímidos da garota. Segurando seu facão e respirando fundo, soltando ao ar seu ódio... Sua sede de sangue. A carnificina começará.


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Notas finais do capítulo

Espero vocês nos comentários! QUERO SABER QUEM VOCÊS ACHAM QUE VÃO MORRER NO PRÓXIMO? DEIXEM SEUS PALPITES.