O melhor amigo de James escrita por The Amazing Girl


Capítulo 8
Capítulo 7 - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Gente to tão feliz que ta no fim, só mais um capítulo (bem cute) e dou adeus a O melhor amigo de James, chorando aqui. Ta vou deixar vocês lerem. Ficou gigante eu sei.



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Pov. Lily

Eu estava em frente ao espelho do meu quarto, terminando de me arrumar, quando Lorcan entrou e se encostou no batente da porta.

–Você está linda sabia? –Ele me deu um sorriso de lado. Seu cabelo loiro estava bagunçado, como se estivesse acabado de levantar. Ele estava lindo, usava uma calça jeans escura e uma camiseta social azul marinha com as mangas dobradas até os cotovelos. Ele tinha os braços cruzados sobre o peito.

–Obrigado. –Falei cabisbaixa, minhas mãos suavam e eu as limpei discretamente no longo vestido branco.

–Você está bem?

Eu olhei para minhas mãos que tremiam, desviei meu olhar para um lírio que repousava na minha mesa.

–Sim.

Ele se aproximou e virou meu rosto delicadamente para encara-lo.

–Você é uma péssima mentirosa. Aconteceu alguma coisa, pode me contar.

Respirei fundo.

–Amanhã eu conto, não quero estragar nossa noite.

–Lílian você sabe que se não me contar eu vou ficar remoendo isso a noite toda. Me conta, por favor.

Eu caminhei até a cama e me sentei, ele se sentou do meu lado.

–Lorcan, você sabe que eu jamais iria magoa-lo. –Comecei a falar, olhando fixamente para minha coberta. –Mas você tem que saber.

–Ande logo Lílian.

–Natanael voltou. –Falei rápido.

Ele levantou e foi até a janela.

–Quando você o viu?

–Hoje quando voltei do almoço com Rose. Ele esta trabalhando no Quartel dos Aurores.

–Você falou com ele?

–Não.

Ficamos calados pelo que pareceu uma eternidade.

Ele então quebrou o silêncio.

–Você ainda sente o mesmo por ele não é?

Eu assenti.

–Sinto, sempre senti e você sabe disso. Já sabia disso antes de namorar comigo. Só que além de amar ele eu o odeio por ter me magoado. –Lágrimas escaparam dos meus olhos.

–Não chore.

–Desculpe Lorcan, mas eu não consigo fingir que esta tudo bem. Você esta carregando esse relacionamento sozinho. Um só não faz amor.

Ele abaixou a cabeça.

–Desculpa, eu não consegui te fazer feliz.

Eu me levantei e o abracei.

–Você fez sim. Você me trouxe muita felicidade nesses anos, eu só não posso te amar como você me ama.

–Acho que nosso jantar vai ser cancelado.

Sorrimos um para o outro.

–Ou nos podemos jantar como bons e velhos amigos que somos.

–Ótima ideia.

**

Cheguei perto da meia noite em casa. Uma luz na sala indicava que Albus estava me esperando. Lorcan me levou até a porta.

–Obrigada pela noite Lorcan.

–Pode sempre contar comigo. –Ele me deu aquele abraço apertado e protetor de sempre, beijou a minha testa e aparatou para casa.

Quando entrei Albus me arrastou até a sala.

–Como você entrou aqui?

–Eu tenho uma cópia, esqueceu?

–Pois é. –Ele era esperto.

–Como foi?

–Foi tudo bem. Ele aceitou com coerência, mais sei que ele sofreu. Isso era inevitável. Sei que ele vai achar alguém que o ame.

–E você? O que pretende fazer?

–Não sei. Como eu queria saber. –Apoiei os cotovelos nos joelhos e pus minha cabeça nas mãos.

Ele me abraçou e ficamos assim por um tempo. Albus levantou de repente e eu o olhei curiosa.

–Vamos animar sua noite.

–Al é meia noite já.

–E quem se importa? Muitos lugares legais abrem a essa hora.

Eu ri descrente que meu irmão estava querendo me levar para me divertir.

–JÁ SEI! –Ele gritou.

–No que você esta pensando?

–Jay.

–Jay? –Indaguei confusa.

–Isso aí, Jay.

Ele segurou minha mão me levou para fora e aparatou no quintal.

**

Instantes depois estávamos no apartamento de James perto da sede do time.

James estava na cozinha fazendo um lanche e se assustou com a nossa chegada.

–Assim só pra lembra, existe porta e campainha. Pessoas normais tocam a campainha e entram pela porta e NÃO APARATAM NA SALA DOS OUTROS. – Jay disse quando se recuperou do susto.

–Não me olhe, foi ideia do Al. - Falei me jogando no sofá.

–Lily terminou o namoro, esta sofrendo de amor. E como irmãos temos que anima-la.

Jay me olhou e olhou de novo para Albus.

–Pensou mesmo que eu?

–Quadribol?

Eu olhei animada para eles, eu não mencionei, mas nos dois últimos anos de escola eu estava no time de Quadribol, era apanhadora.

–Gente só pra lembra eu to de vestido. Não posso joga assim.

–Tem umas roupas da Domi aí. Alguma delas deve servir.

Levei uma sobrancelha e olhei para ele.

–Anda logo.

Me dirigi ao quarto dele e mexi no guarda-roupa, peguei uma calça leggin preta e uma blusa vermelha de manga comprida. Domi adorava a Grifinória mesmo. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo. Domi que me perdoe, mas eu vou ter que pegar um tênis emprestado.

–E aí? Vamos?

Eles pularam do sofá. E aparatamos no campo.

Aquela noite eu me diverti como nunca. Nos três sempre fomos muito unidos. Sempre foi assim. Quando pequenos prometemos nunca esconder segredos uns dos outros. E por incrível que pareça nunca escondemos. Depois de Rose eles eram os primeiros, a saber, de tudo.

Já devia ser em torno de 2 da manhã, descemos das vassouras, suados e cansados, mas incrivelmente bem. Al e eu voltamos para casa.

–Se divertiu?

Eu o abracei bem forte.

–Obrigado.

Ele beijou minha testa e aparatou para o seu apartamento.

Deitei e adormeci rapidamente.

Pov. Natanael

Eu estava arquivando um caso quando um memorando apareceu sobre minha mesa.

Por favor, senhor Robins venha a minha sala imediatamente. Temos um assunto urgente para resolver.

Ass: Harry Potter.”

Terminei de arquivar o caso e me dirigi até uma porta de madeira no fim do corredor. Bati e esperei.

–Entre. –Disse uma voz forte atrás da porta.

Adentrei na sala.

–Por favor, sente-se. –Disse o homem a minha frente.

Harry Potter já apresentava sinais de cansaço e sinais de tempo. Seu cabelo preto continha vários fios brancos, rugas lhe marcavam os sábios olhos que se escondiam atrás dos óculos redondos. Mas ele ainda tinha o semblante forte da juventude.

–O que era tão urgente senhor?

–Ontem quando estava saindo da minha sala vi você conversando com uma garota. Aqui no Quartel.

Eu gelei. Será que ele tinha ouvido a conversa?

–Senhor eu posso...

Ele apenas levantou a mão para que eu me calasse.

–Eu não preciso de explicações. Sim, eu ouvi a conversa. O que eu quero saber é porque tenho a impressão que minha filha corre perigo.

Eu olhei sério.

–Porque ela realmente esta correndo perigo senhor.

Ele se sentou na cadeira.

–Conte-me tudo.

E eu contei, contei desde que Nancy se declarou, quando ela descobriu sobre Lily, a formatura e das ameaças que ela fazia. Quando terminei de falar foi como se eu tirasse um peso enorme dos meus ombros.

–Fique aí.

Harry levantou e saiu. Logo depois voltou com Al, Ronald Weasley e Lílian. Eles se olhavam confusos nenhum deles me olhava.

–Fale para eles o que acabou de me contar Sr. Robins.

Eu repeti toda a história. Al estava encostado na parede tentando processar a história, Ronald andava de um lado para outro pensativo. E Lily estava sentada com os cotovelos apoiados nos joelhos e o rosto enterrado nas mãos.

–O que faremos Harry? –Ronald indagou.

–O que fomos treinados para fazer. Vamos procura-la, prende-la e remover a ligação. Minha filha não vai morrer.

Lily se levantou e foi até uma estante coberta de arquivos e livros. Puxou uns dois casos e os espalhou pela mesa, todos nos olhávamos para ela, ninguém ousou interrompe-la até que ela terminasse, ela separou o que desejava e pregou em um quadro de cortiça pendurado na parede.

Quando ela terminou todos olharam o quadro.

–Se queremos acha-la temos que procurar na fonte. –E apontou a irmã dela, Rebeka.

–Rebeka não se mudou para a Irlanda com o marido? –Al retrucou.

–Sim, ela abriu uma loja de roupas lá. E o marido trabalha com o time de lá.

–O que faremos depois? E se Rebeka não falar nada? –Perguntei.

–Ela vai falar. Vocês não estavam lá no meu último ano. –Ela me lançou um olhar penetrante. –Não viram o que eu vi.

–Como assim?

–Como Pancy morreu há alguns anos, Rebeka se tornou a responsável legal por Nancy. No último ano Nancy aprontou todas que podia, enfeitiçava alunos, professores, espalhava azarações pela escola. Ela começou a mexer com coisas perigosas. Rebeka ficou preocupada com a sanidade da irmã e a mandou para um sanatório mágico na Bélgica. –Lílian apontou uma foto do sanatório. - Ela estava lá até um ano atrás, que foi quando ela fugiu. Rebeka me mandou uma coruja no dia seguinte, pedindo ajuda para acha-la, eu procurei só que não encontrei nada. Depois de um mês ela parou de me enviar cartas e presumi que ela tinha achado Nancy e a mandado de volta.

–As aparições dela no começo eram pouco nítidas, às vezes vinha por meio de brasas, fumaça e até névoa. No último ano começou a aparecer mais nítida de corpo inteiro. –Comentei.

Todos pareceram pensar no mesmo.

–Isso quer fizer que ela não esta muito longe. –Al falou.

–Eu posso até dizer que ela esta em Londres. –Harry disse.

–Eu tenho só uma pergunta. –Falei. –Como vamos quebrar a ligação. Eu pesquisei em todos os lugares e não encontrei nada.

–Eu acho que sei onde podemos encontrar algo. –Ronald olhou para Harry.

–Não Ronald minha ligação era diferente, eu era uma Horcrux. –Harry se espantou.

–E se ela também for. É possível.

Ficamos calados. Harry escreveu várias cartas e as enviou para aurores pelo mundo todo. Eles deveriam ficar atentos a sinais de Nancy.

–Albus pesquise tudo o que puder sobre ela, principalmente os anos no sanatório. Ronald sinais de Arte das Trevas na cidade e arredores. E vocês dois - E apontou para mim e Lílian. –Vão à Irlanda atrás de Rebeka.

Pov. Lílian

Descobrir de uma hora para a outra que você pode ser uma Horcrux e que tem uma maluca assassina/suicida querendo sua cabeça em uma bandeja de ouro, não é legal.

Eu voltei para casa e arrumei uma pequena mala para a Irlanda. Natanael fez questão de me acompanhar até em casa. Não falamos nada durante o caminho. Uma hora depois ele bateu na porta. Eu desci correndo a escada e nos últimos degraus eu tropecei e cai. Cai no chão com um estrondo horrível um gemido alto de dor escapou dos meus lábios, ele se jogou contra a porta e a arrebentou.

–Você está bem, Lily? –Ele perguntou se ajoelhando do meu lado e vendo se tinha quebrado algo.

–Estou eu não sou mais tão frágil assim, Robins. – Me apoiei em meus ombros para me levantar, ele me conduziu até o sofá. –A propósito a porta estava aberta.

Eu ri dele o que causou uma dor aguda no peito. Gemi em protesto.

–Você tem certeza que esta bem? Não quer ir ao hospital?

–Para com isso eu to ótima sofri lesões piores no Quadribol.

Eu me levantei para buscar minha mala. Quando voltei ele olhava para algumas fotos que eu tinha na sala. Fotos minha com a família, quando ganhamos a taça de Quadribol e algumas com Lorcan.

–Bom saber que manterão o legado da Grifinória. –Ele apontou para a foto em que eu estava o time me levantava nos ombros e eu erguia a taça repetidas vezes.

Ele fixou o olhar na foto em que Lorcan e eu sorrimos para a foto e logo em seguida ele me beijava. Eu peguei a foto e a guardei na gaveta da cômoda.

–Por que guardou? –Ele questionou com uma sobrancelha erguida.

–Lorcan e eu terminamos. –Falei cabisbaixa.

–Posso parecer enxerido. Mas por quê?

Eu olhei para ele, continuava mais baixa, mas eu não era mais a mesma. Olhei bem fundo nos seus olhos azuis.

–Porque eu não era capaz de amá-lo como eu te amei.

Natanael estacou no chão e me olhava procurando algum sinal de brincadeira.

–Lílian...eu...

–É eu sei. Você não queria ter feito aquilo, fez para me proteger. Só que nunca pensou em me contar isso.

–Eu tinha medo que se contasse ela matasse você. –Ele virou para uma foto que eu e ele estávamos lado a lado com meus primos em volta. –Você não tem noção o que foram esses anos sem você, sem seus beijos, sem a sensação quente dos teus abraços. Sabe o que é deitar todo dia e saber que a mulher que eu amo mais que tudo me odeia?

–Ta certo, eu não sei o que você passou. Mas eu sei o que eu passei. Todos esses anos achando que o amor da minha vida jamais me amou que a pessoa que eu mais amava no mundo me iludiu por diversão. Você tinha a certeza de que eu te amava, eu não tinha nada além da dor.

Lágrimas corriam livremente pelo meu rosto. Ele se virou quando ouviu meus soluços, ele me abraçou. Ele afagava minhas costas, sussurrando que tudo ia melhorar. Quando me soltei uma mancha de lágrimas marcava sua camiseta.

–Me desculpe eu molhei sua camiseta.

–Tudo bem. –Ele puxou a varinha e um jato de vapor quente saiu da ponta dela, secando a camiseta. -Viu? Novinha em folha.

Rimos com a cena, pois nos lembramos de como nos aproximamos. Mas no dia eu chorava por Hugo. E agora choro por ele. Por nos.

Pegamos nossas bagagens e aparatamos para a Irlanda. Instalamo-nos em um hotel e dormimos. Bom eu tentei dormir, fiquei rolando na cama por muito tempo. Achando um jeito de quebrar a ligação. Sentei na sacada sentindo o vento gelado penetrar pela minha roupa me causando uma sensação relaxante. Tio Rony tinha certa razão eu poderia realmente ser uma Horcrux, mas se eu fosse uma Horcrux eu teria que me entregar à morte e talvez não voltar. Papai voltou será que eu também voltaria?

Quando amanheceu descemos para tomar café e saímos em busca de Rebeka. Aparatamos em uma vila magica aos arredores da cidade.

Chegamos à casa que Rebeka descreveu na carta que nos enviou no dia anterior. Aproximei-me e bati na porta. Logo uma mulher de longos cabelos pretos e sorriso caloroso abriu a porta.

–Lilian. –Ela me abraçou. –Como você mudou. –Ela olhou por cima do meu ombro fixando seus olhos em Nat. - Natanael Robins é um prazer finalmente conhece-lo.

Natanael estendeu a mão, diplomático.

–Vamos entrem.

Ela insistiu para que sentássemos enquanto ela fazia um café e pegava alguns biscoitos feitos por ela para nos.

–Bom, vamos direto ao ponto. –Ela disse ao se sentar e apoiar a bandeja na mesa de centro. –Vocês prometeram contar porque os Aurores estão procurando a minha irmã.

Revezamo-nos contando a história. Quando terminamos ela estava séria e calada. Ela levantou e foi até uma escrivaninha cheia de pergaminhos e penas, abriu uma gaveta e tirou de lá uma carta.

–Ela me mandou isso há duas semanas.

Eu peguei a carta e a abri. Eu li o pequeno e direto texto, assim que terminei a entreguei para Natanael. Ele a leu em voz alta.

–“Querida irmã. Acho que será de seu interesse saber que eu estou bem, alias o sanatório não foi legal comigo. Em breve eu estarei junto de você e vamos morar na França como queríamos. Mas somente depois que eu tiver minha vingança. Todos vão pagar por terem matado a mamãe e terem tirado “ele” de mim. Até logo amo você.”.

–Quando mamãe morreu ela colocou na cabeça que seus pais fizeram isso. Mas a verdade é que mamãe perdeu tudo, perdeu os pais, o marido, o amor da vida dela. Mamãe tinha depressão e acabou se matando, eu não contei isso a ela, pois ela era muito pequena, e isso machucava muito. Para protegê-la eu escondi isso até ela ter idade suficiente para entender, eu nunca tive a chance de contar.

–Você tem ideia de onde ela possa estar?

Ela pensou um pouco.

–Se ela esta na Inglaterra só tem um lugar para onde ela pode ter ido. –Ela levantou e pegou uma foto antiga de uma cabana no meio da mata. –Mamãe foi encontrada lá. Tem uma passagem secreta que leva até um quarto subterrâneo. A gente se escondia lá quando a mamãe tinha um ataque de fúria e tentava nos matar. Por favor, não a machuquem, ela não esta mentalmente sã. Traga ela para mim, para que eu cuide dela e dê o amor que nossa mãe não foi capaz de nos dar.

–Prometo que faremos o possível. –Falei.

Nos despedimos de Rebeka e voltamos para o hotel.

–Você acha que ela pode estar lá mesmo? Rebeka pode ter mentido para proteger a irmã.

Eu olhei pela janela e observei a cidade.

–Acho que sim, Rebeka ama a irmã, mas não mentiria sobre isso. Ela sofreu na mão da mãe e jurou jamais mexer com o que a mãe e a irmã mexeram.

Ficamos quietos.

–Vamos. –Ele levantou e me estendeu a mão.

–Aonde?

Ele deu de ombros.

–Beber, comer, nos divertir. Fazer qualquer coisa que não seja trabalhar.

Peguei sua mão e um calor passou para mim, ele ainda tinha o mesmo efeito sobre mim, o deixei me guiar pela noite fria e fomos a um pub ali perto.

Pedimos cerveja amanteigada.

–Um brinde. –Ele ergue sua caneca de cerveja e eu levantei a minha. –Um brinde a qualquer coisa.

Rimos.

**

Na manhã seguinte voltamos para o Ministério.

–Conseguiram algo? –Albus nos perguntou assim que entramos. –Papai está subindo pelas paredes.

–Sabemos onde ela pode estar.

Fomos até a sala de papai e entramos ele estava olhando para vários livros sobre a mesa e questionava tia Hermione de algo.

–Tem de haver outro jeito Hermione.

–Creio que não há Harry.

Quando entramos eles pararam de falar imediatamente.

–Sobre o que falavam?

–Nada Luna. Encontraram algo? –Papai disse.

Narramos nossa visita a Rebeka.

–Deixe-me ver a foto.

Natanael a estendeu para papai.

–Hermione isso não é familiar a você?

Ela se aproximou e franziu a testa pensando.

–Não é uma das cabanas da família de Draco?

Papai enviou um Patrono para Draco solicitando urgentemente sua presença ali. Meia hora depois Draco bateu na porta.

–Draco entre.

Um homem de cabelos platinados e puxados para trás com muito gel entrou, era um Scorpius mais velho de cabelos lambidos de gel.

–Qual era a urgência Harry?

Ele mostrou a foto.

–Essa não é uma das cabanas da sua família? Onde ela fica?

Draco pegou a foto e pensou.

–Essa cabana era nossa. Fica a 50 quilômetros aos fundos da mansão dos meus pais, dentro da mata. –Ele repousou a foto na mesa.

–Como assim era?

–Eu a dei para Pancy há muitos anos, em troca ela me deixou viver em paz com Astória.

Papai saiu da sala para acompanhar Draco. Esperei a porta se fechar e indaguei minha tia.

–Sobre o que vocês estavam conversando quando entrei?

Ela olhou cautelosa para a porta.

–Seu pai está preocupado com a ligação, ele tem medo de que sua morte seja a única alternativa.

–Por que não falam com Slughorn?

–Ele esta muito doente e mesmo se estivesse bem, não nos contaria nada.

–Ele próprio voltou, eu também vou voltar. Do que ele tem medo?

–De te perder Lílian. De não dar certo.

–Ele não é o único que tem medo disso. –Falou Natanael que ainda estava na sala.

Tia Hermione saiu da sala nos deixando a sós.

–Você tem medo de me perder? Nós nem estamos juntos para isso.

–Não precisamos do mesmo jeito que não precisamos estar juntos para nos amar.

Fiquei olhando ele, pega de surpresa pela verdade.

–Eu vejo Lílian. Vejo o amor e a raiva queimando dentro de você. Parte de você me odeia pelo que fiz e a outra me ama e quer esquecer tudo. Você sempre foi um livro aberto. A dúvida arrebata seu coração de tal forma e você se sente impotente por isso. Agora nesse exato momento você está vulnerável e se sentindo exposta, porque sabe que é tudo verdade.

Ele foi se aproximando enquanto falava, agora estava a centímetros de mim, seu corpo encaixando no meu como um quebra-cabeça incrível, eu podia sentir sua respiração e seu hálito se misturava com o meu mísero centímetros nos separavam. Eu quebrei aquele espaço.

O beijo era feroz e selvagem. Deixamos o fogo queimar novamente. Nossos corpos desejavam aquilo por anos, minhas mãos se prenderam em seus cabelos e as dele exploravam o meu corpo, o corpo que há anos elas conheciam de cor e hoje o conheciam de novo.

Quando nos separamos estávamos ofegantes, porém ainda estávamos colados um no outro, temendo termos que nos separar de novo.

–Eu sempre amei você. –Ele sussurrou para mim.

–E eu jamais deixei de ama-lo.

Tivemos que nos separar, pois ouvimos meu pai e meu irmão voltando.

Eles entraram e nos informaram que aquela noite iriamos até a cabana. Era para voltarmos para casa e descansarmos.

Ele me levou até em casa novamente. Meu corpo queimava e ansiava de desejo por ele.

–Entregue. –Falou assim que paramos em frente a minha casa.

–Fica comigo?

–Claro. –E respondeu com um sorriso.

Destranquei a porta e entramos.

Assim que tranquei a porta ele me puxou para perto dele e me beijou. Ele me encostou na porta e me levantou, enlacei minhas pernas em seu quadril. Ele me olhava pedindo permissão para o que viria a seguir. Eu assenti e ele me beijou, com mais fogo que antes. Eu me desvencilhei e subi a escada, ele vinha logo atrás.

Cheguei ao meu quarto e o esperei. Ele entrou e fechou a porta. Voltamos a nos beijar aos poucos ele foi criando coragem, colocou a mão por debaixo da barra da minha blusa e foi tirando ela, podia sentir as mãos quentes passando pelo meu corpo. E isso me causava arrepios. Não perdemos tempo e logo estávamos ambos na cama nus, ele parou e me olhou fazendo uma pergunta silenciosa, não era minha primeira vez, mas era a primeira com ele, eu o beijei em resposta. Foi maravilhoso. Eu estava deitada em seu peito e ele acariciava meu braço.

–Lily.

Eu o olhei.

–Você aceita namorar comigo de novo?

–Sim, eu aceito.

Beijamos-nos, mas dessa vez foi um beijo terno e calmo. Sabia que poderiam se passar anos e ele ainda me amaria.

Mais tarde tomamos um banho e comemos alguma coisa, teríamos uma longa noite. Enquanto jantávamos, ele me olhava com um sorriso.

–O que foi? Tem molho no meu rosto? –Passei o guardanapo pela boca.

–Não, só estava me lembrando da escola. Você reclamava da sua prima, mas sua voracidade é igual à dela.

Eu sorri.

–Você não mudou nada, mas mudou tanto. –Ele falou de supetão.

–Como? Agora fiquei confusa.

Ele deu aquela risadinha de lado que eu tanto amava.

–Fisicamente você não mudou quase nada, mas posso ver que esta mais confiante, mais forte e mais adulta.

–Acho que toda a dor me fez mais forte. Eu cresci e aprendi que o mundo não para porque você está enjoado, tive que seguir em frente mesmo não querendo.

A campainha tocou e eu levantei para atender. Albus estava na porta.

–Olha quem lembrou que existe campainha.

–Boa noite para você também maninha. –Albus riu.

Ele entrou e parou no meio da sala olhando para Natanael.

–Desculpe, eu estou atrapalhando alguma coisa? –Ele me olhou apreensivo.

–Não estávamos só jantando. Quer nos acompanhar?

–Eu jantei no caminho. Mas agradeço.

Sentamo-nos à mesa.

–O que veio fazer aqui Al?

–Eu vim chama-la para irmos ao Ministério. Eles estavam querendo rever algumas coisas antes de irmos.

–Eu vou me arrumar. –Falei já me levantando.

–Eu arrumo tudo aqui. –Natanael falou.

Subi correndo e me vesti. Quando desci os dois estavam conversando na sala.

–Vamos.

Quando chegamos ao Ministério, Aurores corriam de um lado para outro. Aquilo estava uma euforia gigante.

–Ai estão vocês, estávamos preocupados. –Tio Rony falou. –Lily você não pode ir junto. Vai ter que ficar aqui.

–Sem essa, eu vou. É a minha vida que corre perigo, se eu for morrer eu vou morrer lá ou aqui.

Eles me olharam.

–Vocês pensaram que eu ficaria aqui como uma princesa precisando ser salva? Até parece que vocês não me conhecem.

Fomos até a sala de papai, ele estava enterrado em mais livros ele estava determinado a achar outra maneira.

–Harry. –Ron chamou.

Ele olhou por cima dos óculos.

–Lílian que bom que chegou. –Ele levantou. –Você ficará aqui com alguns aurores, quando voltarmos acharemos um jeito de cortar essa ligação.

–Não. –Eu falei calmamente porem firme.

–Como “não”? Isso é uma ordem. –Ele disse autoritário.

–Eu vou. E nada nem ninguém vai me impedir. Você pode ser meu pai e meu superior, mas dessa vez eu não obedecerei.

–Lílian... - Ele disse ameaçador.

–Eu vou. –Meu tom de voz era firme e decidido. –Podemos discutir isso a noite toda, ou podemos ir atrás da maluca que quer me matar, você escolha pai.

Ele suspirou percebendo que eu não ficaria nem que me amarrassem.

**

Nos dividimos em trios e eu, Natanael e Al entramos na mata. Procuramos por algum tempo e avistamos a bacana. Albus entrou primeiro, vasculhamos a cabana. Vazia. Nos dirigimos a passagem que levava até o quarto secreto. Apontei a varinha para a parede e imaginei um lugar seguro.

Uma porta se revelou, eu a abriu e havia uma escada em caracol iluminada por velas, sons vinham lá debaixo. Descemos.

A escada terminava em um pequeno corredor na nossa frente havia uma porta entre aberta com luzes vinda lá de dentro. Natanael foi à minha frente com a varinha empunhada. Quando entramos Nancy estava de costas para nós, debruçada por sobre a mesa, aparentemente escrevendo uma carta.

–Vire-se. –Natanael ordenou.

Nancy riu.

–Eu estava esperando vocês.

Ela se levantou em uma das mãos repousava sua varinha e na outra uma faca.

–Largue a faca e a varinha Nancy. –Albus falou. –Não queremos te machucar.

–A diferença é que eu quero machucar vocês, e muito.

Ela lançou a faca em Albus essa por sorte acerto seu ombro direito, ele gritou de dor e devido à dor soltou a varinha. Natanael e eu lançamos feitiços nela, mas ela foi mais rápida e os repeliu com insetos.

–Vocês não entenderam ainda? Jamais ficaram juntos.

Ela puxou outra faca de trás dela e antes que pudéssemos impedir ela cortou o seu braço, o sangue escorreu. Uma dor aguda atingiu meu braço. Um corte profundo surgiu e meu sangue correu pelo braço pingando no chão.

–Lílian... –Natanael se aproximou.

–Nem mais um passo. –Ela falou e repousou a faca no abdômen.

–Não faça isso Nancy, pense na sua irmã, ela esta preocupada. Ela te ama, não faça isso. –Albus falou.

–Nancy não precisa ser assim. –Falei.

–Precisa. Se ele não vai ficar comigo, não ficará com você também. –E enfio a faca até o cabo no estomago.

A dor veio na hora, minhas mãos seguravam o corte. Eu e Nancy caímos no chão, ambas com um corte idêntico e ambas morrendo.

Eu sucumbi à inconsciência, minha visão se apagou e só sentia dor. Novamente eu só tinha a dor.

Pov. Natanael

Eu me senti impotente, não pude fazer nada. Eu perdi Lílian para sempre. Me ajoelhei ao lado de seu corpo e a tomei em meus braços. Percebi que seu peito ainda se movia, bem lentamente, mas se movia. Ela estava viva ainda.

–Al ela está viva, envie um Patrono para o hospital.

Albus enviou um Patrono urgente ao St. Mungus.

–Calma tudo ficará bem meu amor.

Logo os medibruxos chegaram e os Aurores também. Harry entrou na sala desesperado. E olhou para o corpo da filha quase sem vida.

–Levem-nas daqui. Rápido.

**

Toda a família Weasley estava no hospital, incluindo Rebeka que esperava noticias da irmã. As duas estavam em cirurgia, o corte foi feio, mas por um milagre Nancy errou um órgão vital.

O médico saiu da sala de cirurgia.

–Como elas estão? –Rebeka se adiantou.

–Estão bem, mas sedadas. Acordarão em algumas horas.

–Podemos vê-las? –A Weasley mais velha perguntou.

–Infelizmente não, só depois que elas acordarem.

–Doutor e a ligação? –James perguntou.

–Ela se foi quando Nancy tentou se matar.

–Lily afinal não era uma Horcrux? –Harry perguntou num misto de alivio e curiosidade.

–Não, era uma ligação rara, mas ela se foi. Tudo está bem.

Os Weasley’s respiraram aliviados e começaram conversas animadas.

Rebeka se afastou do grupo e se sentou em uma cadeira. Fui até ela.

–Tudo bem? Por que não se junta a todos?

Ela me olhou desolada.

–Minha irmã quase matou Lílian, não consigo encara-los. Eu serei uma intrusa lá.

–Deixe de bobagem Rebeka, eles sabem que sua irmã estava consumida pela loucura, eles não a culpam. E muito menos você.

Quase como se soubessem o que conversávamos a família nos chamou para celebrarmos com eles. Rebeka esboçou um sorriso fraco e se levantou.

**

O médico apareceu horas depois.

–Rebeka.

Ela levantou e foi até ele.

–Ela acordou?

–Sim. Quer vê-la?

–Claro.

O médico a conduziu até uma porta no fim do corredor e logo voltou.

–E a minha filha doutor? –Gina perguntou.

–Ela ainda está dormindo, mas fique tranquila ela está bem.

Pov. Lílian

Eu sentia uma dor irritante sobre a barriga. Tentei mover minha mão até o local, mas meus membros não me obedeciam. Abri os olhos lentamente e senti-os pesados.

Minha cabeça girava e uma confusão me atingiu. Que lugar era esse e como eu vim parar aqui. O que aconteceu?

Minha visão foi clareando aos poucos. Eu estava no hospital. Vários tubos estavam ligados nos meus braços. Uma enfermeira estava de costas para mim.

–Moça... –Minha voz saiu baixa e falha.

Ela virou-se surpresa para mim.

–Bom dia Lílian Potter. –Ela falou com uma voz doce.

–O que aconteceu comigo? Por que eu estou aqui?

Ela abriu um sorriso e pôs a mão sobre a minha. Ela explicou-me detalhadamente o que tinha acontecido na noite anterior. Então eu e Nancy havíamos sobrevivido.

–Onde está Natanael? Eu quero vê-lo.

–Você quer dizer o rapaz loiro? –Assenti. –Ele está com seus familiares na sala de espera. Todos estão muito preocupados com você.

–Posso ver eles?

–Vou chama-los.

Ela saiu e alguns minutos depois minha família toda entrou. Eles foram se amontoando ao redor da minha cama.

–Meu amorzinho. –Mamãe me abraçou.

–Cuidado. Ainda dói um pouco. –Pedi em meio a uma risada.

–Me desculpe. –Ela disse se afastando.

Papai, Al e Jay me deram beijos no rosto. Todos perguntavam como eu estava, se eu queria alguma coisa, dizendo que eu ia melhorar logo.

Jay estava deitado do meu lado.

–Onde ele está Jay? Quero vê-lo. -Eu sussurrei em seu ouvido.

Ele sorriu e se levantou.

–Gente vamos deixar ela descansar um pouco.

Eles reclamaram e protestaram, mas saíram aos poucos. Jay foi o último a sair antes de fechar a porta ele piscou um olho para mim.

Deitei na cama olhando o soro cair lentamente pelo tubo e estrar no meu braço. A porta se abriu e ele entrou. Ele parecia cansado.

–Queria me ver?

Mostrei a cama, indicando que ele sentasse. Ele se sentou e pegou minha mão.

–Sinto muito Lílian. Não queria que você passasse por isso.

–A culpa não é sua. Você não tinha como impedir.

Ele desviou os olhos. Puxei seu rosto para que me encarasse, seus olhos azuis travaram uma batalha com os meus olhos verdes.

–Eu te amo tanto. Jamais me perdoaria se perdesse você. –Ele me disse com lágrimas nos olhos.

Eu segurei as minhas e o puxei para um beijo. Afastamo-nos, mantendo nossas testas coladas.

–Eu jamais vou te deixar meu amor. Eu amo você mais que tudo.

E tornamos a nos beijar.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo :*



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