Na Terra, os seres humanos compartilham seu mundo com criaturas com poderes extraordinários, denominados "Pokemon". Esses pokemon têm muitas formas e tamanhos, cada um com habilidades especiais, sobretudo aqueles que são raramente vistos pelos olhos humanos, mas que continuam prezando o mundo de um outro ponto.
Juntos, homens e pokemons, procuram estabelecer metas e sonhos, tentando manter a harmonia entre si. Contudo, sempre há aqueles que se opõem a todo esse equilíbrio. Eles... Que querem desfrutar do poder dessas criaturas, dominá-las para fins próprios e egoístas; pessoas perigosas. Vivendo entre os outros, com mínimas discrepâncias, mas fundamentais, eles apreciam suas características para ascender no mundo.
Viajando pelas regiões e visando ao título de Top-Coordenadora pokemon, May coletou as cinco fitas de Johto e batalhou contra talentosos treinadores. Contudo, mais um desafio aproximava-se.

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Um alarme fora acionado. Passos nervosos foram ouvidos por toda cede da equipe Magma. O lugar estava barulhento, isso era nada mais que o óbvio. Os seus membros corriam pelo lugar, procurando um suposto invasor em cada cômodo, sala e canto minuciosamente.
Exceto um lugar: nos dutos de ventilação, onde o tal homem de semblante atento estava. O loiro permanecia imóvel, observando a algazarra que provocava lá. Ele refletia sobre tudo que ocorrera: Ele conseguiu entrar com sucesso no lugar, estava com o uniforme da equipe Magma, tinha sido precisamente cuidadoso e nem teve tempo o suficiente para iniciar sua investigação, então, como fora descoberto tão rapidamente? Não tinha resposta para aquela questão, tampouco tempo para resolvê-la. No momento isso não importa! Precisava sair o quanto antes melhor.
Começou a se esgueirar entre os dutos, olhando as salas vazias e cheias que os canos passavam, até encontrar o fundo da parede. Ótimo, sem saída. Teria que entrar em uma das salas e sair de algum jeito. Os canos de metal localizavam-se no topo das salas, muito mais alto que ele poderia alcançar se estivesse no chão, então deveria pensar com cuidado antes de decidir em qual local entrar. Voltou parte de seu trajeto, viu uma sala com apenas um membro da equipe Magma. Uma mulher. Ela observava alguns objetos à frente e escrevia algo em sua prancheta. Definitivamente não aparentava procurar por ele. O loiro esperou por mais alguns instantes até o membro do Magma sair e, enfim, saltou para fora da ventilação. O lugar estava cheio de troféus. Ele pegou uma das peças, tentando ler o que estava escrito: "Parabéns por tornar-se Top Coordenador". Levantou outro a altura dos olhos, "Por ter vencido a Elite dos Quatro de Kanto...". Não é estranho ocorrer roubos de troféus, porém por que um grupo como o Magma iria rouba-los? E por que tantos?

– Mais estranho do que eu pensei... _ ele se perguntou, devolvendo as peças em seus lugares anteriores. Observou melhor a sala. Suspirou pesarosamente. - Nenhuma saída.

O loiro agachou-se ao perceber os próximos movimentos da equipe Magma nos corredores. Ele olhou para cima, o duto por onde veio estava realmente muito alto. Sem nenhum meio de subir de volta aos canos, apenas qualquer tipo de tentativa provavelmente chamaria mais atenção a ele e àquela sala. Em outras palavras, os dutos de ventilação agora eram praticamente inacessíveis. Só teria um jeito conseguir fugir dali: Se misturar novamente entre eles e procurar por mais meios de escapes.
Chegou perto da porta, colocou o capuz vermelho do uniforme, fundo o suficiente para cobrir quase totalmente a face. Apesar do número de pessoas na Magma, era melhor diminuir os escândalos o máximo que pudesse. Respirou fundo e finalmente abriu a porta. Caminhou para fora. Estranhamente não havia sequer uma alma viva no corredor. O barulho em toda a sede era evidente, mas nenhuma pessoa estava lá. Uma área restrita? Que pior momento para descobrir esse local. Ao mesmo tempo em que resistia para permanecer centrado na sua fuga, aquela poderia ser uma oportunidade única que teria. Que besteira. Ele balançou a cabeça negativamente. Avistou uma porta.

– Ei! Não é permitido entrada sem autorização!_ disse a voz atrás de si. Era um membro do grupo Magma.

.......

Enquanto isso, May participava do Grande Festival de Johto, batalhando, para ser exato, contra ninguém menos que seu principal rival. No começo, Drew batalhava com absol e butterfree, já May usava wartotle e skitty, porém, tanto butterfree quanto skitty foram derrotados e retrocedidos pelos donos.

– Wartortle, use bolhas! _ ordenou May. Wartortle mandou várias bolhas em direção de absol.

– Use a lâmina de vento, absol! _ disse Drew. O pokemon obedeceu, atingindo todas as bolhas de uma só vez, originando uma fina camada de água que brilhava no Sol.

– Uau, absol, não apenas impediu o ataque de wartortle, como também provocou um brilho muito bonito! Isso vai custar pontos!! _ disse Lilian, maravilhada.

Ao ouvir isso, May olhou o placar. Ela estava perdendo por pouco de Drew, e faltava quase um minuto marcado. Ela precisa derrotar absol ou perderia a batalha.
Ela olhou para Drew, quem parecia estar calmo e confiante como sempre.

– Certo, use bolhas de novo, Wartortle! _ O pokemon de água assentiu, atacando novamente com seu movimento anterior.

– Algum plano novo, May? _ perguntou seu rival, um pouco mais sério agora. Ela sorriu, confiante.

– Espere e verá. Wartortle, use raio de gelo nas bolhas, depois jato d'água!

Wartortle congelou as bolhas e então usou o jato d'água, as esferas de gelo foram impulsionadas em direção de absol.

– Incrível, com essa combinação bolhas, raio de gelo e jato d'água, May criou um bombardeio de esferas de gelo!! Será esse o golpe final? _ disse Lilian, animada.

– Muito bom. Mas não o suficiente _ admitiu ele, com um sorriso de canto. - Absol, pulsação de água!

Absol formou uma grande onda na sua frente, parando as esferas de gelo na água até absol redirecioná-las de volta para Wartortle junto a água. May ficou estática com o rápido contra-ataque do rival, porém, tentou manter a concentrada.

– Pare a pulsação de água com o raio de gelo, wartortle! _ falou May. Seu pokemon usou o ataque e conseguiu parar a onda feita pelo absol. Ela sorriu mais confiante agora. - Ainda tenho alguns truques, Drew.

– É mesmo? _ questionou-a, fechando os olhos e sorrindo. Sem abri-los, rapidamente comandou ao pokemon. - Absol!

A coordenadora nem conseguiu ter tempo de estranhar, apenas fechou seus olhos por causa da luz que surgiu de repente. Ela protegeu brevemente o rosto com as mãos, mas amenizar a intensidade daquele brilho parecia ser impossível.

– Que brilhante! Que bom que eu trouxe meus óculos de Sol!_ comentou Lilian, levantando o braço contra olhos.

– É o iluminar do absol? _ May tentava abrir os olhos, mas a luz era muito forte mesmo com seu olhos cobertos pelas mãos. Wartortle estava ainda mais cego. O pobre pokemon de água conseguia sequer reagir. - Mas esse é muito mais forte.

– Correto. Você já pensou no quão brilhante a luz refletiria o gelo? _ explicou Drew, calmamente. Ele permanecia de olhos fechados. - Use lâmina noturna e cauda de ferro, absol!

Absol cortou a parede de gelo e, enfim, acertou wartortle com a cauda de ferro, atingindo-o contra o palco fortemente.

– Wartortle!

– Caramba, wartortle foi atingido em cheio! Acho que May não previu isso! _ afirmou Lilian enquanto esfregava os olhos.

Wartortle levantava com dificuldades, estava muito fraco e obteve muito dano. Conseguiu ficar em pé, arfando de cansaço. Entretanto, não podiam parar ainda.

– Wartortle, use o giro rápido!

– O tempo acabou! _ anunciou Lilian, fazendo todos olharem diretamente para a tela de pontuação.

.......

– Não escutou, não? _ Aquele homem estava mais do que impaciente, além de desconfiado agora. Com razão para falar a verdade.

– Sim, senhor, mas recebemos ordens de procurar pelo invasor e provavelmente ninguém deve ter procurado aqui _ retrucou o loiro, fazendo um gesto de continência.

– B-Bem... Realmente _ concordou o outro homem, coçando a cabeça pelo "descuido". - Acho que tudo bem então. Olhe direito!

Esse finalmente concordou com o loiro e se foi na multidão de vermelho. Adentrou a nova sala. Respirou fundo. Quase.

– Um laboratório? _ Fechou a porta atrás de si.

Observando de mais perto, o lugar era muito maior do que parecia. Havia béquers virados, erlenmeyers com líquidos desconhecidos e vários papéis misturados, além de materiais derretidos e jogados pelo chão e pela parede branca. Uma verdadeira bagunçada. Tinha uma pequena abertura de tubulação que começava naquela sala e terminava no mar. Provavelmente era uma saída de esgoto para elementos químicos. Olhou em volta. Apesar da queda, o que mais o preocupava eram as possíveis toxinas. Nenhuma roupa de proteção estava no cabideiro. Viu uma porta de madeira, o loiro hesitava em abri-la, algo trazia uma sensação estranha. Abriu a porta que mostrava alguns jalecos pendurados. Sorrindo de lado, puxou um deles e vestiu-o rapidamente. Contudo, o fundo do armário chamou certa atenção também; uma luz vinha de um dos buracos na madeira. Puxou uma pequena lanterna do bolso e a deixou iluminar a parede, mostrando algumas manchas de dedos. O homem forçou a palma da mão contra o fundo, movendo-o até cair do outro lado. Ele olhou para trás, mas o som parecia não ter sido ouvido por mais ninguém. Puxou os cabides e pulou para o outro lado. Ele viu uma grande variação de máquinas e ferramentas. Nenhuma porta ou janela. Um contêiner de vidro estava cheio de água e com algo dentro dele, de tons azulados, aproximou-se. Era um ovo?

– Isso é...!

O loiro não teve tempo de continuar. O ser dentro do contêiner debateu-se no vidro, tentando se libertar, parecia confuso, assustado. Fechava os olhos, com força. O homem tentava acalmá-lo com as palavras, entretanto, nada funcionava. Ele parou ao ouvir uma palavra conhecida vinda do ser, tentou chegar mais perto do vidro, porém a mesma reação anterior se repetia. Ele franziu o cenho e saiu daquela sala, adentrando na que se ligava com essa. Ajeitando os jalecos restantes, fechou a porta e esgueirou-se pelo cano.

...............

– E quem vai passar para as finais é... _ anunciou Lilian. Chamando todos a olhar no placar. - Drew!!!

May correu até wartortle, que finalmente cedeu ao cansaço. Ela ficou triste pelo resultado, mas feliz por conseguir se esforçar ao máximo.
A platéia pulou em aplausos. Aquela tinha sido uma disputa acirrada e espetacular, afinal. Ambos foram ótimos.
Drew, junto à absol, caminhou para frente da platéia e curvou-se, agradecido, como sempre.

– Obrigada pelo esforço, wartotle _ sussurrou May, retrocedendo o pokemon inconsciente. Levantou-se.

– Você foi muito bem, absol _ disse Drew, imitando a ação da garota.

A plateia gritava os nomes de Drew e May, entusiasmado. Ela sorriu e acenou para todos, agradecida também. Em seguida, Drew e May voltaram à sala dos coordenadores, agora apenas duas pessoas permaneciam no lugar, além deles próprios. Ou melhor, dele. Eles parabenizaram Drew e foram pelo mesmo caminho que percorreram.

– Parabéns, Drew _ falou May, um pouco cabisbaixa. Ela não queria demonstrar desânimo, ser uma má perdedora. Drew interrompeu a caminhada e a coordenadora olhou novamente para ele.

Drew analisou a situação e sorriu de lado, como se já esperasse tal reação vindo dela. Ficou diante dela.

– Você foi muito bem _ afirmou o coordenador, tocando a testa de May com o indicador.

– Ai! _ interjeitou ela, tocando a região da pele. Ele deu uma leve risada, voltou a andar em direção da sala de coordenadores. Ela bufou, ruborizada, mas sorriu de canto.