Capitulo 18

Pov’s Austin

Como assim? Eu e Ally iremos morrer? Por quê? São tantas perguntas, e a cada vez que eu descubro algo, eu preciso saber cada vez mais e mais.

—Da pra você me explicar melhor? – Questionei depois de longos minutos pensando no que ele disse. Antes do mesmo responder, nós pudemos ouvir ao fundo uma voz feminina dizer:

—Chega. – Olhei para o local de onde vinha aquela voz um pouco parecida com a de Ally, e muito parecida com a mesma. Agnes. Eu nem me surpreendo mais por ela estar aqui, se Alexandre veio às chances dela vir é de basicamente 100%, então...

—Você já falou demais Alex. – Disse se aproximando com uma fantasia de enfermeira. Eu acho que beleza é um sinônimo da família Dawson porque vamos admitir, só tem gata.

—Olha quem também resolveu voltar do subsolo. –Falei com o meu sorriso mais falso de todos enquanto revirava os olhos.

—Cala a boca que eu não falei com você, oxigenado. - Ela se aproximou mais um pouco, ficando assim ao lado do Alex. Ela e Ally possuem características quase idênticas, isso me assusta um pouco.

Os dois estavam me encarando como se quisessem que eu fosse embora. O incrível é que fui eu que cheguei aqui primeiro, certo?

Virei me para ir embora,mas antes é claro, dei uma última olhada para Alex, como se estivesse dizendo que conversaríamos depois e o mesmo assentiu.

Voltei para o lado de dentro do colégio, estava tudo muito silencioso, os corredores vazios, salas de aula também, isso esta um pouco estranho. Aproximei-me do salão de festas e pude ouvir várias vozes gritando em conjunto:

—Briga,briga,briga.

Já temendo o que poderia ser, corri o mais rápido possível até o salão, esbarrei em algumas, ou melhor, várias pessoas enquanto ainda corria em meio à multidão que parecia estar muito entretida com a tal ‘’briga’’.

Assim que me aproximei mais ainda, pude constatar que minhas hipóteses estavam certas.

Elliot e Dallas estavam simplesmente matando um ao outro. Elliot já possuía em seu rosto marcas de sangue, o olho esquerdo estava inchado e sem contar que ele esta com os caninos à amostra enquanto Dallas esta em sua forma de lobisomem. Os estavam em meio a socos, chutes e mordidas fatais, se ninguém apartasse a briga agora, um dos dois sairia mordo dali. Corri até onde eles estavam e tentei separá-los, mas isso estava meio impossível, eles estavam muito mais fortes do que eu. Dez vendo que eu não conseguiria muito êxito sozinho, veio ao meu encontro também tentar ajudar.

—Eu vou te matar seu filho da puta. – Dallas esbravejou arremessando Elliot na parede.

—Ah é? Eu pago pra ver lobinho. – Agora foi à vez de Elliot acertar um soco no queixo de Dallas.

—Chega. – Gritei me metendo no meio deles, empurrando Elliot para a bancada do bar bem longe de Dallas que de novo estava indo de encontro a Elliot. Fui mais rápido e o impedi de fazer isso.

—Dallas, vaza daqui. – Falei o encarando e pude ver a fúria em seu olhar. Ele já estava em sua forma normal, mas ainda assim muito irritado.

—Qual é Austin? Você vai ficar do lado desse canalha? – Falou apontando para Elliot.

—Eu não estou do lado de nenhum dos dois, apenas estou mandando você sair daqui porque parece estar mais descontrolado que ele. – Falei rispidamente.

Dallas não disse mais uma palavra se quer, apenas virou se para ir embora acompanhado de Dez.

Passei meus olhos por todo o salão e pude ver que todos me observavam, dei meu pior olhar para cada um deles e no mesmo instante voltaram a fazer suas idiotices de sempre.

Fiz o mesmo olhar ou talvez pior para Elliot, que de cara entendeu e foi caminhando lentamente e cabisbaixo até uma mesa que havia próximo de nós.

Sentei-me em sua frente, pedindo para o garçom trazer duas doses de Uísque.

—Pode começar. – Falei bebendo um gole daquele pequeno copo, mas que por alguma razão consegue destruir famílias.

—Você vai mesmo dar uma de papai protetor Austin? – Elliot rio debochando, esse garoto parece que não tem medo de morrer.

—Elliot ou você me conta agora o porquê de vocês dois parecerem duas crianças de três anos na frente de todo o colégio ou eu juro que termino o serviçinho que o Dallas começou. – Eu realmente não estou brincando.

—Ok. – Engoliu em seco. —Você sabe que eu e a Cassy estamos namorando, certo?- Questionou enquanto bebia uma dose sua bebida.

—Não acredito muito nesse seu namoro com ela, mas sim eu sei que vocês estão juntos. – Não desviei meu olhar sério nenhum minuto se quer dele.

—E você sabe que o Dallas e a Kira estão saindo, não é?- Perguntou agora com um olhar sombrio.

—Eu vi os dois hoje mais cedo na festa, Ally estava perto deles e eu sai logo em seguida para falar com ela. – Disse e só agora me lembrando de Ally, desviei meu olhar irritado de Elliot para dar lugar a um olhar preocupado, onde ela está? Não vou me preocupar, ela sabe se cuidar sozinha.

—Então como foi à conversa coma Ally? – Perguntou tentando desviar o assunto.

—Eu não estou brincando Elliot. – Falei voltando a lhe encarar com o mesmo olhar furioso de antes.

—Tudo bem. – Disse suspirando cansado. —Eu e a Cassy estávamos digamos que quase transando perto do Dallas e da Kira.

—VOCÊS OQUE? -Elevei um pouco meu tom de voz, algumas pessoas ao nosso redor me encararam como se eu fosse algum tipo de maluco.

—Não é á toa que o Dallas queria te matar, se fosse comigo e eu pegasse a Ally beijando outro cara eu também partiria pra cima dele.- Ai meu Deus o que eu acabei de dizer? Eu não teria ciúmes se fosse com a Ally porque tipo ela é independente e pode fazer o que quiser e sair com quem quiser certo? NÃO (SIM).

—UOU, Austin Moon está apaixonado. – Disse me dando um tapinha no ombro.

—Eu não estou apaixonado. – Falei desconfortável não sei por quê.

—Fale a verdade, você gosta dela não é? – Perguntou.

—Não, Ally e eu somos apenas amigos. - Pode parecer meio fresco, mas doeu um pouco falar essas palavras.

—Sei. - Ele deu um sorriso malicioso.

—Eu ainda não estou brincando Elliot. – E mais uma vez lancei a ele o meu tão famoso olhar.

—Deixa de ser chato. – Falou incrédulo. — Ai depois que ele nos viu, sem nem ao menos esperar puxou Cassy para longe de mim e ai você já sabe o resto.

—Você e a Cassy só estão namorando para provocar ciúmes no Dallas e na Kira, acho bom vocês quatro se resolverem logo ou eu mesmo resolvo. Sai sem nem olhar mais para ele.

Eu preciso encontra a Ally... De novo. Fui em direção a ala dos banheiros, assim que passei pelo banheiro feminino, eu pude ouvir um choro, era a Cassy. Se ela esta ai, provavelmente Ally também deve estar.

Entrei sem nem ao menos ligar pelo fato de lá ser o banheiro feminino. Quando que entrei pude notar que Cassy estava com os braços apoiados na pia chorando enquanto Ally tentava lhe acalmar. Assim que elas me viram praticamente tiveram um ataque cardíaco, mas não tentaram me expulsar dali.

—Elliot me contou tudo Cassy. – Falei me aproximando.

—O Dallas e a Kira nunca mais vão querer olhar na minha cara. – Disse com os olhos marejados.

—Não acho que chegue a esse ponto, mas se você gosta mesmo do Dallas,acho bom admitir isso o quanto antes e quanto a Kira,ela deve estar muito magoada com você Cassy.Se coloque no lugar dela.- Falei e pude ver ela não agüentar e se afogar em lágrimas,não gosto de ver ela assim,Cassy é como uma irmã para mim e eu não admito que ninguém a machuque.Apenas a abracei e ficamos assim por algum tempo até que ela se desvencilhou dos meus braços secou as lágrimas,arrumou a fantasia e falou:

—Eu vou resolver tudo isso essa noite. – Disse confiante. Ally apenas assistia cena com um sorriso terno no rosto. Cassy vendo que eu queria falar a sós com Ally, logo tratou de ir embora.

—Bom eu vou deixar vocês a sós. - Falou saindo logo em seguida.

Ally não moveu um músculo nem para ir embora nem tampouco para falar algo.

—Porque não me contou que conheceu Agnes? – Perguntei quebrando o silêncio.

—Isso não faz diferença agora. – Disse me olhando nos olhos enquanto se aproximava.

—Você sabe que corremos o risco de morrer não sabe? – Questionei já sabendo a sua resposta.

Ela não me respondeu. Olhei no fundo dos seus olhos e pude ver que eles estavam marejados. A qualquer momento ela poderia desabar e assim fez. Abracei-a logo em seguida, me dá um aperto no coração saber que ela esta sofrendo e que eu não posso fazer nada para mudar isso. Ally é uma menina forte, não é de chorar por qualquer coisa, quando ela chora o motivo é realmente muito grave.

—Ei não chora. Vamos dar um jeito nisso, ok? – Falei segurando em seu rosto.

—Isso é mais perigoso do que a gente possa imaginar Austin. – Disse ainda me olhando nos olhos.

—Não importa, isso vai acabar. – Falei convicto de minhas palavras. Aproximei-me mais ainda dela, vi que a mesma se assustou um pouco, ela acha que eu vou tentar alguma coisa com ela, eu não sou desse tipo, não me aproveito das garotas só por elas estarem vulneráveis nem nada, posso dizer que já fiz isso, mas não agora, não com Ally. Segui os meus instintos e fiz o que desde o inicio eu queria, dei um beijo em sua testa. Ela pareceu se aliviar um pouco com isso. Lançou-me um sorriso fofo e em seguida me abraçou, um abraço forte pelo qual eu não queria nunca me desvencilhar. Passamos longos minutos assim, apenas abraçados, logo em seguida saímos do banheiro feminino.

—Alex também esta aqui, não é? – Ela perguntou enquanto caminhávamos por um dos corredores do colégio.

—Sim, depois que você quase me deixou sem poder ter filhos ele apareceu. -Ela riu desse meu comentário.

—Você mereceu. – Ela ainda estava rindo, a risada dela é tão gostosa.

Fomos até a parte de fora do colégio, eu achava meio difícil deles ainda estarem aqui, mas não custava nada tentar e sim eles estavam.

Não acreditei no que eu vi, os dois estavam... Estavam se... Beijando. Eles não se odiavam?

—O que esta acontecendo aqui? – Ally perguntou tão assustada quanto eu.

—Nós estávamos apenas relembrando os velhos tempos nada demais. – Alex disse com um sorrisinho malicioso moldado nos lábios.

—Vocês estão brincando, não é? – Perguntei debochando.

—No carro explicamos melhor. – Agnes disse sendo seguida por Alex.

—Esses dois são loucos. – Ally sussurrou em meu ouvido e eu fiz menção que sim com a cabeça.

Seguimo-los até uma Ferrari amarela estacionada em frente ao colégio. Alex se sentou no banco do motorista, Agnes ao seu lado. Restando a mim e a Ally sentar nos bancos de trás. Alex deu partida.

—Agora da para alguém explicar o que esta acontecendo aqui? – Ally perguntou tão confusa quanto eu.

—Eu e Alex tínhamos um tipo de relacionamento secreto. – Agnes nos disse olhando pelo retrovisor do carro.

—Então quando você estava grávida e você contou ao Alex sobre isso e blá ,blá,blá o filho tinha chances de ser do Alex e não do Tyler? – Perguntei confuso.

—Você acha que eu iria matar o meu próprio filho idiota?- Alex perguntou me fuzilando com o olhar.

—Mas você poderia não saber. – Falei me recostando no banco do carro.

—O filho não era do Alex. - Agnes disse certa de suas palavras.

—Será Agnes? - Alex perguntou desconfiado.

—Se você continuar com essa história eu juro que te mato de novo. - Agnes disse rindo e Alex a acompanhou. Eles levam tudo na brincadeira, queria ser assim com a Ally.

Continuamos o caminho falando banalidades, quando dei por mim já estávamos em frente a minha casa. Olhei de relance para Alex e ele apenas fez um sinal para que todos nós entrássemos. Todos entraram em minha casa e como o esperado meus pais não estavam em casa.

—Vamos para o quarto do Austin é mais seguro. – Agnes disse já subindo as escadas sendo seguida por todos.

Alex se sentou em uma poltrona de couro que havia próximo da cama, Agnes se sentou no braço da poltrona onde Alex estava, ainda estou tentando entender, eles não se odiavam? Ally deitou em minha cama e eu a acompanhei. A aconcheguei em meus braços.

—Ally eu não mandei você se afastar do Austin? – Agnes perguntou desconfiada.

—Você e o Alex estavam praticamente transando no lado de fora do nosso colégio e eu que tenho que me afastar de um Moon? – Ally perguntou segurando o riso.

—É nós quatro temos uma longa história. – Agnes disse se aconchegando em Alex.

—Ok, mas antes de vocês contarem essa história ai, vocês não se odiavam? – Perguntei na cara de pau.

—Eu ainda odeio o Alex com todas as minhas forças, mas enquanto o pacto não acontece, nós estamos digamos que relembrando os velhos tempos. – Agnes disse e Alex lhe roubou um selinho. É tão esquisito ver eles se beijando, parece que sou eu e a Ally só que em uma forma adulta.

—Como assim pacto? Do que vocês estão falando? – Ally perguntou preocupada.

—Ai é que começa a história. - - Alex disse nos olhando. —Vocês sabem que eu e Agnes quase fizemos o pacto, certo? –Ele continuou.

Assentimos com a cabeça.

—Agora vocês que precisam fazer. - Falou sério.

—OQUE? – Falamos em uníssono.

—Destination Rings é um livro que ao mesmo tempo em que pode ser um paraíso paras as nossas famílias também pode ser um inferno. – Agnes disse olhando para o nada.

—Esse livro pode conter todos os segredos, até os mais obscuros das nossas famílias, mas o que ninguém sabe além de nós dois. – Alex falou apontando para Agnes. —É que esse livro possui uma maldição.

—Que tipo de maldição? – Questionei.

—O livro possui em sua última página um código. Nele esta escrito AA. – Alex disse ainda com a mesma expressão séria.

—O que esses AA significam?- Agra foi a Vez de Ally perguntar.

—Esse livro foi escrito depois da nossa morte, ou seja, não poderia ser eu e Alex, já que o livro não escreve ao futuro e sim sobre o presente, ou seja, seriam os dois próximos descendentes das famílias Dawson e Moon que possuíssem A como inicial. – Agnes disse tudo em um fôlego só.

—E sobre aquela frase que diz que outros dois das duas famílias irão morrer? Eu posso até morrer agora nada vai poder machucar a Ally. – Falei decidido. Pude ver o olhar de todos eles sobre mim e eu continuei com essa palavra.

—Porque nós dois iríamos morrer? – Ally perguntou e eu pude perceber que sua voz estava embargada.

—Vocês só irão morrer se não fizerem o pacto a tempo. – Alex disse ainda me olhando, não consegui decifrar o que aquele olhar queria dizer,mas preferi deixar quieto.

—Quanto tempo ainda temos? – Ally voltou a perguntar.

—Dois meses. – Agnes disse agora de pé.

—Sem querer assustar vocês dois, mas se vocês não conseguirem fazer o pacto até o final ou o tempo acabar antes não só vocês como também todos da família Dawson e Moon irão morrer e caso vocês não saibam nossas famílias são as de maior influência sobre vampiros no mundo, resumindo se algo der errado haverá a terceira guerra mundial. - Falou calma e ao mesmo tempo séria.

—Ok, eu faço. – Falei certo da minha decisão. Ally me olhou assustada.

—E você Ally? – Alex perguntou e só agora eu percebi que ele ainda me encarava.

—Tudo bem, eu aceito. – Ally disse suspirando.

—Vocês irão precisar aprender algumas coisas do livro, mas não é nada demais. – Agnes disse indo em direção a minha varanda, sendo seguida por Alex.

—Temos que ir agora. – Alex disse, observando a varanda mais de perto.

—Ah, eu já ia me esquecendo, Ally não fique grávida antes de o pacto ser feito. – Agnes disse como se fosse a conversa mais normal do mundo.

—O que isso tem haver com o pacto? – Ally perguntou como se ela fosse mesmo ficar grávida até lá, essa menina é doente só pode.

—Você se lembra do que aconteceu comigo, então se lembre Ally sexo com camisinha. - Agnes terminou e logo em seguida pulou a varando junto a Alex.

Assim que eles saíram, eu e Ally caímos na risada. Depois de longos minutos rindo, eu achei que morreria sem fôlego.

—Se lembre Ally, sexo com camisinha. - Repeti o que Agnes disse e mais uma vez caímos na gargalhada.

—Acho bom nós dois lembrarmos-nos disso. – Disse agora séria.

—Como assim? – Indaguei confuso.

—Lembra daquele dia na mansão da sua família em Hill Valley? – Perguntou ainda séria.

Apenas assenti com a cabeça.

Ela engatinhou da ponta da cama que era onde ela estava falando com Agnes até chegar a milímetros de distância do meu rosto. Ela sentou-se em meu colo sem aviso nem prévia. Gemi baixinho com esse contato. Ela esta muito gostosa de coelhinha da playboy, melhor fantasia no mundo,só acho. Continuei parado sem nenhuma expressão no rosto. Eu estava incrédulo. Ela aproximou-se mais ainda de mim, eu estava quase selando os nossos lábios quando ela se esquivou e levou sua boca até a minha orelha ,sussurrando:

—Ainda não terminamos aquela noite...